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Trabalhos Académicos
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Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Accionista Nº Acções %
Santander Totta SGPS SA 574356881 97,38
TaxaGest SGPS SA 14593315 2,47
O perímetro de consolidação do BST é
constituído pelas empresas subsidiárias, associadas, e
pelas Entidades de Finalidade Especial (SPE)
apresentadas na F. As SPE Hipototta foram criadas no
âmbito de operações de securitização e como tal o
BST detém a maior parte dos riscos e benefícios
associados à sua actividade, logo devem ser
incluídas no perímetro de consolidação de acordo
com a IAS27. As entidades Hipototta FTC são
responsáveis pela emissão dos fundos de titularização
de créditos enquanto que as entidades Hipototta
PLC são responsáveis pela subscrição das unidades
de participação dos fundos de titularização.
O BST consolida as suas subsidiárias pelo
método de consolidação integral (todas à excepção
da Pinto Totta International Finance e Totta Crédito
Especializado) e as associadas pelo método
proporcional (Pinto Totta International Finance). As
1. O Banco Santander Totta
1.1. História
1.2. Perímetro, Métodos e Técnicas de
Consolidação
Fig. 1 - ESTRUTURA ACCIONISTA DO BST
A Santander Totta SGPS SA detém a maioria do capital do BST.
Fig. 2 – ENTIDADES RELACIONADAS COM O BST
Fig. 3 – ESTRUTURA DO GRUPO E MÉTODOS DE
CONSOLIDAÇÃO
Todas as esmpresas do grupo consolidam pelo método integral à
excepção da Pinto Totta International Finance e da Totta Crédito
Especializado.
O Banco Santander entrou em Portugal em 1988
adquirindo uma pequena participação no Banco de
Comércio e Indústria (BCI). Nesse mesmo ano é criado o
Banco Santander de Negócios Portugal. Em 1993 reforça a
sua participação no BCI tornando-se maioritária. Em 1998
a designação social do BCI passa a Banco Santander
Portugal e em 2000 o Grupo Santander adquire o Banco
Totta & Açores e o Crédito Predial Português (CPP). Em 2004 dá-se a fusão do Totta, Santander Portugal e CPP numa
única entidade – Banco Santander Totta detida pela holding Santander Totta SGPS. Nessa altura as marcas Santander e
Totta permanecem autónomas até 2006 ano em que são fundidas numa única marca - Santander Totta. O Banco
Santander Totta (BST) é detido maioritariamente pela Sociedade de Gestão de Participações Sociais Santander Totta
SGPS SA, a qual detém, 97,38% do capital social. A outra participação mais significativa no capital do BST é da Taxa Gest
– SGPS SA, a qual detém 2,47% do mesmo.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
empresas multigrupo, como é o caso da Totta Crédito Especializado são consolidadas pelo método de equivalência
patrimonial.
Nos termos do IAS 27 e da SIC 12, dado que o BST detém a maior parte dos riscos e benefícios associados às
operações de titularização de crédito à habitação, são consolidados os veículos correspondentes a essas operações
(através do método integral).
Relativamente à técnica de consolidação, não há referência explícita no Relatório e Contas do grupo.
O crédito a clientes representa quase 80% do total
do activo do BST, enquanto que no Sector bancário este
valor é consideravelmente mais baixo (aproximadamente
65%). As aplicações em instituições de crédito são a segunda
rubrica com maior peso com cerca de 10%, enquanto que
no Sector são as disponibilidades em outras instituições de
crédito com 9,33%.
Do lado do passivo, os recursos de clientes e outros
empréstimos têm vindo a perder peso para as
responsabilidades representadas por títulos, as quais em 2006
valem 40,8%. Na média do sector bancário, os recursos de
clientes e outros empréstimos são a principal origem de
recursos, embora o seu peso também tenha sofrido um
decréscimo entre 2005 e 2006, representam praticamente
50% do total. Em segundo lugar aparecem as
responsabilidades representadas por títulos com um peso de
25,71% e em terceiro lugar os recursos de outras instituições
de crédito com 13,60%.
1.3. Elementos Financeiros
Fig. 4 - COMPOSIÇÃO DO ACTIVO DO BST O crédito a clientes tem um peso de quase 80% do total dos
activos.
Fonte: Relatórios e Contas do BST, anos 2005 e 2006.
Fig. 5 - COMPOSIÇÃO DO ACTIVO DO SECTOR O crédito a clientes tem um peso de 66,1% do total dos
activos.
Fonte: Relatórios de Estabilidade do Sistema Financeiro, 2006, Banco
de Portugal.
Fig. 6 - COMPOSIÇÃO DO PASSIVO DO BST
Em 2006 as responsabilidades representadas por títulos
ultrapassaram o peso dos recursos de clientes e outros
empréstimos.
Fonte: Relatórios e Contas do BST, anos 2005 e 2006.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 7 - BALANÇO CONSOLIDADO DO BANCO SANTANDER TOTTA
O activo cresceu apenas 0,3% entre 2005 e 2006, e o passivo decresceu 1,5%. Os activos financeiros disponíveis para venda perderam
quase 80% nos últimos dois anos. Do lado do passivo o principal destaque vai para os recursos de bancos centrais que caíram quase
100% por contraponto às responsabilidade representadas por títulos que mais que duplicaram de valor entre os dois anos.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 8 - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO BANCO SANTANDER TOTTA (CONTAS CONSOLIDADAS)
Entre 2005 e 2006 houve um crescimento muito significativo da Margem Complementar influenciando o crescimento do Produto Bancário
em 12,8%. O Resultado Líquido (consolidado do exercício) cresceu 19,2%.
2. Análise Económica
1.4. Rendimentos e Gastos
A Fig. 9 apresenta o quadro comparativo de rendimentos e gastos do Banco Santander Totta e do Sector. Por
Outros Custos entende-se todos os gastos que não são operacionais, ou seja, inclui-se gastos com provisões, imparidade,
impostos e interesses minoritários. Na Figura 6 apresenta-se a evolução dos rendimentos e gastos do Banco Santander
Fig. 9 - RENDIMENTOS E GASTOS
Entre 2005 e 2006 houve um crescimento muito significativo da Margem Complementar influenciando o
crescimento do Produto Bancário em 12,8%. O Resultado Líquido (consolidado do exercício) cresceu
19,2%.
Totta entre 2005 e
2006, para cada uma
das rubricas da Fig. 9.
O produto bancário
cresceu 12,78%, cerca
de 11% acima da
média do sector. Para
este valor contribuiu
um forte crescimento
de 30,31% na margem
complementar. Note-
se que ainda assim,
esta representou em
2006 apenas 38,4% do
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
produto bancário, um valor 15,2% inferior em relação à média do sector.
A estrutura de custos do Banco Santander Totta teve um crescimento superior à média do Sector, influenciado
essencialmente pelos custos operativos que cresceram 5,97% comparativamente com apenas 1,80% do Sector, estando
o crescimento dos outros custos em linha com o Sector. Este crescimento teve um impacto negativo nos resultados, cujo
crescimento foi inferior em 32,64% relativamente ao Sector – o resultado do BST cresceu 19,16%, enquanto o do Sector foi
de 28,45%.
Fig. 10 – VARIAÇÃO HOMÓLOGA DOS RENDIMENTOS E GASTOS
O Produto Bancário cresceu acima do Sector, influenciado pelo forte crescimento da Margem Complementar. O Resultado foi penalizado
pelo aumento dos Custos Operativos, os quais cresceram 3,3 vezes mais que o Sector.
De acordo com o Relatório e Contas do BST, o crescimento dos custos operativos foi influenciado pela
incorporação dos custos associados à reestruturação da rede de agências, na sequência da mudança de imagem
devido à fusão das marcas Santander e Totta).
A Fig. 12 apresenta a estrutura de rendimentos e gastos do Banco Santander Totta comparativamente à média
do Sector, e em proporção do produto bancário. Note-se que relativamente à estrutura de gastos, o Banco Santander
Totta apresenta melhores rácios de produtividade, com principal destaque para o Cost-to-Income de 48,6%
comparativamente aos 53,3% da média do Sector. Também o peso dos restantes custos é inferior, o que permite libertar
Fig. 11 – ESTRUTURA DE RENDIMENTOS E DE GASTOS DO BST
O peso da Margem complementar no Produto Bancário cresceu para 38,4%, um acréscimo de
15,7%. O Resultado líquido subiu para 35,2% do Produto Bancário, um acréscimo de 5,7%.
um resultado líquido muito
superior ao Sector (margem de
lucro). Por cada 100€ de produto
bancário, o Banco Santander
Totta liberta 35,2€ em resultado
líquido, contra 25,9€ do Sector
(36,6% mais).
Resumindo, o produto
bancário cresceu mais do que o
Sector, influenciado
essencialmente pelo crescimento
da Margem complementar. Por
outro lado, o resultado foi
penalizado pelos custos
operativos que cresceram mais
rapidamente do que o Sector. Ao
nível da estrutura de gastos em
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
proporção do produto bancário,
verifica-se que o BST mantém
rácios mais atractivos que o
Sector, enquanto que na
estrutura de rendimentos, a
margem complementar ainda
tem espaço de crescimento.
Fig. 12 – ESTRUTURA DE RENDIMENTOS E DE GASTOS DO BST – COMPARATIVO
COM O SECTOR O peso da Margem Complementar no Sector é superior ao do BST, em 18,0%. A margem
líquida libertada pelo BST é superior em 36,4% ao Sector.
2.1. Decomposição do ROE
Para a análise do Return
on Equity (ROE) utilizou-se o
modelo de Dupont, o qual
permite decompôr aquele rácio
no Return On Assets (ROA),
alavancagem finaceira (Lf), Asset
Yield (AY) e Profit Margin (PM).
Este modelo permite analisar a
rentabilidade de um banco em 5
variáveis críticas de gestão: i)
gestão do capital próprio; ii)
gestão da liquidez; iii) gestão das
taxas de juro; iv) gestão do risco
de crédito; v) gestão/controlo de
custos.
A Fig. 13 apresenta os
rácios do modelo de Dupont
para os anos de 2005 e 2006.
Entre 2005 e 2006 o ROE
do BST caiu 7,03% de 20,18% para
18,76%, verificando-se também
um decréscimo acentuado de
15,79% na alavancagem
Fig. 13 – DECOMPOSIÇÃO DO ROE SEGUNDO O MODELO DE DUPONT
O ROE decresceu 7,03% entre 2005 e 2006 devido à redução acentuada da alavancagem
financeira (Lf), e consequentemente do risco, a qual não foi compensada pelo forte
crescimento do ROA. O Asset Yield e a Profit Margin registaram crescimentos na ordem dos 5%
financeira. O ROA aumentou 10,41% de 0,96% para 1,06%. Ou seja, a redução do ROE deveu-se à melhoria do grau de
alavancagem financeira, reduzindo o risco, e compensado com um acréscimo no retorno no activo (ROA).
Analisando a decomposição do ROA, verifica-se que houve uma evolução favorável tanto ao nível do Asset
Yield, com um crescimento de 4,49% assim como na Profit Margin, com um crescimento de 5,66%, o que revela progressos
ao nível da liquidez bem como da margem libertada.
A Fig. 14 apresenta os rácios do modelo de Dupont para o Sector e para os três principais concorrentes directos
do BST (privados). Relativamente ao ROE, em primeiro lugar, aparece o BPI com 19,21% seguido de perto pelo BST com
18,76%. O Millennium BCP apresenta 17,21%. Todos estes bancos encontram-se acima da média do Sector bancário que
teve um ROE de 14,28%. Finalmente o BES apresentou um ROE de apenas 10,72%.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 14 – DECOMPOSIÇÃO DO ROE SEGUNDO O MODELO DE DUPONT –
COMPARAÇÃO COM O SECTOR E CONCORRENTES O ROE decresceu 7,03% entre 2005 e 2006 devido à redução acentuada da alavancagem
financeira (Lf), e consequentemente do risco, a qual não foi compensada pelo forte
crescimento do ROA. O Asset Yield e a Profit Margin registaram crescimentos na ordem dos 5%
Gestão do Capital Próprio
Do grupo de bancos
apresentados, o BPI aparece
como aquele que apresenta a
maior rentabilidade dos capitais
próprios, com um rácio de
19,21%. O BST consegue um ROE
de 18,76%, inferior em 2,31% ao
do BPI mas com uma
alavancagem financeira
ligeiramente mais reduzida (-
2,31%), logo com menor risco.
Comparativamente ao
Millennium BCP, o BST consegue
um ROE superior em 9,05%, com
uma uma alavancagem
financeira superior em 10,03%,
logo com maior risco, portanto o
prémio do ROE não é
Fig. 16 – COMPARAÇÃO COM O MILLENNIUM BCP
O ROE do BST é superior em 9,05% ao do Millennium BCP mas para
uma alavancagem financeira 10,03% superior, ou seja, com
maior risco.
Fig. 15 – COMPARAÇÃO COM O SECTOR O BST consegue um ROE 31,37% superior ao do Sector, para uma
alavancagem financeira 9,09% superior. A margem de
rentabilidade é também muito superior (+36,56%).
SECTOR
Valores em %
MILLENNIUM BCP
Valores em %
Fig. 18 – COMPARAÇÃO COM O BES Os rácios do BST são bastante mais favoráveis do que os do BES.
O BST consegue um ROE 75,1% superior para uma alavancagem
de apenas 27,54%. Destaque também para a Profit Margin.
Fig. 17 – COMPARAÇÃO COM O BPI
O BST consegue um ROE ligeiramente inferior (-2,03%) mas com
uma alavancagem financeira 13,11% inferior, e
consequentemente, com menor risco.
BPI
Valores em %
BES
Valores em %
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
devidamente compensado, pois há uma maior exposição ao risco.
O BES é aquele que assume uma postura mais conservadora na gestão do capital, com uma alavancagem
financeira muito inferior à média, o que penaliza naturalmente a rentabilidade, traduzida num ROE inferior.
O desempenho do BST relativamente à média do sector é bastante superior ao nível da rentabilidade dos
capitais próprios (+31.37%), com uma alavancagem financeira superior em apenas 9,09%.
Gestão da Liquidez
A Gestão da Liquidez afecta essencialmente o rácio de Asset Yield (AY). O AY do BST é o mais baixo de todos,
com apenas 3,00%, ficando 11,81% abaixo da média do Sector, o que é um valor baixo, indicando que o produto
bancário em proporção do activo médio é inferior ao dos seus concorrentes, ou seja, como concluímos abaixo, a
diferença de desempenho no BST não é feita fundamentalmente pela via comercial mas essencialmente pela gestão de
custos.
Gestão das Taxas de Juro
A Gestão das taxas de juro afecta essencialmente o Asset Yield (AY) e a Profit Margin (PM). O BST opera com uma
margem de lucro superior à concorrência (+36,56% que a média do Sector). O BST enquanto subsidiária do Banco
Santander Central Hispano é o banco português com melhor notação de rating o que lhe permite financiar-se com
condições particularmente vantajosas, o que poderá explicar parte da sua Margem de Lucro.
Gestão do Risco de Crédito
O risco de crédito afecta essencialmente o Asset Yield e a Profit Margin. Esta última aparenta uma saúde
considerável, o que parece indicar que o nível de crédito mal parado não está a afectar significativamente o BST.
Gestão dos Custos
O BST consegue um ROA superior aos concorrentes (à excepção do Millennium BCP), pese embora apresente um
Asset Yield inferior, ou seja, o produto bancário em relação ao activo médio é inferior aos concorrentes enquanto que o
resultado líquido em relação a esse mesmo activo médio é superior, o que permite concluir que o BST faz a diferença
essencialmente pela gestão de custos a qual é extremamente eficiente.
2.2. Indicadores de Produtividade
O “Overhead Burden
Ratio” (OBR) registou uma
evolução muito favorável ao
decrescer 47,71% entre os dois
anos em comparação. Desta
forma, verifica-se uma maior
cobertura dos custos operativos
pela margem complementar.
Esta evolução justifica-se porque
a margem complementar
cresceu mais rapidamente
(+30,31%) que os custos
operativos (+5,97%) e o resultado
líquido também cresceu (19,16%).
O rácio de produtividade
acompanhou naturalmente a
evolução do OBR, com uma taxa
de decréscimo ligeiramente
inferior, justificada pelo menor
crescimento do activo médio
(+7,93%), comparativamente ao
Fig. 19 – EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE PRODUTIVIDADE Os 3 indicadores de produtividade registaram evoluções favoráveis entre 2005 e 2006, com
particular destaque para o OBR e o Rácio de Produtividade, com decréscimos de mais de
40%, justificados pelo aumento da Margem Complementar.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 20 – JUSTIFICAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DOS INDICADORES O OBR e o Rácio de Produtividade (PR) decresceram devido ao aumento muito superior da
Margem Complementar, comparativamente aos Custos Operativos. O Cost-to-income caiu
devido ao Produto Bancário ter crescido mais do que os Custos Operativos.
resultado líquido (+19,16%).
O rácio de “Cost-to-
income” decresceu 6,04% entre
2005 e 2006, de 51,72% para os
48,60%. Esse decréscimo deveu-se
essencialmente ao
comportamento do produto
bancário (+12,78%) que cresceu
acima dos custos operacionais
(+5,97%), como mostra a
A Fig. 20 apresenta as
variações dos componentes que
compõem os rácios de
produtividade referidos, o
permitindo justificar as variações
entre 2005 e 2006.
Os rácios do BST são
bastante mais favoráveis do que
os da média do sector bancário,
à excepção do rácio de
produtividade, de acordo com a
Fig. 21. O OBR é de 29,03%, inferior
em 6,76% à média do Sector. O
rácio cost-to-income é de 48,60%,
menos 8,74% que o do Sector.
O rácio de produtividade
do BST é inferior ao do Sector e
Fig. 21 – COMPARAÇÃO COM O SECTOR E PARES O BST bate todos os pares no Cost-to-income e no OBR (à
excpeção do BES). O Rácio de produtividade é inferior ao Sector
e seus pares (também à excepção do BES).
Fig. 22 – COMPARAÇÃO COM O SECTOR O BST apresenta melhor Cost-to-income e OBR do que o Sector,
no entanto o Rácio de Produtividade é superior.
dos seus pares (à excepção do BES), significando que o grau de cobertura dos custos operativos pela margem
complementar em proporção do activo médio é superior no Sector. A justificação reside no facto de que embora a
margem complementar do BST tenha registado um forte crescimento acima da do sector, os custos operativos também
cresceram mais e essencialmente o activo médio registou um crescimento contido.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
3. Análise Financeira
2.3. Equilíbrio Financeiro
O Saldo de Tesouraria registava em 2005 um desequilíbrio extremamente acentuado, devido à rubrica de
recursos de bancos centrais, operações de venda com acordo de recompra com o Banco de Portugal, relativo a
operações de securitização de crédito à habitação, a qual representava cerca de 5,4 mil milhões de Euros em 2005 e foi
liquidada em 2006, através de novo financiamento através de obrigações de caixa e em particular através de
operações de titularização de créditos, que ao nível das contas consolidadas afectaram a rubrica de responsabilidades
representadas por títulos. Esta operação teve um efeito de reestruturação do passivo a qual influenciou
significativamente a melhoria do equilíbrio financeiro do BST em 2006, conforme mostra a Fig. 23.
O Saldo de Tesouraria teve uma variação positiva de 97,12%, com uma forte influência da liquidação do
empréstimo obrigacionista ao Banco de Portugal.
O Saldo de Outras Operações Financeiras caiu 389,19%, essencialmente influenciado pelo decréscimo dos outros
passivos, os quais decresceram 47,7% devido ao financiamento da totalidade da responsabilidade com o fundo de
pensões, cuidados de saúde e subsídio por morte.
O Saldo de Exploração caiu 12,71%. Os recursos de clientes decresceram 6,51% e o crédito a clientes aumentou
3,47%, o que justifica esta redução.
O Saldo de Tesouraria aumentou em 97,12%, permanecendo contudo negativo. O aumento deveu-se
essencialmente à quase extinção (em 99,94%) dos recursos de bancos centrais.
Fig. 23 – VARIAÇÃO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO DO BST ENTRE 2005 E 2006 As operações de reestruturação do passivo influenciaram favoravelmente o Saldo de Tesouraria e o Fundo de Maneio. O SALDO DE
Outras Operações Financeiras foi influenciado pela redução dos Outros Passivos, decorrente da liquidação da responsabilidade com o
fundos de pensões em cerca de 400,000€.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 24 – MAPA DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO DO BST Os recursos de bancos centrais foram a rubrica que mais contribuiu (maior peso no total) para a redução do Saldo de Tesouraria. O
desequilíbrio verificado no Saldo de Outras Operações Financeiras é justificado pela quebra dos Outros Passivos em cerca de 73%. Para o
aumento de quase 50% no Fundo de Maneio a principal contribuição veio das responsabilidades representadas por títulos (46,17%).
3.1. Liquidez
O BST apresenta uma situação de liquidez imediata deficitária, com
um rácio muito baixo, mas estrategicamente aceitável. O passivo com
maior grau de exigibilidade é constituído maioritariamente por recursos de
clientes e outros empréstimos (cerca de 4,8 mil milhões de Euros), daí que
seja admissível este desequilíbrio. Os restantes rácios estão bastante
saudáveis (>1). Houve uma evolução apreciável entre 2005 e 2006 como
mostra a Fig. 26.
Fig. 25 – COMPONENTES DA LIQUIDEZ
Os Capitais permanentes aumentaram
consideravelmente entre 2005 e 2006, fruto
da reestruturação do passivo.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 26 – EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ A liquidez imediata registou um ligeiro crescimento entre 2005 e 2006. A liquidez reduzida decresceu cerca de 13%. A liquidez alargada
registou um forte aumento de cerca de 94%.
Fig. 27 GAP DE LIQUIDEZ O BST apresenta uma situação de liquidez de Longo-Prazo controlada. No Curto-Prazo as exigências são maioritariamente dos depósitos
(93%).
A análise de gaps de liquidez compara as exigências com as disponibilidades por prazo de maturidade das
mesmas. Na Fig. 27 apresenta-se esse gráfico (cf. Nota 48 do relatório de contas de 2006). A liquidez à vista apresenta um
gap de -25%, situação normal na banca, dado que a maioria das exigências são maioritariamente constituídas por
depósitos à ordem (cerca de 93%), pelo que o prazo de exigibilidade real não é necessariamente tão curto quanto a
contabilística. Nos prazos até 1 ano, os activos cobrem os passivos, pelo que a situação é estável. Entre 1 e 5 anos há um
défice de liquidez, mas essa situação é compensada pelos prazos superiores a 5 anos.
Na Fig. 28 apresenta-se os desvios de liquidez e a curva de liquidez e passivos acumulados por prazo de
maturidade que permite determinar o ponto de break even de liquidez (valor para o qual passivo e activo acumulado se
igualam). Note-se que efectivamente o gap de liquidez é relativamente baixo.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 28 – GAPS DE LIQUIDEZ POR PRAZO DE MATURIDADE E ACUMULADO
O maior desequilíbrio negativo verifica-se no prazo à vista, resultado da exigibilidade dos depósitos à ordem (cerca de 93%). O ponto de
break even é atingido ao fim de 5 anos. O gap de liquidez parece controlado já que o desequilíbrio é ligeiro.
3.2. Solvabilidade
Fig. 29 – EVOLUÇÃO DOS RÁCIOS DE SOLVABILIDADE A exposição ao risco de capital foi reduzida, traduzida num
aumento de todos os rácios de Solvabilidade.
Fig. 30 – RÁCIOS DE SOLVABILIDADE Entre 2005 e 2006 há a destacar o significativo aumento do
Capital Primário, Secundário e da Base de Capital (quase que
duplicou).
Os rácios de solvabilidade do BST tiveram uma evolução favorável entre 2005 e 2006. A exposição ao risco de
capital foi reduzida, traduzida num aumento dos rácios de autonomia financeira (acréscimo de +90,83%), estrutura do
endividamento (acréscimo de +71,50%) e na redução do multiplicador do endividamento (-5,26%).
O rácio de financiamento do imobilizado aumentou para 4,75 (+30,28%), evidenciando também uma melhor
cobertura do imobilizado por parte dos capitais primários.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
3.3. Origens e Aplicações de Fundos
Na Fig. 31 apresenta-se o mapa de origens e aplicações de fundos para o BST abrangendo as variações entre os
anos de 2005 e 2006. Estas totalizaram cerca de 9,029 mil milhões de Euro.
A principal origem de fundos do BST, entre os anos de 2005 e 2006, foi os aumentos de passivo, os quais
contribuíram com 82,6% do total. Destes, o destaque vai para as responsabilidades representadas por títulos, as quais
representaram 79,7%, seguidas das aplicações em instituições de crédito em 5,5%. Os activos financeiros disponíveis para
venda, os derivados de cobertura e os interesses minoritários, ambos representaram 2,9% das origens de fundos.
Nas aplicações de fundos, a principal foi as reduções de passivo, que representaram 87,9% do total, com
principal contribuição por parte dos recursos de bancos centrais, os quais decresceram 59,38%, seguidos dos recursos de
outras instituições de crédito que decresceram 11, 46%.
Fig. 31 – MAPA DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE FUNDOS Os recursos de bancos centrais foram a rubrica que mais contribuiu (maior peso no total) para a redução do Saldo de Tesouraria. O
desequilíbrio verificado no Saldo de Outras Operações Financeiras é justificado pela quebra dos Outros Passivos em cerca de 73%. Para o
aumento de quase 50% no Fundo de Maneio a principal contribuição veio das responsabilidades representadas por títulos (46,17%).
Através da análise à Nota 22 do Relatório e Contas verifica-se que houve um aumento muito significativo das
obrigações de caixa emitidas, entre 2005 e 2006, ou seja, a principal origem de fundos consistiu em empréstimos
obrigacionistas. Entre estes destaca-se uma emissão de Extendible Liquidity Securities (EXEL’s) pela sucursal de Londres no
valor de 1.140.505 milhares de Euros, e a emissão do fundo de titularização de créditos HipoTotta 4 no valor de 2.346.400
milhares de Euros (ver Anexo II, p. 169).
Do lado das aplicações de fundos, na Nota 19 verifica-se que de 2005 para 2006 foram desreconhecidos
5.372.230 milhares de Euros em operações de venda com acordo de recompra – obrigações emitidas em operações de
securitização de crédito à habitação, em benefício do Banco de Portugal. Ou seja, estes títulos que estavam cedidos
temporariamente, foram recomprados.
A Figura 23 apresenta a distribuição das origens e aplicações de fundos, tendo como unidade 1 euro. Por cada 1
euro de origens de fundos, 0,83 vieram de aumentos de passivo, 0,06 de aumentos de capital e 0,11 de reduções do
activo. Do lado das aplicações de fundos, por cada 1 euro, 0,12 vieram de aumentos do activo, 0,88 de reduções do
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
Fig. 32 – MAPA DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE FUNDOS Os recursos de bancos centrais foram a rubrica que mais contribuiu (maior peso no total) para a redução do Saldo de Tesouraria. O
desequilíbrio verificado no Saldo de Outras Operações Financeiras é justificado pela quebra dos Outros Passivos em cerca de 73%. Para o
aumento de quase 50% no Fundo de Maneio a principal contribuição veio das responsabilidades representadas por títulos (46,17%).
Fig. 33 – COMPOSIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES REPRESENTADAS POR
TÍTULOS As obrigações de caixa (incluem responsabilidade com obrigações decorrentes do crédito
titulado) aumentaram quase 5x entre 2005 e 2006.
passivo e 0,00 de reduções do
capital. Portanto, pode-se
concluir que as rubricas do
passivo foram as principais quer
ao nível das origens como das
aplicações de fundos.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
4. Impacto na transição do PCSB para as NIC
O impacto da transição do PCSB para as NIC afectou
negativamente as contas do BST. O Resultado Líquido foi o mais
penalizado sofrendo uma quebra de 81%, fortemente influenciado pela
alteração de pressupostos actuariais e financeiros no que se refere a
pensões de reforma, e pelo desreconhecimento da provisão efectuada
para o plano de reestruturação. Esta provisão tinha sido efectuada para
fazer face aos encargos estimados com o plano de reestruturação
elaborado em Dezembro de 2004 na sequência da fusão do Totta, CPP e
BSP ocorrida em Dezembro de 2004.
Do lado dos capitais próprios (consolidados) houve uma quebra
de 14,6%, em grande parte influenciada pelas novas regras introduzidas
pela IAS 19. O activo líquido e o passivo (estrito) sofreram impactos
negativos de 13,7% e 13,6%, respectivamente.
Fig. 35 – IMPACTO DAS NIC NO CAPITAL PRÓPRIO E RESULTADO LÍQUIDO O Resultado Líquido teve um impacto negativo de 81%, resultante das novas regras de cálculo das responsabilidades com o fundo de
pensões de reforma e com o desreconhecimento da provisão efectuada para o plano de reestruturação na sequência da fusão de
empresas do grupo.
Fig. 34 – IMPACTO DAS NIC O activo e o passivo tiveram quebras de 13,7% e
13,6%, enquanto que no capital próprio foi de
14,6%.
Análise Económico-Financeira ao Banco Santander Totta
5. Conclusões
O BST pratica uma política agressiva de gestão de activos e passivos, com uma carteira de crédito bastante
alavancada. Os recursos de clientes enquanto origens de fundos em 2006 foram ultrapassados pelas responsabilidades
representadas por títulos, ou seja, pelo financiamento através do recurso à emissão de obrigações (incluindo as
operações de titularização de créditos). O banco beneficia de condições favoráveis para o seu financiamento dado
que é o banco português com notação de rating mais elevada, influenciada naturalmente pelo facto de pertencer ao
grupo espanhol do Banco Santander Central Hispano.
Em 2006 o BST efectuou uma operação de reestruturação do passivo, que lhe permitiu melhorar
significativamente o seu equilíbrio financeiro, convertendo passivo de curto prazo em médio/longo prazo. O empréstimo
do Banco de Portugal afecto à rubrica de recursos de bancos centrais (Recursos do Banco de Portugal, Operações de
venda com acordo de recompra – Obrigações emitidas em operações de securitização de crédito à habitação) no
valor de 5,2 mil milhões de Euros foi liquidado, e foram efectuadas novas operações de titularização de créditos, as quais
permitiram o financiamento com prazo de maturidade mais longo.
Os rácios de produtividade do BST são, em geral, superiores aos dos seus pares, principalmente o Cost-to-income.
Verifica-se através de uma análise mais fina, que o que distingue o BST relativamente aos seus concorrentes é a melhor
gestão de custos, mais do que o desempenho comercial.
O rácio de adequação de fundos próprios (BIS) do BST foi de 9,6% em 2006. Tendo em conta as políticas
agressivas de crescimento por via do crédito à habitação, e o refrear deste mercado ao longo do último ano de 2007, é
provável que o banco necessite de reequilibrar as suas aplicações e origens de fundos, adoptando um comportamento
mais conservador através da focalização na captação de recursos de clientes, e no reforço da sua base de capital.
Privilégio da rentabilidade
Criação de valor para o accionista;
Exposição ao risco acima da média
Alavancagem financeira, liquidez imediata reduzida, origens de fundos;
Gestão de custos muito eficiente
Melhores rácios de produtividade entre os pares;