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Reflexões e práticas de ensino da História da África e da Cultura Afro- brasileira nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) em Jaguariaíva

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Reflexões e práticas de ensino da História da África e da Cultura Afro-

brasileira nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) em

Jaguariaíva

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1º OficinaReferenciais teóricos,

legislações e importância do Ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira no Ensino Fundamental I.

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Para refletir...

O que é identidade? O povo brasileiro tem uma única identidade? O que significa ser brasileiro? Qual é a relação entre História e identidade?

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Identidade

Diferenciar-se do outroAutoconhecimentoCultura compartilhadaContínua transformação

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Identidade nacional

• A memória e a identidade nacional são elaboradas a partir de uma seleção de memórias que privilegia determinados grupos sociais (com interesses de poder e domínio) e que tende a ocultar propositalmente a memória de outros diversos grupos sociais e étnicos.

• A história do Brasil indica diferentes identidades, conflitos e projetos de unificar a ideia do que é ser brasileiro.

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SOU NEGRO Sou Negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh`alma recebeu o batismo dos tambores atabaques,gonguês e agogôs Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu.Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e mansoMesmo vovó não foi de brincadeira Na guerra dos Malês ela se destacouNa minh alma ficou ́�o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação...

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• berço da humanidade em todas as suas configurações tanto antiga (Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Neanderthalensis) como moderna (HomoSapiens Sapiens);

• lugar a partir do qual se efetuou o povoamento do planeta, a partir de 100 a 80 mil anos;

• berço das primeiras civilizações agro sedentárias e agro burocráticas do mundo ao longo do Nilo deportações violentas de africanos foram metodicamente organizadas, primeiro, pelos árabes do Oriente Médio, desde o século VIII até o século XIX d.C., com ampla participação dos iranianos, persas e turcos.

•A partir de 1.500 até a segunda metade do século XIX, foram os povos da Europa ocidental que protagonizaram o tráfico negreiro, através do oceano Atlântico.

•Neocolonialismo no século XIX e produção científica baseada no “Darwinismo Social”: a ideia de que algumas sociedades e civilizações eram dotadas de valores que as colocavam em condição superior às demais.

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Escravidão africana

• Violência como forma de controle sobre o trabalho, o corpo e a cultura.

• Diferentes grupos étnicos vieram para o Brasil.• Movimentos de resistência e de defesa da

cultura africana.• Influências e trocas culturais.

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ORIGEM DOS ESCRAVOS

• A maioria dos africanos trazidos à colônia portuguesa como escravos pertencia a dois grandes grupos étnicos:

01. os bantos , originários de Angola, Moçambique e Congo, e que se tornaram mais numerosos no centro-sul e no Nordeste;

02. os sudaneses , provenientes da Guiné, da Nigéria e da Costa do Ouro, e que foram levados principalmente para a região da Bahia.

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ESCRAVIDÃO

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• Não existe um número exato, mas estima-se que entre 1531 a 1855 cerca de 4 milhões de africanos desembarcaram no Brasil.

• A travessia para o Recife durava em média 35 dias, para a Bahia 40 dias e para o Rio de Janeiro 60 dias.

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Transporte: navios negreiros

• Navio Negreiro• Quanto vale ou é por quilo ?• Trabalho e escravismo: Museu Afro- Brasil

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• Ao longo da história, os setores da elite que controlaram o Estado construíram a imagem de que, a despeito da diversidade étnica que constituiu a nossa sociedade, nossa identidade cultural seria única e comum a todos.

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• O pesquisador alemão Carl von Martius, foi um dos primeiros a afirmar, em 1845, que a formação do brasileiro seria o resultado da mistura de três raças.

• No seu livro, “Como se deve escrever a História do Brasil”, publicado em 1845, Martius afirmou: “jamais nos será permitido duvidar que a vontade da providência predestinou ao Brasil esta mescla. O sangue português, em um poderoso rio, deverá absorver os pequenos confluentes das raças índia e etiópica.”

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Por outro lado, os ex-escravos - agora homens e mulheres livres - não seriam, na sua maioria, incorporados ao mercado de trabalho. Nas fazendas, as condições eram péssimas, pois permaneciam as tradições escravistas, como os castigos físicos ou simplesmente a recusa dos fazendeiros em remunerar os trabalhadores. Nas cidades, os empregos com salários mais altos e melhores condições de trabalho eram, em geral, ocupados pelos imigrantes ou pelos brancos nascidos no Brasil.Os preconceitos e o racismo, que foram tão importantes para manter o sistema escravista, permaneceriam como traços marcantes da sociedade brasileira, mesmo depois de decretado o fim da escravidão.

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• A partir da metade do século XIX, por volta de 1860, começaram a chegar ao Brasil grandes levas de imigrantes à procura de trabalho. Havia uma clara política de “Branqueamento” da população.

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Na República Velha, autores como Raimundo Nina Rodrigues [1862-1906], Oliveira Viana [1883-1951] e Euclides da Cunha [1866-1909] defenderam o “racismo científico” e a superioridade racial do europeu e do euro descendente.

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Entre 1907 e 1936: Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu. Retrato do Brasil, de Paulo Prado (1927)Vida e morte do bandeirante, de Alcântara Machado (1929) Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1933)Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (1936).

Entre 1945 a 1959 A cultura brasileira, de Fernando de Azevedo (1943) Monções (1945), Caminhos e fronteiras (1957) e terminandocom Visão do Paraíso (1959).

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Em 1933, o sociólogo Gilberto Freyre foi responsável por uma tese polêmica, que apresentava a mistura de raças como algo positivo. Afirmava que a mestiçagem havia sido boa para a cultura brasileira. Segundo ele, a fusão da amorosidade do negro com a civilidade do europeu e com o índio teria originado um povo brasileiro, prevalecendo a harmonia entre as raças.

No livro “Casa Grande e Senzala”, afirmou: “A força, ou antes, a potencialidade da cultura brasileira parece-nos residir toda na riqueza dos antagonismos equilibrados (...). Somos duas metades confraternizantes que se vêm mutuamente enriquecendo de valores e experiências diversas...”

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Nas décadas seguintes, inúmeras críticas às ideias de Gilberto Freyre afirmavam que este autor teria minimizado os efeitos da violência contra os negros, suprimindo o conflito, a resistência e o confronto entre escravos e senhores. Além disso, a obra de Gilberto Freyre, segundo essa perspectiva, teria justificado uma ideia amplamente difundida a partir da segunda metade do século XX: a ideia da “democracia racial”, que descrevia o Brasil como um “paraíso” de todas as raças, onde negros, brancos e índios conviviam sem preconceitos. Essas teses ignoravam a situação de marginalidade a que estão relegados os negros e mestiços em nossa sociedade até os dias de hoje.

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No Estado Novo também foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, um instrumento de controle e mobilização da opinião pública.

“Aquarela do Brasil” (1939), de Ary Barroso:

Brasil, meu Brasil brasileiro,meu mulato inzoneiro

vou cantar-te nos meus versosO Brasil samba que dá

bamboleio que faz gingaro Brasil do meu amor,terra de nosso senhor

Brasil pra mim, Brasil pra mim[...]

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Ensino de História para defender uma unidade nacional

A História era colocada a serviço da construção de uma memória nacional sem contradições, isto é, sem que houvesse outros interesses, projetos e ideais de nação.

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Vamos assistir ao vídeo “Preconceito e Estereotipo”

Etnocentrismo – Visão de mundo que considera o grupo a que o indivíduo pertence o centro de tudo. Elegendo como o mais correto e como padrão cultural a ser seguido por todos, considera os outros, de alguma forma diferentes como inferiores.

Identidade Étnica – Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa que a faz reconhecer-se pertencente a um determinado povo, ao qual se liga por traços comuns de semelhança física, cultural e histórica.

Afro-brasileiro – Adjetivo usado para referir-se à parcela significativa da população brasileira com ascendência parcial ou totalmente africana.

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Preconceito Racial – Conjunto de valores e crenças estereotipadas que levam um indivíduo ou um grupo a alimentar opiniões negativas a respeito de outro, com base em informações incorretas, incompletas ou por ideias preconcebidas.

Racismo – Estrutura de poder baseada na Ideologia da existência de raças superiores ou inferiores. Pode evidenciar-se na forma legal, institucional e também por meio de mecanismos e de práticas sociais. No Brasil, não existem leis segregacionistas, nem conflitos de violência racial; todavia, encoberto pelo mito da democracia racial, o racismo promove a exclusão sistemática dos negros da educação, cultura, mercado de trabalho e meios de comunicação.

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Negro - não se limita às características físicas. É também uma escolha política.

Preto- é um dos quesitos utilizados pelo IBGE para classificar, ao lado dos outros – branco, pardo, indígena - a cor da população brasileira. Podemos agregar dados relativos a pretos e pardos sob a categoria negros, já que ambos reúnem, conforme alerta o Movimento Negro, aqueles que reconhecem sua ascendência africana.

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Oito por cento da população brasileira se considera de cor preta, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) de 2013, divulgados em 2014. Em 2004, esse número era de 5,9%. Ainda segundo a pesquisa, 45% dos brasileiros se consideraram de cor parda. Juntos, eles somam 53,1% da população.

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Racismo no Brasil ?

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Professora evangélica é denunciada por racismo e preconceito religioso contra criança: “preta do diabo”, “endemoniada”, “satanás”novembro 28, 2014 11:45

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Entrevista à revista Carta Capital – Kabengele Mananga

Nascido no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo, em 1942, o professor de Antropologia da Universidade de São Paulo Kabengele Munanga aposentou-se em julho deste ano, após 32 anos dedicados à vida acadêmica.

CC: O mito da democracia racial, construído por Gilberto Freyre e vários intelectuais da sua época, ainda está impregnado na sociedade brasileira? KM: O mito já desmoronou, mas no imaginário coletivo a ideia de que nosso problema seja social, de classe socioeconômica, e não da cor da pele, faz com que ainda subsista. Isso é o que eu chamo de “inércia do mito da democracia racial”. Ele continua a ter força, apesar de não existir mais, porque o Brasil oficial também já admitiu ser um país racista. Para o brasileiro é, porém, uma vergonha aceitar o fato de que também somos racistas. CC: O senhor observa alguma evolução nesse cenário? KM: Houve grande melhora. O próprio fato de o Brasil oficial se assumir como país racista, claro, com suas peculiaridades, diferente do modelo racista norte-americano e sul-africano, já é um avanço. Quando cheguei aqui há 37 anos, não era fácil encontrar quem acompanhasse esse tema. Hoje, a questão do racismo é debatida na sociedade.

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ConstituiçãoArt. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;(...)IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;(...)Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.(...)Art. 210 Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurarformação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

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Art. 215 O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.§ 1.º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

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LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História

e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.

        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

        Art. 1º. A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.§ 3º (VETADO)“ [dez por cento de seu conteúdo programático anual]"Art. 79-A. (VETADO) [capacitação para professores com a participação de entidades do movimento afro-brasileiro, das universidades e de outras instituições de pesquisa ]."Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."        Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

        Brasília, 9 de janeiro de 2003LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

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LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de

janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º  O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1º  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

§ 2º  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)

Art. 2º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília,  10  de  março  de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAFernando Haddad

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·Parecer CNE/CP n.º 3, de 10 de março de 2004 Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Resolução CNE/CP n.º 1, de 17 de junho de 2004Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Parecer CNE/CEB nº 2/2007, aprovado em 31 de janeiro de 2007Parecer quanto à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Parecer CNE/CEB nº 6/2011, aprovado em 1º de junho de 2011 Reexame do Parecer CNE/CEB nº 15/2010, com orientações para que material utilizado na Educação Básica se coadune com as políticas públicas para uma educação antirracista.

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O parecer e a resolução que instituíram as "Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana" foram aprovados pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em março de 2004 e homologados pelo Ministério da Educação (MEC) em junho do mesmo ano. A resolução foi resultante do Parecer CNE/CP 3/2004. As "Diretrizes" visavam a atender à Lei nº 10.639/2003, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas do país.

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Conselho Nacional de Educação - Parecer 003/2004 - homologado pelo Ministério da Educação como Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização de Ações Afirmativas.

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Políticas de reparação

• Leitura : O filho de Luísa

A demanda por reparações visa a que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir, os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição. Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao racismo e a toda sorte de discriminações.

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Luís Gonzaga Pinto da Gama (Salvador, 21 de junho de 1830 – São Paulo, 24 de agosto de 1882) , jornalista e escritor brasileiro.Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo já aos 29 anos autor consagrado e considerado "o maior abolicionista do Brasil".Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata e o único a ter passado pela experiência do cativeiro; pautou sua vida na defesa da liberdade e da república, ativo opositor da monarquia, morreu seis anos antes de ver seus sonhos concretizados.

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Reconhecimento

• Implica em justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira.

• Vencer preconceitos e estereótipos em palavras, atitudes e ideias.

• Negar o viés da vitimização.

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Ações afirmativas

Correção de desigualdades raciais e sociaisEstratégias:• a conexão dos objetivos, estratégias de ensino e atividades

com a experiência de vida dos alunos e professores;• a crítica aos materiais didáticos, bem como providências para

corrigi-las;• valorização da oralidade, da corporeidade e da arte;• Valorizar o patrimônio cultural afro-brasileiro• participação de grupos do Movimento Negro, de grupos

culturais negros e da comunidade;• projetos políticos-pedagógicos para a diversidade étnico-racial;• Cotas.

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A escola têm que desfazer a mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos.

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Este teste foi realizado pela primeira vez nos anos 1940 pelo psicólogo americano Kenneth Clark. Quase 60 anos depois, o cineasta americano Kiri Davis recriou o teste. A pedagoga brasileira Roseli Martins realizou um teste semelhante com crianças brasileiras em 2006.

Quando Kenneth Clark testou 16 crianças afro-americanas em 1950, 63% (10 de 16) escolheu a boneca branca. Quando Davis testou 21 crianças afro-americanas em 2005, 71% (15 de 21) escolheu a boneca branca.

Martins testou 26 meninas (14 brancas, 12 afro-brasileiras) com 4 bonecos: um boneco menino, uma boneca negra, uma boneca branca com cabelo curto e uma boneca menina branca com cabelos compridos. Ela descobriu que 17 meninas (65%) escolheram a boneca branca de cabelo comprido, quatro (15%) escolheram o boneco menino e cinco escolheram a boneca negra (19%). Dos cinco que escolheram a boneca negra, somente 2 das 12 meninas afro-brasileiras (17%) escolheram a boneca negra.

Bonecas negras

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De que forma o racismo afeta as crianças?

AUTOESTIMA

INTERAÇÃO SOCIAL

DESRESPEITO

ACEITAÇÃO

Impacto sobre a aprendizagem

Propagação de um mal social

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Cores e Botas

Diretor: Juliana Vicente Elenco: Bruno Lourenço, Dani Ornellas, Jhenyfer Lauren, Luciano Quirino Duração: 16 min Ano: 2010

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http://entretenimento.r7.com/mulher/fotos/mae-cria-boneca-negra-e-com-cachos-apos-filha-ficar-insatisfeita-com-sua-aparencia-27052015#!/foto/8

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DEBATE

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Machado de Assis

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Joaquim Barbosa

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Taís Araújo

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Pelé

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Carolina Maria de Jesus

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Solano Trindade

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Abdias do Nascimento

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Foi criado pela avó. A mãe morreu antes que ele completasse dois anos. Sua família era muito pobre e sofria preconceito racial. Foi adotado por pais brancos. Sempre soube que foi adotado. Adora música, esta aprendendo a tocar violão e os pais acompanham com atenção sua educação.

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Milton Nascimento

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Milton Santos

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O que não é educar para as Relações Étnico-Raciais?

Seguir padrões de materiais didáticosReforçar estereótiposDesconsiderar a desigualdade o preconceitoReforçar abordagens ultrapassadas nas áreas científicas.Agir individualmenteNão avaliar a realidade socioculturalNão se comunicar com a comunidadeNão conhecer preceitos e leisNão debater as temáticas.Se ater apenas às datas comemorativas.

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O que significa educar para as Relações Étnico-Raciais?

Educação interdisciplinar Educação inclusivaDesenvolver atividades com a comunidadeValorizar a pluralidade culturalPromover a ÉticaRelacionar o conhecimento histórico no tempo e no espaço, mostrando-o como uma construção.Diversificar metodologias e recursos didáticos.Professores reflexivos em uma escola reflexivaCompreender a criança e o adolescente como seres sociais e com diferenças.Buscar parcerias, ser crítico e exigir as ações institucionais.Historicizar tais datas comemorativas.Entender a África e seus vínculos com o Brasil.

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DEBATE