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INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE: UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PROJETO DE PESQUISA Helena de Sá Melo 2010

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Portfólio de Inclusã digital na terceira idade: uma questão de sobrevivência.

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INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE: UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

PROJETO DE PESQUISA

Helena de Sá Melo

2010

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Trabalho exigido como avaliação da Disciplina Métodos de Investigação e Escrita Científica, sob orientação da Profa. Dra. Suely Galli do Programa de Mestrado em Ciências da Educação na Especialidade de Administração Escolar.

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INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE: UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Helena de Sá Melo

Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil – Cotia SP – 2010

Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação

Docente Responsável - Dra. Suely Galli Soares

INTRODUÇÃO

Vivemos num mundo marcado por grandes avanços tecnológicos em várias áreas do conhecimento humano, que estão repercutindo na qualidade de vida e na longevidade das pessoas. Isso é um fenômeno que não está só ocorrendo em países do primeiro mundo, mas também em países subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil.

Os idosos sãos pessoas ativas, participativas da sociedade, não podendo ser excluídos dos benefícios trazidos pelo acesso aos recursos de tecnologia da informação e comunicação.

Para Morin, essa nova aprendizagem alicerçada nas tecnologias deve levar a

desenvolver diversos processos de comunicação cada vez mais ricos e profundos e

abrir as escolas para o mundo e:

“...criar ambientes de ensino-aprendizagem mais atraentes, envolventes e multissensoriais. As tecnologias, dentro de um projeto pedagógico inovador, facilitam o processo de ensino aprendizagem; sensibilizam para novos assuntos, trazem informações novas, diminuem a rotina, nos ligam com o mundo, com as outras escolas, aumentam a interação (MORIN, 1996:21)”.

Essa aprendizagem acima comentada sobre a utilização das novas tecnologias

e das diferentes mídias expandiu-se por todo o país e tem por objetivo se democratizar

e viabilizar a aplicação principalmente para a Terceira Idade. Portanto, inserir-se e

participar na sociedade de informação tornou-se mais do que uma necessidade:

tornou-se uma obrigatoriedade para esse segmento social.

A inclusão digital, entendida como o processo de familiarização das pessoas

com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), tornou-se imprescindível até

mesmo para o exercício básico da cidadania, como votar em eleições, obter

informações e utilizar serviços básicos governamentais, como previdência, assistência

social e saúde. Além de ser componente quase obrigatório para ingresso no mercado

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de trabalho, consolidando-se como base para o crescimento produtivo e para a

competitividade no ambiente atual, caracterizado como de uma sociedade do

conhecimento. Não obstante, a inclusão digital para a população idosa é imprescindível

para a sobrevivência do idoso em todos os setores, principalmente no mercado de

trabalho.

Os idosos que adquirirem novas competências, para compreenderem e

acompanharem as mudanças tecnológicas e suas efetivas atuações na sociedade

estarão inseridos com mais facilidade nesse novo formato de sociedade alicerçado em

novas tecnologias que passa agora a fazer parte de suas vidas.

A Inclusão Digital para esse segmento social que assistiu a tevê preto e branco

ficar colorida, o VHS tornar-se DVD, o telefone fixo virar sem fio, a tevê em tela plana

LSD, é um fenônemo que vem acrescentar esse novo que traz profundas

transformações sociais. Além disso, devido o gradativo crescimento do número de

pessoas com mais de 60 anos em nossa sociedade a exclusão daqueles que não são

capazes de se relacionar com o mundo da informação on line, torna-se cada vez mais

um problema a mais na sociedade da exclusão.

De acordo com Teixeira e Monteiro (2007, p. 11) “a Inclusão Digital é

considerada uma das principais ferramentas de distribuição de saberes, oportunidades,

renda e de participação social e a maior parceira da cidadania. Representa um canal

privilegiado para solucionar a desigualdade, proporcionando uma atuação integrada

que visa combater a miséria e elevar o nível de bem estar social de maneira

sustentável”.

Para os teóricos a inclusão digital indica grandes e positivas mudanças desse

segmento social nas formas de se comunicar, relacionar, viver em sociedade e de se

inserir no mercado de trabalho, promovendo assim uma melhor qualidade de vida.

Hoje, na nossa sociedade a participação da população com idade acima de 60

anos no mercado de trabalho é considerada possibilidades exímias de continuar

vivendo sua aposentadoria em plena capacidade física, intelectual, social e moral. Mas

Infelizmente, na maioria das vezes esta inclusão é por uma questão de sobrevivência

no mercado de trabalho, visto que, as estatísticas mostram cada vez mais a população

idosa precisando contribuir com a renda familiar, graças a fatores como a longevidade

e a precariedade da previdência social.

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Segundo Ganz Lúcio, Diretor do Dieese:

“Existem mais idosos trabalhando na região metropolitana de São Paulo do que toda a população de muitas cidades do interior. O idoso tem uma participação importante na renda da família, apesar de o rendimento dele ser menor do que o de outras faixas etárias”

Ainda temos muito que mudar nesse aspecto, pois a jornada semanal dos idosos

não é muito diferente da média dos ocupados, segundo o Dieese e a Fundação Seade.

No total, os ocupados trabalham em média 44 horas por semana. Na faixa acima de 60

anos, 41 horas. Dieese e Seade também constataram que o assalariado com mais de

60 anos fica mais tempo no emprego (146 meses) do que assalariados de outras faixas

etárias (112 meses, na média).

Para Peixoto (2004), somente 58% das pessoas em idade de aposentadoria

gozam plenamente desse privilégio. As estatísticas mostram que um terço desta

população aposentada ou não, ainda trabalha. O grupo de aposentados que não está

forçosamente em situação precária, cabe aqui ressaltar, a minoria, dotados de uma

formação profissional mais qualificada tem mais chances de permanecer no mercado

de trabalho.

Não é admissível que trate a velhice de uma forma homogeneizada sem levar

em conta as diferenças sociais, portanto, o trabalho é um dos fatores mais significativos

na conquista e manutenção de vida para os seres humanos. Quando aliado à

satisfação e realização pessoal, amplia as possibilidades de uma sobrevivência

saudável e digna e, preserva, sobretudo, o papel social do indivíduo no meio onde ele

se encontra inserido.

Tendo em vista estes fatores, o presente trabalho tem como objetivo identificar

as práticas que a inclusão digital pode promover integrando o idoso ao uso das novas

tecnologias para sua inserção no mercado de trabalho, conhecer como o uso de novas

tecnologias pode estimular o cérebro, mantendo a memória saudável, levando ao

conhecimento e o aumento da autoestima.

JUSTIFICATIVA

O grande avanço do mundo informatizado tem se tornado um grande desafio

para todas as fases da vida. Ao mesmo tempo em que promove melhorias também

propicia uma forma de exclusão, sendo um dos segmentos mais atingidos a população

idosa.

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Com longevidade torna-se necessário ampliar as relações intergeracionais no

que concerne à inclusão digital. O acesso desse segmento social na era digital

possibilita a manutenção de seus papéis sociais, do exercício de cidadania, a

autonomia, o acesso a uma sociedade dinâmica e complexa, mantendo a mente ativa,

além de o idoso garantir uma colocação no mercado de trabalho e contribuir

significativamente com a renda familiar.

A inclusão digital é quase um componente obrigatório para o ingresso no

mercado de trabalho, o que torna relevante essa preocupação com o idoso e a

informação para evoluírem juntos com as demais gerações.

OBJETIVOS

Identificar as práticas que promovem a inclusão digital, integrando o idoso ao uso das novas tecnologias para sua inserção no mercado de trabalho.

Conhecer os efeitos do uso dessa tecnologia para estimular o cérebro,

mantendo a memória saudável, levando ao conhecimento e aumento da

autoestima, por meio de entrevista de idosos que participam desses projetos.

Investigar quais são os interesses, necessidades e dificuldades na

aprendizagem digital de grupos de terceira idade.

METODOLOGIA

O estudo desenvolvido será de natureza qualitativa que segundo Minayo, 1994:

“...trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”. (Minayo, 1994:21)

O fenômeno será explicado e interpretado com levantamentos bibliográficos e

pesquisa de campo (entrevistas semi-estruturadas e questionários), com questões

abertas e fechadas, que permitirão um maior envolvimento com o objeto de estudo e

flexibilidade, entre a teoria e a prática, que é caracterizado com um estudo de caso

objetivando a compreensão da Inclusão Digital na Terceira Idade.

A entrevista semi-estruturada será escolhida porque possibilita uma relação de

interação entre o entrevistador e o entrevistado, também, através do diálogo que

permite esta relação, este tipo de entrevista, conforme Lüdke e André, “desenrola a

partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o

entrevistador faça as necessárias adaptações” (1986, p. 34).

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Serão realizados 40 questionários e cinco entrevistas semi-estruturadas no

curso de Inclusão Digital da faculdade Fernão Dias – FAFE no Projeto Recomeçar II,

localizada na região de Osasco na grande São Paulo.

A duração desse Projeto é de um semestre que acontecerá em janeiro de 2011

a julho da presente data. Os critérios de escolha são probabilísticos simples,

considerando apenas os pré-requisitos de serem alunos do curso de Inclusão Digital

para a Terceira Idade.

RESULTADOS ESPERADOS

A identificação da estrutura social da população de 60 anos e as diferenças

sociais de seus membros. A constatação da importância das aprendizagens das novas

tecnologias para a inserção desse segmento social no mercado de trabalho e a

também a imersão nessas tecnologias, como condição de cidadania e a sociabilidade

do idoso.

BIBLIOGRAFIA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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