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Liberdade – Igualdade – Fraternidade Meus queridos, Agradeço a oportunidade de ministrar essa palestra gentilmente brindada pelos valorosos irmãos desse espaço maçônico. Ao agradecê-los, também o faço a todas as autoridades presentes, as quais, peço vênia para não nominá-las individualmente, visando assim, otimizar nosso tempo. O Rito Moderno ou Francês – Usos e Costumes O Rito Moderno ou Francês foi criado em Paris no ano de 1761, constituído aos 24 de dezembro de 1772 e, finalmente, proclamado aos 09 de março de 1773, pelo Grande Oriente de França, sendo Grão Mestre Luís Felipe d'Orléans, Duque de Chartres, instalado solenemente em 22 de outubro de 1773. Na sua fundação, compunha-se apenas dos três primeiros graus e adotava as primeiras Constituições de Anderson de 1723. Na época havia grande paixão pelos altos graus, surgindo a cada momento novos graus e novos ritos, numa flagrante indisciplina. Em virtude da pressão de irmãos, o Grande Oriente de França viu-se compelido a procurar uma fórmula para harmonizar as diferentes doutrinas que vicejavam desordenadamente num emaranhado proliferar de altos graus, por influência da Cavalaria, da nobreza e de misticismos, que serviam a vaidade dos que procuravam a Maçonaria, desfigurando a Ordem. Assim, o Grande Oriente de França nomeou uma comissão de maçons de elevada cultura para estudar todos os sistemas existentes e elaborar um rito composto do menor número possível de graus, e que contivesse os ensinamentos maçônicos.

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Liberdade – Igualdade – Fraternidade

Meus queridos,

Agradeço a oportunidade de ministrar essa palestra gentilmente

brindada pelos valorosos irmãos desse espaço maçônico. Ao

agradecê-los, também o faço a todas as autoridades presentes, as

quais, peço vênia para não nominá-las individualmente, visando

assim, otimizar nosso tempo.

O Rito Moderno ou Francês – Usos e Costumes

O Rito Moderno ou Francês foi criado em Paris no ano de 1761, constituído aos 24 de dezembro de 1772 e, finalmente, proclamado aos 09 de março de 1773, pelo Grande Oriente de França, sendo Grão Mestre Luís Felipe d'Orléans, Duque de Chartres, instalado solenemente em 22 de outubro de 1773.

Na sua fundação, compunha-se apenas dos três primeiros graus e adotava as primeiras Constituições de Anderson de 1723. Na época havia grande paixão pelos altos graus, surgindo a cada momento novos graus e novos ritos, numa flagrante indisciplina. Em virtude da pressão de irmãos, o Grande Oriente de França viu-se compelido a procurar uma fórmula para harmonizar as diferentes doutrinas que vicejavam desordenadamente num emaranhado proliferar de altos graus, por influência da Cavalaria, da nobreza e de misticismos, que serviam a vaidade dos que procuravam a Maçonaria, desfigurando a Ordem. Assim, o Grande Oriente de França nomeou uma comissão de maçons de elevada cultura para estudar todos os sistemas existentes e elaborar um rito composto do menor número possível de graus, e que contivesse os ensinamentos maçônicos.

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Após três anos de estudos, a comissão desistiu da empresa, mas recomendaram manter apenas os três graus iniciais. O Grande Oriente acatou as conclusões da comissão e enviou circular a todas as lojas da obediência em 03 de Agosto de 1777, afirmando que só seriam reconhecidos os três primeiros graus simbólicos, o que causou uma grande reação de alguns irmãos, porque o Rito de Perfeição ou de Heredon já contava com 25 graus. Em razão disso, em 1782, criou uma nova comissão, com o nome de Câmara dos Ritos, cujas conclusões foram acolhidas, e, em consequência, em 1786, nascia o Rito Francês ou Moderno de 7 graus.

Graus Simbólicos:

1º Grau – Aprendiz; 2º Grau – Companheiro; 3º Grau – Mestre.

Graus Filosóficos: 1ª Ordem - 4º Grau – Eleito; 2 ª Ordem - 5º Grau - Eleito Escocês; 3 ª Ordem - 6º Grau - Cavaleiro do Oriente ou da Espada; 4 ª Ordem - 7º Grau - Cavaleiro Rosa-Cruz.

Só em 1785, foram editados rituais oficiais para os três graus simbólicos, resultado da uniformização e da codificação das práticas das Lojas Francesas nos anos anteriores. Com o Regulateur de 1801, todos os graus do Rito Moderno passaram a ter o seu ritual. Houve um período, em Portugal, no qual o Rito Moderno chegou a funcionar com um grau 8 (Kadosh Perfeito Iniciado) e até um grau 9 (Grande Inspetor).

Atualmente, no Brasil, reorganizou-se o Rito Moderno, principalmente por motivos administrativos, nos 9 graus, os dois últimos na 5ª Ordem, acrescentando-se:

5 ª Ordem - 8º Grau - Cavaleiro da Águia Branca e Preta, Cavaleiro Kadosh Filosófico, Inspetor do Rito.

5 ª Ordem - 9º Grau - Cavaleiro da Sapiência - Grande Inspetor do Rito.

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RITO DE PERFEIÇÃO - HEREDON RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO RITO MODERNO

1 Aprendiz 1 Aprendiz 1 Aprendiz

2 Companheiro 2 Companheiro 2 Companheiro

3 Mestre 3 Mestre 3 Mestre

4 Mestre Secreto 4 Mestre Secreto

5 Mestre Perfeito 5 Mestre Perfeito

6 Secretário Íntimo 6 Secretário Íntimo

7 Intendente dos Edifícios 7 Preboste e Juiz

8 Preboste e Juiz 8 Intendente dos Edifícios

9 Eleito dos Nove 9 Eleito dos Nove 4 Eleito ou Eleito Secreto

10 Eleito dos Quinze 10 Ilustre Eleito dos Quinze

11 Ilustre Eleito Chefe das Doze Tribos 11 Sublime Cavaleiro Eleito

12 Grande Mestre Arquiteto 12 Grande Mestre Arquiteto

13 Real Arco de Salomão 13 Cavaleiro do Real Arco

14 Grande Eleito, Antigo e Perfeito Mestre

14 Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom 5 Eleito Escocês

15 Cavaleiro da Espada 15 Cavaleiro do Oriente ou da Espada 6 Cavaleiro do Oriente

16 Príncipe de Jerusalém 16 Príncipe de Jerusalém

17 Cavaleiro do Oriente e do Ocidente 17 Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

18 Cavaleiro Rosa-Cruz 18 Cavaleiro Rosa-Cruz

19 Grande Pontífice 19 Grande Pontífice ou Sublime Escocês

20 Noaquita ou Cavaleiro Prussiano 20 Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre

21 Grande Patriarca 21 Noaquita ou Cavaleiro Prussiano

22 Príncipe do Líbano 22 Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano

23 Chefe do Tabernáculo

24 Príncipe do Tabernáculo

25 Cavaleiro da Serpente de Bronze

26 Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário

27 Grande Comandante do Templo

23 Cavaleiro do Sol ou Soberano Príncipe Adepto 28 Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto

29 Grande Cavaleiro Escocês de Santo André

24 Ilustre Cavaleiro Comandante da Águia Branca e Negra

30 Cavaleiro Kadosh – Cavaleiro da Águia Branca e Negra

8 Cavaleiro da Águia Branca e Preta

31 Grande Inspetor Inquisidor

25 Ilustre e Soberano Príncipe da Maçonaria, Grande Cavaleiro Comandante do Real Segredo 32 Sublime Príncipe do Real Segredo

33 Grande Inspetor Geral da Ordem 9 Cavaleiro da Sapiência - Inspetor Geral Rito

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CORRESPONDÊNCIA ENTRE OS GRAUS DOS DIVERSOS RITOS MAÇÔNICOS

MODERNO ADONHIRAMITA BRASILEIRO REAA YORK

GRAU 4 GRAU 7 GRAU 9 GRAU 9 Mestre da Marca

GRAU 5 GRAU 14 GRAU 14 GRAU 14 Past Master

GRAU 6 GRAU 15 GRAU 15 GRAU 15 Mui Excelente Mestre

GRAU 7 GRAU 18 GRAU 18 GRAU 18 Maçom do Real Arco

GRAU 8 GRAU 30 GRAU 30 GRAU 30 Cavaleiro de Malta

GRAU 9 GRAU 33 GRAU 33 GRAU 33 Cavaleiro Templário

NOMENCLATURA DOS GRAUS FILOSÓFICOS DO RITO MODERNO ORDENS SABEDORIA Nomenclatura

1º Ordem – Grau 4 ELEITOS SECRETOS

2ª Ordem – Grau 5 ELEITOS ESCOCESES

3ª Ordem – Grau 6 CAVALEIROS DO ORIENTE E DA ESPADA

4ª Ordem – Grau 7 CAVALEIROS ROSA-CRUZ

5ª Ordem – Graus 8 e 9

CAVALEIROS KADOSCH FILOSÓFICO - INSPETOR DO RITO

CAVALEIRO DA SAPIÊNCIA - GRANDE INSPETOR DO RITO

Os três primeiros graus se reúnem nas chamadas Lojas Simbólicas, filiadas às chamadas Obediências Simbólicas. Os Graus 4 a 7 se reúnem nos chamados Sublimes Capítulos. O Grau 8 se reúne no Grande Conselho Estadual e o Grau 9 se reúne no Supremo Conselho, que tem jurisdição nacional sobre todos os Graus Filosóficos.

O Rito Moderno, no que diz respeito aos graus simbólicos, é o mesmo rito que a Grande Loja da Inglaterra, a dos “Modernos”, praticava antes de sua fusão com a dos “Antigos”. As inversões das colunas, os modos de reconhecimento nos 1º e 2º graus, o início da marcha com o pé direito, a Palavra Sagrada do Aprendiz eram práticas dos “Modernos Ingleses”. ***{...em 1730, temos a mais antiga exposição impressa que alegava descrever todos os três graus, a Maçonaria Dissecada, publicada por Samuel Prichard em outubro de 1730, o que gerou a mudança de sinais, toques e palavras, etc... pelos “Antigos”...}

Mas, não são essas divergências que distinguem o Rito Moderno dos outros ritos. No Grande Oriente do Brasil, Potência mãe da Maçonaria Brasileira, são atualmente aceitos 7(Sete) ritos:

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1.- Adonhiramita; 2.- Brasileiro; 3- Escocês Antigo e Aceito; 4.- Francês ou Moderno; 5.- Schröder; 6.- York; 7-RER (Rito Escocês Retificado), esse último “ainda” não têm tratado de reconhecimento entre os nossos respectivos Supremos Conselhos. Tal diversidade não constitui fator de dissensão, porque todos, além de serem unidos pelos fortes laços de Fraternidade e de um Ideal comum, obedecem a normas legais, tais como as Constituições do Grande Oriente do Brasil e dos Grandes Orientes Estaduais, ao Regulamento Geral da Federação, leis e decretos.

O Rito Moderno, que é fruto da Maçonaria Francesa, entende que o maçom deve ter a faculdade de pensar livremente, de trabalhar para o bem-estar social e econômico do cidadão, de defender os direitos do homem e uma melhor distribuição de rendas. Essa tendência filosófica humanista é que parece contrapor-se aos aspectos de religião cultual.

O Rito Moderno não considera a Maçonaria como uma Ordem Mística, embora seus três primeiros graus estejam impregnados da mística das civilizações antigas. A busca da verdade, transitória e inefável, realiza-se pelo aprendiz na intuição, pelo companheiro na análise e pelo mestre na síntese, num processo evolutivo e racional. Os padrões do pensamento da Maçonaria Francesa são racionais e científicos, e se prendem à época moderna, ao Humanismo.

A síntese dos debates da Assembleia em 1876, que levaram à resolução de 1877, mostra bem, que: - ”A franco-maçonaria não é deísta, nem é ateia, nem sequer positivista. A instituição que afirma e pratica a solidariedade humana, é estranha a todo dogma e a todo credo religioso. Tem por princípio único o respeito absoluto da liberdade de pensamento e consciência. Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer, seriamente, que o Grande Oriente de França quis banir de suas lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros”.

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“O Rito Moderno mantém-se tolerantemente imparcial, ou melhor, respeitosamente neutro, quanto à exigência, para os seus adeptos, da crença específica em um Deus revelado, ou Ente Supremo, bem como da categórica aceitação existencial de uma vida futura; nunca por contestante ateísmo materialístico, mas unicamente, pelo respeito incondicional ao modo de pensar de cada irmão, ou postulante. Demonstra apenas, a evolução das crenças estimulando os seus seguidores ao uso da razão, para formar a sua própria opinião. Procura ensinar que a ideia de Deus resulta da consciência e que as exteriorizações do seu culto não passam de um sentimento íntimo, que se pode traduzir das mais diversas maneiras.”

O Rito Moderno não admite a limitação do alcance da razão, pelo que desaprova o dogmatismo e imposições ideológicas e, por ser racionalista e, portanto, adogmático, propugna pela busca da Verdade, ainda que provisória e em constante mutação. A filosofia do Rito se opõe a qualquer espécie de discriminação. A não admissão de mulheres dá-se em decorrência de tratados e não da natureza do Rito. O Rito emprega SS∴, TT∴ e PP∴ para cada grau; desenvolve as cerimônias por meio de fórmulas misteriosas e emblemáticas dentro dos Templos, com símbolos da construção universal; usa no primeiro Grau a Câmara das Reflexões para o neófito, desenvolve na iniciação o cultivo da Moral, da Frat∴ e da Tolerância e explica as viagens simbólicas; no 2º Grau glorifica, na cerimônia iniciática, o trabalho e o emprego das respectivas ferramentas e o aprimoramento das ciências e das artes; no 3º Grau adota a lenda de Hiram e a sua analogia com o princípio científico que a vida nasce da morte.

Tudo isso se contém nos três Graus simbólicos do Rito Francês ou

Moderno, com exceção da afirmação dogmática. Evidentemente assim

é porque o Rito é agnóstico, o que, aliás, não contraria a cânone citado

no – “Livro das Constituições” de Anderson, solenemente aprovado

como codificação da Lei Maçônica em 17 de janeiro de 1723 pelos

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Maçons ingleses e ainda hoje obedecido em todo o mundo maçônico

regular.

Em 1877, a Assembleia Geral do Grande Oriente de França decidiu

suprimir o preceito até então proclamado como o princípio

fundamental da Maçonaria: a crença em Deus e a imortalidade da

alma. Essa supressão, vitoriosa, obrigou o Grande Colégio dos Ritos a

reformular os Rituais, o que só ocorreu em 1886, porque foram muitas

as resistências a vencer. A supressão daquele princípio fundamental

produziu o abandono da fórmula: “A Glória do Grande Arquiteto do

Universo”, bem como à retirada da Bíblia do Altar dos Juramentos.

A Constituição do Grande Oriente de França, após a reforma de 1877,

estabelece em seu art. 1.º, depois de definir os objetivos e princípios

da Instituição: “A Franco-Maçonaria, considerando que as concepções

metafísicas são do domínio exclusivo da apreciação individual de seus

membros,.recusa-se.a.qualquer.afirmação.dogmática”.

Em homenagem ao Grande Oriente de França, convém deixar bem

claro os motivos por que ele operou essa reforma. Sua atitude não

traduziu, como poderia parecer, reação ao Sillabus, o código de

intolerância do Papa Pio IX, decretado.em.dezembro.de.1864.

O.Grande.Oriente.não.passou.da.posição.deísta.para.a.posição.ateia.

Absolutamente. Não se impunha ateísmo a ninguém. O voto n.º 9, em

virtude do qual a Assembleia suprimiu aquela afirmação dogmática de

crença em Deus e na imortalidade da alma, tem a sua genuína

interpretação nos Boletins do Grande Oriente de França, dos anos de

1876.e.1877..No.Boletim.de.1876,.a.pág..373,.se.lê:

“Só a má fé pode assimilar a supressão, que se pretende, a uma

negação da existência de Deus e da imortalidade da alma. Pleiteamos,

sim como bases exclusivas da Franco-Maçonaria a solidariedade

humana e a liberdade de consciência, mas essas bases comportam a

crença em Deus e em uma alma imortal, tanto quanto autorizam o

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materialismo,.o.positivismo.ou.qualquer.outra.doutrina.filosófica”.

No mesmo Boletim de 1876, a pág. 378, se diz: “A Franco-Maçonaria

não é deísta, nem ateia, nem mesmo positivista. Como instituição,

afirmando e praticando a solidariedade humana, ela é estranha a todo

dogma e a todo e qualquer credo religioso. Ela tem por princípio único

o.respeito.absoluto.à.liberdade.de.consciência.

Em matéria de fé, ela não afirma nem nega. Ela respeita de modo

igual, todas as convicções, doutrinas e crenças sinceras. Assim, as

portas de nossos Templos se abrem diante do protestante, como

diante do católico, diante do muçulmano como diante do cristão,

diante do ateu como diante do deísta, desde que sejam homens de

bem”.

A.página.380.do.mesmo.Boletim.de.1876.se.acentua:

“Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer seriamente que

o G∴ Or∴ de França quis banir de suas Lojas a crença em Deus e na

imortalidade da alma, quando, ao contrário, em nome da liberdade

absoluta de consciência, ele declara solenemente respeitar as

convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros. Nós não

afirmamos nem negamos nenhum dogma, para nos mantermos fiéis

aos nossos princípios e à prática da solidariedade humana. Se convém

aos Grandes Orientes estrangeiros nos caluniar, deturpando nossos

pensamentos.e.desnaturando.nossos.sentimentos,.que.o.façam:.são.li

vres”.

Em 1877, quando a Assembleia ainda debatia o assunto, proclamava-

se.(Boletim,.pág..243):

“Deixemos aos teólogos o cuidado de discutir os dogmas. Deixemos às

igrejas totalitárias o cuidado de formular os Syllabus. Mas que a

Maçonaria se torne o que deve ser: uma instituição aberta ao

progresso, a todas as ideias morais e elevadas, a todas as aspirações

largas e liberais. Que ela não desça jamais à arena ardente das

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discussões teológicas, que não têm trazido senão dissensões e

perseguições. Que ela se guarde de querer ser uma Igreja, um Concílio,

um Sínodo! Porque todas as Igrejas, Concílios e Sínodos têm sido

violentos e perseguidores, porque o dogma é, por sua natureza,

Inquisidor.e.Intolerante..Que.a.Maçonaria.paire,.pois,.majestosament

e, acima de todas as questões de igrejas ou de seitas; que ela

sobreleve do alto, todas essas discussões; que ela se torne o vasto

abrigo, sempre aberto a todos os espíritos generosos e bravos, a todos

os perquiridores conscienciosos e desinteressados da verdade, a todas

as.vítimas,.enfim,.do.despotismo.e.da.intolerância”.

A Moção, que adotou o voto n.º 9, supressivo, consta, finalmente, a

fls. 248 do Boletim de 1877: “A Assembleia, considerando que a

Franco-Maçonaria não é uma religião, não pode, por consequência,

afirmar.em.sua.Constituição.doutrinas.ou.dogmas”..(6).

O texto aprovado estabelecia: “A Franco-Maçonaria, instituição

inteiramente filantrópica e progressista, tem por objetivo a procura da

verdade, o estudo da moral universal, das ciências e das artes e o

exercício da beneficência. Tem por princípios a liberdade absoluta de

consciência e a solidariedade humana. Não exclui ninguém por suas

crenças. Tem por divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, (“Les

Francs-Maçons”, de Serge Hutin, ed. 1960, pág. 109, coleção “Le

Temps qui court”). É curioso assinalar-se que a aprovação se deu, após

um discurso muito aplaudido do Ir:. Desmons, que não era livre

pensador, mas um pastor protestante.

Os Landmarks tradicionais continuam observados pelo Rito Francês ou

Moderno. Senão vejamos: Os processos de reconhecimento; a divisão

da Maçonaria Simbólica em três graus; a Lenda de Hiram; a

congregação dos Maçons em Loja; o governo da Loja por um Venerável

e dois Vigilantes; a Loja estará a coberto quando reunida; os direitos

de representação e de recurso assegurados aos Irmãos;

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o direito de visitação; a trolha ao visitante desconhecido; a proibição

de uma Loja imiscuir-se em assuntos de outra ou conferir grau a Irmão

de outra Loja; a submissão do Maçom à Lei Maçônica de seu Oriente;

somente homens livres, maiores e isentos de defeitos físicos podem

ser candidatos à iniciação; a igualdade dos Maçons em Loja, não

influindo a situação profana; a conservação secreta dos sinais, palavras

e toques e o uso dos símbolos como fontes de ensinamento moral.

No grau 1. O juramento é sobre a Constituição; o candidato não ajoelha. Define-se a Maçonaria como uma instituição, cujos princípios são: a Tolerância, o Respeito Mútuo e a Liberdade de Consciência. Sua divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Não há Bíblia, nem outro Livro Sagrado, nem preces, nem se invoca O.Grande Arquiteto do Universo;

No grau 2. Faz-se a glorificação do trabalho, mas a letra G é gravitação, gênio, geometria, e a Estrela Flamejante e simboliza a estrela polar ou o astro do livre pensamento;

No grau 3. A acácia não é a imortalidade. Ela significa que a vida tira seus elementos da morte e lembra a renovação social pela liberdade, que sucede à opressão;

No grau 7. Não há referência a Jesus. A Palavra Perdida é a trilogia da Revolução Francesa;

No grau 8. Zela-se pela Ritualística e Filosofia do Rito;

No grau 9. Faz-se parte da administração do Rito em todo o território nacional com mandato sobre os Grandes Conselhos Estaduais;

Nos.Rituais.especiais,.o.mesmo.sentido.agnóstico;

Invoca-se,

na.inauguração.do.Templo.a.Verdade,.a.Razão.e.a.Justiça; Na confirmação do casamento, considera-se a cerimônia como

um contrato, visando.a.perpetuação.da.espécie;

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Na pompa fúnebre: não há afirmação da imortalidade do espírito, nem.a.invocação.do.G∴A∴D∴U∴.e.se.diz.que.“o.corpo,morto,.vai.contribuir.ao.desenvolvimento.da.vida.vegetal”.

***Sobre a iniciação de “somente homens livres, maiores e isentos de

defeitos físicos”, Dogma e Landmarks no Rito Moderno, ao final da

apresentação insiro comentários mais profundos a respeito.

Nos Rituais vigentes do Rito Francês ou Moderno não há liturgia,

porque não há cerimônia religiosa. Os Ritos podem compreender

cerimônias religiosas e não religiosas. Segundo Jules Boucher, em seu

conhecido livro “La Symbolique Maçonnique”, Rito é, em Maçonaria,

“a codificação. de.certas.cerimônias..É.o.cerimonial”.

Nos seus Rituais vigentes, O Rito Francês ou Moderno é um Rito, sem as práticas religiosas de um culto. Seus Rituais contêm as regras ou preceitos, com os quais se realizam as cerimônias e se comunicam os SS∴, TT∴, PP∴ e demais instruções secretas dos graus.

No Rito Moderno, estudamos que o maçom, fiel ao espírito da própria Instituição, tem uma tríplice caminhada a percorrer, passando por três estados: o Místico, o Metafísico e o Científico, uma vez que nós, maçons, estamos ligados ao próprio destino da Humanidade.

Dependendo do grau em que a Loja esteja trabalhando, varia a posição

do esquadro e do compasso sobre o Livro da Lei: no grau de Aprendiz

Maçom, o esquadro é colocado sobre o compasso, com seus ramos

ocultando as hastes deste; no de Companheiro, eles os instrumentos

estão entrecruzados, com um dos ramos do esquadro ocultando uma

haste do compasso, enquanto a outra haste deste cobre o outro ramo

daquele; no de Mestre, o compasso é colocado sobre o esquadro, com

suas hastes ocultando os ramos deste..

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Nos ritos místicos, esotericamente, o compasso representa o espírito e

o esquadro simboliza a matéria.

Assim, no Aprendiz, ainda imperfeito, a materialidade suplanta a

espiritualidade; no Companheiro, há um equilíbrio entre a

espiritualidade e a materialidade; e, finalmente, no Mestre, há o

triunfo do espírito sobre a matéria.

No racional Rito Moderno, todavia, a interpretação é outra: no grau

de Aprendiz, as hastes do compasso, presas sob o esquadro,

representam a mente, ainda subjugada pelos preconceitos e pelas

convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e

procurar a Verdade; no grau de Companheiro, onde é libertada uma

das hastes, há a demonstração de que o maçom já tem certa liberdade

de raciocínio e está no caminho da Verdade; no grau de Mestre, as

hastes do compasso --- que é o símbolo do conhecimento --- livres,

mostram que o Mestre é aquele que tem a mente totalmente livre,

para se dedicar ao trabalho de construção do edifício moral e

intelectual da humanidade.

Para os ritos teístas, a verdade, simbolizada pelas hastes livres do

compasso, é a Verdade Divina, o atributo da mais alta espiritualidade,

só reconhecido na divindade, enquanto a verdade simbolizada pelas

hastes presas do compasso é a Verdade humana, demonstrada como

imperfeita, rústica, instável e subjugada pelos preconceitos. Para o

Rito Moderno, a verdade contida nas hastes do compasso é a Verdade

sempre renovada da evolução científica, do raciocínio livre e do

espírito crítico, que dá, ao Homem, a liberdade de escolher os seus

padrões morais e espirituais, sem o paternalismo que lhe mostre uma

verdade estática e imutável, transformada em transcendental e, por

isso mesmo, enigmática e inacessível.

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Afinal, o que é a Verdade? Ninguém, até hoje, respondeu. Se a

verdade do homem é, ainda, uma incógnita, como se pode estabelecer

o teor da verdade divina, se Deus, segundo todas as teologias, é o

Infinito Incognoscível? Mostra ainda, o Rito Moderno, que ele não

elimina o conceito de divindade, mas também não o impõe.

Ele apenas respeita a liberdade de consciência do Homem e o seu

raciocínio crítico, rejeitando os paradigmas impostos por homens

falíveis, que, em nome de suas crenças místicas, pretendem se arvorar

em arautos e intérpretes da Vontade e da Verdade de Deus.

*** O Rito Moderno na visão do SCRM – Supremo Conselho do Rito Moderno.

Denomina-se de Rito Maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos que variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelos seus criadores.

Enquanto a instituição maçônica tem suas raízes solidamente fincadas num remotíssimo passado, deixando o seu marco em cada etapa da marcha da humanidade, firmando assim a sua tradição, os Ritos, como forma de trabalho tem vida relativamente efêmera, transitória e são modificados ou substituídos em cada fase, sofrendo as modificações do tempo e das influências das transformações sociais de cada época.

Dentro desse quadro situa-se o Rito Moderno. Rito difícil de ser praticado dentro das diretrizes que lhe são traçadas, uma vez que há de dirigir seus passos em direção ao campo cientifico da formação do Homem do futuro. Acusado injustamente de ateísmo, foi criado em Paris em 1761, constituído em 24 de dezembro de 1772 e proclamado em 09 de março de 1773 pelo Grande Oriente da França, com três câmaras, pelo Grão-Mestre da maçonaria Francesa Filipe de Orleans, Duque de Chartres, o Rito Moderno logo passou a ser praticado na França, na Holanda, na Bélgica, nas colônias Francesas, em Portugal, na Espanha e em diversos países.

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O Rito Moderno se estabeleceu no Brasil a partir de 1801, na mesma época em que surgiram as primeiras lojas maçônicas regulares do país.

No Rito Moderno, negamos toda afirmação dogmática e o fazemos para não limitar a liberdade de pensamento e de consciência dos integrantes do Rito. O Rito Moderno entende que o maçom deve ter a faculdade de pensar livremente. O Rito Moderno não admite a limitação do alcance da razão, pelo que desaprova o dogmatismo e imposições ideológicas em seus trabalhos. Por ser racionalista, se mantém equidistante de todos os dogmas, inclusive do Agnosticismo, que também é um dogma.

“DOGMA”: Ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina

religiosa; “DOGMATISMO”: Doutrina que afirma a existência de

verdades certas e que se podem provar; “ADOGMATISMO”:

Orientação filosófica que se opõe as doutrinas formalmente

estabelecidas.

Adogmático, “O Rito Moderno mantêm-se tolerantemente imparcial,

ou melhor, respeitosamente neutro, quanto à exigência para seus

adeptos, da crença específica em um Deus revelado, ou Ente-Supremo,

bem como da categórica aceitação existencial de uma vida futura;

nunca por constante ateísmo materialístico, mas, unicamente, pelo

respeito incondicional ao modo de pensar de cada Irmão, ou

Postulante. Demonstra, apenas, a evolução das crenças, estimulando

seus seguidores ao uso da Razão, para formar sua própria opinião.

Procura ensinar que a ideia de Deus resulta da consciência e que a

exteriorização do seu culto não passa de um sentimento íntimo, que se

pode traduzir de várias maneiras. Indica como dever aos maçons: o

aperfeiçoamento pela análise de todas as ideias liberais, igualitárias e

generosas; a elevação do espírito à concepção de uma incessante

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orientação progressista; e a plena conscientização do papel coletivo,

que deve desempenhar na Terra, o Homem Permanente e Impessoal,

de que a Ordem Maçônica é a personificação.”

Sabemos que o número de Landmarks varia de 3 até 54, dependendo a quem pertença a classificação feita. Sabemos que na América Latina, a classificação de Mackey, tem sido a mais utilizada, mas, em seu último item dita sobre a inalterabilidade dos Landmarks que lhe antecedem, o que soa um tanto soberano e arrogante. Afinal, e tal como o Irmão Antonio Onias Neto, refletindo sobre isso, fez a seguinte pergunta, repito-a: “Teria sido Mackey o ungido de Deus?” Vejamos o que escreveu o Irmão Onias neto sobre os Landmarks no Rito Moderno: “A própria Grande Loja Unida da Inglaterra nunca relacionou ou citou uma determinada classificação de Landmark. Ela aceita como Landmarks os Antigos Deveres citados na Constituição de Anderson. O que ela fez foi citar os oito pontos que exige para reconhecimento de uma Potência Maçônica, que nós aceitamos, pois o Grande Oriente do Brasil tem Tratado de Amizade e Reconhecimento com ela... O Rito Moderno, coerente com seus princípios aceita como mais concernente à compilação de Findel, que é a seguinte: 1.- A obrigação de cada Maçom de professar a religião universal em que todos os homens de bem concordam. (praticamente transcrevendo as Constituições de Anderson, primeiro documento oficial da moderna Maçonaria) 2. – Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político. 3. – Cada iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar outras Lojas. 4. – Para ser iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade. 5. – A igualdade dos Maçons em Loja. 6. – A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade. 7. – Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância; proibição de levar para a Ordem discussões sobre assuntos de religião e política. 8. – O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os

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conhecimentos havidos na Iniciação. 9. – O direito de cada Maçom de colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser representado no Alto Corpo.

Na opinião do Irmão Onias Neto, praticamente não cabem ressalvas na relação de Findel, o que a torna aceitável em virtude de se coadunar com o que eles entendem por Landmark. Temos a preocupação de garantir essa liberdade e Permitir, a cada um dos membros, acreditar no principio criador que lhe convier, sempre respeitando a crença de qualquer outro.

De maneira Global, o Supremo Conselho do Rito Moderno, reconhecido legalmente pelo Grande Oriente do Brasil através de Tratado de Reconhecimento, que trabalha no Grau 9-Cavaleiro da Sapiência, tem o âmbito de atuação Nacional e Internacional. Nos Estados há os Grandes Conselhos Estaduais, que funcionam com o grau 8-Cavaleiro da Águia Branca e Preta e dentro de cada um deles há os Sublimes Capítulos Regionais que trabalham nos graus 4 ao 7-Eleito, Escocês, Cavaleiro do Oriente e da Espada e Cavaleiro Rosa-Cruz.

***O EVOLVER DO DEFEITO FÍSICO NAS CONSTITUIÇÕES DO GOB.

A Constituição do Grande Oriente do Brasil sofreu contínuos aprimoramentos ao longo dos anos, resultado do estudo e pesquisa de maçons abnegados, interessados na evolução da maçonaria como um todo e do GOB em particular. Por isso, a eliminação da referência a uma listagem de Landmarks, em detrimento de outros autores, ocorreu na década de 90. Dessa maneira, não se pode usar qualquer artigo dos Landmarks de Mackey para basear uma decisão. Hoje, os Landmarks possui somente valor histórico, mas perderam, oficialmente, o caráter de lei maior imutável da maçonaria gobiana, fato desconhecida da maioria dos maçons.

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Percebe-se que, face ao esforço de estudiosos e teóricos da maçonaria brasileira, esta trilha a senda da evolução e apresenta-se aqui o concernente aos requisitos para admissão na ordem constantes nas Constituições do GOB:

1975: Art 5º, parágrafo 1º, inciso d) Não ter defeito físico que o impeça de cumprir os deveres maçônicos ou de praticar o cerimonial litúrgico;

1990: Art. 29, parágrafo 1º, inciso IV – ser hígido e não ter defeito físico que o impeça de praticar atos de ritualística maçônica.

2007-2012: Art. 27, parágrafo 1º, inciso I – ser do sexo masculino e maior de 18 anos, ser hígido e ter aptidão para a prática dos atos de ritualística maçônica.

Percebe-se claramente a evolução e progresso da Maçonaria Brasileira, e a possibilidade de nova interpretação dos requisitos de saúde, mais afeita aos moldes ingleses, onde não há restrições a pessoas com deficiências. A expressão “defeito físico” foi abolida. Ser hígido, por definição: são, saudável, que desfruta de boa saúde. Isso não exclui boa parte dos deficientes físicos que podem sustentar a si e a sua família.

A outra exigência presente neste inciso, aptidão para os atos de ritualística maçônica, é de interpretação dúbia: uma mente obtusa, intolerante, preconceituosa é muito menos apta para a prática dos atos de ritualística maçônica do que uma pessoa com deficiência. Nas outras potências regulares e reconhecidas pelo GOB que aceitam deficientes, um cego, surdo ou cadeirante têm direito de adaptar o ritual de iniciação conforme suas necessidades. Em indagações sobre as práticas estrangeiras, habituados a verem deficientes serem iniciados, os maçons questionados respondiam que as adaptações são simples dependendo da deficiência apresentada. Em pouco se muda o

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ritual, a não ser que se acredite que os sinais, marchas e toques, ao invés de um símbolo e meio de instrução, sejam passes de mágica, corrente de fato seguida por parte minoritária dos maçons.

Analisando-se a mudança dos quesitos de ingresso, pode-se aventar duas possibilidades. A primeira e de acordo com o que prega a doutrina maçônica, de que os legisladores de 2007 tentaram permitir a aprovação de deficientes ao remover a referência a defeito físico e deixaram a cargo das lojas a decisão sobre quem pode ser aceito. A segunda possibilidade, inexcusável se esta foi a intenção, de dourar a pílula do preconceito ao remover a expressão “defeito físico”. Acredita-se que a primeira hipótese tenha sido a intenção verdadeira e, como tal, interpreta-se o inciso neste artigo. A política de exclusão atual não é segredo, como ficou evidenciado na imprensa profana na última campanha pelo Grão-Mestrado.

Investigando-se a página da internet do GOB, na seção “COMO POSSO TORNAR-ME MAÇOM?”, instrui sobre as qualificações para postular o ingresso na ordem:

Aspecto doutrinário:

Estar apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos;

Aspecto da tradição:

Estar apto; ou pronto, disposto e capacitado, “sponte SUA” (por sua vontade)

Em seção diversa, sobre “O QUE É MAÇONARIA”, a página oficial apresenta: QUAIS AS CONDIÇÕES INDIVIDUAIS INDISPENSÁVEIS PARA PODER PERTENCER A MAÇONARIA?-

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Crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão ou oficio lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da Instituição.

Nenhuma palavra sobre exclusão de pessoas com deficiência. Aliás, acredita-se que já não haja impedimento legal para entrada dos deficientes; o que se mantém é o fantasma do Landmark 18 que paira sobre a interpretação das leis maçônicas. Estar apto, como se pode inferir pelas informações acima, refere-se à aptidão intelectual de receber, apreender, os conhecimentos passados.

Cabe somente à loja simbólica, no artigo 27, decidir por deliberação, mediante votação, quem é aprovado para ser iniciado nos mistérios da maçonaria. O Regulamento Geral da Federação (RGF) exige do candidato: não apresentar limitação ou moléstia que o impeça de cumprir os deveres maçônicos. No capítulo II, artigo 29, itens I a XI, encontram-se enumerados os deveres de um maçom e a deficiência física não é impeditiva para o cumprimento de qualquer dever do maçom.

Tendo em vista que, entre os documentos exigidos no Regulamento Geral da Federação para aprovação do candidato, não consta mais a exigência de atestado de saúde, uma loja, se assim desejasse, poderia fazer a iniciação de quem fosse aprovado no escrutínio secreto, deficiente ou não. Desse modo, paulatinamente e em segredo, o preconceito atual iria sendo abolido, até que no Brasil, como em vários outros países, as pessoas com deficiências pudessem ser vistas como iguais e dignas de pertencer à Ordem. Mas não é com esse tipo de rebeldia que se quer ver deficientes sendo iniciados: o que se deseja é vê-los entrando pela porta da frente, guiados, conduzidos, ajudados ou não, e que se permita a eles verem a luz maçônica.

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Joaquim da Silva Pires afirma que “o Candidato deve ser inclinado à assimilação dos postulados maçônicos”, na mesma orientação do artigo 27, parágrafo 1º, inciso II, em que consta que o Candidato deve possuir “instrução que lhe possibilite compreender e aplicar os princípios da Instituição”. Em seu capítulo “Os critérios para a Escolha do Candidato”, observa-se que o autor não se detém nas aptidões físicas do profano, atendo-se à sua capacidade intelectual e social que devem ser levadas em consideração pelo proponente, estas sim, condições para que vingue a semente da maçonaria.

Ao fechamento de sua Obra Joaquim da Silva Pires reitera as condições psicológicas do candidato: “…após o recebimento da Luz, que não é a simples clarificação proveniente de lâmpadas elétricas, mas a intensidade que deverá proporcionar uma luminosidade interior (desde que existam as indispensáveis condições imateriais ao recebimento da luminosidade),…” (grifo nosso)

Os olhos da alma podem se abrir para a verdadeira Luz, pois, muito além do que a visão física permite, nesse momento, a Luz é algo muito maior e simbólico do que o mero enxergar.

A verdadeira luz, assim, permite interpretar as leis e regulamentos de forma justa e inclusiva. Basta ter a mente aberta à evolução e coração sensível ao bem para que se aceite entre os maçons um profano de bom coração, desejoso de conhecer a Luz e que reúna as outras condições para a iniciação, independentemente de sua perfeição física.

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Finalizando, meus amados irmãos, cumpre-me dizer que o Supremo Conselho do Rito Moderno,

na competentíssima e moderna gestão do nosso querido e poderoso Soberano Grande Inspetor

Geral, irmão Pasquale Mignela Filho, dos queridos irmãos Alberto Cosme Braga, Grande

Secretário, Joaquim Carvalho, Grande Secretário da Administração, Vlademir Spinelli dos Santos,

Grande Chanceler e demais componentes da alta cúpula, não mede esforços para que o Rito

Moderno seja conhecido em seu mais profundo teor de conteúdo, promovendo para tanto, ciclos

de palestras e congressos e promovendo a integração entre os Ritos Regulares e reconhecidos

pelo Grande Oriente do Brasil através de Reconhecimento e Equivalência de Graus, a exemplo do

ocorrido, como segue:

a) Em Salvador, no dia 19/09/2015, através da Delegacia do Rito Moderno Bahia e Sergipe,

Outorga do Grau 9, Cavaleiro da Sapiência – Grande Inspetor do Rito, ao querido irmão Guglielmo

Dias Mascarenhas.

b) Em São Paulo, no dia 25/09/2015, em Sessão Magna Pública para entrega da Comenda do

Mérito Maçônico “Defensor Perpétuo do Rito Moderno” ao Eminente Irmão Benedito Marques

Ballouk Filho, Grão-Mestre Estadual de São Paulo, idem aos Irmãos Kamel Aref Saab, Grão-Mestre

Adjunto e Márcio França, Vice-Governador do Estado de São Paulo, culminando com a entrega do

Título “Cruz da Perfeição Maçônica” ao Irmão Joaquim Cândido de Carvalho Netto, Grande

Secretário de Administração do SCRM, outorgado pelo Grande Oriente do Brasil pelos mais de 40

anos de serviços prestados à Ordem;

c) Em Salvador, no dia 09/10/2015, na Sede do GOEB, quando tiveram as suas equivalências e

reconhecimento de graus os irmãos, Grão-Mestre Estadual Silvio Souza Cardim, Deputado Federal

Alexandre da Silva Monteiro e Deputado Estadual Luciano Pinto de Sepulveda,

d) Em São Paulo, no dia 24/10/2015, no Templo do Sublime Capítulo Regional Paulistano, o

mesmo ocorreu com nosso Grão-Mestre Geral em exercício, Eurípedes Barbosa Nunes, hoje,

também, Grau 9 – Cavaleiro da Sapiência – Grande Inspetor do Rito.

e) Em Salvador, no dia 28/10/2015, Palestra sobre o Rito Moderno – Seus usos e costumes, pelo

Delegado do Rito Moderno – Bahia e Sergipe, Eminente irmão Cleber Tomas Vianna, na Delegacia

Litúrgica do REAA, em Sessão do Colégio dos Grandes Inspetores Gerais do Grau 33 do REAA, com

a presença dos presidentes das Lojas de Perfeição, Capitulares, Kadosh, Consistório e Colendo

Colégio, Sebastião Alves Vieira, José da Silva Lima, Carlos Aragão da Silva (representado), Gerson

de Carvalho, Capitão Guilherme Aguiar de Oliveira, respectivamente, e o Delegado Litúrgico do

REAA da Bahia, também Secretário de Ritualística do GOEB, Eminente irmão Coronel Elísio

Francelino da Silva, demais autoridades e irmãos.

e) Em 06/11/2015, recebemos prerrogativa para Outorgarmos o Reconhecimento e Equivalência

de Grau 33 ao Grau 9 do Rito Moderno, dos queridos irmãos Edward dos Santos, Delegado do

Excelso Conselho Adonhiramita no Brasil e Pedro Cardoso Neto, Secretário de Previdência e

Assistência do GOEB. Belíssima Sessão Magna feita no Templo da Sabedoria, Luz e União em Feira

de Santana/Bahia.

Pela atenção, meus respeitos e admiração a todos,

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Cleber Tomás Vianna – CIM 190176 - Maçom Benemérito da Ordem/BA.

Iniciado em 22/06/1979 – A∴R∴L∴S∴ O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP.

Elevado em 17/04/1980 - A∴R∴L∴S∴ O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP.

Exaltado em 10/10/1980 – A∴R∴L∴S∴ Os Templários, 232 – GLESP - Cadastro

11602.

Instalado em 17/06/1985 - A∴R∴L∴S∴ O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP.

Filiado em 1996 - A∴R∴L∴S∴ Livres Pensadores, 2304 – GOSP/GOB

Filiado em 31/08/2002 - A∴R∴L∴S∴ Solidariedade, 3348 – GOEB/GOB – SSA/BA

Lojas e Capítulos que participou da Fundação:

1)Sublime Capítulo Regional Os Amigos da Liberdade, nº 24 – SSA/BA - RITO

MODERNO.

2) Lojas Simbólicas:

a) Os Templários, 232 – GLESP – SP/SP – RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO.

b) O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP – SP/SP - RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO.

c) Verdade Libertária, 3497 – GOEB/GOB – SSA/BA – RITO MODERNO.

d) Voltaire - Feira de Santana/BA - RITO MODERNO (Aguardando Carta Constitutiva).

Cargos em Lojas Simbólicas:

1º Vig∴ 1983/1984 e 1987/1988 - O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP.

Ven∴M∴ 1985/1986 - O Grito do Ipiranga, 240 – GLESP.

Ven∴M∴ 2007 a 2011 e 2015/2017 - Verdade Libertária, 3497 – GOEB/GOB – RM – SSA/BA.

Deputado Estadual 2011/2015 - PAELBA

Cargos nos Altos Graus:

Sapientíssimo do Sublime Capítulo Regional Os Amigos da Liberdade – RM: 2002/2007.

Zelador do Sublime Capítulo Regional Os Amigos da Liberdade – RM: 2015/2016.

Delegado em exercício do Supremo Conselho do Rito Moderno para os Vales da Bahia e Sergipe desde

2007.

****Cantor, Músico, Compositor, Pesquisador e Professor de viola caipira.***

E-mail: [email protected]

Site: www.casadosvioleiros.com

Fontes: Internet; SCRM; Antonio Onías (In-Memorian); Helio P. Leite; Álvaro Palmeira; José Coelho da Silva; A Trolha; kennyo

Ismail; Loja Universitária Professor José de Souza Herdy; Pedra Oculta; Diego Denardi; José Ronaldo Viega Alves; Constituição do

Grande Oriente do Brasil, 1975. Rio de Janeiro, 22-05-1975; Constituição do Grande Oriente do Brasil, 2001. Distrito Federal, 30-

11-1990; Constituição do Grande Oriente do Brasil, 2007 – última revisão em 10-09-2012; PIRES, Joaquim da silva - O Roteiro da

Iniciação de Acordo com o Rito Escocês Antigo e Aceito, 1ª ed. Londrina: Ed. Maçônica “A Trolha”, 2011. Fatos e nomes omissos?

Favor contatar-nos para a devida observação.