ANNO XXIII
togO-TICO PREÇOS:
No Rio S500Nos Estados. . . . 3600
^\^J^P^SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA.SE AS QUARTAS FE1RA3
RIO DE JANEIRO. 13 DE JUNHO DE 1928 líUM. 1.184
I4E © UÚW P© i§IFÂfò!M>ÂIB© Éf.RicVOONT. LEGAL
Ora vejam, que belleza!(Du um garoto risonho)Ao meio dia, um vadioNa doce iliusào dc um sonho!
Que vagabundo! RoncandoComo um leitão bem nutrido,Emquanto o resto ÍO mundoGanha o pão tão rr.al'coz'do.
E' verdade, diz um outro.E nós tambem, v.adiando.Somos quatro vagabundosPor esse mundo rolando.
O T I C 0-T ICO — 2 — 13 __ Junho — 1928
NO BERÇO DE UMA CRIANÇAADORMECIDA
Pudesse eu ser como tu, meiga criançaDe madeixas louras e olhos lá do céu...Teu riso é um hymno de esperançaQue acena á felicidade como um véu...
Sem tristezas... sem desillusões,Levas a vida num sorriso de alma deslumbrada...
O' ideal candura de infantis corações!E gostas das historias da princeza encantada... \
E cu, com a alma já descrida,Vou caminhando além por esta vida,Sem poder comprehender uma historia de fada...
João Guimarães.
ACAOi-MlA SCIEMIFICA DE BELH-ZADirectora Madame CAMPOS
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MT jfitTO I____
DÀEÁ VOSSOSi FILHOSLICOR ..CACAU*Vermífugo de Xavier é o
melhor lombrigueiro porquenão lem dieta* dispensa o
purgante, não con»tém óleo, é gostoso
e fortifica ascrianças.
fa_e_p.ll.rSsvermes intestinae*.
que tanta mortandade{pro.uz nas creanças.
A MORRHUINAMimi — uma menina bem magrinhaQue as faces possu'a descoradasRachitica, manda, coitadinhaTinha as pernas até bem arqueadas.
Mettia pena e dó... tão doentrnha,Mal bricar a menina conseguia...Sua mama... sabendo-a bem fraquinha,Seu coração da dores, comprimia! —
Mas, um dia, ella leu neste jornalUm tônico sem par na homEtopathia,Que faria a Mimi um bem geral...
E deu-lhe com a fé mais crystallina —(E Mimi, que em pé, mal catar podia,
Gloríffca dansando a Morrhiána! 11Homceopathia Coelho Barbosa — Rio de Janeiro
13 -- Junho — 1928 — 3 — O TICO-TICO
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QUEM PODE.. COM AS 5 PEÇASABAIXO DESTACADAS
RECONSTITUIR O ^DA CIA. NESTLÉ ?
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PRÊMIOSA Companhia Nestlé enviará GRATUITAMENTE os seguintes prêmios a quem lhe man
tuulo acompanhado de tampas de latas dc Farinha Láctea N estle:ü N reconstituído acompanhado dc S tampas, dará direito a: 1 jogo de 6 historias tiradas das mil c umas
noites e 1 copinho de alumínio." " 10 " 1 jogo de 2 magníficos cadernos para desenho
e 2 lindas bonecas francezas." " 15 ¦" '2 colheres de prata "Princeza" e um jogo de
6 bonitas beneías de armar." " 25 "_ ," *¦ 4 colheres de prata "Princeza"." 50 1 vistoso estojo cóm 6 colheres de prata"Princeza" e um jogo de 3 interessantes
frizos para quarto de criança..
' NOTA IMPORTANTE: O N deverá ser collocado numa folha de papel branco na qual cada concorrentemdicará de uma maneira bem legível o seu nome e endereço exacto.
Não se troca correspondência a respeito deste concurso, notando-se outrosim que só serão levadas em contaas soluções abolutamente certas e que venham acompanhadas do numero de tampas indicadas.Mandar as soluções á:
CIA. NESTLÉ, Caixa Postal n, 760R I Q D E JANEIRO
O TICO-TICO 4 — 1« _ Junho — 192S
Grande concurso do Sabonete EUGALOLi2345
95
prenito
prêmios de 1 duziâ de Sabonete Kucalol a lSJOOü,
Rs. 1.000$000sooçcoo300f000200ÇÜÜOíoosooo
" 1710$G0O
Rs. 3.810$000110 prêmiosPara a mais graciosa estrophe no máximo de 4 até 6 linhas, realçando as incomparaveis qualidaàes do
sabonete "EUCALOL", a saber:
YIKJ UDES SALUTARES, devido á essência de Eucalyplo, base do sabonete EUCALOL.:PUREZA ARSOLUTA: amacia e conserva a culis, dando-lhe a frescura da mocidade.PERFUME DELICIOSO, fino c persistenteUSO ECONÔMICO não obstante sua copiosa espuma.
O jury que designará os vencedores em decisão inappcllavel será composto dos Senhores:Dr. João Ribeiro, grande poeta e conhecido critico literário.João Luso, brilhante escriptor da "Revista da Semana" e do "Jornal do Commercio".Paulo Stern, sócio da Fabrica "MYRTA", creador do famoso sabonete EUCALOL.
Todos os versos recebidos ficarão pertencentes á firma Paulo Sterx & Cia., sendo os versos premiadisinsertos nesta folha com os nomes e residências dos seus autores.
Encerramento do concurso a 15 de Setembro próximo, Distribuição des prêmios em 10 de Outubro próximoDirigir cartas, com a indicação "CONCURSO" aos fabricantes do sabonete EUCALOL
PAULO STERN & Cia. — Rua Ribeiro Guimarães, 15 (Aid. Campista) — RIO DE JANEIRO
DENTES BRANCOS,BOCCA LIMPAHÁLITO PURO?
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A VENDA EMlyTODO O BRASIU }»|
Eu S6MP.TI DISSEV isso
(J*$^w(\A vS
%Jy BEIJA-FLOR" RIO
SC(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA O MALHO)
^edactpr.Chefe: CARLOS Al A N H A E Director-Gerente: ANTÔNIO A. DE SOUZA E SILVA
Assignaturas — Brasil: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 6 meies, 3S}000
I £5 *ssl«ni"üras começam sempre no dia 1 do mei em que forem tomadas e serio aooeltas annual ou semestralmente. TODA ACORREsTO ^ ^ toda a remessa de dinheiro, (aue pôde ser feita por vale postal ou carta registrada oom valor de-clarado). deve ser^ ^lírlda _ Sociedad. AnTnyma O MALHO - Rua do Ouvidor, 161. Endereço telegraphico: O _IA__HO — Rio,
TeleíhonS, o2£_5a. Nor£ 6.4M> toSlptorlo: Norte. 6.-18. Annunclos: Norte. 6.131. Olflclnas: Villa. I.UUSuccursal em B. Pauto, dirigida pelo,Drt Plínio Cavalcanti- Rua Senador Feyu n. 37. -• andar. Salas 88 • ti
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L I CO
Õ E SR N O EI N V E
Meus netinhos:O inverno está ahi e todos vocês pio-
curam os capotes de lã, as luvas, as mau-tas para agasalhar o corpo contra os rigo-res do frio. A mamãe leva, ao sahir/.astantas e pelliças dc pêlos e pennas dei-xando na imaginação de vocês uma inter-r°g.ação. De onde vêm o pêlo e as pennasCesses abafos femininos? São todos pro-cedentes de animaes, meus netinhos.
Todas essas pelliças são de animaes,como a lontra, a raposa, o avestruz, etc.Pois estes últimos, como ainda outrosanimaes selvagens, de lindo pêlo ou ma-ravilhosa plumagem, são hoje bem raros eestão ameaçados de desapparecer pelaPerseguição que lhes movem os creadoresoas modas de inverno.
Muitas espécies já desappareceramcompletamente, sacrificadas á modacomo a dos admiráveis "dinornis", avesmaiores do que o avestruz, que abun-cjavam em Madagascar e na Nova Zelan-íjj*' e o "dronto",
pombo gigante dasnas Mascarenhas, os quaes tinham nas
azas feixes de plumas crespas.O desapparecimento progressivodesses animaes, immolados em honra da
moda, tem levado os industriaes e nego-Cjantes de artigos para agasalho á pro-Cllra de outros animaes para sueceder,c°m o sacrifício da vida, os desappareci-d°s. Às lontras, as martas, as raposasazuladas e brancas, que vocês certamente
D EO S
vovôAGASALHO $
ja viram nos jardins zoológicos ou nasestampas dos livros, são cada vez mais ra-ras. Por isso, os creadores da moda vãoprocurar outras espécies mais abundan-tes, como os "opossums", da Austrália;os ratos d'agua, cujo pêlo é parecido como do coelho, cujas pslles são vendidascomo se pertencessem a lontras do IIu-dson. Estas são hoje bem raras.
As pelles de lontra são hoje vendidaspor preços exorbitantes, em virtude daescassez que existe dessa espécie da sérieanimal e ainda pelos trabalhos e perigospor que passam aquelles que vão caçar talespécie animal.
E' para satisfazer aos caprichos damoda que taes animaes são destruídos na-quillo que mais lhes vale — a vida. Masainda ha um consolo, meus netinhos. Ahumanidade, vae de progresso em pro-gresso e dia virá que todos os manufactu-reiros de agasalhos terão descoberto umafibra vegetal que possa substituir, na in-dustria das pelliças, a pelle ou as pennasdos infortunados lontras e avestruzes.
Ficarão, então, garantidas no direitomais sagrado, que é o de viver, todas aslontras e raposas, todos os coelhos e ra-tos e até os gatos angorás, que, depois demortos, dizem, não differem das raposas.-
Viverão taes animaes tranquilla-mente, gosando a ventura de viver e deserem admirados pelos homens.
VOVÔ
O TICO-TICO
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.üli^S^lmM7j7^NASCIMENTOS
_ 6 — 13 Junho — 192S
•OTICOTICO ?*& Ml INinA.NO
¦^ ^ Acha-se em festas o lar do Dr. Valença Teixeirae de sua senhora D. Yolanda Tross V. Teixeira, com onascimento da primogênita do casal, a qual receberá na piabaptismal o nome de Lygia.
<S> <£ Na cidade de Cachoeira, Rio Grande do Sul,nasceu a menina Maria, filha do primei-ro tenente engenheiro Oswaldo Guima-lães e de sua Exma. esposa D. Dia-mantina da Silva M. Guimarães.
COISAS DE MENINOS
ser muito elegante; Gualter Machado, por t er um falarmuito amável; Luiz Sobral, por ser muito ciumento; Joãode Deus da Rocha Silveira, por ser delicado; José Sobral,por ser querido; Octacilio Sobral, por saber conversar;Anysio Chaves, por ser distincto; Cicero, por ser bonito;Demosthenes, por ser apressado; Luiz, por ser sincero; Al-varo, por ser cortez; Evelina, por ser chie; Sylvia Sobral,
por ter bonita estatura; Adalgisa, porser positiva, e Hilda S., por ser positiva.
ANNIVERSARIOS^ ^ Faz annos hoje o menino Anore-
lino Caldas, nosso amiguinho e assi-gnante residente em São Paulo.
4> ¦$> Festejou hontem a sua datanatalicia a graciosa Irmã, filhinha doSr. Juvenal Pinheiro.¦$> ¦$> André Castro, nosso amigui-nho, fez annos sabbado ultimo.¦$> «* Passou a 5 do mez fluente adata anniversaria da menina CarmenJ^ucia, filhinha do Dr. Álvaro Men-.donça."§> <5> Fez annos no dia 7 do cor-rente a graciosa Odette Penner Ma-galhães, filha do Sr. Adolpho Maga-lhães e de sua esposa D. Isaura de Magalhães.
NA BERLINDA...
«S> ? Estão na berlinda os seguintes rapazes e moçasda estação de Marechal Hermes: Augusto Machado, por
^ySSS V -7m*7m^^
A MÃE
fazendo?Nada, mamãe!E você, Pedrinho?Estou ajudando ao Joãosinho!
EM LEILÃO...,^ "$ Leilão das alumnas do Curso
Profissional da Escola Rivadavia Cor-rêa: Quanto dão pela graça da ÁureaS. Braga? pelos dentes da AlcindaVieira de Barros? pelos olhos da Adal-gisa Grimaldi? pelo nariz da Ada Go-doy? pelas sobrancelhas da AcyremaSilva? pelos brados da Amenayr Car-doso? pelos cabellos da Amélia Lopes?pelas unhas da Aunie Olga Atlântica?pela cabeça da Alayde Sant'Anna?
^ $> Leilão dos jogadores do S. C.71: Quanto dão pelo "shoot" de Abel?pelas "cabeças" do 71? pelas "pega-das" de Gallego? pelo "tijolo" de Mi-xilim? pelos "chranes" do Allemao?pela "esforço" de Mario C? pelos"driblas" de Escola? pelas "canelladas" de Anão? pelas"travas" de Manoel? pela "fundura" de Caveirinha? pelas"paulistas" de David? pelas "enviezadas" de Cadinhos?
pelas "certeiras" de Benedicto? pelas "peias" de José?pelas "escapadas" de João Padeiro? pelas "entradas de JoãoCodinym? e pela minha lingua? — A. F. S.
Joãosinho, o que você está
O a i ANTE N EExistiu durante muitos annos, no cume de uma mon-
tanha, um palácio todo vermelho, guardado por dois ter-riveis dragões que vomitavam fogo. Neste palácio vi-viam: um terrível gigante negro por nome "guela defogo" e uma linda princesinha de 15 annos apenas cha-mada Célia. Célia, fora roubada do seu castello pelo ter-rivel gigante. Seu pae, o rei das índias, estava desolado,porque o gigante era feiticeiro, encantou a princesinhaem pavão e dissera que ella só se desencantaria se algummortal matasse os dragões, e apanhasse a chave da por-ta da cella onde se achava a pobre Célia. Vivia nessetempo no reino do pae de Célia um rapaz muito corajo-so que, sabendo da desgraça da princesinha e da triste-za do rei, resolveu ir salval-a. Para isso comprou um fatonovo, tomou a bençam á mãe e partiu'.
Andou durante muitos dias, e chegando ao centrode uma enorme floresta sentou-se e começou a pensarno meio que deveria empregar para exterminar os dra-gões e pôr em liberdade aquella pobre creança que ín-nocentemente soffria a maldade do "gigante negro". Fezentão uma fervorosa oração pedindo a Nossa Senhora,que lhe ensinasse o caminho que iria ter ao local ondese achava a chave da forte porta de ferro. Neste momen-to appareceu uma velhinha que lhe disse;
— Meu filho sei qual o motivo que te faz pensati-vo, mas não tenhas medo. Como fostes sempre bom paratua mãe terás agora a recompensa. Toma este pó e estaespada e assim poderás com o pó matar os dragões, ecom a espada exterminar o gigante, que deixará cahirda mão a chave da porta que enclausura a princesinha!E derramando bênçãos desappareceu sorrindo.
Calmo, e cheio de confiança, Jorge — assim se cha-mava o mancebo — proseguiu o caminho até que enxer-gou ocastello vermelho. Ahi chegando, Jorge jogou o póao chão e no mesmo instante cahiram mortos os terríveisanimaes. Tomou coragem e entrou no castello. O gígan-te estava dormindo e desse modo poude Jorge matal-ocom a espada que Nossa Senhora lhe havia dado ! por-que a velhinha que lhe soecorreu não era outra senãoNossa Senhora. Apanhou então a chave e abrindo a por-ta viu um lindo pavão que ao lhe ouvir a voz transformou-se em uma encantadora creatura que, ajoelhando-se aseus pés pedio por piedade que a levasse dali. EntãoJorge tomando-a nos braços levou-a para junto dos pãesque em agradecimento deram a mão de Célia a Jorge.Marcados os dias para a grande festa, Jorge mandoubuscar sua santa Mãe e assim passaram felizes o restoda vida.
(NEUSA R. SOARES — 10 annos)
Í3 — Junho _-* 1928 7 — O T I C O-T I C O
._ i - . , _______^_*'*7
lÈÊÊÊrOR VALHO
1
, Quando a Vovó voltou do jardim trouxe uma rosa
bonita para a jarrinha de prata do Oratório da Mamãe.,
Cada pétala da rosa parecia uma folhinha de velludo. Um
velludo differente dos outros porque tinha uma porção
de gottas dágua brilhando, como as estrellas do eco.,
Aquellas gottas prateadas são o orvalho — uma poeira de
água com que a Lua dá viço ás flores do prado. Eu já sei
o que é o orvalho. A Vovó contou-me, um dia, a sua
historia. Era uma gotta dágua que corria, com suas mil
irmãs, de uma fonte para o mar. Corria e cantava lindas
canções para as flores do caminho, para os pássaros das
arvores. Mas ao deixar o bosque ensombrado por onde
corria, a gottinha dágua, com suas irmãs, foi sugada pelo
Sol, que a levou para as alturas do céo. Que horror foi
para as gottinhas dágua a viagem nas alturas! O sol
escondeu-as numa nuvem antes de se deitar. Mas a Lua,
emquanto o Sol dormia, foi tiral-as para dar viço ás flores'da Terra. O Sol teima em beber todo o dia as águas dos
regatos mas a Lua íal-as voltar de noite para a Terra,
escondendo-as nas pétalas das rosas, nos cálices dos
lyrios.,
CARLOS M A N H Ã E S
O TICO-TICO — 8 13 — Junho — 1923
mJsnmWÂThf" )\ \m .^^...JJJSjljJ IH Wl
VIAGENS MARAVI-LHOSAS DE
GUI1IVERA rainha levou-me em
seguida a sua Majestade.O monarcha, que no saberexcedia a todos, muito meadmirou, quando descobriuexistir em mim raciocínio.Reuniu os maiores sábiosdaquelle reino para me es-tudarem e, depois de mui-tas controvérsias/conclui-ram em dizer que não per-tencia a nenhuma espéciehumana e sim a uma aber-ração da natureza! Fiqueiindignado e protestei, aff ir-mando a sua Majestadeque era * um sêr egual aqualquer^ dos subditos,' eque era oriundo de umaterra onde havia milhões emilhões de seres eguaes amim!
A rainha mandou fa-zer pelo mais hábil marce-neiro uma espécie de caixa
que podesse servir-me dequarto de dormir, con-forme o modelo que eu eGlundalclitch lhe desse-mos. O dito marceneirofez-me em três semanasuma câmara de madeira,bastante alta e larga, comjanellas, portas, e dousquartos. Outro artista en-carregou-se de mobilial-a eo fez tão bem que, fui donode duas cadeiras, duas me-sas com armário para rou-pas cheias de peças feitasespecialmente sob medida,para mim, dos mais finostecidos. Todos os dias di-vertia a rainha, suas filhas edamas. Um dia sua majes-tade mandou fazer umgrande tanque e enchel-oaté ás bordas. Perguntou-me em seguida se era ades-trado no manejo de velas.,
Respondi-lhe que sim..E, mostrando um bar-
quinho que mandara tam-bem fazer, nelle me collo-carani a fluctuar na agua
Por J. S W I F T
SEGUNDA VIAGEM
do tanque. Comecei a re-mar, não só para distra-cção minha, bem como pa-ra diversão da rainha esuas damas, as quaes ti-veram muita satisfação emvêr quanto eu era destro eágil. Algumas vezes íçavaa vela, e depois tratava degovernar, emquanto as da-mas faziam vento com osleques e lenços; e, quandoestavam fatigadas, algunsdos pagens empurravam obarco ou imprimiam-lhemovimento, assoprando, aopasso que eu mostrava aminha perícia manobrandopor bombordo e por esti-bordo, consoante me apra-zia. Quando terminava/Glundalclitch levava o meunavio para o seu quarto, fcdepcndurava-o em um pre-go a enxugar. — Continua.
(fl) IBiira-Müll <dte
Othelina,filhinha do Sr. José Patrício
São Geraldo — Minas
Lais do Valle CintraSão Sebastião do Herval
— Minas
A
¦_. H
SíhSj . Ws? J- M
¦*~*__É_ig ' ^T_____T* TLt^l
_____5_f ""^^^^lÉ^k ^L^Er 1B______________.
''< 4Dulcinha Fredy
filhinhos do Dr. Frederico d'AvilaTheophilo Ottoni — Minas
uÀmàf \ .__{ 'Í__X~ 1' ____k ffl •_____ E__B^r V_I________F \ ___ _ M _í I II I______________ \ t_l Vfli I I li Ifl W _#_ _J l_ MH_feMkX__ f^'"* "flTu - _______
— ¦¦¦''¦¦' •" j BP^*-^V
Luiz Cumert e Marilda Cabral Júnior ^ «*_> ..^^^^* com a mais graciosa das guardas de honra
H^osdoSr. Diname-oFontes- S.Paulo
Geraldo, filhinho doSr. Manoel LoureiroCurityba — Paraná
OS NOSSOS AMIGUINHOS
aa^S^gS^alaCiài' i Vaflflti ¦¦
El ^SaWaBWMMaHa»5HWMMHJa^M»l»*l m^m»»rT *. I
Orlando, filhinho do Sr.Dr. Abelardo Bastos Tavares
— Campos
Nylza, fühinha do Sr.Dr. Abelardo Bastos Tavares
— Campos
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^Mmar '***mr Ba^^^^^iK
Nuel e ir.uui Kecife
13 — Junl io 1928 — 11 — 0 TICO-TTCO
/// Historia \^de \^t
fl Nossa Pátria \Vi
II REVOLUÇÃO DEA\ PERNAMBUCO I
\. (18 17) Jl
Desenho de
CICERO
VALLADARES
Uma revolução de caracter nitidamente republicano rebentou,em 1817, em Pernambucano Foi a causa principal a animosidadeentre portuguezes e brasileiros Lavrava, naquelie tempo, umagrande penúria financeira em todo o Brasil. O luxo exaggerado, osdesperdícios da familia real que, necessitando verba para ma-nutenção de legiões de seus apaniguados, para as obras do Rio deJaneiro e ainda as despezas de guerra, esgotou o p°vo de «"-postos
E por isso organizou-se, no Recife, a revolução com forteselementos na Bahia, Rio de Janeiro e Parahyba,
Coroado), que furioso arremetteu e atravessou a espada contra 'seu superior matando-o instantaneamente, sem que os seus col.legas se oppuzessem.
Depois desse facto, lavrou a revolta e começou a anarchia nacidade, encerrando-se apavorado o governador MONTENEGRO,com sua famHia no forte do Brum.
DOMINGOS JOSÉ MARTINS, capitão DOMINGOS THEO-.TONIO JORGE e coronel MANOEL CORRÊA DE ARAUJO,tomaram a chefia da revolução, apoderaram-se dos estabelecimen-tos públicos e nomearam chefes subalternos para as forças. Pu-zeram em liberdade os presos das cadeias e lhes deram armascom o que houve uma encarniçada caçada aos portuguezes Ataca-ram os revoltosos o forte de Brum onde o governador MONTE-NEGRO, covardemente assignou uma capitulação vergonhosa,obrigando-se, com todas as pessoas que quizessem acompanhal-o,á embarcar para o Rio de Janeiro. A tropa toda adheriu a revo-lução.
Organisou-se um governo provisório composto de cincomembros: — o padre João Ribeiro, Domingos Theotonio, Domin-gos José Martins. Luiz de Mendonça e Manoel Corrêa de Araujo.jFoi adoptado a fôrma republicana e instituída uma bandeiranova Mandou-se emissários a Bahia, Parahyba, Ceará e RioGrande para propagarem as novas idéas.
Dos emissários, JOSÉ MARTINIANO DE ALENCAR, foipreso no Ceará. O padre JOSÉ IGNACIO RIBEIRO DE ABREUE LIMA, mais conhecido por PADRE ROMA, foi preso na Bahia;-logo ao desembarcar, mal tendo tempo de lançar ao mar papeis"compromettedores de bahianos adeptos á revolução. O padreROMA foi uma das figuras mais nobres desta revolta. Não deuso, um bello exemplo de civismo, destruindo documentos e provasde cumplicidade de muitos bahianos illustres, mas tambem a demorrer corajosamente, quando foi fuzilado no CAMPO DA POL-VORA, exhortando os soldados a que lhe fizessem pontaria aocoração.
(Continua)
Pernambuco era governado pelo desembargador CAETANOPINTO DE MIRANDA MONTENEGRO, homem de caracterbom e até tímido.
Um pequeno incidente, o ponto de partida para o rompimentodt hostilidade, foi o espancamento de um portuguez, por unisoldado negro do Regimento de Henrique Dias. As providenciastomadas pelo governo, em ordem do dia, feriram os brios e irri-••arara os ânimos dos brasileiros de idéas avançadas, que se reu-•"ram em sessões secretas em caso do negociante DOMINGOSJOSÉ MARTINS, natural do Espirito Santo, homem educado na¦Inglaterra e propagador de idéas liberaes e republicanas.',¦Teve denuncia dessas reuniões o governo portuguez que convocouum conselho de officiaes e resolveu as prisões immediatas de sete«abeças de revolta. A 6 de Março o brigadeiro MANOEL JOA?QUIM BARBOSA, diante de seus officiaes do regimento deu vojde prisão a JOSÉ DE BARROS LIMA, (conhecido por Leão
ÓTICO-TICO — 12 —
Sinhá Ozébia quer(MONÓLOGO GROTESCO)
(Entra caricatamcnle pintada e ridi-culamcntc vestida, falando com voz ar-rastada dos caipiras. Já ê meio velhota.Com um pouco de verniz e corliça quei-mada sobre os 4 dentes incisivos sttpe-riores parecerá desdentada.
A cada momento se coca como si es-tivesse com "já" começa "ou cheia depulgas",.,
'1 --as ainda um velho guarda-chuva, um leque e um chapêo fora demoda com plumas e laçaroles de fita..Calça velhas botinas bem grandes)..
Quem me ver assim bonita,Toda chisque a me amostrai,Fica munto dimiradoDe eu não querei me casal...
Qu'isperança! Isso é que eu quero;Mas porém não encontrei,E por mais foiça que eu façaInda um nôrvo eu achei 1
Vou a festas, vou a bailes,Toda enfeitada de fita,E nos logal onde eu têjaSou a moça mais bonita.
A's vêis danso a noite intêraQuando haja farta de dama,E meu passinho na varsa,Cia só... (dansa grotescamente)
Já ganhou fama!...
Mas arranjai um casório?...Nada! Não seio a rezãoPolquê os rapaze não quereMe pedire a minha mão!....t
Lá no matto tá dereiteQue eu não case finarmente;E' um logal desinfeliz,Tem mais molhei do que gente.
Mas aqui nas capitar,Com tantos moço sortêro,Eu espero casal logo,Casal mesmo bem legêro.
Sou boa dona de casa,Eu seio cosinhal bem,Seio lavai e engommandoColomizo meu vintém.
Cas costureira não gastoMuito meno um só tustão:
Meus vestido mesmo eu façoE todos sae muito bão.
Pulo mesmo cunsiguinteTambem faço os meus chapéo,E ando assim... sempre, na moda,Seje de véo ou sem véo.
13 _ Junho — 1928
casar?...
Seio cantai muito bem,Vejam só: (Vocalisa): Ah! Ah! Ah!...E no piano munto breveEu vou prendei a tocál.
Pertendo prendei agoraTambem a falai francezPra dizei: — Bom ju' du hi;Coman vão tules vocês?
Não seio polquê não achaCasamento nesta vidaUma moça aperparadaComo eu sou; tão distruida!...
Eu penso que os pertendenteAgora não me apparecePolquê com celteza aindasNenhum delles me conhece.
Mas vou pubricá, por isso,Meu retrato nos jornalPra mor de vê si acho um nôrvoPra comigo se casal.(Vae sahir e volta)
Si os senho subél de argumQue teje nas condiçãoEscreva pra esta criada:Ozébia da Matta Antão,
Que eu le fico galdecidaE digo aqui bem baixinho:Posso íntél le convidaiPra da boda sêl padrinho...
Agora me dê licenciaPolquê vou me arretratalPra as minha fistogafriaSahil em todo os jornal...
(Sae muito convencida)
Rio — Maio — 1928
ZE' CAETANO
RAo ve-las, as creanças buliçosas,Fragrantes como os mirthos, como as rosas
A rescender pureza,Minh'alma se illumina como Abril,E vai desfeita em luz, num cântico febril,
Aos cimos da Belleza...
São bellas as creanças;Urnas de luz,
Doiradas primaveras,Alados sonhos, áureas esperanças;Nos olhos d'ellas canta o hymno das espheras,
A alma de Jesus 1
ANCASFlores do Paraizo,
E d'innocencia, almas feitas de sol,D'cncanto e cTarrebol,
Vós sois irmãs da Graça, irmãs do Riso,(Almas que tanto adoap)
Do riso crystalino,Diamantino,
Tão claro como o dia, puro como a Aurora,Que da yoss'alma ao lábio purpurino.
Perfumado, aflora..,.
Accacio dc Amorim.
1. _ Junlio — 1928 — 13 — O TIC O-T I C O
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A PREGUIÇA E A TARTARUGANo tempo em que os bichos falavam a preguiça e
a tartaruga viviam sempre discutindo.Dizia a preguiça:Você, comadre tartaruga, anda tão devagar
Que chega a me fazer ficar nervosa...¦ Vejam só quem fala em vagareza! E você,
comadre preguiça, que leva toda a vida para dar umPasso!... Bém assentado o nome de "preguiça" que lhederam.
_—— Nome, não. Isso de preguiça é appellido quevocê e os outros me botaram, porque meu nome de fami-Iia é Tardigrada.
—— Tor isso não, que minha familia é muito mais
jniportante e antiga do que a sua. Eu sou da familia dosvhélonios.
Bem sei, e por signal que desdentados...¦ Não fales em desdentados, comadre preguiça,
Porque você também é desdentada...Mas vou procurar um dentista americano para
me arranjar uma dentadura postiça, afim de ir á festa_.«e vae haver, no fim do mez, no palácio d'El-Rey Leão.
Eu também fui convidada, disse a tartaruga,e pretendo não faltar.
Pois então trate de ir logo marchando, porqueRo passo em que você anda, quando chegar lá já se aca-P°ü a festa.
Nao cuide você de andar mais depressa, e veraque nem nunca chega lá.
Não se incommode commigo Siga o exemplod° seu primo, o kagado, que ha uma semana já está via-jando para o palácio real, apezar de morar perto, e atenuidou o nome para jaboty por ser mais nacional e maisbonito também.
Sabe que mais, comadre' preguiça? Conselhos eraPe dá-se a quem pede e eu não lhe pedi uma cousanem outra. E' melhor que vá cortar as unhas! di.se porLm a tartaruga zangando-se e escondendo a cabeça de-baixo da sua couraça. ,
A preguiça, rindo-se da raiva da comadre, lá ficouflependurada de um galho de arvore, com as tmh.S mui-*o» grandes, e que ella pretendia lustar na manicura para« á festa no palácio do leão.
No dia marcado a tartaruga, que tinha sabido comantecedência chegou á hora de começar a festa; mas apreguiça, como sempre, chegou muito atrazada...
A tartaruga não a poupou. Chamou-a de moieiru-na, de atrazada em tudo, chegando sempre ás festas quan-do ellas já estavam no fim...
A preguiça zangou-se com aquillo e jurou se vingarda comadre. Assim disse e fez.O macaco excedeu-se nos brindes, bebendo demasia-damente, pelo que ficou muito "alegre"
pulando e sal-tando mais do que sempre. O resultado foi quebrar umagrande jarra chineza, muito antiga, e que ficou rtduzidaa cacos.
Temendo a cólera do leão o mico fugiu da feitaantes de ser descoberto seu desazo.Quando o leão viu o fracasso ficou furioso, ainea-
çando céos e terra com seus formidáveis urros.— Não se afflija vossa majestade por isso, disse-
lhe a preguiça, porque o caso tem remédio.Como assim?! perguntou o leão, rugindo. Eu sei de uma creatura que concerta isso tãobem que vae ficar até mais bonita a jarra do que antes
de ser quebrada.¦ E quem é?E' a comadre tartaruga.
Apenas ella é muito preguiçosa, e si disser que nãosabe concertar a jarra é por preguiça.Deveras?E' como estou dizendo á vossa majetade. A
prova de que ella sabe, é que uma vez, ha muitos an __>s.foi á uma festa no céo, agarrada ás pernas do urubu, m_.-escapuliu, cahindo cá em baixo em cima de umas pedras.Resultou disso quebrar o casco todo, que ella concertoudepois muito bem, e com "tanta habilidade que ficou a _cmais bonito do que quando era novo...
Deante disto o leão mandou chamar a tartaruga elhe deu a tarefa de concertar a jarra espatifada.
¦ Mas eu não sei... nem posso concertar i.c_o,desculpou-se a pobre tartaruga.
Já conheço esta cantiga, respondeu o leão. Nãoquero saber de desculpas. A senhora que concertou tãobem seu casco depois da queda do céo, ha de me cpr.ccr-
O TICO-TICO 14 — J3 _. Junho — 1928
tar também esta jarra. A preguiça me contou tudo...Vamos! Ajunte os cacos, leve-os para sua casa, e dentrode tres dias tem de m'a trazer aqui inteiramente concer-tada, sob pena de morte!
A tartaruga deante disso não replicou mais. Apa-nhou os cacos da jarra, e foi sahindo com elles,-muitotriste.
Ao passar por uma arvore do jardim do palácio ain-da em festa, ouviu uma risada que vinha do alto.
Olhou para cima e viu a comadte p.egiiiça com arde troça na bocea desdentada, sem a dentadura postiçaque tinha pretendido botar, dizendo assim:
Eu não disse que havia de me vingar das suaspilhérias? Quero ver agora como é que você vae c.ncer-tar a jarra partida!.. i
Partida foi a que você me pregou; mas isso nãofica assim, não. Eu tirarei minha desforra. Deixe estar...
Chegando em casa, mandou chamar o macaco quehavia quebrado a jarra e lhe pediu que a ajudasse a eon-certal-a, porque sabia que elle era muito habilidoso, mui-to ligeiro, tinha quatro mãos preciosas de longos dedospara fazerem todo e qualquer trabalho delicado, emquan-to que ella, — coitada! — tinha uns dedinhos tão curtosque não lhe serviam para nada.
Tanto lisojeou o macaco, que elle foi pintando e col-lando os pedaços da jarra com as resinas do cajueiro
e da aroeira, até que ella ficou promp.a.No dia aprazado a tartaruga foi levar a jarra con-
certada ao leão que se mostrou muito satisfeito, e a con-vidou para ir a um baile no palácio da aguià-real, e noqual iriam dansar uma alegre quadrilha os tçngarás dafloresta.
A tartaruga foi. Já no fim do baile, como era seucostumes, chegou a preguiça, que veiu bocejando e seagarrando de galho em galho.
A tartaruga não deixou de sorrir e dizer; A jarra já está concertada e foi bom que
você ainda chegasse a tempo para eu lhe dizer isto.Neste momento passava a águia muito aborrecida
porque tinha encommendado ao bicho da seda divevóosnovêllos de fio de todas as cores para fazer um mantoreal, e a aranha, despeitada por não ter sido feito a eilaa encommenda, embaraçara todos os fios, de modo aser difficil agora desembaraçar as meadas e separar ascores.
A tartaruga achou a oceasião de pregar tambémuma peça á preguiça, pagando-lhe na mesma moeda.
i Eu sei quem desembaraçará isto com um gei-to e uma paciência admiráveis, disse ella a águia*
E quem é? perguntou a águia.
¦ E' a preguiça, a quem uma vez o "caipori-nha" entrançou todo o cabello, besuntando-o ainda coma cera da carnaúba, e ella, com a maior calma, tiroutoda a cera c desembaraçou o cabello, sem partir umfio só que fosse!
Pois vou encarregar a preguiça do serviço dedesembaraçar estes fios, disse a águia real.
Si ella disser que não pode é por preguiça,pois não ha no mundo quem seja tão moleirona assim.
Quando a águia chamou a preguiça e lhe deu adifficil tarefa, ella se excusou logo:
Não posso! E' um trabalho superior ás mi-nhas forças!...
Bem sei. Isto é malandrice sua. A tartarugame contou como você teve habilidade e paciência paradesembaraçar seu cabello entrançado e encerado pelo
"caiporinha..." Si não me trouxer os fios de sedatambém desembaraçados e separados pelas cores, den-tro do prazo de tres dias, pôde se considerar uma pre-guiça morta... Assim dizendo, lhe entregou a enormemaçaróea de fios de seda emmaranhados inextrincavel-mente.
A preguiça lá se foi se arrastando, como veiu, degalho em galho, até chegar ao alto da embaúba ondemorava, onde se'pôz a chorar.
Felizmente a aranha, que morava perto, condoeu-se delia, e com as suas pernas ligeiras e compridas, des-embaraçou os fios que ella própria havia embaraçado;e no dia marcado a preguiça lá se foi, muito satisfeita,entregar á águia o trabalho concluído: os fios de sedaperfeitamente enrolados e separados pelas cores, sem seter partido um só. Nesse dia ella soube andar mais li-
geiro, e chegar ao palácio da águia real antes do anoi-tecer.
A tartaruga já estava lá, e, como tinha bom cora-ção, receiava que ella não tivesse podido desembaraçaros fios e fosse condemnada a morrer. Por isso ficoumuito contente ao ver o trabalho feito, e dirigindo-se á
preguiça lhe pediu perdão da maldade que lhe fizera.A preguiça, por sua vez, sensibilisada pela bonda-
de da tartaruga, lhe pediu também perdão da partidaque lhe pregara com a historia do concerto da jarra, eali mesmo se abraçaram reconciliadas.
Desde esse tempo, nunca mais a tartaruga criticoua malandrice da preguiça, nem esta a vagareza da tar-taruga.
Desculpam-se uma á outra esses defeitos que sãode familia, como ellas próprias dizem...
Trancoso
13 — Junho — 1928 — 15 — 0 T 1 C O-T I C O
AiS&OJL. a, o GAOA\.QUE<-r05>Tt)^A ESTA PER-.
^Iʧ1 I EU. NAO AÍ
JA SE VIU. NAOESTOU
"DISPOSTO
a "Passar, fome-VOU DAR. UMCrl=i-TO NIÇ^O\f c^^^^P
**—n .
espera ahi .meu *ne<s-roQue ja; vou te pregaiUAtA PEC/-V
UMA COR.t>A ,UM CESTO VELHOE MAOà À OBRA.
<£Z v\ticrE marva. W&ifi. W,
O T I C 0-T I C O — 16 — 13 — Junho — 1928
A primeira caridade de um avarentoHavia em certa cidade um rico avarento, que mora-
va em um elegante palacete ricamente mobiliado, ao cen-tro de um bello jardim.
Orgulhoso pelos seus grandes haveres e como nunca ti-vesse passado qualquer necessidade, não pensava que haviaoutros que sof friam toda a sorte de privações por faltade recursos Portanto nunca praticou a caridade.
Um dia appareceu em seu escriptorio um menino po-bremente vestido, descalço e pediu-lhe serviço.
Quantos annos tem? perguntou o avarento.Tenho trese annos. Então não te posso dar serviço, respondeu o
avarento.- Mas por que? eu preciso trabalhar para meus
irniãosinhos. Não tenho pae nem mãe.Por que? perguntas-me a lei não permitte. Pois bem meu senhor! nesse caso dae-me uma
esmola porque eu e meus irmãosinhos nada temos paracomer e sentimos frio! Esmola? tão pequeno já querer viver na ma-
landragem importunando os outros com pedidos de es-mola ?
Ora suma-se da minha presença. Mas então o que hei de fazer? perguntou cho-rando. Quero trabalhar não me queres dar serviço;peço uma esmola chamas-me malandro! furtar?... issonunca porque o 7.° Mandamento da Lei de Deus diz:"não furtarás!"
Eu e meus irmãosinhos teremos pois de mor-rcr á fome?
Nada tenho com isso. Si teu pae trabalhassecomo eu, vocês não ficariam na miséria.
Vendo que nada commovia aquelle coração empeder-nido, o pequeno despediu-se e saiu chorando.
Quando ia transpor o portão do jardim, chegava docollegio um filho do avarento que vendo-o a chorar per-guntou-lhe:Porque choras? alguém te bateu?
'. Ninguém me bateu! tenho frio e fome! Não precisas chorar! tens frio? toma o meucasaco! tens fome? vem commigo! é hora do almoço!...
rcnto.Mas... o que fazes menino? pergunta o ava-
Quero soccorrel-o! o coitado tem frio e fome! Deve ser muito triste papae soffrer-se frio efome! eu faço agora uma idéia, porque esta noite eu tiveum sonho horrível!
Escuta papae: sonhei que o nosso paiz foi in-vadido por um exercito inimigo, a nossa cidade bombar-deada e as nossas propriedades destruídas; o papae e amamãe foram mortos e nós ficamos abandonados. — Eusentia frio e fome e em todas as casas que chegava apedir auxilio me enxotavam e chamavam-me: vagabun-do! eu chorava mas ninguém tinha piedade de mim, atéque emfim me chamaram e... dei graças a Deus,accordei.
Era o criado que me chamava para ir ao collegio.Quiz contar este sonho ao papae e a mamãe, mas tinhamsaido. Fiquei muito triste.
^ Fui ao collegio, pensando, mas quando passeipeh egreja lembrei-me de entrar e ajoelhei-me diante docrucificado e pedi para que esse sonho não se realise!sahi mais socegado.
Portanto eu quero soccorrel-o porque elle soffre re-almente e eu apenas foi em sonho!
¦ Céus! o que ouço! que coincidência! murmuroubaixinho o avarento.
Será um aviso da Divindade?.ser
sim! deve
— Fui cruel para com este pequeno! Um raio da luz divina acaba de illuminar aminha alma! ,
; Pois bem! creio que ainda é tempo de repa-rar as minhas faltas'! vou tornar sob minha protecçâo estemenino e seus irmãos, e de ora em diante serei mais be-nevolente com os desprotegidos da sorte'
Assim fez. Foi a primeira caridade que praticou o ava-
rento depois de mais de meio século de existência!Meninos! nunca é tarde para se praticar a ca-
ridade!Léo Pardo
13 — Junho — 1928 .- 17 — O T I C O-T I C O
jf MODA INFANTIL
Quatro lindos modelojpara modinhas.
São confeccionados emlinlíos branco e de cores.'
DESENHOS
Para guardanapos e pan-nos de prateleira, de copa ecozinha.
Borboletas para vestidose guardanapos.
Lindo alphabeto pararoupa branca.
Canto para toalhas, fro-nhas, etc.
Ramos para centros ouvestidos.
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A CAS DE C * M P O - Paginas 18 e 19
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(Coulinúa no próximo numero)
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O TICO-TICO — 20 13 Junho 1928
^^e^tíí^^^^^^^^éÁ^^^^mM^^q^ j^ías margens do )\raguaya -==£>
(Continuação)
Sépé arranjou uma cama com folhas seccas, fezda sua pequena rede um travesseiro, e depressa ador-meceu no fundo da gruta.
De repente, ouviu uns passos... muito perto...dentro da própria caverna.
O indiozinho, assustado, levantou a cabeça:"Seria aqui a cova da onça"?!Felizmente não passava de uma veadinha, uma ele-
gante gazella, com o seu filhinho.;Para não amedrontal-a, Sépé encolheu-s(e todo e
fechou os olhos, contendo a respiração. O animal fare-jou-o; e vendo que não se mexia, deitou-se alli mes-mo, com o filhinho ao lado.;
E os tres dormiram profundamente na gruta aco-lhedora, como bons velhos amigos.
De madrugada, quando a aurora, tão formosa, dosertão brasileiro, convidava toda a natureza a cantarlouvores ao Creador, o veadinho poz-se a saltar porcima de sua mãe; e o pequeno indio, que tambem gosta-va de brincar, poz-se a fazer com elle mil travessurasengraçadas. Depois, cançado de brincar, o veadinho poz-se a mamar.
Sépé tambem sentiu fome; e não tendo mais nadano seu sacco de viagem, olhou em torno da caverna,como a procurar se não haveria ali dentro um guarda-comida... ou pelo menos alguma figueira com f ru-
çtos.A gazella falou então, e disse;
Bom menino, você podia nos ter feito mal, eentretanto fingiu que estava dormindo, para não nosdesalojar. Nem quero pensar nos perigos que correria-mos, eu e o meu filhinho, si tivéssemos de procuraroutra casa, aquella hora tardia... a hora em que aonça bravia espreita a gente pacata e sem defesa, quese reciTihe a tremer de medo!... E a giboia, que engo-le um veadinho inteiro, e aperta um touro, até fazerestalar os ossos!... e o jacaré, que tem o desaforode sahir de dentro d'agua, a vêr si pega algum descui-dado'
Pois eu quero mostrar que não sou nenhuma in-grata. Você brincou com o meu filhinho, como si fos-sem dous irmãos.- Agora, mama o leite d'elle. Tenhobastante; chega para dous. E mamando deste leite, vocênão terá mais fome, por todo o dia, e poderá caminharmais depressa.
Sépé não se fez de rogado.Sorveu o leite quente e saboroso, que lhe deu novas
forças para a jornada.Então, quando elle se levantou para ir-se embora,
e saudoso despedia-se do veadinho. a mãe arrancou unspêlos de sua pata e lh'os offereceu dizendo:
Guarde isto com cuidado. E quando precisa-res de tornar-te invisível, basta assoprar sobre estes pê-los, e guardal-os dentro da mão.
O viajante agradeceu, alisando com carinho a ca-5eça da gazella.
Depois, beijou o veadinho, como si fora seu irmão,e... sahiu correndo atraz de uma borboleta que passava.
III
O PRÍNCIPE ENCANTADO
O pequeno Karayá seguia seu caminho, ora ale-gre, ora -triste. A lembrança de seus pais, que deixaradoentes, já tão longe, fazia com que, por vezes, se ar-rependesse de tão arrojada empreza Mas, recordandoos factos que assignalavam a protecção e as bênçãos doscéus, criava alento, enchia-se de coragem, e fazia milprojectos para a volta, com os indios da sua tribu, quehaviam de aceudir em auxilio dos prisioneiros.
Andou... andou... andou... Subiu montanhasaltíssimas cobertas _ de arvores de toda a espécie; des-ceu aos valles floridos, abeirando os rios, e ouvindo oestrondo das cachoeiras; apanhou sol; apanhou chuva;dormiu ao relento, pois que os pêlos do veadinho o tor-nava invisível ás feras do matto.
Por fim, chegou Sépé ás margens do Araguaya.
(Continua)
\imim$M nm&&o 1 DS>
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_l U VULCÃO, TU és Ai AIS IM-TELLWjrENTC QUE PIPOCA TO-MA AHIH 500 RS E VA COMPRAR»
MEIO KILO DE CARNE .VE-RI FICA SE O AÇÕUCrUEl-
r^f ro naÒ rouba no peso\4r
SrX <A/***—^ - i.wupa' MEIO KILODECARNE E'PESADO P"*ACACHORRO FEÜ2-mente es-Tovj
A CHEGAC2_ I
\/OU SURRiPIAR- Í200RS CACHORRO (HÃOFALft E NÃO DlRA'QUEM FOI' ' ^ ;o d
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NÃO PR£CVS> DE FAlMV í _^ «fcJA' COMPREHENO» QUEL 1 jjLr' ^Aí**
QUERES 3O0 r* DC CARNE- 4^/jjííJ>>J6'pouco, mas sei Que yfâwK Q/^kÂuiE' p'RA CACMORRsP T^Ç^v^e -X ./
^"Ví —^ L_w-^__f!_
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OU,SEU JAGUNÇO 1I
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comotevk pagado.Como uai a família.och.qu.nho. o qewJAMIN ?
TOPOS BErA.OBRLCtADO. VOU HiVAResves a vcilosOE LONBO P'!?/»»Q PATFiÃO
U £ '• SEU VULCÃO, EU DE.SO' 500 REIS E AGUI M€TRAZES NAOA MENOS«ajue uma pci*wa oe
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O TICO-TICO 22 13 — Junho — 1928
FRATERNIDADE ESCOTEIRA
Com o intuito de estreitar por meio de uma intcu-siva correspondência os laços de amizade que devemexistir entre os escoteiros de todo o mundo, ha uma or-ganisação ideada pela revista escoteira dos Estados Uni-dos que tem realisado proveitosamente os seus objecti-vos de preparar uma futura humanidade realmente in-clinada á páz e ao congraçamento universal,
Que dirão os leitores de uma organisação similar,restricta porém aos escoteiros do Brasil destinada a
unir ainda mais os escoteiros do Norte aos do Sul, fa-zendo com que entre elles se crie uma corrente de sym-pathia e amizade que para o futuro muitos proveitostrará ao Brasil. Assim, fica nesse numero creado o or-ganismo, que no Brasil procurará realisar esses objecti-vos.
Podem nelle inscrever-se todos os escoteiros, sendoa inscripção o envio de uma carta, endereçada á um cs-coteiro patrício podendo ser designado em papel sepa-rado, o Estado, idade, grau de cultura, etc. do destina-tario. As cartas devem vir em enveloppe sellado e endc-reçadas num segundo enveloppe á secção de "Escotei-
rismo" do TICO-TICO, rua do Ouvidor 164 — Riode Janeiro.
MOVIMENTO DE TROPAS
Federação Brasileira -de Escoteiros do MarFomos notificados da eleição da nova directoria, que
deve reger os destinos dessa Federação no biennio 1928-1929. '
Presidente. — Comte. Eulino Cardoso; Thesou-reiro — Dr. Luiz Carlos Vianna,; Secretario — Comte.Sosthenes Barbosa. — Superintendente — Comte.Benjamim Sodré; Inspectores — Tte. Fábio Soares eTte. Carlos Proença.
Que o escoteirísmo do mar tenha um grande sur-to, sob essa direcção são os nossos votos.
ESCOTEIROS DO FLUMINENSE F. CLUB
Reniciou com grande animação os seus trabalhosa valorosa tropa, do Fluminense, dirigida pelo velho es-coteirista Gabriel Skinner.
ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE ESCOTEIROS
Durante a semana escoteira realisada com grandebrilho pela União dos Escoteiros do Brasil, acamparamno Parque Fagundes Varella em Nictheroy, varias tro-pas dessa nova e florescente associação, dirigida peloschefes Pereira da Silva e Cláudio Souza Barros.
ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE ESCOTEIROS
Por oceasião dos festejos da semana escoteira,apresentaram-se pela primeira vez varias tropas flumi-nenses filiadas á essa entidade e com satisfação verifi-camos que embora recém formadas, nada ficam a deverás tropas antigas sob o ponto de vista de disciplina, or-ganisação e desejo de produzir.
A C O B K A E O A N O
Numa linda manhã ele sol, um Santomuito piedoso que andava devagarinhopara não maguar as pedras, passavapor uma estrada meditando sobre asmisérias do mUndo, quando uma cobra,o surprehendeu prompta para investir.O Santo que a tinha observado falouassim:
— Porque fazes isto, irmãzinha; nãovês que o caminliante passa despreoc-cupado pelo caminho...
Não deves atacal-o ele emboscada! E'trahição 1
Sejas bôa, irniãzinha, para seresamada.
A cobra, não resistiu á doçura evau-gelica do santo e prometteu ser dócil.Passado tempos, o Santo passo upelomesmo caminho e viu a cobra mal ras-tejando, mesquinha, aturdida, num es-tado deplorável e perguntou-lhe:
O que teus irmãzinha, o que teaconteceu
Responde a cobra:Santo, desde que por aqui passas-
te e me ensinaste que não devia invés-tir contra os caminhantes eu, me tor-rei humilde e mansa, mas... os ho-mens são tão mãos!...
São elle?, agora, que me atacam,atiram-me pedras, dão-me cacetadas epor isto estou neste estado.
O Santo compadecido respondeu:—Irmã, eu le disse que não atacas-
ses mas, não disse que não assustas-ses. . .
MoralidadeNa vida, muitas vezes, a humildade
parece fraqueza.Devemos ser bons; porem nas ocea-
siões necessárias a energia é uma ele-feza.
RADUL PRADO
13 — Junho — 1928 — 23 — 0 TICO-TICO
Á^fe^^^^-^^A^^íé^^éM/ ^™bP8ii WyS^N^if^^^y^^.
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S TEMPOS MUDAMO lobo de um lado do rio, viu uma ove-
lha abaixo, do outro lado, matando a sedeo estio.
— Oh miserável! falou o lobo, não vêsue me turvas a água que estou bebendo?
— Como podereiturvar-lhe a água seestou bebendo abaixodo corrente? Orameu amigo, os tem-pos mudam! Quandodo Lafontaine escre-veu a celebre fábulaas ovelhas andavam,entregues a si mes-mas. Hoje, porém,alguma cousa as de-fende!
O lobo então enfurecido atirou-se para a ovelhaque tratou de fugir e o cão do pastor appareceu nomomento para arrefecer a arremettida do lobocruel.
Passados alguns dias de novo surgiu o lobo,quando a ovelha desalterada. Desta vez elle veiubeber abaixo da ovelha para que ella não tivessedesculpas, mas, o cão lá estava de alcatéa e perce-bendo asjntenções do lobo atirou-se a elle dando-lhe
uma lição em regra.lobo nunca mais appareceu e ficou
sabendo que os tempos mudam, comotudo se transforma e m u d anesta vida.
ílSHj
O TICO-TICO --24 — 13 r— Junho 1928
O
O menino que recitar esta peça, terácompridas barbas brancas, óculos, so-bre tudo e chapéu molle.
Em cima da mesa, elle colloca umaporção de embrulhos.
Ainda bem que estou só em casa! Anora anda de passeio, e assim fico li-yre do pito... Ella acha que estrago ascrianças, com tanto mimo, quebramtudo, é verdade... mas não é motivopara prival-os de brinquedos novos!
Como si ella tambem não estragasseos vestidos e os chapéus, para compraroutros! E o que é a vida, senão a con-tinua renovação de tudo o que se estra-ga 7 I
São uns verdadeiros diabretes, osmeus netinhos! Mas, são a alegria e oencanto desta casa!
Que seria de mim sem elles?... {pon-do os dedos nos lábios) Aqui agora, queninguém nos ouve... {olha para umlado . para outro, a ver si vem alguém)
O filho passa o dia na rua...traba-lhando, já se vê. A noite, com a mulherou sem a mulher, tem sempre um thea-tro, um cinema, ou alguma visita. Aminha nora, essa me faz grande favorquando sae a passeio e deixa-me as cri-ancas! Tem um gênio... k Mussolini!... Tudo ha de andar correndo á suavontade, em cima de rodinhas... e aide quem faltar á disciplina. Quandopega no chinello para dar em um filho,... eu é que fico a tremer, porque nãoposso dizer nada!
E que adoráveis crianças, que são os
O V( MONOLOGO)
meus netinhos! que intelligeiites! quetudo !...
Julito, o mais velhinho, (sete annos)escreveu-me no meu anniversario umaencantadora cartinha, tão cheia deamores como de erros de grammatica.A mãe ficou toda aborrecida com os er-
AO
___a 2?_______A__I_-
( ^5n^_è
ros, e queria rasgar a carta. O pobre-zinho chorou! Que importam os er-ros ?! O que vale é o sentimento do co-ração. O mais é vaidade. Outro dia, foio Luluca, um gorduchinho de cinco an-nos, que correndo heroicamente parapegar uma lagartixa, que elle tomarapor um jacaré, metteu os pés em cimadas violetas de sua Mãe... Céus! foiuma barulhada!
E como si não bastassem os belis-cões, o menino ficou sem sobremesa.',
Ora, achando que o castigo era maiorque a culpa, apanhei as escondidas umbom-boccado... um só! Mas fui tãocaipóra, que a minha nora embarafus-tou pelo quarto a dentro, no momentoem que eu depunha o doce na mão dogury!
Imaginem... fiquei logo sem geito,procurando a porta... mas n_o me livreido pito í
O senhor tira todo o prestigio daminha autoridade! Não é assim que seeducam as crianças !...
E' verdade, disse eu, querendodesviar maior furor sobre o pequeno..mereço ficar preso a pão e água.
E logo senti que me puxavam pelaaba do casaco... Era a caçula, a pe-quenina Tété, que fazendo-me abaixardisse-me ao ouvido:
— Não sola não, vovô! Si bossê ficapêzo, eu ti levo um bicòto.
E não ha de a gente ficar idiota, comtodas estas provas de affecto?!
Mas... que rumor é este? passa amão na orelha em forma de cometa...Ah! são elles, que ahi vêm, aos gritos,aos empurrões! Estão a minha procura... Com licença, meus senhores, antesde tudo.
Sou avô!
{Faz uma reverencia, pega na ben-gala, e sahe apressado, manquejanão,debaixo de uma salva de palmas).
GANDOUN
__/v^_______-______?---^DO D*-. •ABE TUD
H^
<0^y ^Pru
Oliveirinha {Bahia) — Revela a gra-phia um temperamento calmo, dado aoestudo e contemplação de tudo que acerca. Em conseqüência, é a consulen-te muito methodica, cumpridora de de-veres, zeloza e, mais do que tudo, mui-to amiga dos arranjos da casa. Bon-dade cordial não lhe falta, nem paraaquelles que a criticam injustamente,pedra talisman é a esmeralda.
Jucá Marreco {São Paulo) — Nãoposso enviar retratos graphologicos pe-lo correio. Dou-os aqui, pelo O Tico-Tico.
Luisinho Mamcde (B. Horisonte)— Entreguei a photographia á redac-ção para ser publicada. A idade do Vo-
vô! não se sabe, ao certo. E' muito ve-lho, muito feio mas, tambem, bastantecarinhoso para as crianças.
Olavo Petra {Rio) — O decreto temo u°. 4982, de 24 de Dezembro de 1925.
Trevo Azul {Rio) — O anno de1928 corresponde ao I4O d0 calendário
positivisa. O dia 30 de Abril corres-ponde ao dia 9 de César.
Mal-me-qucr {Rio) — Vestido azulmarinho com sapatos brancos? Nãoacho que sirva. Escolha a cor brancapara toda a toilette.
Forget me not (/. de Fora) — "O
lenço" é uma bailada de Schiller. Estávestida para a nossa lingua, em opti-mos versos, de Mucio Teixeira. Peça as
Ultimas Cigarras á livraria Pimenta deMello — R. Sachet 34( nesta capital.
Amiguinho das creanças {Natal) —Só tenho um exemplar, que. lhe enviei,grátis, pelo correio, sob registro. Es-creva directamente ao dr. Moncorvo Fi-lho, nesa capital.
Mlle Fulaninha {Rio) — Eu tambemacho que a menina não deve assistir áscxhibiçÕes de taes fitas. O critério deseu papae, porém, melhor resolverá.
Oito e oito {P. Alegre) — Em qual-quer compêndio de arithmetica vocêencontra a explicação pedida; no própriolivro citado está ella, claramente ex-posta, á pagina 103. Dos cinco proble-mas enviados apenas o segundo estáerrado.
13 — Junho 1928 — 25 O T I C O-T I C O
+wviJ!!Li!!aKmiBÊ^^
QUINHENTAS C AR AMBOLASNaquella pacata cidade do interior a única distração
que havia para os rapazes era o bilhar do velho Mandtl-ca. Reuniam-se ali os melhores "tacos" do logar disputan-do renhidas partidas.
A' porta, apreciando o jogo, ficavam alguns peque-nos, entre os quaes o Severino, orphão de pae e mãe eque sustentava a velha avó doente que o creara.
Era scrviçal e trabalhador o Severino, cuidando doseu pequeno roçado de mandiosa, "macacheira", (1) bata-tas, milho e feijão que colhia nas épocas próprias e ia ven-der nas feiras.
Teria elle uns doze annos, e apezar de ser pequenoPara a idade, era um verdadeiro homenzinho.
Aos domingos, enfarpelado na sua fatiota nova deknm de agodão "riscadinho", botina de couro crú, colla-¦"jnho engommado e gravata, lá estava elle no bilhar, apre-clando o jogo com tanta intelligencia, e golpe de vista tãoseguro que pela posição das bolas e direcçao do taco sa-Dla de ante-mão, si o jogador iria carambolar ou perdera jogada.
Quando o jogador era seu conhecido e muito "pe-enote", (2) não se continha que não dissesse, ás vezesaconselhando-0:
—- Pela tabeliã!... Dá "effeito contrario!" Joga pelaencarnada!... Conselhos que sendo seguidos davam sem-Pre em resultado a carambola arriscada e difficil de ser fei-ta e o parceiro contrario exclamar aborrecido:
—- Pcrú (3) não pode dar voto!O mais interessante é que o Severino nunca havia
Pegado em um taco para jogar, quando um dia, apreciar--do uma partida entre dois jogadores de fama, apresen-tou-se uma carambola difficil de ser feita. O jogador an-?°u para um lado, andou para o outro procurando a me-lhor posição de atacar o jogo sem perder o ponto que iriadecidir a partida.
Resolveu-se, por fim a jogar, quando o Sevrino, re-Parando a posição do taco, não se conteve e exclamou:
Assim vae perder na certa!Não se metta, menino, que você não entende dis-
°" • E j°gou. As bolas não se chocaram como elle cal-culava.
¦—Eu não disse que assim vosmecê ia perder?...O outro parceiro a quem só faltava tambem um pon-o para ganhar, fez a carambola com uma bôa " ficada"*ÍUe o parceiro deixara, ganhando a partida.O que perdeu ficou muito aborrecido e arrumando na
eza do bilhar as tres bolas na posição em que estavamguando lhe falhara a carambola, disse ao Severino:
£2) — ArP'm
(X\ ^nexperiente no jogov ) —• Pessoa que acompanha o jogo sem tomar parte.
Quero ver como é que você "faz esta bola"? Elhe entregou o taco._0 Severino nunca havia pegado em um taco do jogosenão em sonhos, quando fazia centenas de carambolas
sem perder uma só. Encheu-se de coragem e com toda acalma respondeu:¦— Eu fazia assim: Passou o taco por "traz das cos-tas e, com uma tacada firme e certeira, caramboldu.Bravo!
Bonito!—Ahi, Severino!Foram as exclamações que soltaram os que rodeavama meza do bilhar.
E' que você não faz outra cousa senão jogar, dis-se o sujeito que perdera.Não, senhor, contestou o Severino. E' a primeiravez que pego em taco. Só tenho jogado com os olhos eem sonho.
Dias depois desse domingo o dono do bilhar observouque seu empregado o vinha lczando na prestação de contasdos tempos" pagos pelos jogadores.Delicadamente, sem fazer escândalo, nem dizer nadaa ninguém, o despediu, convidando o Severino, que eraum rapazinho muito serio e honesto, para tomar contado logar de caixeiro do bilhar.
Elle aceitou. Botaria um camarada para cuidar daUa.,roça e elle Cearia ali tomando conta do bilhar, pois ovelho Manduca, seu proprietário, estava doente e precisa-va de descanso.Nas horas vagas, ou quando não havia jogadores, oSeverino se divertia, jogando sosinho, adextrando-se em
carambolas de difficil execução.Perto do dia de S. João o velho Manduca peorou dos
seus incommodos; precisava ir para a capital fazer umaoperação, e começou a procurar um comprador para obilhar. Dava tudo por um conto de réis e não achava com-prador.
Um sujeito da villa próxima chegou a offerecer oi-tocentos mil réis; e quando viu que o velho estava já ce-dendo, pela necessidade de se retirar, retirou tambem ei-le a palavra, allegando precisar daquelle dinheiro para afundação de uma safra de cannas.
O caso é que não se vendeu o bilhar e na noite davéspera do São João, a cidade estava cheia dc gente quevinha de longe assistir á festa do Santo na egrejinha dooiteiro do seu nome.
Entre os forasteiros havia um moço muito fanfarrão,caixeiro-viajante de grande casa commercial da cidade,e que, por se chamar João, havia offerecido um jantarfartamente regado, a diversos collegas e amigos ali re-tinidos.
A' note foram ao bilhar e elle desafiou os melho-res jogadores para uma partida, pois se dizia campeão
O T I C 0-T I C O 26 — 13 _ Junho — 192$
daquelle jogo, tendo até ganho uma vez em um dispu-tado torneio uma grande medalha de ouro com dois bri-lhantes e um rubi, symbolisando as tres bolas, e queostentava orgulhoso, dependurada na sua corrente de rc-logio.
Com effeito, jogara com os tres melhores "tacos" dolugar, "dando partido" a todos, e ganhava facilmente.
Na unha do Severino é que você perdia bonito, ai-guem lhe disse.
E quem é esse tal Severino? perguntou eltecE' o caixeirinho aqui do bilhar; e o apontaram.Aquelle fedêlho?!... Perguntou rindo o campeão.
Pois perguntem si elle quer jogar commigo uma partida-sinha de cem pontos, eu lhe dando uma "lambugem" no-venta e nove...
Foram chamar o Severino que se recusou a jogar, di-zendo que era um simples empregado e não podia jogar.Certamente o patrão sabendo disso não gostaria.
Por sua felicidade, o velho Manduca, que tinha idoá egreja, entrava na oceasião e diversos camaradas pedi-ram que elle desse licença para o Severino jogar com umrapaz da cidade e que estava contando muita prosa.
O velho Manduca consentiu.O caixeiro viajante, todo vaidoso, disse, então, ao Se-
verino:Você quer mesmo o partidosinho de 99 em cem
pontos, menino?Não, senhor. Eu, com um parceiro forte como o
senhor é, só jogo "taco a taco", e uma partida de qui-
nhentos.¦—Que está me dizendo?!—E' a verdade.
Neste caso vamos fazer uma apostasinha...Não, senhor. Eu não jogo a dinheiro. Quem per-
der paga o tempo. E só por distração.Ma eu faço questão da aposta. E' um conto de
réis meu contra dez mil réis seus.Não aposto porque não quero ganhar seu conto
de réis...Aposta, Severino!Segura na palavra, rapaz! Exclamaram seus ami-
Ainda que eu quizesse não podia, porque nao te-nho aqui dez mil réis meus.
Por isso não, disse o velho Manduca enthusiasman-do-se. Aqui tem os dez mil, por elle, arrematou pondoem cima do bilhar uma cédula daquelle valor.
E aqui tem o meu conto de reis! exclamou o cai-xeiro-vajante, tirando de um grosso rolo de notas, duascédulas de 500 mil réis.
Debaixo de grande emoção começou o jogo. O rapazera, realmente forte no bilhar. Com rapidez fez em meia
hora oitenta e quatro carambolas. Enthusiasmado se esque-cia de pôr um pouco de jiz na sola da extremidade dotaco.
Passando perto do Severino este, delicadamente, lheestendeu o pequeno cubo de jiz, perguntando:Não quer jiz? Olhe que o taco vae "espirrar".
Não tenha medo disso que elle ainda não estáconstipado...
E bateu na bola. A pancada resvalou. O taco "es-
pirrara".-— Eu não disse? commentou o Severino, aceres-centando logo, cavalheirescamente:
Pôde dar outra...Não, senhor, respondeu o viajalnte, cheio de
despeito e orgulho. "Espirrou", está "espirrado". Pôdejogar.
Com toda a calma o Severino começou a jogar,tendo feito logo a carambola inicial que era difficilimapela posição caprichosa em que tinham ficado as bolasdepois do "espirro" do taco do parceiro.
Assim fez, suecessivamente, e com rapidez, cento eoitenta e cinco carambolas.
Ia fazer a 186.a quando o inesperado estouro de ummorteiro da festa fez com que elle tremesse com o bra-ço desviando a bola que passou rente á terceira em quedevia bater para carambolar.
—: Pôde dar outra, disse, por gentileza, o via-jante. Não, senhor, obrigado. Estremeci, está estreme-cido, respondeu o Severino.
O parceiro recomeçou então a jogar. Estava, po-rém, visivelmente perturbado, pois não conseguiu fazermais de 38 pontos seguidos.
Ao cabo de duas horas em que o Severino perderaapenas tres carambolas, completava elle, serenamente, os500 pontas, emquanto seu antagoniste fizerjx somente236 pontos! Nem a metade da partida!
O Severino não quiz receber o dinheiro da aposta;mais o parceiro fez questão de que elle o aceitasse, poishavia ganho.
Com aquella quantia, no dia seguinte, comprou obilhar, remodelando-o com uma nova pintura, dotando-ode um pequeno bar e charutaria.
O acto foi muito commentado, na cidade e arredo-res, só se falando nas 500 carambolas que elle fizera empouco mais de duas horas, pelo que o bilhar tomou onome do "500 carambolas", e o povo na sua ingênua ma-nia de appellidar os seus heroes, alcunharam logo seunovo proprietário de Severino Quinhentos, alludindo aos5oo pontos que elle fizera, ganhando a memorável parti-da da véspera do'São João.
M. MAIA ;
OS NOSSOS AMIGUINHOSmmmmmí flff
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Iracema Salgueiro AlvesPinto — São Paulo
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Maria Apparecida,nossa leitora de São Paulo
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Vicentina, filha doSr. Alfredo Planella
Pelotas — R. G. do Sul
Affonso,filhinho do Sr. Fernando
de Aguiar Carvalho
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M© MMMB®
Virgínia Cray, amais beliij me-nina do CÍnemn,na photográflUiajunto, pareceique vae dansarum tango com asua boneca de
panno.
O Sardento é umpequeno que usaóculos e faz agente rir no Ci-nema. As vezes,como aconteceuagora, o Sardentofaz jús a umaspalmadas que sãog o s t o sa m en tecontadas pelo
Pindobinha.
1" — Junho — 1928 29 — O TICO-TICO
f"zZE MACACO, FAUSTIMA EC?...O REAPPARÈC/MEnTO DOS VELHOS PERSONAGENS DO Tf CO-Tf CO'~VS£AZ
~^1
^-—_____[_L__ I f rA—e-.7\^rn. _ ,, ^_-Qp-ÕT^n¦ .»*»- ii. .iie_im.il, o .1)0o iiónil.?» /y ^'7ov-^r--~----*JLllo c II o oll g oiiooji ooiJooiiooDo o \S fl[ Tjpp*) .?<. X ^—^ V
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HUMA BELLA MANHll DE MAIO AKANH£CEU HCfpÕrATÔ Z____2_____ — ~ -____-—<_T~" \J\•4-*V TRANSATiAMT/CO PROCEDENTE OEWAtYKItfTcHMA). _______ J/V-T^/1-?/^ ,çAD0 0 pavilha~o"ZÈMACACO"- HO cães, ò ^^—~—"""
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(Euçasreo.e W^âf^^ =[HOSPEDAR rfUM X Y-y QUEREMOS UMYRRANHACÈO' } jfE\ /QUE CASAL \ VV APFARTAMEN.o
ICO*OOR,0\ { CtT^ SERAÕ 80L* Ali EQlieM ^ TO ANDAR >
¦ "7VI MUDADO' C\^\.A\ 1 CWEVISTA**.7 MANDA' (-^lWQUE 8ELLEZA.'] \\ \\A EUNA.tN- \°&W H O T _____ l
O TICO-TICO — 30 — 13 — Junho 1923
AS PALMEIRAS DO NORTE(CAIXA MYSTERIOSA)
O sr. Augusto precisava falar com o jardineiro e pen-saneio que certamente o encontraria no pomar, para lá sedirigiu.
Elza acompanhou o pae e não querendo perdertempo ia brincando com sua bola de borracha.
Ao se aproximarem do portão do fundo, ouviramapregoar bem perto:
"Palmito! Coco da Bahia, Palmito!"Elza sabia que seus pães não gostavam que as cri-
ancas pedissem tudo quanto vissem , mais na linguaformigava-lhe o desejo de o fazer.
Adivinhando as intenções da filha, o sr. Augustochamou o rapaz que passava com o taboleiro equilibra-do sobre a cabeça.
Só ao vel-o qualquer diria que era nortista: esta-tura regular, muito moreno, cabeça chata...
"Boa tarde!" desejou elle em voz sonora,arrastando o "r" em melodioso sotaque nortista.
Boa tarde! Você é do Norte, rapaz?A physionomia do moço se transfigurou de jubi-
Io, diante da sympathia com que era feita a pergunta; eesse mesmo enthusiasmo ainda lhe fez pronunciar assyllabas mais "abertas" e mais cantadas:
• "Sim senhor é verdade! Já esteve lá, dótor?"•— Muito pouco tempo mas nem por isso conservo,
menos saudade. "Ah! dótor, não diga essa palavra, não! Tudo
me lembra a minha terra." Conte-me um pouco das cousas de lá! pediu
Elza. Onde era tua casa?"Meus pães moravam no engenho, mas eu
passava a maior parte do tempo pescando, por isso lána barranca do rio armei meu rancho, todo elle feitode palmeira." ,
Ah! na sua "terra tem palmeiras onde canta osabiá?"
Tem, sim, e de todas as qualidades e nós so-mos gratos ás palmeiras que nos prestam tão bons ser-viços. Da mesma carnaúba de cujo tronco e de cujasfolhas fiz meu rancho, também fiz a rede na qual dur-mia."
Você dormia na rede? "E ainda não perdi esse habito!" Deve ser bom! mas continue a contar... "De madrugada, levantava com os passari-nhos, tomava a canoa de tronco de Burity, léváva a tar-
rafa tecida com os fios dessa palmeira e ia pescar norio. As dez horas voltava com a canoa cheia de peixese ia fazer o almoço.
—*- Naturalmente comia peixe? perguntou o sr.Augusto.;
¦ "Sim, senhor; peixe frito em azeite de Ba-caba ou de Baguassú, que são as duas palmeiras cujosfrutos dão mais oleo; palmito ou pirão de farinha deCarnaúba; e tomava o vinho também de palmeira, As-sahy ou Burity. Como sobre a mesa ás vezes abria umCôio ou então procurava Butiá, que é um coquinho gos-toso."
Nós aqui no Sul não conhecemos tantas pai-meiras úteis, disse o sr. Augusto. Sei que o Urucuryserve para defumar o leite da borracha. E a cera deCarandá, você também colhia?
¦ "Carandá? No Matto Grosso é que a cha-mam^ assim! No Norte nós dizemos cera de Carnaúba.Vendi muitos centos de kilos desta cera, que brota dasfolhas da palmeira. E' de muito boa qualidade e princi-palmente de grande resistência, pois só derrete a 70.*1graus."
O sr. Augusto teve pena do bom nortista nostal-gico. Pareceu-lhe ser moço intelligente e trabalhador edispoz-se a ajudal-o.
—¦— Gostei dos seus modos, e como no meu es-criptorio preciso de um rapaz esperto, vou dar-lhe esseemprego.
• "Muito, muito obrigado! — Patrão dá liceu-ça que óffereça esta figa de marfim vegetal á sua fi-lha?
E o nortista, commovido e grato entregou á me-nina uma recordação de sua terra. Era um lindo tra-balho de entalhe, exeavado no âmago branco do frutoda palmeira a que na Europa dão o nome de "marfimvegetal do Brasil."
TIO N OU GUI
A VONTADE DO FREGUEZ
Numa loja de roupa feita.O empregado:
Patrão, aquelle freguez perguntasi a fazenda não encolhe.,
O Patrão:Fica-lhe larga a roupa?Sim, sgenhor.Pois diga-lhe que sim.
<S> •$><$>
Papá, ¦— perguntou o pequeninoHenrique, — é justo o meu mestre cas-tigar-me pnr uma cousa que não fiz?
Com certeza qui não, — replicou opae.
Pois elle, castigou-me, por eu nãoter feito as contas que me passou I
A MORTEAMIvossosTILHOS!/Vdae-ihesl/Se/» OíAfOJeA
VaM
tomomillinq,Ç UníCO REMÉDIO OUE EVITAI CUra asDOENpASdaDENTICAO.tomo. GASTRO-ÉNTERITS. FEBRE
/fnsomnla.Diarrhéa.Çollcaj.tl*;., im ToõÃí
afiara urifcasfmíras/-ar. -*> --S7\. -a\ ,,
GAIOLA
Scatoün — Sua carta enigmática está
boa. Deve entretanto fazer os traços
mais fortes e tirar aquelle "vossa" da
segunda quadra, substituindo-o porA' venda em todas as pharmacias.
13 — Junho — 1928 — 31 - O TICO-TICO
«##««
RESULTADO DO CONCURSO N. 3231
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A solução exacta do concurso
Solucionistas: — Yolanda Barros Frei-*e, Alfredo Klinger, Nietta Lemos Duarte,Antônio Gildra, Irita Villa Bella, LydiaS^iTea, Euiza Corrêa, Aurelia Wilches,Maria Amalia Gonçalves, Luiz de FreitasJúnior, Hélio Vai de Souza, Oswaldogamara e Costa, Newton de Oliveira,•oraulinha de Souza, Luiz Volyse, OttohEugênio Menezes, Moacyr Pimenta Pedro-"». Bruno Baffardi, Yolanda Dias, HélioCarvalho Lima, Sylvio da Fonseca, Rubem¦as Leal, Armando C. Azeta, Iracema^uunarães, Antônio C. P"ereira de Freitas,Auxibio de Souza Valente, Felicidaderandão Carvalho, Marina Nascimento,^ysler Mosso, Paulo Torga, Felicio Rinal-5? Giannini, Pedro Welte, José da SilvaMangualde, Heloisa P. Freitas, Maria An-tonietta Pontual Cavalcanti, Ruy Vallada-^s Porto, Ruy da Costa Mesquita, GeorgeK- Phillips, Layde Jartnotti, Durvalito Oli-^«lra, Dinah Cunha, Léa Buffardi, Ruith<k Macedo Soares, Léa de Macedo Soares,Maria Lygia Loureiro, Raul Esteves Ran-""¦Ç". Octaviano Galvão, Igilda Aguiar Lo-oao, Floriano Soattolb. Moacyr P. Pe-<jr°so, Antônio Pitanga G. da Silva, Jorge*** Barros Barreto, Maria Angela Amaralü0 Valle, Guilherme Gunther, José Henri-^u« da Silva, Murillo Pires de Carvalho,^y de Oliveira Brandão, Rubem de Oli-"f^ra
Brandão, Duke Moraes, Walter Al-^"to Uiognatz, Anna Costa, Luiz Figuei-\% Euclydes Gonçalves de Macedo, JoséMaria Uchôa Daltro, Maria José Ucbôa
altro, Waldemar de Almeira, Francisco"^jpsto de Bulhões Carvalho, Helena
F°i 9 seguinte o resultado final do con-curso .*
10 Prêmio:MARIA AMALIA GONÇALVES
GRANDE CONCURSO
DE SÃO JOÃO
No próximo numero ini-ciaremos a publicação dosnomes dos concurrentesdeste grande certamen.
PARA A SYPHILIS E
SUAS TERRÍVEIS CON-
SEQÜÊNCIAS
psae QPODEROSO DEPURA.
XIVO DO SANGUE
ELIXIR DE NOGUEIRADO PHAR-tl. CHIM.
JOÃO DA SILVA SILVEIRA
Milhares de attestados médicos •> decurados I
50 anno» de prodígios!Grande
DEPURATIVO DO SANGUH
AS TOSSES, BRONCHI.
TES, CATHARROS DO iPULMÃO B FRAQUEZA \GERAL DESAPPARE-
CEM COM O TONICQ
DOS PULMÕES
VINHO CREOSOTADO00 PHAS1I. CHIU.
JOÃO DA SILVA SILVEIRA
de 11 annos de idade e moradora á ruaXingu', Villa Alvarenga, em São Paulo.
2° Prêmio:
LUIZ FIGUEIRA
de 9 annos de idade e residente em SãoJosé d"Além Parahyba, Estado de MinasGeraes.
RESULTADO DO CONCURSO N. 3234
Respostas certas:
Ia — Casaca.2' — Parede.3* — Cabra.4* — Thesouro — Tesoura.5 — Café.
Solucionistas: — Sylvio Gracie do Cie-su, Yolanda de Mello, Celio Azevedo,Georgette Caldas Motta, Newton de Oli-veira, Heloiza da Fonseca Rodrigues Lo-pes, Pedro Affonso da Rocha Santos, Gil-son Soares Rodrigues, Helena dc Abreu,Deraldo Goulart, Maritza Dias, Marilia doC. Ribeiro, Maria Amalia Gonçalves, Ayr-ton Sá dos Santos, Dulce Campos de Oü-veira, Jorginho Aucar, Henrique OctavioCoútinho Ferreira, Waldyr Fraga Coelho.Auxibio de Souza Valente, Lucy RibeiroSobral, Rubem Dias Leal, Fernando Ri-dei, Delia de Souza, Jorge de Barros Bar-reto, Laurinha Vellozo, José da Silva Man-gualde, Pedro Welte, Maria Thereza For-tuna, Edemar Pillar Cordeiro, Darcy Li-ma, Lydia Ferreír,-. da Silva, Maria IzaunRodrigues, Paulito Pacheco Fleury, Anto-nio Amorim, Nizette Maria Tito de Oli-veira, F. Gonçalves Couto Filho, MariaAdelaide Loureiro, Sara Sifechitz, New-ton L. de Carvalho, Maria Emilia LopesCezar, Braulinha de Souza, Rubens M. deBarros, Euclydes Gonçalves de Macedo,Ruy da Costa Mesquita, Dirce Bitten-court, Sylvia Moreira Lima, Francisco Er-nesto de Bulhões Carvalho, Marina Gra-ner, Arnaldo Graner, Paulo Granar, Ser-gio Graner, Anvar A. Helail, Diva Mi-randa, Nelson Gille, Maria de LourdesPeixoto, Buju' de Mello, Renée de AraujoMachado, Irita Villa B.ila, Iracema Gui-
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O TICO-TICO
as» PáraJt
"Crianças
— 32 —
2a — Qual o instrumento cortante for-inado pela nota musical e pelo advérbio?
13 — Junho 192S
«
Vermes -¦*¦-—«* LACTOVERMILDiarrhéas ¦ . i-l CAZEON
AUMENTO-MEDICAMENTOSypHltis —¦* LACTARGYL
rESrjCAB DESDE O NASCIMENTOCoqueluche -«* HUSTENII}
TOSSES GOTTASyOMITOS ¦¦ '¦ - ' JPEPSIL
DYSPEPS1AS TE1-DIGESTÍVCÍ ^Fraqueza-^TONICO INFANTIL)!
ANEMIAS SABOK DE ASSUCAS ,'(RAÇHmsMO-^LEBERTRAN "A**
'(no crescimento)f arinhas—? CREME JNFANTILJ
X14VAEIEDADES)y- h*lâtaatorio KutrotherapicoÍDR, RAUL LEITE & CJA. ,
Rüá Gonçalves Dias, 73 •— Rio
jnarães, Dezinho Rabello, Maria Appare-cida Ferreira, Armando Aguiar, LúciaAmélia Hartley de Souza, Hernani La-zary, José Maria Uchôa Daltro, SérgioGeraldo Teixeira, Yara Aguiar, MarinaTojairo, Carmen de Almeida Torres,Yvonne Pinto Coelho, Nancy Guahyba,Carlos de Freitas Casanovas, Cleopatrada Silva Cabral, Fernando Octavio Gon-çalves, Ione Maria de Castro, Yedda RegaiPossolo, José Maria Uchôa Daltro, Lour-des Gaspar, Henrique Nepomusceno Sobri-nho, Ergilio Cláudio da Silva, Sylvio Soa-res Portella, Otton Eugênio Menezes.
Foi premiado o concorrente:
EDMAR PILLAR CORDEIRO
de 8 annos de idade e morador á ruaPontes Corrêa 66, nesta Capital.
(2 syllabas)Antônio Ananias
3a — Qual o noni2 de mulher que é tem-po de verbo?
(2 syllabas)Lia Gonzaga
4" — Qual a mulher que com a inicialtrocada é fructa?
CONCURSO N. 3-244
Para os leitores desta capital e dosEstados próximos
Perguntas:
!» _ Qual o tempero que com a inicialtrocada é parte do corpo?
(2 syllabas)André Castro
As soluções devem ser envadas á reda-cção d'0 Tico-Tico, separadas das de ou-declarações de idade e residência, assigna-tura do proprk punho do concorrente oainda do vale que vae publicado a seguire tem o n. 3.244.
Para este concurso, que será encerradono dia 8 de Julho vindouro, daremos cornoprêmio, por s^i.e, entre as soluções cer-tas, um rico livro para a infância.
9(2 syllabas)
Eva Guimarães
51 — com P sou animal.com F sou utensílio.com M sou leito.
(2 syllabas)Ruth Mello
COMCVRfO
N$v 3.244
CONCURSO N. 3.245Para os leitores desta capital e dos EsTí.dcs
y^DIE -...
yysRecortem os pedaços do clichê acima e
formem com elles a figura da um jacaréque Zé Macaco matou no rio Amazonas.
As soluções devem ser envadas á reda-cção d'0 Tico-Tico, separadas das de ou-tros quaesquer concursos, acompanhadasdas declarações de idade e residência, assi-gnatura do próprio punho do concorrente e
ainda do vale que vae publicado a seguire tam o n. 3.245.
Para este concurso, que será encerradatio dia 20 de Julho próximo, daremos comoprêmios, de Io e 2* logares, por sorte, en-tre as soluções, certas, dois ricos livrosillustrados para a infância.
pílulas rÉbH^ aPAR^OCONOJKS©
Hí£ 3.245
(wlulas de papaina e podo-PHYLINA}
Empregadas com suecesso nas moléstiasdo estômago, fígado ou intestinos. Estaspilulas além de tônicas, são indicadas nasdyspepsias, dores de cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo e regularisador das fun«cções gastro-intestinaes.
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ASSISygP»
assadUarasdas creanças
13 Junho 1928 — 33 — O TICO-TICO
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o(, Ar puro e...FARINHA LÁCTEA
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ESTLÉfazemcrianças
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fortes
A MORTE DA GRIPPE
%*/ lenha íomaddjcfmm éanàcfIsema mencn,Aeceàfy& A.l^constipaJç^yjsse/mg^ipbér\
I pozaue mamãe mandou, Ní/ xiomprla/c seis vidJws u
/ -da. -mUag^osa- ff>
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A' venda em todas as pharmacias e drogarias
CONTOS PRIMAVERISD E
Rachel PradoLindo livro illustrado — Próprio para a infância .
juventude.A venda nas Livrarias: Alves, Gaknier e Leite
Ribeiro.
V
'Durante arnd eõtàçdo,
uma colher de
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mao
dada a í^mmlseus filhos,
q/udal-os-d aconciliai* o somnoe eOibar-lhes-áum resfpiado.
VENDE-SE ÍK V0DA5 AS PMARMAÇIA5 E OR0GAHIA5°r.__cto_ r KOFFtíASN-u nocHt i c; -oan 5 -UNIC05 COSCE..5I.NARI05 HIJ&O MOUNARI i. C* l 10RIO DC JANEIRO. 5« ->» >i_0.
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O TICO-TICO — 34 ^ 13 — Junho 1928
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33 —- Junho — 1928 — 35 — O T I C O-T I CO
O rr\J u O
Ct-axnpagitei..... é -tmbém uma vida. alguma, e oqualidade de bis? mais apropriadocorto AYMORE. _^a servir^ se comÈ_>ricado com es/^ ^ as mais ítrias be~mero, esse biscoito \a í?^5-tem o sabor deli~ ú;l Nao se esqueça:cioso e,sem du-^UL" G****rçpw*e
BISCW 1|0S
M%mW mWaWmMmW mm JESfSECC.NOR
MOINHO INGlt.J. P.
S T O j 1
AS AVENTURAS DO CHiQU\mO - ^KV^YvMà^.. .tio e com uma vara lá se fo-ram rio abaixo. Tudo iria muitobem, si não viessem aos garo-tos a idéa de jacarés. Porcumulo do azar Chiquinho...
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1Chiquinho e Benjamim
arranjaram duas bacias debanho para servirem decanoas E, sem convidarJagunço, puzeram-na no
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...viu emergir uma cabe-1ça suspeita. Esquecendo-se de guiar a canoa, es-barrou numa pedra e sos--sobrou. Com o naufra»...
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..gio de Chiquinho, Benjamimteve a mesma sorte. Jagunçodando por falta dos garotos sa-hiu a procural-os e chegou nomomento preciso. Finalmente osmeninos verificaram que o..
...supposto Jacaré nada mais eraque um pedaço de páo. Chega-ram em casa molhados e perde-ram as bacias. Já se sabe o re-sultado: entraram na lenha,¦numa âóse de boas palmadas.