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educacional Material do professor Caderno Material de apoio º bimestre LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA 9ano_LinguaPortuguesa_Professor_4bim - 23agosto2013_Layout 1 23/08/2013 10:08 Page 1

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educacionalMaterial do professor

Caderno

Material de apoio 4º bimestre

LÍNGUA�PORTUGUESA

LÍNGUAPORTUGUESA

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CadernoCaderno

Material de apoio 4º bimestre

LÍNGUA�PORTUGUESA

LÍNGUAPORTUGUESA

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Marconi Ferreira Perillo JúniorGovernador do Estado de Goiás

Thiago Mello Peixoto da SilveiraSecretário de Estado da Educação

Raph Gomes AlvesSuperintendente de Inteligência Pedagógica e Formação

Márcia rejane Martins da Silva BritoChefe do Núcleo da Escola de Formação

Valéria Marques de OliveiraGerente de Formação Central

Expediente

Gerência de Formação Central

Elaboradores

Ana Christina de Pina Brandão

Arminda Maria de Freitas Santos

Débora Cunha Freire

Edinalva de Carvalho

Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé

Lívia Aparecida da Silva

Marilda de Oliveira Rodovalho

Rosely Aparecida Wanderley Araújo

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O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado daEducação (SEDUC), criou o “Pacto pela Educação” com o objetivo de avançarna oferta de um ensino qualitativo às crianças, jovens e adultos do nosso Estado.Assim, busca-se adotar práticas pedagógicas de alta aprendizagem.

Dessa forma, estamos desenvolvendo, conjuntamente, várias ações, dentreelas, a produção deste material de apoio e suporte. Ele foi concebido tendo porfinalidade contribuir com você, professor, nas suas atividades diárias e, também,buscando melhorar o desempenho de nossos alunos. Com isso, espera-seamenizar o impacto causado pela mudança do Ensino Fundamental para oMédio, reduzindo assim a evasão, sobretudo na 1ª série do Ensino Médio.

Lembramos que a proposta de criação de um material de apoio e suportesempre foi uma reivindicação coletiva de professores da rede. Proposta estaque não pode ser viabilizada antes em função da diversidade de Currículos queeram utilizados. A decisão da Secretaria pela unificação do Currículo paratodo o Estado de Goiás abriu caminho para a realização de tal proposta.

Trata-se do primeiro material, deste tipo, produzido por esta Secretaria,sendo, dessa forma, necessários alguns ajustes poste\riores. Por isso, contamoscom a sua colaboração para ampliá-lo, reforçá-lo e melhorá-lo naquilo que forpreciso. Estamos abertos às suas contribuições.

Sugerimos que este caderno seja utilizado para realização de atividadesdentro e fora da sala de aula. Esperamos, com sua ajuda, fazer deste um objetode estudo do aluno, levando-o ao interesse de participar ativamente das aulas.

Somando esforços, este material será o primeiro de muitos e, com certeza,poderá ser uma importante ferramenta para fortalecer sua prática em sala deaula. Assim, nós o convidamos para, juntos, buscarrmos o aperfeiçoamento deações educacionais, com vistas à melhoria dos nossos indicadores,proporcionando uma educação mais justa e de qualidade.

A proposta de elaboração de outros materiais de apoio continua e a suaparticipação é muito importante. Caso haja interesse para participar dessaselaborações, entre em contato com o Núcleo da Escola de Formação pelo e-mail [email protected]

Bom trabalho!

Apresentação

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RomanceLevantamento dos conhecimentos prévios / Introdução aos estudos do gênero ......09Aula 1 ...........................................................................................................................09Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................12Aula 2 ...........................................................................................................................12Aula 3 ...........................................................................................................................19Aula 4 ...........................................................................................................................20Aula 5 ...........................................................................................................................23Aula 6 ...........................................................................................................................25Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................30Aula 7 ...........................................................................................................................30Aula 8 ...........................................................................................................................30Aula 9 ...........................................................................................................................31Aula 10 ........................................................................................................................34

TeatroLevantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudo dos gênero ......39Aula 11.........................................................................................................................39Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ...................................................................41Aula 12.........................................................................................................................41Aula 13.........................................................................................................................45Aula 14..................................................................................................................................51Aula 15.........................................................................................................................53Aula 16.........................................................................................................................55Aula 17.........................................................................................................................61Aula 18.........................................................................................................................62Aula 19 .... ...................................................................................................................63Aula 20.........................................................................................................................65Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................................68Aula 21.........................................................................................................................68Aula 22 .... ...................................................................................................................69Aula 23.........................................................................................................................69Aula 24 .... ...................................................................................................................70Aula 25.........................................................................................................................72Referências..................................................................................................................74

Sumário

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RomanceProfessor(a), vamos trabalhar com o gênero Romance: gênero literário, geralmente longo, que pode

acontecer em lugares/espaços variados e organizado com mais de um conflito.Lembre-se, professor (a), de que o seu entusiasmo e o gosto pela leitura de romances poderão motivar

seus (suas) alunos (as) a lerem esse gênero literário.Vale ressaltar, também, que, antes de iniciar os estudos de qualquer gênero, é fundamental que você estude

e pesquise sobre suas características. Então, vamos lá! Pesquise, estude e desenvolva um rico trabalho sobre romance com as suas turmas de 9º ano!

Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução ao estudo do gênero.Objetivo geral

• Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Romance, explorando as práticasde oralidade, leitura e escrita.

aula 01

O que devo aprender nesta aulau Ler com fluência e boa entonação.

u Ler com fluência e autonomia o romance em estudo, observando forma, estilo,conteúdo função social.

u Reconhecer elementos de literariedade no texto.

u Compreender a importância do contexto histórico no gênero.

u Valorizar a leitura do romance como fonte de entretenimento e prazer.

• Pode-se dizer que estas canções são românticas? Por quê?• Analise as semelhanças e as diferenças entre as canções ouvidas. • Assim como as músicas ouvidas, você acha que todo romance é romântico? Justifique.• Você já leu algum romance? Qual? Quem o escreveu? Pode ser caracterizado como romântico? Por quê?

Práticas de oralidade e leitura Professor (a), prepare o ambiente para receber os seus alunos. Construa um clima romântico. No centro dasala, coloque um tapete com algumas almofadas e, para sensibilizar os estudantes, apresente-lhes letras demúsicas românticas modernas e antigas. Se achar necessário, além da leitura, apresente os vídeos das músicasaos alunos. Os endereços seguem abaixo das letras.

Determine um momento para que os alunos leiam e comentem as diferenças de época nas letras das músicas. Mostreaos estudantes que, como as épocas, os costumes, a linguagem e a maneira de declarar os sentimentos também mudam.

Aproveite a discussão para fazer os seguintes questionamentos aos estudantes:

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Quando a luz dos olhos meus E a luz dos olhos teus Resolvem se encontrarAi, que bom que isso é meu Deus Que frio que me dá o encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus Resiste aos olhos meus Só pra me provocar

Meu amor juro por Deus Me sinto incendiar

Meu amor juro por Deus Que a luz dos olhos meus Já não pode esperar Quero a luz dos olhos meus Na luz dos olhos teus Sem mais la ra ra ra...

Pela luz dos olhos teus Eu acho meu amor que só se pode achar Que a luz dos olhos meus precisa se casar( La ra ri ra ra ra...)( La ra ri ra ra ra...)

Quando a luz dos olhos meus E a luz dos olhos teus Resolvem se encontrarAi, que bom que isso é meu Deus Que frio que me dá o encontro desse olharMas se a luz dos olhos teus Resiste aos olhos meus Só pra me provocar

Meu amor juro por Deus Me sinto incendiar

Meu amor juro por Deus Que a luz dos olhos meus Já não pode esperar

Quero a luz dos olhos meus Na luz dos olhos teus Sem mais la ra ra ra...

Pela luz dos olhos teus Eu acho meu amor e só se pode achar Que a luz dos olhos meus precisa se casar Que a luz dos olhos meus precisa se casar Que a luz dos olhos meus precisa se casar Precisa se casar, precisa se casar (repete até o fim)

Pela Luz dos Olhos TeusTom Jobim e Miucha

Tu és, divina e graciosaEstátua majestosa do amorPor Deus esculturadaE formada com ardorDa alma da mais linda florDe mais ativo olorQue na vida é preferida pelo beija-florSe Deus me fora tão clementeAqui nesse ambiente de luzFormada numa tela deslumbrante e belaTeu coração junto ao meu lanceadoPregado e crucificado sobre a rósea cruzDo arfante peito seuTu és a forma idealEstátua magistral oh alma perenal

Do meu primeiro amor, sublime amorTu és de Deus a soberana florTu és de Deus a criaçãoQue em todo coração sepultas um amorO riso, a fé, a dorEm sândalos olentes cheios de saborEm vozes tão dolentes como um sonho em florÉs láctea estrelaÉs mãe da realezaÉs tudo enfim que tem de beloEm todo resplendor da santa naturezaPerdão, se ouso confessar-teEu hei de sempre amar-teOh flor meu peito não resisteOh meu Deus o quanto é triste

RosaPixinguinha

http://letras.mus.br/tom-jobim/73343/#selecoes/49022/

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A incerteza de um amorQue mais me faz penar em esperarEm conduzir-te um diaAo pé do altarJurar, aos pés do onipotenteEm preces comoventes de dor

E receber a unção da tua gratidãoDepois de remir meus desejosEm nuvens de beijosHei de envolver-te até meu padecerDe todo fenecer

http://letras.mus.br/pixinguinha/30843/

http://letras.mus.br/claudinho-e-buchecha/47176/

Avião sem asa,Fogueira sem brasa,Sou eu assim, sem vocêFutebol sem bola,Piu-piu sem Frajola,Sou eu assim, sem você...Porque é que tem que ser assim?Se o meu desejo não tem fimEu te quero a todo instanteNem mil auto-falantesVão poder falar por mim...Amor sem beijinho,Buchecha sem Claudinho,Sou eu assim sem vocêCirco sem palhaço,Namoro sem abraço,Sou eu assim sem você...Tô louco prá te ver chegarTô louco prá te ter nas mãosDeitar no teu abraçoRetomar o pedaçoQue falta no meu coração...

Eu não existo longe de vocêE a solidão é o meu pior castigoEu conto as horas pra poder te ver,Mas o relógio tá de mal comigo.Por quê? Por quê?Neném sem chupeta,Romeu sem Julieta,Sou eu assim, sem vocêCarro sem estrada,Queijo sem goiabada,Sou eu assim, sem você...Você...Porque é que tem que ser assim?Se o meu desejo não tem fimEu te quero a todo instanteNem mil auto-falantesVão poder falar por mim...Eu não existo longe de vocêE a solidão é o meu pior castigoEu conto as horas prá poder te ver,Mas o relógio tá de mal comigo...

Fico Assim Sem VocêClaudinho e Buchecha

Quem um dia irá dizerQue existe razãoNas coisas feitas pelo coração?E quem irá dizerQue não existe razão?Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantarFicou deitado e viu que horas eramEnquanto Mônica tomava um conhaqueNo outro canto da cidade, como eles disseramEduardo e Mônica um dia se encontraram sem quererE conversaram muito mesmo pra tentar se conhecerUm carinha do cursinho do Eduardo que disse"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita"Eu não tô legal", não aguento mais birita"E a Mônica riu, e quis saber um pouco maisSobre o boyzinho que tentava impressionarE o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa"É quase duas, eu vou me ferrar"Eduardo e Mônica trocaram telefoneDepois telefonaram e decidiram se encontrarO Eduardo sugeriu uma lanchoneteMas a Mônica queria ver o filme do GodardSe encontraram então no parque da cidadeA Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar

Eduardo e MônicaLegião Urbana

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIOCaro(a) aluno (a), pesquise a diferença entre “romance” e “romantismo” e traga o resultado da sua pesquisana próxima aula.

Mas a menina tinha tinta no cabeloEduardo e Mônica eram nada parecidosEla era de Leão e ele tinha dezesseisEla fazia Medicina e falava alemãoE ele ainda nas aulinhas de inglêsEla gostava do Bandeira e do BauhausVan Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de RimbaudE o Eduardo gostava de novelaE jogava futebol-de-botão com seu avôEla falava coisas sobre o Planalto CentralTambém magia e meditaçãoE o Eduardo ainda tava no esquemaEscola, cinema, clube, televisãoE mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repenteUma vontade de se verE os dois se encontravam todo diaE a vontade crescia, como tinha de serEduardo e Mônica fizeram natação, fotografiaTeatro, artesanato, e foram viajarA Mônica explicava pro EduardoCoisas sobre o céu, a terra, a água e o ar

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescerE decidiu trabalhar (não!)E ela se formou no mesmo mêsQue ele passou no vestibularE os dois comemoraram juntosE também brigaram juntos, muitas vezes depoisE todo mundo diz que ele completa elaE vice-versa, que nem feijão com arrozConstruíram uma casa há uns dois anos atrásMais ou menos quando os gêmeos vieramBatalharam grana, seguraram legalA barra mais pesada que tiveramEduardo e Mônica voltaram pra BrasíliaE a nossa amizade dá saudade no verãoSó que nessas férias, não vão viajarPorque o filhinho do Eduardo tá de recuperaçãoE quem um dia irá dizerQue existe razãoNas coisas feitas pelo coração?E quem irá dizerQue não existe razão?

http://letras.mus.br/legiao-urbana/22497/

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

• Ampliar os conhecimentos sobre o gênero Romance, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise linguística.

aula 02

O que devo aprender nesta aulau Ler capítulos de romances, utilizando as estratégias da leitura como mecanismos de interpretação dos textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Ler capítulos de romances, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

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Disponível em http://obelletrista.wordpress.com/2012/10/10/conceito-e-caracteristicas-do-romance/

Professor (a), inicie esta aula socializando as pesquisas realizadas pelos alunos. Neste momento, é fundamentala sua mediação para a sistematização dos conceitos pesquisados. Esclareça-lhes que no século XVIII, o romancetornou-se o porta-voz das ambições e desejos das pessoas da época, constituindo uma forma de passatempoe de fuga do cotidiano. O escritor era pago para oferecer uma imagem otimista e leve da vida. Era o romanceromântico, que trazia história de encontros, casamentos, realização de sonhos e desilusões. Assim, a palavra romance passou a designar um estilo literário dotado de profundo sentimentalismo,inicialmente narrado em verso e, posteriormente, em prosa. Entretanto, isso muda no período contemporâneo,quando várias temáticas são abordadas de diversas formas e diferentes estilos.Apresentamos, abaixo, também, pequenos conceitos dos termos solicitados acima, que poderão somar-se às suaspesquisas em relação ao estudo deste gênero literário e auxiliá-lo(a) no momento de sistematizar esta atividade

ROMANCE é uma forma literária do gênero narrativo literário que transpõe para a ficção a experiência humana.Suas características são a narrativa longa, geralmente dividida em capítulos, os personagens variados em torno dasquais acontece a história principal e também histórias paralelas a essa, pode apresentar espaço e tempo variados.

No romance, a metrificação, muito utilizada no verso, é abandonada e a prosa de tom relativamente coloquialtorna-se uma característica da linguagem narrativa.

Os personagens do romance são fictícios, vivendo acontecimentos imaginários. Os personagens centrais (heróis)passam a ser homens comuns vivendo dramas corriqueiros como complicações sentimentais, sociais ou financeiras.Eles são abordados por inteiro, ficando a alma fraturada entre os desejos íntimos e a realidade quase sempre hostil,apresentando uma complexidade maior.

Com o romance nasce a análise psicológica e o conflito interior dos personagens são temas recorrentes, alémdos conflitos dos indivíduos com o mundo, sobretudo na luta contra as normas sociais e os preconceitos.

Sede de amor, de justiça e de dignidade humana que impelem ao desejo de mudança de um mundo, geralmenteinsensível e injusto são comumente abordados no romance. No entanto, o resultado desse esforço é, na maioria dasvezes, o fracasso. Desamparado, o personagem ou adere à ordem opressiva ou sucumbe à desilusão, à loucura e atéà morte. Porém algumas obras do gênero o herói triunfa.

Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/RomantismoAcessado em 13/06/2013.

ROMANTISMO foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIIIna Europa que perdurou por grande parte do século XIX.Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária aoracionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de ummovimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autoresromânticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicose desejos de escapismo.

O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poéticade alguém que carece de sentido objetivo.

O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular.Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: nafé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.

Prática de oralidade

Conceito

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• Seus avós já contaram a vocês como era o namoro, antigamente? Comente.• Atualmente, como o amor é retratado nas músicas, novelas e nos filmes?• Qual a sua opinião sobre as diferentes formas de viver o amor? • Você já leu uma história romântica? Qual? • Como o amor é abordado nesta história?

Agora você terá oportunidade de apresentar ao (à) seu (sua) professor (a) e colegas a pesquisa que realizou.Vamos lá: leia ou fale, espontaneamente, o que conseguiu apreender sobre romance e romantismo!

Caro(a) estudante, faça a leitura do capítulo 21 do romance “A Moreninha” – de Joaquim Manuel de Macedo.Procure fazer uma leitura interpretativa dessa história romântica, registrando no seu caderno as palavrasdesconhecidas, que comprometam o entendimento do texto.

Professor(a), após esta socialização, antecipe-lhes a leitura a ser realizada, a seguir, com algumas questões norteadoras:

Professor(a), agora proponha aos estudantes a leitura silenciosa do capítulo 21 do romance romântico “A Moreninha”,de Joaquim Manuel de Macedo. Mas, lembre-se de que é necessário contextualizá-la. Como o capítulo escolhido éum dos últimos do livro, é imprescindível que você os situe em relação ao enredo, o espaço e as personagens destanarrativa. Para tanto, faça um estudo antecipado desta obra e seu autor e apresente-os a seus alunos. Por ser um romance escrito no século XIX, certamente seus alunos encontrarão dificuldade na compreensãodo vocabulário utilizado. Nesse caso, solicite-lhes que, durante a leitura, registrem no caderno as palavras eexpressões que comprometerem o entendimento da história, para uma discussão posterior. Vale ressaltar,aqui, a importância da inferência, como estratégia de leitura: mesmo não conhecendo a palavra, o(a) leitor(a)poderá inferir-lhe um significado pelo contexto.

Prática de leitura

Raiou o belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos, saudades e esperanças. Augusto está viajando, ejá não é mais aquele mancebo cheio de dúvidas e temores da semana passada; é um amante que acredita ser amado eque vai, radiante de esperanças, levar à sua bela mestra a lição de marca que lhe foi passada.

O prognóstico de d. Carolina, na gruta encantada, vai-se verificando: Augusto está completamente esquecido daaposta que fez e do camafeu que outrora deu à sua mulher. Um bonito rosto moreninho fez olvidar todos esses episódiosda vida do estudante. D. Carolina triunfa, e seu orgulho de despotazinha de quantos corações conhece deveria estaraltaneiro, se ela não amasse também.

Como da primeira vez, Augusto vê o dia amanhecer-lhe no mar; e, como na passada viagem, avista sobre o rochedoo objeto branco, que vai crescendo mais e mais, à medida que seu batelão se aproxima, até que distintamente conhecenele a elegante figura de uma mulher, bela por força; mas desta vez, não como da outra, essa figura se demora sobre orochedo, não desaparece como um sonho, é uma bonita realidade: é d. Carolina que só desce dele para ir receber ofeliz estudante que acaba de desembarcar.

— Minha bela mestra!— Meu aprendiz!... Já sei que traz o nome bem marcado.Oh! Sempre precisarei que me queira puxar as orelhas.— Não, eu não farei tal na lição de hoje.— E se eu merecer?— Talvez.— Então errarei toda a lição.Eles se sorriam, mas Filipe acaba de chegar e todos três vão pela avenida se dirigindo à casa.

A Moreninha

Capítulo XXI – 2º Domingo: Brincando com bonecasJoaquim Manuel de Macedo

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Ter a ventura de receber o braço de uma moça bonita e a quem se ama, apreciar sobre si o doce contato de umabem torneada mão que tantas noites se tem sonhado beijar; roçar às vezes com o cotovelo um lugar sagrado; voluptuosoe palpitante; sentir sob sua face o perfumado bafo que se esvaiu dentre os lábios virginais e nacarados, cujo sorrir seconsidera um favor do céu; o apanhar o leque que escapa da mão que estremeceu, tudo isso... mas para que divagações?Que mancebo há aí, de dezesseis anos por diante, que não tenha experimentado esses doces enleios, tão leves para areflexão e tão graves e apreciáveis para a imaginação de quem ama? Pois bem, Augusto os está gozando neste momento;mas, porque só a ele é isto de grande intimidade e convém dizer apenas o que absolutamente se faz preciso, pode-se,sem inconveniente, abreviar toda a história de duas boas horas, dizendo-se: almoçaram e chegou a hora da lição.

— Vamos, disse d. Carolina a Augusto, que estava já assentado a seus pés e em sua banquinha; vamos, meu aprendiz,o senhor comprometeu-se a trazer-me um nome marcado pela sua mão; que nome marcou?

— Entendi que devia ser o nome da minha bela mestra.Ela não esperava outra resposta.— Vamos, pois, ver a sua obra, continuou, e creia que estou disposta a perdoar-lhe, como fiz na lição passada.

Venha a marca.Augusto apresentou então um finíssimo lenço aos olhos da sua bela mestra, que teve de ler em cada ângulo dele o

nome Carolina e no centro o dístico Minha bela mestra. Tudo estava primorosamente trabalhado, e preciso é confessar:o aprendiz havia marcado melhor do que nunca o tivera feito d. Carolina.

Augusto esperava com ansiedade ver brilhar nos olhos de sua bonita querida o prazer da gratidão, e fruía já deantemão o terno agradecimento com que contava, quando viu, com espanto, que sua bela mestra ia gradualmentecorando e por fim se fez vermelha de cólera e de despeito.

Nunca a mão grosseira de um homem poderia marcar assim!... disse ela a custo.— Mas minha bela mestra...— Eu quero saber quem foi! exclamou com força.— Eu não entendo...— Foi uma mulher! Isso não carece que me diga. Uma moça lhe marcou este lenço para o senhor vir zombar e rir-

se de mim, de minha credulidade, de tudo!...— Minha senhora...— Vejam!... Já nem quer chamar-me sua mestra!... Agora só sabe dizer "minha senhora"!...A interessante jovem acabava de ser inesperadamente assaltada de um acesso de ciúme. Augusto estava espantado

e a sra. d. Ana, levantando os olhos ao escutar a última exclamação de sua neta, viu-a correndo para ela.Que é isto, menina? perguntou.— Veja, minha querida avó: aqui está a marca que ele me traz! Eu queria um nome muito mal feito, uma barafunda

que se não entendesse, o pano suado e feio, tudo mau, tudo péssimo, e eu me riria com ele. Sabe, porém, o que fez?Foi para a Corte tomar outra mestra, que não há de ter a minha paciência nem o meu prazer, mas que marca melhorque eu, que é mais bonita!... Veja, minha querida avó; ele tem outra mestra, outra bela mestra!...

E dizendo isto, ocultou o rosto no seio da extremosa senhora e começou a soluçar.— Que loucura é essa, menina? Que tem que ele tomasse outra mestra? Pois por isso choras assim?— Mas nem me quer dizer o nome dela!... Que me importa que seja moça ou bonita? Nada tenho com isso, porém

quero saber-lhe o nome, só o nome!...Então ela ergueu-se e, com os olhos ainda molhados, com a voz entrecortada, mas com toda a beleza da dor e

delírio do ciúme, voltou-se para Augusto e perguntou:— Como se chama ela?— Juro que não sei.— Não sabe?...— Quis trazer um lenço bem marcado para ostentar meus progressos e motivar alguns gracejos e mandei-o

encomendar a uma senhora muito idosa, que vive destes trabalhos.— Muito idosa?—É a verdade.— Não lhe deram este lenço?— Paguei-o.

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— Pois eu rasgo... — Pode-o fazer.— Ei-lo em tiras.— Que fazes, Carolina? exclamou a sra. d. Ana, querendo, já tarde, impedir que sua neta rasgasse o lenço.— Fez o que cumpria, minha senhora, acudiu Augusto: exterminou o mau gênio que acaba de fazê-la chorar.— E que importa que eu rasgasse um lenço, minha querida avó? Peço-lhe licença para dar um dos meus ao sr.

Augusto.A sra. d. Ana, que começava a desconfiar da natureza dos sentimentos da mestra e do aprendiz, julgou a propósito

não dar resposta alguma, mas nem com isso desnorteou a viva mocinha que, tirando da sua cesta de costura um lençorecentemente por ela marcado, o ofereceu a Augusto, dizendo:

— Eu não admito uma só desculpa, não desejo ver a menor hesitação; quero que aceite este lenço.Augusto olhou para a sra. d. Ana, como para ler-lhe n’alma o que ela pensava daquilo.— Pois rejeita um presente da minha neta? perguntou a amante avó.A resposta de Augusto foi um beijo na prenda de amor.— Agora, que já estamos bem, disse ele, vamos à minha lição.— Não, não, respondeu a bela mestra, basta de marcar; não me saí bem do magistério, chorei diante do meu

aprendiz, não falemos mais nisto.— Então fui julgado incapaz de adiantamento?— Ao contrário, pelo trabalho que trouxe, vi que o senhor estava adiantado demais; porém, sou eu quem tem

outros cuidados.— Já tem cuidados?...— Quem é que deles não carece?... O pai de família tem os filhos, o senhor, os seus livros e eu, que sou criança,

tenho as minhas bonecas. Quer vê-las?— Com o maior prazer.Um momento depois a sala estava invadida por uma enorme quantidade de bonecas, cada uma das quais tinha

seus parentes, seus vestidos, jóias e um número extraordinário de bugiarias, como qualquer moça da moda as tem noseu toucador.

Ora, o tal bichinho chamado amor é capaz de amoldar seus escolhidos a todas as circunstâncias e de obrigá-los afazer quanta parvoíce há neste mundo. O amor faz o velho criança, o sábio doido, o rei humilde cativo; faz mesmo àsvezes, com que o feio pareça bonito e o grão de areia um gigante. O amor seria capaz de obrigar a um coxo a brincaro tempo-será, a um surdo o companheiro companhão e a um cego o procura quem te deu. O amor foi O inventor dascabeleiras, dos dentes postiços que... mas, alto lá! Que isto é bulir com muita gente; enfim, o amor está fazendo umestudante do quinto ano de medicina passar um dia inteiro brincando com bonecas.

Com efeito, Augusto já sabe de cor e salteados todos os nomes dos membros daquela família, conhece os diversosgraus de parentesco que existem entre eles, acalenta as bonecas pequenas, despe umas e veste outras, conversa comtodas, examina o guarda-roupa, batiza, casa; em uma palavra, dobra-se aos prazeres de sua bela mestra, como umavarinha ao vento.

No entanto a sra. d. Ana os observa cuidadosa; tem simpatizado muito com Augusto, mas nem por isso querentregar todo o futuro do objeto que mais ama no mundo, ao só abrigo do nobre caráter e sérias qualidades que temreconhecido no mancebo.

Como de costume, a tarde teve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior inimigo doamor é a civilidade; Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à sra. d. Ana, mas esta lhe fez cair a sopa no mel,rogando-lhe que o reservasse para sua neta.

Filipe acompanhava sua avó e na viva conversação que entretinham, o nome de Augusto foi mil vezes pronunciado.Uma vez Augusto e Carolina, que iam adiante, ficaram distantes do par que os seguia.A mão da bela Moreninha tremia convulsamente no braço de Augusto e este apertava às vezes contra seu peito,

como involuntariamente, essa delicada mão; alguns suspiros vinham também perturbá-los mais e havia dez minutoseles se não tinham dito uma palavra.

Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam; mas ao sentirem passos, voaram e pousando não longe, emum arbusto, começaram a beijar-se com ternura; e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...

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Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se encontraramao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se acendeu um fogo, que era o dopejo. E o mancebo, apontando para as pombas, disse:

— Elas se amam!E a menina murmurou apenas:— São felizes!— Pois acredita que em amor possa haver felicidade?— Às vezes.— Acaso já tem a senhora amado?— Eu?!... E o senhor?— Comecei a amar há poucos dias.A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:— E a senhora já ama também?Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mas suspirou. Ele falou menos baixo:— Já ama também?...Ela baixou ainda mais os olhos e com voz quase extinta disse:— Não sei... talvez.— E a quem?...— Eu não perguntei a quem o senhor amava.—Quer que lho diga?... —Eu não pergunto.— Posso eu fazê-lo?— Não... não lho impeço. —É a senhora.D.Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:— Por quantos dias?— Oh! Para sempre! Respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço. Depois ainda continuou:— E a senhora não me revela o nome feliz?...— Eu não... não posso...— Mas por que não pode?— Por que não devo.— E nunca o dirá?!— Talvez um dia.— E quando?...— Quando estiver certa que ele não me ilude.— Então... ele é volúvel?...— Ostenta sê-lo...— Oh!... Pelo céu! ... Acabe de matar-me! ... Basta o nome pronunciado bem em segredo, bem no meu ouvido,

para que ninguém o possa ouvir, nem a brisa o leve... Pelo céu!...— Senhor!...— Um só nome lhe peço!...— É impossível! ... Eu não posso!...— Se eu perguntasse?... — Oh!... Não!...— Serei eu?...A virgem tremeu toda e não pôde responder. Augusto lhe perguntou ainda, com fogo e ternura:— Serei eu?...A interessante Moreninha quis falar... não pôde mas, sem o pensar, levou o braço do mancebo até o peito e lhe

fez sentir como o seu coração palpitava.— Serei eu?... perguntou uma terceira vez Augusto com requintada ternura.

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Retome o texto, desta vez para dar um sinônimo às palavras sublinhadas que, possivelmente, coincidemcom as que você registrou no caderno, durante a leitura. Procure inferir-lhe um significado pelo contextoe, só em último caso, recorra ao dicionário.

A jovenzinha murmurou uma palavra que pareceu mais um gemido do que uma resposta, porém que feztransbordar a glória e o entusiasmo da alma do seu amante; ela tinha dito somente:

— Talvez.

Caro(a), estudante, antes de trabalharmos o significado das palavras desconhecidas, responda às questões abaixo,de acordo com a sua compreensão em relação ao texto:

MACEDO, Joaquim Manuel de, 1820-1882. A Moreninha. São Paulo, Saraiva, 1972.

Conforme o (a) seu (sua) professor (a) já lhes deve ter informado, este é um dos últimos capítulos do livro A Moreninha.De que se trata esse capítulo?

Trata-se de um diálogo entre Augusto e Carolina (A Moreninha), que estão enamorados, ou seja, estão apaixonados, mas aindanão estão namorando. O presente de Augusto a Carolina (o lenço com o seu nome, muito bem bordado por uma senhora) e a crisede ciúme de Carolina são os elementos que contribuem para que os dois declarem este amor, ao final do capítulo.

1

Quem são as personagens que participam deste capítulo?

Augusto, Carolina, Filipe e Dona Ana, irmão e avó de Carolina, respectivamente.2

O amor entre Augusto e Carolina é revelado por meio das atitudes e diálogos entre os dois, no decorrer do capítulo.Releia o texto, procurando localizá-los.

No início do Capítulo, Carolina desce do rochedo para ir receber Augusto, que acaba de desembarcar na Ilha, muito feliz por poderreencontrá-la. Lá pela metade do capítulo, Carolina tem uma crise de ciúmes, a ponto de rasgar o lenço que Augusto lhe levara, pordesconfiar que ele tivesse sido bordado por uma mulher. Logo em seguida, presenteia-o com um lenço seu e o convida a brincar deboneca com ela. Ao final do capítulo, num passeio pelo jardim, à beira do mar, os dois, encorajados pelo cenário romântico que anatureza lhes proporciona, experimentam a intimidade de um diálogo inocente para se declararem apaixonados.

3

Estas atitudes ainda são comuns entre os casais de namorados atuais? Como agem, atualmente, os jovens de 15 a 20anos para se declararem apaixonados ou iniciarem um namoro?

Resposta pessoal.

4

Qual(is) das canções estudadas na aula 1 canta(m) o amor semelhante ao de Carolina e Augusto, de A Moreninha?

“Pela luz dos olhos teus” e “Rosa”.

5

Considerando as canções ouvidas, este capítulo de A Moreninha e o seu conhecimento de mundo, como você avaliao comportamento dos namorados do século XIX e os do século XXI ?

Resposta pessoal.

6

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aula 03

O que devo aprender nesta aulau Ouvir atenta e criticamente, respeitando o interlocutor.

u Ler capítulos de romances, utilizando as estratégias da leitura como mecanismos de interpretação dos textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Professor(a), socialize o desafio proposto na aula anterior, fazendo as intervenções necessárias.Prática de oralidade

Apresente ao (à) professor (a) e aos colegas o resultado da pesquisa proposta no desafio da aula anterior. Participeda atividade, verbalizando as suas respostas, mas também escutando o que os (as) seus colegas responderam.

Professor(a), solicite aos alunos que releiam o texto em estudo, procurando ampliar a exploração de estratégiasde leitura como: inferência, seleção e checagem.

Prática de leitura

Releia o texto em estudo para responder às questões abaixo:

O encontro narrado neste capítulo é o primeiro entre Carolina e Augusto? Justifique.

Não. A frase que inicia este capítulo: “Raiou o belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos, saudades e esperanças;”confirma que há uma semana haviam estado juntos. Além disso, o lenço bordado que ele lhe entrega, e que lhe causa tanto ciúme,também é um elemento que comprova um encontro anterior.

1

Que informações há neste capítulo que comprovam que Augusto é mais velho que Carolina?

Pode-se perceber a diferença de idade entre os dois, quando Carolina diz: “O pai de família tem os filhos, o senhor, os seus livrose eu, que sou criança, tenho as minhas bonecas. Quer vê-las?” E, ainda, neste trecho, quando o narrador fala do que o amor é capaz: “O amor está fazendo um estudante do quinto ano demedicina passar um dia inteiro brincando com bonecas.”

2

O que significa a expressão “cair a sopa no mel”, que aparece no trecho: “O maior inimigo do amor é a civilidade; Au-gusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à sra. d. Ana, mas esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que oreservasse para sua neta.”

Significa que alguma coisa cai ou calha bem, isto é, vem muito a propósito, no momento preciso. No texto em questão, a expressão serefere à atitude de Dona Ana, que pede a Augusto para acompanhar sua neta.

3

Qual o significado da palavra “virgem” no texto em estudo? Atualmente, esta palavra assume este mesmo significado?

Antigamente, e no texto em estudo, a palavra “virgem” era sinônimo de moça, de uma mulher jovem que ainda não se casara e, queportanto, conservava sua virgindade. Atualmente, a palavra “virgem” é sinônimo de qualquer mulher que preserva sua virgindade,independente da faixa etária.

4

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Observe os termos destacados, no diálogo entre Carolina e Augusto, transcrito abaixo, e respondaao que se pede:

—Eu não perguntei a quem o senhor amava.— Quer que lho diga?...— Eu não pergunto.—Posso eu fazê-lo?”— Não... não lho impeço.

(...)— Então ele é volúvel?— Ostenta sê-lo...• Por que se justifica essa variação linguística no diálogo entre dois jovens apaixonados?

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Esta linguagem erudita era a variação linguística utilizada por todas as faixas etárias das altas classes sociaise intelectuais do século XIX, quando este romance foi escrito.• Por quais palavras poderíamos substituir os termos destacados, sem comprometermos alinguagem e a compreensão do texto?

• Como seria este diálogo entre os jovens casais de namorados da atualidade?Quer que eu te diga?/ Eu posso fazer isto./ Não... Não te impeço./ Parece ser.

Quer que eu o diga (ou diga isso) ao Senhor?/ Posso eu fazer isso./ Não... Não impeço o Senhor de fazerisso./ Ostenta ser isso.

aula 04

O que devo aprender nesta aulau Localizar informações explícitas.

u Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições que contribuem paraa continuidade de um texto.

u Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

u Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

u Identificar a tese de um texto.

u Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

Professor(a), neste caderno, estamos propondo uma retomada dos conteúdos/gêneros estudados ao longo do ano. Para isso, sugerimos, aqui, alguns itens que exploram os gêneros trabalhados até o momento..Assim, as aulas 04 e 05; 09 e 10; 14 e 15; 19 e 20, 24 e 25 devem ser dedicadas à resolução dos itens propostose para uma reflexão acerca dos gabaritos e dos distratores de cada um deles. Para tanto, reserve um tempo para que os estudantes os resolvam e, em seguida, faça um comentárioaprofundado de cada item deste, justificando seu gabarito e seus distratores.

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Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos item 1 e 2:

Era uma vez, no país de Alefbey, uma triste cidade, a mais triste das cidades, uma cidade tão arrasadoramente triste quetinha esquecido até seu próprio nome. Ficava à margem de um mar sombrio, cheio de peixosos – peixes queixosos epesarosos, tão horríveis de se comer que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia, mesmo quando o céu estava azul.

Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fábricas nas quais a tristeza (assim me disseram) era literalmentefabricada, e depois embalada e enviada para o mundo inteiro, que parecia sempre querer mais. Das chaminés das fábricasde tristeza saía aos borbotões uma fumaça negra, que pairava sobre a cidade como uma má notícia.

O Xá do Blá-blá-blá

RUSHDIE, Salman. Haroun e o Mar de Histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

A tristeza fabricada nas poderosas fábricas de Alefbey era comercializada

(A) ao norte da cidade.(B) à margem de um mar sombrio.(C) no mundo inteiro.(D) no país de Alefbey

Alternativa CD1- Localizar informações explícitas.

1

A palavra QUE no trecho “que pairava sobre a cidade como uma má notícia” refere-se

(A) à fumaça negra.(B) a uma má notícia.(C) às chaminés das fábricas.(D) aos borbotões.

Alternativa AD2- Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

Alternativa BD16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

2

Leia o texto abaixo e responda ao item 3:

A ironia do texto está

(A) na sugestão da ONU. (B) na divisão do inseto.(C) no combate à fome.(D) na ingestão de insetos.

3

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Alternativa BD13- Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

Alternativa BD7 - Identificar a tese de um texto.

Leia o texto e responda ao item 4.

No texto predomina uma variação da linguagem

(A) padrão.(B) coloquial.(C) formal.(D) regional.

Querida Mônica,

Eu acho trilegais as histórias que acontecem no Parque. Eu sempre leio as histórias duas vezes. Uma para mime outra par o meu irmão caçula Jonas. Eu adoro as confusões que vocês aprontam, acho engraçadas as coisas quevocês falam. Depois que leio as histórias, o Jonas pega o gibi e fica olhando os brinquedos com cara de sonhador.Foi ele que pediu para eu escrever esta carta. O sonho dele era poder ir nos brinquedos que ele mais gosta, mascomo isso não é possível, ele se diverte com as historinhas do gibi e usa a imaginação para brincar no Parque.

O Jonas é cadeirante e nossos pais não têm como nos levar até aí.Continuem sempre nos divertindo.

Abraços, João

Leia o fragmento do texto abaixo e responda aos itens 5 e 6:

“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bemredigidos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em contato comvários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, o seu ponto de vista em relação aos assuntos.Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras, certamente aquele quelê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.”

4

A tese defendida no texto é:

(A) A leitura auxilia os indivíduos a redigirem textos.(B) A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita.(C) A leitura auxilia no desenvolvimento de bons autores.(D) A leitura auxilia o indivíduo no contato com os textos.

5

Disponível em http://www.tudosobreredacao.com.br/o-texto-dissertativo.php

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Alternativa CD8-Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

O principal argumento que sustenta essa tese é:

(A) “A leitura auxilia no desenvolvimento da escrita.”(B) “...a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras...”(C) “lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigidos que ao longo do tempo farão parte desua bagagem linguística.”(D) “porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos...”

6

aula 05

O que devo aprender nesta aulau Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

u Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

u Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

u Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

O Sapo

Alternativa AD3- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

Leia o texto abaixo e responda aos itens 1, 2 e 3:

Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonoua bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se nãovai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virarum sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquiloo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.

No trecho “ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção”, a expressão destacada significa que o príncipe

(A) tremeu.(B) desmaiou.(C) assustou-se.(D) confundiu-se.

1

ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.

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Alternativa CD15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunção, advérbios etc.

No trecho “Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais.” O termo destacado estabelece uma ideia de:

(A) contradição(B) conclusão(C ) condição(D) explicação.

2

Alternativa AD11- Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.

A bruxa ficou brava porque

(A) o príncipe recusou seu pedido.(B) o príncipe sentiu estremeção.(C) seu feitiço não funcionou.(D) o príncipe virou um sapo.

3

Alternativa DD9- Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

Alternativa CD14- Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Leia o fragmento de um artigo de opinião e responda aos itens 4 e 5:“O consumo de drogas está cada vez mais presente em nosso dia a dia, isso porque a circulação e o tráfico desse

entorpecente se intensificaram enormemente nas últimas décadas por mais que as autoridades tenham investidobastante no combate a entrada deste “vírus” que afeta toda e qualquer pessoa independentemente de classe social.

Os usuários são indivíduos que, na maioria das vezes, não possuem boas condições financeiras o queos levam a viverem em um verdadeiro inferno de desolações que é o mundo de fantasias dos dependentesquímicos. Infelizmente, as sociedades em geral julgam superficialmente os drogados sem saberem das suasintimidades e história de vida, as quais estão diretamente ligadas ao convívio familiar” (...)

A ideia principal do texto é:

(A) O combate ao “vírus” da droga que afeta toda e qualquer pessoa independentemente de classe social.(B) A vida infernal dos usuários que, na maioria das vezes, não possuem boas condições financeiras. (C) O julgamento superficial das sociedades por não saberem das intimidades e histórias de vida dos usuários.(D) O aumento do consumo de drogas em decorrência da intensificação do tráfico e da circulação de drogas nas últimas décadas.

4

A opinião do autor em relação do fato comentado está em

(A) “O consumo de drogas está cada vez mais presente em nosso dia a dia”(B) “a circulação e o tráfico desse entorpecente se intensificaram enormemente nas últimas décadas”(C) “Infelizmente, as sociedades em geral julgam superficialmente os drogados sem saberem das suas intimidades e história de vida”(D) Os usuários de drogas pertencem às várias classe sociais.

5

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aula 06

O que devo aprender nesta aulau Ler romances literários em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Fazer comparações entre obras do mesmo gênero, porém de épocas diferentes.

Professor (a), dando continuidade ao estudo do Romance, sugerimos para esta aula os capítulo 11 e 13 do livro“Crepúsculo”, de Stephenie Meyer que, provavelmente, alguns estudantes já conhecem porque já leram o livro,ou porque assistiram ao filme. Assim como fez com “A Moreninha”, contextualize a obra, de forma que os alunos compreendam os capítulosem estudo inseridos na história como um todo. Informe-lhes que este é um romance contemporâneo, publicadoem 2008, mas que, como “A Moreninha”, aborda a temática do amor. Apresentamos, abaixo, uma pequena síntese do enredo dessa história, que poderá somar-se às suas leituras etambém à resenha do filme, publicada no Caderno 7 de Língua Portuguesa da Reorientação Curricular: combase nas suas leituras.

Prática de oralidade

Crepúsculo é a história: de uma jovem, chamada Bella, que se muda para uma pequena cidade nos EUA e nanova escola em que vai estudar conhece um rapaz muito excêntrico, Edward. Bella se sente irresistivelmenteatraída por ele. E a atração é perfeitamente correspondida. Tudo seria normal, não fosse o rapaz um vampiro,contudo, quando ela descobre isto, já não consegue mais viver longe dele.

Depois dessa conversa, solicite aos alunos que façam a leitura silenciosa do texto abaixo, procurando relacioná-lo ao capítulo de “A Moreninha”, estudado anteriormente. Motive--os a localizar diferenças e semelhanças emrelação à temática abordada e à linguagem utilizada nos dois textos.

Prática de leitura

Caro estudante, leia o texto abaixo, que é parte dos capítulos 11 e 13 do livro Crepúsculo, de Stephenie Meyer,procurando relacioná-lo ao capítulo 21 do livro “A Moreninha”. Em seguida, responda às questões que se seguem:

Todo mundo nos viu andando juntos para nosso lugar do laboratório. Percebi que ele não virou mais a cadeirapara se sentar o mais distante possível de mim. Em vez disso, sentou-se bem ao meu lado, nossos braços quase setocando. O Sr. Banner entrou na sala naquele momento — que senso de oportunidade soberbo tinha aquele homem— empurrando um rack alto de metal, sobre rodas, que sustentava uma TV pesadona e obsoleta e um videocassete.Dia de filme — a melhora do astral da sala era quase tangível. O Sr. Banner enfiou a fita no relutante videocassetee foi até a parede para apagar a luz. E então, assim que a sala escureceu, de repente fiquei hiperconsciente de queEdward estava sentado a menos de três centímetros de mim. Fiquei pasma com a eletricidade inesperada que fluíapor meu corpo, maravilhada que fosse possível ter mais consciência dele do que eu já tinha. Quase fui dominadapor um impulso louco de estender a mão e tocá-lo, afagar seu rosto perfeito pelo menos uma vez no escuro. Cruzeios braços bem firmes no peito, os punhos bem apertados. Eu estava perdendo o juízo. Começaram os créditos deabertura, iluminando a sala um pouquinho. Meus olhos, por vontade própria, vagaram para ele. Sorri timidamente

Crepúsculo

Capítulo 11Complicações

Stephenie Meyer

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ao notar que sua postura era idêntica à minha, os punhos cerrados sob os braços, olhando-me de lado. Ele tambémsorriu, os olhos de certo modo conseguindo arder, mesmo no escuro. Virei o rosto antes que começasse a ofegar.Era absolutamente ridículo que eu ficasse tonta. A hora pareceu muito comprida. Eu não conseguia me concentrarno filme — nem sabia qual era o tema. Tentei sem sucesso relaxar, mas a corrente elétrica que parecia se originarde algum lugar no corpo dele não se atenuou. De vez em quando eu me permitia uma olhada rápida na direçãodele, que também não parecia relaxar. O intenso desejo de tocá-lo também se recusava a diminuir, e eu apertei ospunhos nas costelas até que meus dedos doeram do esforço. Soltei um suspiro de alívio quando o Sr. Banneracendeu a luz no fundo da sala e estiquei os braços diante de mim flexionando os dedos enrijecidos. Edward riu aomeu lado.

— Bom, isso foi interessante — murmurou ele. Sua voz era sombria e os olhos, cautelosos.— Hmmm — foi só o que consegui responder.— Vamos? — perguntou ele, levantando-se facilmente. Eu quase gemi. Hora da educação física. Levantei-me

com cuidado, preocupada que meu equilíbrio pudesse ter sido afetado pela nova e estranha intensidade entre nós.Ele me acompanhou em silêncio até minha aula seguinte e parou na porta. Virei-me para me despedir. Seu rostome assustou — a expressão era dilacerada, quase de dor, e tão terrivelmente linda que o desejo de tocá-lo voltou acintilar com a mesma força. Minha despedida ficou presa na garganta. Ele ergueu a mão, hesitante, o conflitoassolando seu olhar, e afagou rapidamente meu rosto com a ponta dos dedos. Sua pele estava gelada, como sempre,mas o rastro de seus dedos em minha pele era alarmantemente quente — como se eu tivesse queimado, mas semsentir a dor. Ele se virou sem dizer nada e se afastou depressa de mim.

(...) (PP. 94 -95)

(...)

— Isabella. — Ele pronunciou meu nome inteiro cuidadosamente, depois brincou com meu cabelo com a mãolivre. Um choque percorreu meu corpo com seu toque despreocupado. — Bella, eu não poderia conviver comigomesmo se a ferisse. Você não sabe como isso me torturou. — Ele baixou os olhos, novamente envergonhado. —Pensar em você, imóvel, lívida, fria... Nunca mais vê-la corar de novo, nunca mais ver esse lampejo de intuição emseus olhos quando você vê através de meus pretextos... Seria insuportável. — Ele ergueu os gloriosos olhosangustiados para os meus. — Você é, agora, a coisa mais importante do mundo para mim. A mais importante detoda a minha vida. Minha cabeça girava com a mudança rápida de direção em nossa conversa. A partir do temaalegre de meu falecimento iminente, de repente estávamos nos declarando. Ele esperou, e embora eu olhasse parabaixo para examinar nossas mãos entre nós, eu sabia que seus olhos dourados estavam nos meus.

— Já sabe como me sinto, é claro — eu disse por fim. — Eu estou aqui... O que, numa tradução grosseira,significa que eu preferiria estar morta a ficar longe de você. — Franzi o cenho. — Sou uma idiota.

— Você é mesmo uma idiota — concordou ele com uma risada. Nossos olhos se encontraram e eu ri também.Rimos juntos da idiotice e da mera impossibilidade de um momento desses.

— E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... — murmurou ele.Virei a cara, escondendo os olhos enquanto me arrepiava com a palavra. — Que cordeiro imbecil — suspirei. — Que leão masoquista e doentio. — Ele olhou a floresta sombreada por um longo momento e eu me perguntei

aonde seus pensamentos o levavam. — Por quê...? — comecei e depois parei, sem ter certeza de como continuar. Ele olhou para mim e sorriu; o sol reluzia em seu rosto, em seus dentes. — Sim? — Diga por que fugiu de mim antes. O sorriso dele desapareceu.

Capítulo 13Confissões

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— Você não sabe por quê? — Não, quer dizer, exatamente o que eu fiz de errado? Não vou poder abaixar a guarda, está vendo, então é

melhor eu começar a aprender o que não devo fazer. Isto, por exemplo — eu afaguei as costas da mão dele —,parece não fazer mal nenhum.

Ele sorriu de novo. — Você não fez nada de errado, Bella. A culpa foi minha. — Mas eu quero ajudar, se puder, a não dificultar ainda mais as coisas para você. — Bom... — ele pensou por um momento. — Foi o modo como você se aproximou. A maioria dos humanos

se intimida conosco por instinto, são repelidos por nossa estranheza... Eu não esperava que você chegasse tão perto.E o cheiro de seu pescoço. — Ele parou de repente, olhando para verificar se tinha me perturbado.

— Tudo bem, então — eu disse de um jeito impertinente, tentando aliviar o clima subitamente tenso. Segureimeu queixo. — Nenhum pescoço exposto.

Deu certo; ele riu. — Não, é sério, foi mais a surpresa do que qualquer outra coisa. Ele ergueu a mão livre e a colocou delicadamente em meu pescoço. Fiquei imóvel, o arrepio de seu toque um

alerta natural — um alerta me dizendo para ficar apavorada. Mas não havia nenhuma sensação de medo em mim.Havia, porém, outras sensações...

— Está vendo — disse ele. — Perfeitamente bem.Meu sangue disparava e eu queria poder reduzir sua velocidade, sentindo que isto devia tornar tudo muito

mais difícil — o martelar de minha pulsação em minhas veias. Certamente ele podia ouvi-lo. — O rubor em seu rosto é lindo — murmurou Edward. Ele soltou gentilmente a outra mão. Minhas mãos

caíram flácidas no colo. Suavemente, ele afagou minha bochecha, depois segurou meu rosto entre as mãos demármore. — Fique completamente parada — sussurrou ele, como se eu já não estivesse congelada ali. Devagar,sem tirar os olhos dos meus, ele se inclinou para mim. Depois, de repente, mas com muita delicadeza, pousou seurosto frio no espaço da base de meu pescoço. Fui completamente incapaz de me mexer, mesmo que eu quisesse.Ouvi o som de sua respiração tranquila, observando o sol e o vento brincarem em seu cabelo de bronze, maishumano do que qualquer outra parte dele. Com uma lentidão deliberada, suas mãos deslizaram pela lateral de meupescoço. Eu tremi, e o ouvi prender a respiração. Mas suas mãos não pararam enquanto moviam-se suavementepor meus ombros, e depois se detiveram. Ele virou o rosto para o lado, o nariz roçando minha clavícula. E recostoua cabeça ternamente em meu peito. Ouvindo meu coração.

— Ah — ele suspirou. Não sei quanto tempo ficamos sentados sem nos mexer. Podem ter sido horas. Por fimo batimento de minha pulsação se aquietou, mas ele não se mexeu nem falou enquanto me segurava. Eu sabia quea qualquer momento isso podia ser demais, e minha vida chegaria ao fim — tão rapidamente que eu talvez sequerpercebesse. E eu não conseguia sentir medo. Não conseguia pensar em nada, a não ser que ele estava me tocando.

(...) (PP. 119 e 120)

Sim. Porque é uma narrativa longa que retrata o irresistível amor entre dois adolescentes, Bella e Edward.

Analisando estes trechos dos capítulos 11 e 13 de “Crepúsculo”, pode-se afirmar que esta obra, mesmo sendo escritano século XXI, é um romance romântico? Justifique.1

Ao caminhar de braços dados com Augusto, Carolina treme convulsivamente, em suas faces se acende um fogo, oseu coração palpita, a ponto de não conseguir falar. Isabella fica com a despedida presa na garganta, fica imóvel,sente tremores, arrepios, palpitações e choques percorrendo o seu corpo, quando Edward a toca.

Descreva as sensações dos dois casais apaixonados, quando se encontram sozinhos e bem próximos um do outro.2

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Sim. Os dois casais são jovens experimentando uma grande paixão e, nesse caso, sentem-se atraídos, cheios dedesejos, sensações que experimenta todo jovem casal apaixonado, em qualquer época.

Na sua opinião, as sensações vividas pelas personagens dos dois romances são semelhantes? Em caso positivo, a quevocê atribui tal semelhança, mesmo se tratando de amores vividos em épocas tão distintas? 3

a)Trecho de “A Moreninha” A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:— E a senhora já ama também?

a)Trecho de “Crepúsculo” Ele sorriu de novo. — Você não fez nada de errado, Bella. A culpa foi minha.

b)Trecho de “A Moreninha” —Eu não pergunto.—Posso eu fazê-lo?”

b)Trecho de “Crepúsculo” — Diga por que fugiu de mim antes. — Você não sabe por quê?

Mesmo utilizando a linguagem padrão, os dois textos apresentam diferenças quanto ao emprego dessa variedade lin-guística. Identifique-as! 4

Professor(a), oriente os alunos a procurarem, nos dois textos, trechos do mesmo campo semântico ou linguístico. Ex.:

Professor(a), antes de apresentar este desafio aos estudantes, retome os conceitos trabalhados naaula 2, reafirmando que o gênero em estudo é denominado Romance porque se tornou conhecido apartir do Romantismo. Assim, nem todos os romances são românticos; além dessa abordagem naqual se inserem “A Moreninha” e “Crepúsculo”, existem outros tipos de romance. Nisso consiste o desafio da turma: fazer uma pesqusa sobre os tipos de romances mais conhecidos naliteratura brasileira. Abaixo, apresentamos uma breve informação quanto ao tipo de abordagem dos romances que poderásomar-se a uma pesquisa mais aprofundada de sua parte, imprescindível para a socialização esistematização deste desafio.

Romance urbano: nele a vida social das grandes cidades era retratada, e o motivo das tramaseram, principalmente, as comuns intrigas amorosas, as traições, os ambientes urbanos eoutras situações comuns da vida das pessoas que vivem neles. Romance Regionalista: Aborda questões sociais a respeito de determinadas regiões doBrasil, destacando características de cada região, linguajar típico da região muitas vezes é

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Conforme você viu, na aula 2, o romance romântico é apenas uma das abordagens dos vários tipos deromances da literatura brasileira. O seu desafio, desta vez, é pesquisar sobre os outros tipos de romancesexistentes. Bom trabalho!

utilizado no Romance e as personagens são pessoas que vivem longe das cidades.Romance Indianista: Ocorrido principalmente no Romantismo, traz à tona a vida e os cos-tumes indígenas. Algumas vezes, no Romantismo, trazem uma idealização do índio que viraum herói convivendo com o homem branco.Romance Histórico: como o próprio o nome diz, é um Romance que destaca vida e costumesde certa época e lugar da história. Faz uma mesclagem entre fatos realmente ocorridos efatos fictícios. Quanto à época ou escola literária: Romance Romântico: Nesse tipo de Romance se destacavam os ideais cavalheirescos, a idea-lização da mulher e o heroísmo, dignidade e amor à pátria nas personagens masculinas. Asnarrativas traziam uma constante luta entre o bem e o mal, sempre com a vitória do bem.Narravam sempre histórias de amor, onde era certo o conhecido “Final Feliz”. Romance Realista: Tem características temáticas influenciadas pelo cientificismo da época.É carregado de críticas sociais e traz à tona defeitos dos homens que até então não eram re-velados, como o materialismo, a traição, além de defeitos de caráter e personalidade expli-cados pelo determinismo. Personagens tipo são muito cultivadas nessas obras, ainda com oobjetivo de criticar a sociedade. A linguagem é correta e a narrativa é lenta, com pausas paraminuciosas descrições. Romance Naturalista: em muitos casos não se separa das narrativas realistas. Tem basica-mente as mesmas características e foram produzidos no mesmo período. A diferença básicaentre as duas tendências é que enquanto os Romances Realistas trazem personagens comcaracterísticas comuns à natureza humana, o Romance Naturalista tende aos aspectos pato-lógicos, dando margem a características animalescas. A análise social é feita a partir de per-sonagens marginalizadas. Romance Modernista: Caracteriza-se pelo seu caráter revolucionário e pelo protesto a qual-quer tipo de convenção social. Como o movimento modernista teve várias tendências, àsvezes até individuais, não podemos destacar muitas características em comum entre as obras.Traziam consigo forte crítica social e novas abordagens e visões do mundo.

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Imaginemos a seguinte situação: uma editora que está indicando no mercado irá realizar umaseleção para contratação de escritores iniciantes.

A primeira etapa desta seleção é a escrita de um capítulo de um romance de qualquer tipo deabordagem, ou seja, que retrate e critique os problemas sociais vividos hoje na maioria das médias egrandes cidades brasileiras; ou, então, que aborde questões sociais a respeito de determinadas regiõesdo Brasil; ou que destaque a vida e costumes de certa época e lugar da história; ou uma história deamor, com um Final Feliz”; ou, ainda, um capítulo de um romance moderno que caracteriza-se peloseu caráter revolucionário e pelo protesto a qualquer tipo de convenção social

Escolha o tipo que mais lhe agrada e inicie um projeto de texto com base nas seguintes questões:Quem serão as personagens principais? Quais as características físicas e psicológicas dessas personagens?Quando a história acontece? Em qual lugar a história será narrada? O foco narrativo será em 1ª ou 3ªpessoa? Como o (a) protagonista resolverá o conflito? (Caso este seja o último capítulo).

Construa diálogos entre os personagens, descreva o local em que estão, descreva, principalmente,os sentimentos e sensações que envolvem a cena. Seja detalhista e criativo(a)! Solte sua imaginação!Quem sabe você possa, de fato, colocar esse projeto adiante e se transformar em um (uma) grandeescritor (a) de sua geração. Então, mãos à obra e sucesso!

Professor(a), incentive a turma a escrever bons capítulos de romances, dignos de uma publicação:quem sabe de uma coletânea para compor o acervo da biblioteca escolar? Organize uma festa delançamento, com autógrafos dos(as) autores(as) e participação dos pais e da comunidade local.

aula 08

O que devo aprender nesta aulau Retomar a produção para as reformulações que garantam a presença de elementos próprios do gênero.

u Revisar e reescrever, melhorando os aspectos discursivos e gramaticais e assegurando clareza, coesão e coerência ao texto.

u Publicar os capítulos dos romances produzidos.

aula 07

O que devo aprender nesta aulau Produzir um capítulo de um romance, utilizando os elementos constitutivos do gênero - conteúdo, estilo,forma -, em função das condições de produção.

u Produzir um capítulo de um romance, refletindo sobre os elementos linguísticos próprios deste gênero textual.

Práticas de leitura e escritaProfessor (a), peça aos estudantes que leiam, releiam, olhem novamente para a produção da aula anterior, agoracom olhar crítico. Oriente-os nessa revisão apresentado-lhes o roteiro abaixo que os ajudará nesse trabalho.

Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero

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Retome o seu texto e reescreva-o com base nas questões abaixo. Capriche neste aprimoramento, deixando-o no ponto de ser publicado. Parabéns e até a próxima!

• O romance cumpre o objetivo a que se propõe: emocionar, divertir, provocar reflexão, enredar o leitor?• Organiza a narrativa em primeira ou terceira pessoa?• As marcas de tempo e lugar estão presentes?• As personagens estão bem caracterizadas?• O enredo está bem desenvolvido, coerente? Há uma unidade de ação?• Os diálogos das personagens são pontuados corretamente?• Faz uso de verbos de dizer?• Há alguma palavra que não está escrita corretamente, frases incompletas, erros gramaticais, ortográficos?

E a pontuação está correta?• Criou um título para o romance e/ou para o capítulo produzido?• O título mobiliza o leitor para a leitura?

Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro/Caderno do Professor - Orientações para produção de textos , Cenpec: 2010

Solicite-lhes que usem um marcador de texto ou lápis de outra cor para assinalar o que pretendem modificar,com base nas questões abaixo.

Fique atento(a), pois alguns estudantes vão precisar de uma atenção especial. Nesse caso, é importante quevocê dedique-lhes um acompanhamento individual: sente-se com eles(as), faça-lhes algumas perguntas e leiao texto em voz alta para que percebam o que não ficou claro, onde estão os problemas.

aula 09

O que devo aprender nesta aulau Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

u Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

u Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

u Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foiproduzido e daquelas em que será recebido.

u Identificar o tema de um texto.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 1

Preço: R$800Aparelho zerado, sem arranhões, com capa e película...OBS...aceito troca por celular de menor valor

Disponível em http://www.bomnegocio.com/goias/grande_goiania_e_anapolis/razr_i_18017624.htm?Acesso em 24/06/2013

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Alternativa CD12- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

A finalidade deste texto é

(A) informar um fato.(B) argumentar uma opinião.(C) anunciar uma venda.(D) relatar um acontecimento.

1

Alternativa BD19- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

As palavras Prrrriii! Pan!!” , no contexto, sugerem que

(A) o coração de Miquelina disparou.(B) o juiz apitou e o jogador chutou. (C) os torcedores gritaram.(D) o jogador chutou e quebrou a janela.

Miquelina pôs a mão no coração. Depois fechou os olhos. Depois perguntou:- Quem é que vai bater, Iolanda?- O Biagio mesmo.[...]O medo fez silêncio.Prrrrriii!Pan!

- Go-o-o-o-ol! Corinthians!

Leia o trecho a seguir e responda aos itens 2 e 3:

Leia os textos abaixo e responda ao item 4:

2

Alternativa AD18- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

A expressão “O medo fez silêncio” sugere que a personagem, no contexto,

(A) estava tensa. (B) ficou com raiva.(C) ficou triste.(D) estava irritada

3

(Alcântara Machado. Novelas Paulistanas. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olimpio,1981. P.33.)

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http://www.culturamix.com/meio-ambiente/poluicao/problemas-com-poluicao-ambiental

http://www.soq.com.br/conteudos/ef/meioambiente/

Texto 1

Texto 2Preservando o ambiente aquático

A preservação do meio ambiente é importante tanto para os animais (espécies) quanto para o homem.Os mangues no Brasil, por exemplo, são ecossistemas de transição entre a terra e o mar. Suas águas são ricas emsais minerais e matéria orgânica. Porém a poluição vem destruindo nossos manguezais.

Esta poluição é causada por esgotos jogados nos mangues, navios eindústrias petroquímicas etc. Devemos ter consciência que a relação entre os seres vivos entre si e com o

ambiente permite a sobrevivência das espécies e que os ecossistemas precisam estar em equilíbrio dinâmico paraque possam oferecer boas condições ao desenvolvimento da vida.

Uma das causas da depredação do meio ambiente é o derramamento de petróleo no mar. O petróleoflutua na água porque é menos denso que a água, formando uma camada que impede a penetração de gásoxigênio e de luz do Sol. Sem oxigênio, os peixes morrem e, sem luz solar, as plantas não realizam a fotossíntese.E animais também não conseguem se alimentar de algas flutuantes (maiores fornecedoras de oxigênio para onosso planeta).

O petróleo também gruda nas brânquias dos peixes, matando-os por asfixia (falta de oxigênio) e ainda grudanas penas das aves que se alimentam de peixes, impedindo que possam voar. Então o petróleo derramado nomar compromete a cadeia alimentar da vida aquática e a oxigenação da água.

O óleo também é jogado ao mar por barcos, assim como o petróleo.Outro agente causador da poluição são os detergentes, que formam uma espuma branca sobre as águas.

È comum ouvirmos chamar essa espuma de “cisne de espumas”.

[...]

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Alternativa DD20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema,em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

Considerando os dois textos, percebe-se que eles são

(A) contrários.(B) divergentes.(C) semelhantes.(D) complementares

4

Alternativa BD6 – Identificar o tema de um texto.

Qual o assunto do texto 2 ?

(A) Poluição causada pela emissão de gases.(B) Poluição do ambiente aquático.(C) Derramamento de petróleo no mar.(D) Depredação da terra e do mar.

5

aula 10

O que devo aprender nesta aulau Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

u Inferir uma informação implícita em um texto.

u Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas,quadrinhos, fotos, etc.).

u Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

O tempo parece parar por aqui. Natal é lugar de ares paradisíacos. Entre o mar e dunas o nosso céu amplo decelebrar. Há um mar festivo, límpido em azuis dos mais variados. E nuvens azuladas. Natal abriga esse almejadoencontro: alunos e seus professores vindos das mais diversas cidades com suas crônicas vencedoras. É lugar deestarmos juntos, de convívio intenso, de criar laços amigos, de rever o aprendido, de aprumar pequenas esperanças,nossa primordial lição: apurar o olhar cronista.

Quem diria que através de palavras nascidas de ideias e sonhos viríamos a nos adentrar em viveres, ficaríamosíntimos de tantos lugares, muitos desconhecidos.

Tantos olhares de sentir o mundo com o enfoque sutil, minucioso e particular de cada aluno-cronista presente

Em Natal: um solo breve. E um olhar amoroso para a crônica!Antonio Gil Neto

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda aos itens de 1 e 2:

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de corpo e palavra! As palavras dos jovens, ranhuras dos olhares desenhadas na tela, no papel, encompridam aesperança. Atravessam o tempo. Foi um encontro maravilhoso, para não deixar por menos.

Agora que a festa se acaba nos relógios e calendários, continua a vibrar em nossas lembranças, bem naarmazenagem das alegrias. Revivo flashes do que foi esse viver com educadores lutadores e alunos inesquecíveis.Revejo a chegança. Os olhares em esperto cansaço, a emoção vibrando nas perguntas, nos gestos. Todos brilharammais uma vez com a medalha de bronze ao peito de puro merecimento. Repenso: quanto vale um sinal dereconhecimento!

Depois cada grupo em ofício de estudar ainda um pouco mais sobre as artimanhas da nossa língua mãebordariam os dias de outras aprendizagens.

De começar Paulo Riscal, o fotógrafo convidado, abre boa conversa sobre o olhar. O que é objeto especial naarte de escrever uma crônica, gênero tão particular nessas minúcias. O olhar para a fotografia que resgata a vida.O olhar fino, meticuloso e certeiro que faz o cotidiano aflorar em palavras de encantar, inquietar e surpreenderinesperadamente cada leitor que passa. E como podemos pegá-lo pela palavra! E nessa intimidade tantas revelaçõesse desvelam em cada um de nós. Sobreviventes de pó e sonhos. E o que brota das palavras germinadas da emoçãode fisgar o sutil de cada lugar com lente de morador cronista! Assim nos irmanamos: habitantes transitórios detantas cidades! Conjugamos verbos essenciais, o subir e o descer, do sudeste montanhoso; manejamos covos empescarias imaginadas de uma região do nordeste; partilhamos de uma prosa rasteira com Dona Perpétua, realcidadã e personagem inspiradora do ato criador; brincamos de imitar os zurros dos jumentos que despertam osmoradores ao invés dos galos numa cidadezinha que emoldurou uma das crônicas admiradas.

O que é fotografar? O que será cronicar? O que um tem um a ver com o outro? Tanta coisa a se revelar peloprazer de descobrir, descobrir-se! Dito foi certeiro que uma imagem revela infinitas palavras. Na fotografia oescrever com a luz. Na crônica o fotografar com palavras. Isso vale? Valeu e valerá. Eis a precisão do escrever coma luz. A composição, o enquadramento, a atenção, a composição criativa. O quanto isso vale para um cronista queobserva atento a vida que se entrega a clics reveladores. Inaugurava-se na conversa algo como misgalhadinhos deborboletas: será que os cegos fotografam? E os analfabetos escrevem?

Dali e daqui alguns dias de solidário cenário: de conhecer o sotaque musical do outro, de viver conjugado emhotel à beira mar, de molhar os pés na espera das ondas do mar, de desvelar o olhar a dois em fotografias, de ficardebaixo de um cajueiro floresta, de brincar nos primórdios do Descobrimento e ser abençoado, abraçado pelovento, pelas batidas das ondas nas pedras escuras, pelo por do sol enfeitando nossa visita ao forte dos Reis Magos,quase na esquina do mundo.

Quem aplicou a regra dos três terços? Pudemos verificar isso como dança coletiva num painel da mostra dasimagens clicadas pelo fôlego de experimentar e preservar o olhar reconhecido. E doamos todos os sentidos paraos escritos e os sentimentos. Viajamos pelo emaranhado das composições fisgadas em mistérios escondidos emcada recanto potiguar. Gestos paisagem. De particular brasilidade. Vislumbramos palavras capazes de conceberalguma verdade em rascunho.

Ainda sobrou tempo para todos se lançarem de novo olhar para se adentrar nas fotografias e delas retirar ofruto secreto: a palavra a se revelar em crônica. E de experimentar a vida do outro pelas palavras corporificadas.Como um abrir da pedra em musgo fresco.

Fomos nos adentrando em ler por encanto os textos inaugurados. Deliciamo-nos nos entremeios salpicadospelo imaginar a miúdas e genuínas cotidianices entre olhares companheiros. Ah, o leitor e seu privilégio de sercúmplice de cada olhar cronista!

E veio uma bonita festa! Mais que bonita posso dizer. Uma festa de reencontrar. De recontar o vivido, oestudado. Experimentar novo diálogo com o professor, parceiro do ofício do saber. Ver o avesso da reescrita esaber de algumas possibilidades de aprimorar palavras antes de lançá-las ao mundo. Cada um pode ver de maisperto, em minúscula fotografia, o sabor do seu estilo. O toque humorístico particular, o viés crítico incomodador,uma pitada de ares filosóficos ou irônicos, o efeito lírico imperando nas armadilhas de envolver o leitor, de fazê-lo viver a vida de outros cenários.

A ansiedade e uma tristezinha passarinha deu seus ares. Mas, bem maior, gigantesca e desfrutada, uma alegriabailarina, de comemorar, de se estar plenamente, de abraçar e abraçar-se no reconhecimento sem fim. Uns seguirãopara Brasília levando a aventura do vivido, essas emoções dadivosas como cajus amarelados que se oferecem à sede.

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Leia o texto abaixo e responda ao item 3:

Todos seguiram com seus dizeres em direção ao futuro. O que nos fará possíveis de letras e amor maior. Somosrenascidos de tanto esperançar. Somos uma eterna crônica de aprender um com os outros pelo madrugar daspalavras que nos fazem um só. Quantas crônicas o futuro guardará?

http://www.escrevendo.cenpec.org.br/index.php?option=com_content&

Disponível em http://chargesbruno.blogspot.com.br/Acesso em 24/06/2013

Alternativa AD10- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

O que deu origem aos fatos narrados neste texto?

(A) O encontro de professores e alunos em Natal.(B) Uma viagem turística à cidade de Natal.(C) O encontro com o fotógrafo Paulo Riscal.(D) A realização de uma bonita festa.

1

Alternativa BD4- Inferir uma informação implícita em um texto.

Infere-se do texto que

(A) professores e alunos reúnem-se para planejar uma viagem a Natal.(B) alunos finalistas de um concurso de textos reúnem-se em Natal.(C) alunos realizam uma festa para homenagear seus professores.(D) o fotógrafo Paulo Riscal realiza palestras nas escolas de Natal.

2

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Texto 1

Depois de tudo o que tenho visto, ouvido e, principalmente lido, acerca dos últimos acontecimentos na vida dosbrasileiros sou obrigado a concluir que esse movimento/bagunça nada tem de popular. [...]

Essa bagunça é um reflexo da fracassada classe média inconformada com a perda de mão de obra barata para suasáreas de serviço doméstico. Com o inevitável convívio com gente simples nos espaços onde antes só eles podiam estar(shoppings, universidades, aeroportos...). Há um outro importantíssimo motivo para "massa cheirosa" que usa griffesquase sempre falsificadas protestar: como admitir que o governo reserve grande número de vagas nas universidadespúblicas para negros, índios e outras minorias? Essas vagas historicamente sempre foram para seu benefício uma vezque sempre estudaram nos melhores colégios particulares, desde o maternal. [...]

Texto 2

[...] é gratificante verificar que as pessoas voltaram a sentir indignação, a sentir vontade de expressar a suadiscordância com as escolhas políticas atuais e, enfim, decidiram botar "a cara à tapa", dispostas a suportar asconsequências de seu posicionamento. [...] para mim, o mais importante é a sinalização de uma nova era para o Brasil...uma era em que o respeito aos direitos do povo - qualquer direito - será exigido nas ruas e todos os inescrupulososrepugnantes que hoje tripudiam sobre o cidadão comum pensarão duas vezes antes de seguirem adiante com suapodridão. Uma era em que o "jeitinho brasileiro" não mais será nosso lema, uma era em que o "pão e circo" não maisserá a solução ideal para nossos problemas... uma era em que a educação básica será pública e gratuita de novo, umaera em que todos terão transporte público decente, uma era em que os hospitais funcionarão, os professores darãoaulas satisfeitos, uma era em que todos lutarão em pé de igualdade por seus empregos, uma era em que ninguémmais viverá de esmola (e se contentará com isso), uma era em que cisternas, irrigação por gotejamento, captação deágua da chuva e tantas outras soluções simples acabarão com o estigma da seca que destrói o sertão, uma era em queNatureza será reverenciada, em que os recursos naturais serão usados com sabedoria, uma era em que os drogadosserão poucos porque as famílias serão unidas.... uma era em que, mais adiante, todos se respeitarão sem necessitar daPolícia e do Poder Judiciário.

Chegou a hora, é agora. Nós estamos vivendo a história.... esses são os primeiros passos para a formação moral esocial de um novo povo brasileiro.

Alternativa AD5- Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas,quadrinhos, fotos, etc.).

A fila dos que não precisam esperar mais é formada por quem

(A) já morreu.(B) está doente.(C) recebeu alta.(D) recuperou a saúde.

3

Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é

(A) “...é gratificante verificar que as pessoas voltaram a sentir indignação, a sentir vontade de expressar a sua discordânciacom as escolhas políticas..”(B) “...uma era em que o "pão e circo" não mais será a solução ideal para nossos problemas...”(C) para mim, o mais importante é a sinalização de uma nova era para o Brasil...”(D) “Nós estamos vivendo a história...esses são os primeiros passos para a formação moral e social de um novo povo brasileiro.”

4

Leia os textos abaixo e responda ao item 4:

Disponível em http://www.ozildoalves.com.br/internas/read/?id=16673Acesso em 24/06/2013

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Alternativa AD21- Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

Leia os textos abaixo e responda ao item 5:

Ontem como hoje, continua tudo igual...

disponível em http://www.propagandasantigas.blogger.com.br/Acesso em 24/06/2013

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As reticências utilizadas na frase “ Ontem como hoje, continua tudo igual...”Expressam:

(A) dúvida.(B) pausa.(C) interrupção.(D) continuidade.

5

Alternativa AD17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

TeatroProfessor (a),seja bem vindo (a) ao estudo do texto dramático ou texto para representação teatral, um

gênero de grande relevância social e cultural. Do ponto de vista do estudo dos gêneros textuais, o texto dramático nos remete a aspectos da narrativa,

sobretudo à questão do diálogo, sob um novo olhar, tendo como perspectiva a encenação. Assim, nosso trabalhotem como foco a exploração das características e elementos desse gênero, por meio das práticas linguísticas,em especial, a leitura dramática.

Caso a unidade escolar em que leciona tenha professores (as) com formação em artes cênicas, dialoguecom eles(as), peça-lhes ajuda, tire dúvidas, pois esta parceria, certamente, contribuirá para o alcance de bonsresultados no trabalho com este gênero. Porém, a ausência desse profissional não deverá ser um empecilhopara o desenvolvimento do trabalho, pois essa poderá ser compensada por sua vivência e experiência comoleitor(a) ou espectador(a) de peças teatrais.

No mais desejamos um excelente trabalho e muito sucesso!

aula 11

Objetivo geral

• Identificar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o Teatro, explorando as práticas deoralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Discutir sobre o teatro como linguagem artística.

u Apreciar trechos de encenação de peças teatrais.

u Conhecer a origem do teatro.

Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero

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Prática de oralidade

Professor (a), é importante que os estudantes entendam que o teatro é uma linguagem artística, assim como adança, as artes visuais e a música. Uma peça teatral nasce primeiramente de um texto (o texto dramático) e éconcretizado com os atores em cena. No entanto, a peça, para ser apresentada ao público, necessita de produçãoe muito ensaio. O diretor de teatro é a pessoa responsável por esta concepção (cenografia, sonoplastia, iluminação,preparação dos atores etc.) e pela produção do espetáculo.

Professor (a), para ilustrar a possibilidade de diferentes espaços cênicos para uma apresentação teatral, sugerimosque exiba um trecho da peça “Romeo e Julieta” do grupo Galpão, de Belo Horizonte, disponível no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=b3N_QcBSQ8QCaso não seja possível exibir esse vídeo, sugerimos que você providencie imagens de atores em cena em diferentesespaços cênicos para exibi-las aos estudantes.Comente que a praça central de qualquer cidade, o porão de uma casa antiga, o pátio de uma escola etc podem setransformar num grande palco para uma apresentação teatral. Comente também que o teatro é dinâmico, o quesignifica que um espetáculo pode envolver a dança, o circo, a música, as artes plásticas e até mesmo o cinema. Em seguida, peça para que os estudantes observem a imagem a seguir.

Caro estudante, iremos iniciar nossos estudos sobre o teatro: um texto dramático ou texto destinado àrepresentação teatral. Para tanto, discuta com seus colegas e seu (sua) professor (a) as questões a seguir.

A imagem do duo de máscaras, a seguir, compõe o símbolo do teatro. Observe-a para discutir as questões abaixo.

• O que é teatro?

• Você já teve a oportunidade de assistir a uma peça de teatro? Sobre o que era a peça?

Resposta pessoal• Você acha que o palco é o único espaço cênico possível para a apresentação de uma peça?

Não. O palco, possivelmente, é o espaço cênico mais explorado pelos dramaturgos, atores e diretores. No entanto, diferentes espaços podemser usados para a apresentação de uma peça como é o caso de grupos de teatro que trabalham nas ruas como o chamado “teatro de rua”.

http://www.sindinoticias.com/files/conteudo/noticias/015256.jpg

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Professor(a), apesar de essa ser uma resposta pessoal, espera-se que o (a) aluno (a) associe as máscaras à encenação, àalegoria do teatro. De acordo com pesquisadores, o grego Ésquilo, nascido no ano 524 a.C, foi o responsável pela adesãoao uso das máscaras com o objetivo de esconder a figura do ator e ressaltar o personagem interpretado. Por muito tempo,a máscara foi utilizada no teatro e, como a tragédia e a comédia são duas categorias marcantes e importantes na históriado teatro, nada mais adequado do que simbolizar esta linguagem artística com o duo de máscaras.

• As duas máscaras são iguais? O que há de diferente nelas?

Não. Uma das máscaras tem uma expressão de dor enquanto a outra tem uma expressão de alegria.• O que você acha que cada uma das máscaras simboliza?

A máscara com a expressão de alegria representa a comédia, e a outra a tragédia• Em sua opinião, por que o duo de máscaras é o símbolo do teatro?

Resposta pessoal.

Caro estudante, realize uma pesquisa para saber sobre a origem do teatro: quando e como surgiu o teatro?Pesquise também sobre o papel da Grécia antiga no desenvolvimento do teatro como expressão e realização.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

aula 12

Objetivo geral

• Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade,leitura e escrita e análise linguística..

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero

O que devo aprender nesta aula

u Socializar a pesquisa realizada.

u Ler texto dramático, utilizando as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação dos textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Discutir sobre as funções cultural e social do gênero dramático.

u Refletir sobre os elementos do texto dramático (rubrica, cenário, fala, diálogo e ação dos personagens).

u Refletir sobre as variações linguísticas no gênero em estudo.

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Prática de oralidade

Práticas de leitura e análise da língua

Professor (a), para sua informação, disponibilizamos no quadro a seguir um texto retirado do Ensinar e Aprender3 de língua portuguesa, uma publicação do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Cultura- CENPEC-, sobrea origem do teatro. Entretanto, faz-se necessário que você também realize sua pesquisa para intervenções e/ou ampliações necessáriasna pesquisa realizada pelos estudantes.

A origem do teatro

A origem do teatro perde-se em tempos remotos, quando o ser humano começou a esboçar os primeirosmovimentos tentando expressar e comunicar sentimentos e sensações. Não havia então rígidas fronteirasentre arte e religião: a arte ainda era magia. A partir do momento em que foi capaz de se expressar atravésda linguagem oral e gestual, o homem tornou-se apto a dramatizar os fatos e fenômenos do cotidiano,apresentando-os a seu grupo de forma mais vibrante, envolvendo assim, emocionalmente, seus espectadores.

Para nós ocidentais, é na Grécia Antiga que o teatro consegue atingir pela primeira vez sua plenitudeenquanto expressão e realização. Originária dos rituais dionisíacos, a tragédia grega nasceu da combinação decantos corais e danças rituais. Grandes autores como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, gênio criador de comédias,escreveram obras primas ainda hoje encenadas e que continuam a fundamentar a criação de novos textos.

É também a partir da Grécia que se estabelece um vínculo entre o teatro e a educação. Ao longo dosséculos, nos jogos de expressão ou jogos dramáticos, filósofos, pedagogos e, posteriormente, psicólogos viramuma nova forma de auxiliar o crescimento da criança e do jovem nos planos cognitivo, afetivo e psicomotor.

Caro estudante, compartilhe com seus colegas e seu (sua) professor (a) a pesquisa realizada.

Você, provavelmente, já deve ter assistido ao filme “O auto da compadecida”, com os atores Selton Melo, MatheusNachtergaele, Marco Nanini, entre outros. Mas você sabia que “ Auto da compadecida”, de Ariano Suassuna é umtexto escrito, originalmente, para o teatro?

Leia, abaixo, um trecho dessa peça teatral para responder as questões propostas:

TEATRO. Ensinar e Aprender 3 – Língua Portuguesa, p 16. Programa de Aceleração da Aprendizagem. Secretaria de Estado da Educação de Goiás, 2001.

Personagens

PalhaçoJoão griloChicóPadre JoãoAntônio MoraisSacristãoPadeiro

Mulher do padeiroBispoFradeSeverino do AracajuCangaceiroDemônioO encourado (o diabo)Manuel (nosso senhor Jesus Cristo)A compadecida (Nossa Senhora)

Auto da compadecidaAriano Suassuna

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Cenário

O cenário pode apresentar uma entrada de igreja à direita, com uma pequena balaustrada ao fundo, uma vezque o centro do palco representa um desses pátios comuns nas igrejas das vilas do interior. A saída para a cidadeé à esquerda e pode ser feita através de um arco. Nesse caso, seria conveniente que a igreja, na cena dojulgamento, passasse a ser entrada do céu e do purgatório. O trono de Manuel, ou seja, Nosso Senhor JesusCristo, poderia ser colocado na balaustrada, erguida sobre um praticável servido por escadarias. Mas tudo issofica a critério do ensaiador e do cenógrafo, que podem montar a peça com dois cenários, sendo um para ocomeço e outro para a cena do julgamento, ou somente com cortinas, caso em que se imaginará a igreja fora dopalco, à direita, e a saída para a cidade à esquerda, organizando-se a cena para o julgamento através de simplescadeiras de espaldar alto, com saída para o inferno à esquerda e saída para o purgatório e para o céu à direita.

[...]

Palhaço: (entrando). Peço desculpas ao distinto público que teve de assistir a essa pequena carnificina, masela era necessária ao desenrolar da história. Agora a cena vai mudar um pouco. João, levante-se e ajude a mudaro cenário. Chicó! Chame os outros.

Chicó: Os defuntos também?Palhaço: Também.Chicó: Senhor Bispo, Senhor Padre, Senhor Padeiro!(Aparecem todos.)Palhaço: É preciso mudar o cenário, para a cena do julgamento de vocês. Tragam o trono de Nosso Senhor!

Agora a igreja vai servir de entrada para o céu e para o purgatório. O distinto público não se espante ao ver, nascenas seguintes, dois demônios vestidos de vaqueiro, pois isso decorre de uma crença comum no sertão do Nordeste.

(É claro que essas falas serão cortadas ou adaptadas pelo encenador, de acordo com a montagem que se fizer.)Palhaço: Agora os mortos. Quem estava morto?Bispo: Eu.Palhaço: Deite-se ali.Padre: Eu também.Palhaço: Deite-se junto dele. Quem mais?João Grilo: Eu, o padeiro, a mulher, o sacristão, Severino e o cabra.Palhaço: Deitem-se todos e morram.João Grilo: Um momento.Palhaço: Homem, morra que o espetáculo precisa continuar!João Grilo: Espere, quer mandar no meu morredor?Palhaço: O que é que você quer?João Grilo: Já que tenho de ficar aqui morto, quero pelo menos ficar longe do sacristão.Palhaço: Pois fique. Deite-se ali. E você, Chicó?Chicó: Eu escapei. Estava na igreja, rezando pela alma de João Grilo.Palhaço: Que bem precisada anda disso. Saia e vá rezar lá fora. Muito bem, com toda essa gente morta, o

espetáculo continua e terão oportunidade de assistir seu julgamento. Espero que todos os presentes aproveitemos ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenha certeza de que todos os que estão aquisão uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez,incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados,sóbrios, castos e pacientes. E basta, se bem que seja pouco. Música.

(Música de circo. O Palhaço sai dançando. Se montar a peça em três atos ou houver mudança de cenário,começará aqui a cena do julgamento, com o pano abrindo e os mortos despertando.)

João Grilo: (para o Cangaceiro). Mas me diga uma coisa, havia necessidade de você me matar?Cangaceiro: E você me matou?João Grilo: Pois é por isso mesmo que eu reclamei. Você já estava desgraçado, podia ter-me deixado em paz.Severino: Eu, por mim, agora que já morri, estou achando até bom. Pelo menos estou descansando daquelas

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correrias. Quem deve estar achando ruim é o bispo.Bispo: Eu? Por quê? Estou até me dando bem!João Grilo: É, estão todos muito calmos porque ainda não repararam naquele freguês que está ali, na sombra,

esperando que nós acordemos.Padre: Quem é?João Grilo: Você ainda pergunta? Desde que cheguei que comecei a sentir um cheiro ruim danado. Essa

peste deve ser um diabo.Demônio: (saindo da sombra). (Severo) Calem-se todos. Chegou a hora da verdade.Severino: Da verdade?Bispo: Da verdade?Padre: Da verdade?Demônio: Da verdade, sim.João Grilo: Então já sei que estou desgraçado, porque comigo era na mentira.Demônio: Vocês agora vão pagar tudo o que fizeram.Padre: Mas o que foi que eu...Demônio: Silêncio! Chegou a hora do silêncio para vocês e do comando para mim. E calem-se todos. Vem chegando

agora quem pode mais do que eu e do que vocês. Deitem-se! Deitem-se! Ouçam o que estou dizendo, senão será pior! [...]

Disponível em: http://oficinadeteatro.com/component/jdownloads/viewdownload/5-pecas-diversas/110-auto-da-compadecida/Acesso em 21/05/2013

As rubricas indicam a ação, a fala, sentimentos das personagens etc.

No texto dramático, os textos em parênteses, são chamados de rubricas. Em sua opinião, para que servem esses textos? 1

No texto dramático o espaço recebe o nome de cenário. No texto em questão, a ação acontece em uma pequena vila no interior.

Como é denominado o espaço no texto dramático? Indique o espaço do texto em estudo.2

Há muitas semelhanças entre esse gênero e os gêneros como o conto e a crônica. Tanto o texto dramático quanto o conto, oromance e a crônica possuem ação, espaço, época/tempo e personagens.

Em que o texto lido se assemelha aos contos e às crônicas estudadas por você nos bimestres anteriores?3

Algumas palavras e expressões como morredor, Chicó, Severino do Aracaju, encourado são típicas do sertão nordestino.

4Algumas palavras e expressões utilizadas pelo autor são típicas de uma região brasileira. Você sabe que região éessa? Destaque algumas dessas palavras e expressões.4

Não. Diretor é o nome atribuído a esse profissional. Suassuna deve ter utilizado a palavra ensaiador por ser essa a palavra utilizadana região em que vive para se referir ao diretor de teatro. Suassuna é um dos maiores escritores contemporâneos que retrata comsingularidade a cultura popular nordestina. Em seus textos estão presentes o linguajar, as crendices, as tristezas, as riquezas e asmisérias do povo nordestino.

O autor do texto utilizou-se da palavra ensaiador para se referir à pessoa responsável por montar o espetáculo e ensaiaros atores. Você acha que esse é, de fato, o nome atribuído a esse profissional? Por que você acha que Suassuna preferiuutilizar o termo ensaiador?

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http://www.e-biografias.net/ariano_suassuna/

Ariano Suassuna (1927) nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 16de junho de 1927. Filho de João Suassuna e Rita de Cássia Vilar, ficouórfão de pai, com três anos de idade. Durante a Revolução de 1930,por motivos políticos, seu pai foi assassinado. A família foi obrigada amudar de cidade, foram para Taperoá, interior do Estado. Morou emTaperoá entre 1933 e 1937, onde iniciou seus estudos. Teve osprimeiros contatos com a cultura regional assistindo umaapresentação de mamulengos e um desafio de viola.

Em 1942, a família muda-se para a cidade do Recife, Pernambuco,onde Ariano entra para o Colégio Americano Batista. Em seguidaestuda no Ginásio Pernambucano, importante colégio do Recife.Ingressou na Faculdade de Direito, onde funda o Teatro do Estudantede Pernambuco. Em 1947, escreve sua primeira peça "Uma MulherVestida de Sol". No ano seguinte escreve "Cantam as Harpas de Sião".

Em 1950, conclui o curso de Direito. Dedica-se a advocacia e aoteatro. Em 1955, escreveu a comédia “Auto da Compadecida". A partir de 1956, passa a dar aulas de Estética na UniversidadeFederal de Pernambuco. Em 1970, surge o Movimento Armorial, inspirado e dirigido por Ariano, com o objetivo de valorizaros vários aspectos da cultura do Nordeste brasileiro, como a literatura de cordel, a música, a dança, teatro, entre outros.

Ariano Suassuna inicia, em 1971, sua trilogia com o "Romance da Pedra do Reino" e o "Príncipe do Sangue que vai-e-volta", que teria sequência em 1976, com a "História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana".Em 1994, se aposenta pela Universidade Federal de Pernambuco. É Secretário de Assuntos ao Governador dePernambuco, Eduardo Campos.

DESAFIO

Pesquise quem são alguns dos mais famosos autores de textos dramáticos no Brasil e no mundo.Destaque pelo menos dois autores: um nacional e um estrangeiro.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

aula 13

O que devo aprender nesta aula

u Ler textos dramáticos, utilizando as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação dos textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Socializar a pesquisa sobre alguns dos principais autores de teatro do Brasil e do mundo.

u Refletir sobre os elementos do texto dramático (rubrica, cenário, fala, diálogo e ação dos personagens).

u Refletir sobre os personagens observando suas falas e ações.

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Práticas de oralidade

Caro estudante, compartilhe com seus colegas e seu(sua) professor (a) a pesquisa feita sobre alguns dosprincipais autores de texto dramático no Brasil e no mundo

Professor (a), retome o desafio da aula anterior e instigue os alunos a falarem sobre a pesquisa que fizeram.

Professor (a), no quadro a seguir, selecionamos alguns dos mais famosos autores estrangeiros e brasileiros de textosdramáticos, no entanto, sugerimos que você também faça sua própria pesquisa para fazer as intervenções e/ouampliações necessárias das informações trazidas pelos estudantes.

Molière

Jean-Baptiste Poquelin, conhecido artisticamente como Molière, foi um importante escritor, ator e dramaturgofrancês do século XVII. Nasceu em 15 de janeiro de 1622 na cidade de Paris e faleceu na mesma cidade em 17 defevereiro de 1673. Ganhou grande destaque no mundo teatral com suas excelentes comédias de tom satírico.

Molière é considerado o pai da Comédia Francesa. Em suas peças de teatro, Molière retratou temasdo cotidiano com um olhar crítico e satírico. Mostrou o pedantismo dos falsos sábios, a pretensão dosburgueses enriquecidos, a corrupção em diversos setores sociais e as mentiras dos médicos ignorantes.

Molière também retratou de forma extraordinária os grandes defeitos e virtudes da alma humana.Comportamentos e sentimentos como inveja, cobiça, orgulho, avareza e arrogância são objetosimportantes para a composição de suas obras.

Em função do realismo e do tom cômico de suas obras, Molière recebeu, durante grande parte de sua vidaartística, protestos, perseguições e até ameaças. Esta oposição vinha, principalmente, dos setores maisconservadores da sociedade (alta sociedade, Igreja, políticos) incomodados com as temáticas das obras de Molière.

Shakespeare

William Shakespeare, Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos eescritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceramvivas até os dias de hoje, onde são retratadas frequentemente pelo teatro, televisão, cinema e literatura.

Os textos de Shakespeare fizeram e ainda fazem sucesso, pois tratam de temas próprios dos sereshumanos, independente do tempo histórico. Amor, relacionamentos afetivos, sentimentos, questões sociais,temas políticos e outros assuntos, relacionados a condição humana, são constantes nas obras deste escritor.

Nasceu em 23 de abril de 1564 na pequena cidade inglesa de Stratford-Avon e faleceu em 23 deabril de 1616 de causas desconhecidas.

Principais obras:Comédias: O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão, A Comédia dos Erros, Os dois

fidalgos de Verona, Muito barulho por coisa nenhuma, Noite de reis, Medida por medida, Conto doInverno, Cimbelino, Megera Domada e A Tempestade.

Tragédias: Tito Andrônico, Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Antônio e Cleópatra,Coriolano, Timon de Atenas, O Rei Lear, Otelo e Hamlet.

Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII.

Principais obras As preciosas ridículas (1659)A Escola de Mulheres (1662)Tartufo (1664)O Misantropo (1665)

Médico a força (1666)O Avarento (1668)Anfitrião (1668)O burguês fidalgo (1670)As sabichonas (1672)

Disponível em http://www.suapesquisa.com/Acesso em 23/05/2013

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Nelson RodriguesNelson Rodrigues é sem dúvida um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Autor de 17 peças,

suas obras despertaram e despertam as mais variadas reações. Classificado por ele mesmo comodesagradável, seu teatro chocou plateias, provocando não apenas admiração, mas também repugnânciae ódio. Nelson Rodrigues nasceu no Recife em 1912 e faleceu no Rio de Janeiro em 1980.

Principais obras: Vestido de noiva (1943); A falecida (1953); Os sete gatinhos (1958); Boca de ouro (1959); Beijo

no asfalto (1960); Toda nudez será castigada (1965).Ariano SuassunaVida: Ver aula 01Principais obras: Uma mulher vestida de Sol, (1947); Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948);

Os homens de barro, (1949); Auto de João da Cruz, (1950); Torturas de um coração, (1951); O arcodesolado, (1952);O castigo da soberba, (1953); O Rico Avarento, (1954); Auto da Compadecida,(1955); O casamento suspeitoso, (1957); O santo e a porca, (1957); O homem da vaca e o poder dafortuna, (1958); A pena e a lei, (1959); Farsa da boa preguiça, (1960); A Caseira e a Catarina, (1962);Asconchambranças de Quaderna, (1987); Fernando e Isaura, (1956)"inédito até 1994".

Disponível em: http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/nelson-rodrigues/biografia-de-nelson-rodrigues/Acesso em 23/05/2013

Professor (a), pesquise também por: Samuel Beckett, Anton Tchekhov, Frederico García Lorca,Oscar Wilde, Marcos Caruso, entre outros.

1 Atividade adaptada do Ensinar e Aprender 3 - Língua Portuguesa. Programa de Aceleração da Aprendizagem.Secretaria do Estado de Goiás, 2011

Práticas de leitura e análise linguística 1

Casinha pequeninaIvo Bender

Personagens (três): Marido, mulher e filho.

CenárioSofás ou cadeiras, sugerindo uma sala de estar.

Quando começa a cena, marido e mulher estão sentados. A mulher, em roupa caseira, pinta as unhas dospés; o marido, de pijama, lê um jornal. Depois de certo tempo começam a conversar.

O marido: (baixa o jornal) Os jornais de hoje não são como os de ontem.A mulher: (sem interromper a pintura das unhas) Claro que não. As edições são diárias. Portanto, a cada dia

os jornais são diferentes.O marido: (olhando para ela) Quando digo ontem, quero dizer “antigamente”. A mulher: (olhando para ele) Então você tem que dizer assim: “Os jornais de hoje não são como os de antigamente”.O marido: Os jornais de hoje não são como os...Ora essa, não vejo por que repetir o que você disse. (volta a ler o jornal)A mulher: O esmalte de hoje não é como os de antigamente.O marido: (silêncio)A mulher: O esmalte moderno mudou muito. Hoje as cores são tantas que fico tonta cada vez que entro na farmácia.

Leia o texto dramático abaixo e responda às questões seguintes:

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O marido: (silêncio)A mulher: E logo, logo, o esmalte fica ressequido e as unhas descascam.O marido: (sem desviar os olhos do jornal) Esses jornais de hoje publicam de tudo. Há uma liberdade que

chega às raias da licenciosidade.A mulher: A enceradeira que comprei no mês passado já pifou.O marido: (olha para o chão, depois para a mulher) Então é por isso que o parque está fosco, sem brilho nenhum?A mulher: Não. É que a empregada fugiu. Era ela quem lustrava o chão com dois trapos de flanela enrolados nos pés.Marido: Pois compra uma nova enceradeira. De outra marca.A mulher: Prefiro uma empregada.O marido: Mas uma empregada custa mais.A mulher: Em compensação, trabalha o dobro.O marido: (volta a ler o jornal; depois de um tempo baixa-o) As notícias de hoje são feitas do mais baixo

escândalo. Veja: um homem tirou a roupa na rodoviária, ficou nu em pelo, pegou um ônibus para Torres e sejogou no mar. Deixou uma carta acusando o governador.

A mulher: Pobre governador.Marido: Pobre. (volta à leitura)A mulher: O meu fusca está com um problema na mudança. Um problema gravíssimo.O marido: Manda pra oficinaA mulher: Vou mudar de oficina, isso sim.O marido: Os escândalos se acumulam: um ministro de governo fugiu para a Suíça. Por amor ao chocolate.

O governo, minimizando o problema, ofereceu-lhe a embaixada naquele país europeu.A mulher: Minha lavadora automática se engasgou com aquele teu colete de astracã.O marido: (deixa a leitura; apreensivo) Isto é grave. Como é que vai ser no inverno?A mulher: Faço um colete de lã pra você.O marido: Ah. (retoma a leitura) Aqui diz que o juiz absolveu aquele senhor que matou uma vizinha

entrevada e aquele seu cachorro dinamarquês.A mulher: Um cachorro dinamarquês?O marido: Um cachorro dinamarquês. O homem foi absolvido porque ficou provada a legítima defesa.A mulher: A justiça tem razões que nós mesmos ignoramos.O marido: (após um silêncio e tendo folheado o jornal) Aqui tem uma página em branco.A mulher: Interessante. Deve ter sido um problema com a impressão.O marido: Ou então, é a prova de outro sabão em pó. Aquela história que lava mais branco etcétera e tal.A mulher: Não é de duvidarO marido: (após outro silêncio) Que coisa! Imagine que na Baixada Fluminense apareceram trinta

corpos crivados de bala.A mulher: Que limpa, hein?O marido: (tendo folheado o jornal) outra página em branco.A mulher: Não falei? É problema do jornal. Alguma coisa deu errado.O marido: Nada disso. É a propaganda de detergente. A mulher: Enfim, problema do jornal ou de sabão em pó, dá tudo na mesma. Uma página em branco. O marido: Duas, faz favor?A mulher: Ah, é. Duas. (pausa) já está na hora da novela?O marido: (consultando o relógio) Quase.A mulher: (fecha o vidro de esmalte) Então vamos pro quarto.O marido: O televisor do quarto está sem som. A mulher: E o aparelho do quarto do Betinho está sem imagem. O marido: Então só resta o do banheiro.A mulher: E dai? Não quero perder minha novela.O marido: Nem eu. Só que no banheiro a imagem não é lá essas coisas.

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A mulher: Pois vamos duma vez, mas quem senta no vaso sou eu. O bidê fica pra ti.O marido: Não senhora, o vaso é meu.A mulher: Eu escolhi primeiro.O marido: Pra você, tem o bidê.A mulher: Que vergonha! Me mandando pro bidê!O marido: E tu, me negando o vaso!A mulher: O vaso é meu!O marido: Fui eu quem comprou o televisor.A mulher: Mas a ideia de botar ele no banheiro foi minha.O marido: Não me interessa.A mulher: Prepotente!O marido: Quem canta aqui sou eu!A mulher: Chamando esta de galinheiro! (chama) Betinho, vem cá.O marido: Não chamei nada de coisa nenhuma, meu Deus!A mulher: (chama mais alto) Betinho, meu filho! O marido: Não se tem mais sossego nem no recesso do lar!A mulher: Que lar, que lar? Só me diz: que lar? Isto aqui é lar? (chama) Betinho.O filho: (entra lento) Qual é?A mulher: Dá um jeito no teu pai.O filho: Seguinte, ó: eu tava numa boa, na minha baia, curtindo um som legal. Pô, que corta barato que são vocês.O marido: Corta o quê?O filho: Barato.O marido: (para a mulher) Se ele continuar com essa linguagem, juro que bato nele.A mulher: Duvido você bater num homem, duvido.O filho: (avançando para o pai) Quer me bater quer?Tudo bem. Tou mesmo a fim de ser batido.O marido: Mas ele desafia o próprio pai!O filho: Desafio, mas numa boa.O marido: (indo para a mulher) Me segura que eu avanço nele.A mulher: Te seguro, te seguro. (abraçando-o por trás)O filho: Quer se avançar em mim é velho? Tou mesmo a fim de ser avançado.O marido: Me larga, que eu vou dar nele!A mulher: Não largo, não largo! Vamos duma vez que a novela já começou. (vão para a saída: o filho vai em

direção oposta; ele pára e volta-se)O filho: Ei, esperem aí. Pra onde vão vocês?A mulher: Pro banheiro.O filho: Os dois?A mulher: Pra ver a novela.O filho: Mas não tem aparelho nenhum no banheiro.A mulher: Como não?O marido: como é que é?O filho: Passei o televisor nos cobres. Tava precisando duma grana.A mulher: (para o marido) Mas como é que ele teve a coragem!O marido: (para o filho) Mas como é que você teve a coragem!O filho: A mesada andava curta. Só isso. (sai)A mulher: (sentando) Não consegue acreditar.O marido: Aí está à maravilha que você botou no mundo, roubado feito ladrão de galinha. Um fedelho

perebento manchando o sagrado nome da família!A mulher: E agora, querido?O marido: Eu é que te pergunto.

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Professor (a), após a discussão das questões, proponha uma leitura dialogada. Três estudantes lerão em voz alta,respectivamente, as falas dos três personagens do texto; um outro estudante lerá as indicações sobre os personagens,o cenário e a primeira rubrica que antecede o texto. As demais rubricas não precisarão ser lidas em voz alta, nem osnomes dos personagens anunciados antes das falas.

Pode-se afirmar que os personagens são de classe média alta, já que podem manter uma empegada doméstica, possuem mais deum aparelho de TV e o filho ganha mesada. Pode-se afirmar também que vivem discutindo frivolidades. Apesar de comentaremsobre as notícias, dão pouco ou nenhuma atenção aos problemas sociais noticiados.

Observando as falas dos personagens, o que se pode afirmar sobre eles?2

Revelam que a família possui um relacionamento que, de certa forma, é conflituoso e superficial. Os pais não conseguem entendero filho que parece fazer o quiser. A mulher e o marido demonstram certo desespero quando percebem que não irão assistir ànovela, a única distração em casa, segundo a mulher. Ou seja, o convívio entre os personagens não basta, não há harmonia oudistração. O melhor momento é quando assistem televisão.

O que essas falas revelam sobre o relacionamento dessa família?3

O objetivo comum é assistir à novela e o conflito é que o banheiro seria o lugar possível de assisti-la e os dois passam a brigar parase sentar no vaso. O conflito se resolve quando o filho diz que vendeu o aparelho de TV do banheiro: nesse momento o maridodecide voltar a ler o jornal e a mulher a fazer as unhas

No único momento em que o marido e a mulher têm um objetivo comum, ocorre um conflito. Qual é esse objetivo comum?E o conflito? Como ele se resolve? 4

Resposta pessoal.

Você conseguiu imaginar o cenário de Casinha Pequenina? E os personagens? De que forma você os imagina? 5

Indicam as ações, as reações e os movimentos dos personagens.

O que as rubricas no texto “Casinha pequenina” indicam?1

A mulher: Como é que vai ser?O marido: Eu é que vou saber?A mulher: Sem distração em casa!O marido: Pode haver coisa pior?A mulher: Sem novela.O marido: Sem o comentário esportivo. (senta na sua cadeira e retorna ao jornal)A mulher: Com toda esta vasta noite pela frente.O marido: Vou ter que dormir mais cedo.A mulher: Quem sabe eu pinto as unhas?O marido: É uma ideia. E eu retorno a leitura. (ambos começaram a agir; ela pinta as unhas das mãos e ele

lê; silêncio longo) Os jornais de hoje não são como os de ontem.A mulher: (suspendendo a pintura, volta-se para ele e dá por encerrado o assunto) Claro que não.Os dois se olham. As luzes se apagam uma a uma.

Transcrito de Nove textos breves para teatro. Porto Alegre: Ed. Da Universidade, 1983. P. 60.)

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aula 14

Texto 1Violência atinge 15% de alunos

Professor(a), neste caderno, estamos propondo uma retomada dos conteúdos/gêneros estudados ao longo do ano.Para isso, sugerimos, aqui, alguns itens que exploram os gêneros trabalhados nesse período.

Dessa forma, as aulas 14 e 15; 19 e 20; 24 e 25 devem ser dedicadas à resolução dos itens propostos e para umareflexão acerca dos gabaritos e dos distratores de cada um deles.

Portanto, reserve parte dessas aulas para que os estudantes os resolvam e, em seguida, faça um comentárioaprofundado de cada item deste, justificando seu gabarito e seus distratores.

O que devo aprender nesta aula

u Identificar o tema de um texto.

u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

u Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições emque eles foram produzidos e daqueles em que serão recebidos.

uDistinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

u Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

DESAFIOEm Hamlet, Shakespeare nos diz o que deve ser o teatro para a sociedade:

“O teatro deve ser um espelho colocado diante da natureza, que mostra sua verdadeira imagem; nos querfazer tomar consciência das coisas que se vivem no mundo, como a corrupção, contra o abuso do poder, alibertinagem. Nos mostra a natureza humana, o mundo em que vivemos; nos diz que façamos tudo, até oimpossível para que se acabem as cosas ruins do mundo, que tentemos de todas as formas fazer com queas pessoas sejam iluminadas e não continuem nas trevas do mal."

Entreviste pelo menos três pessoas para saber o que elas pensam sobre o teatro. Apresentamos, abaixo,duas questões que poderão ser utilizadas na sua entrevista, mas se preferir, elabore outras. Anote asrespostas em seu caderno para uma pequena discussão na próxima aula. • Para você, o que é teatro?• O teatro reflete a vida?

Hamlet – Ato III Cena II

Leia os textos abaixo para responder aos itens que se seguem:

A violência está a rondar as escolas. Uma parcela significativa dos estudantes de 9º ano (89% têm entre 13 e 15 anos)já estiveram envolvidos em brigas que resultaram em agressões a alguém. Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) no ano passado mostra que 12,9% dos alunos brasileiros dessa série tinham brigado nos30 dias que antecederam o levantamento. Em Goiânia o índice foi ainda mais elevado: 15,2%; o segundo maior do País.

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(disponível em http://www.mp.go.gov.br/portalweb/1/noticia/7b5b5a5101642c283519e8f0c4e2c931.html, acessado em 14/05/2013)

Autora: Isabella Pardim (Aluna da 6ª série do Colégio Anjos Custódios, 2009) Disponível emhttp://6seriecac2009.blogspot.com.br/search?q=Viol%C3%AAncia+na+escola, acesso: 14/05/2013

A capital goiana, aliás, quando o assunto é violência na escola (brigas, confusões com armas brancas e armas de fogopresentes e relatos de humilhações), sempre aparece entre as dez primeiras capitais no ranking nacional. Ainda que nãoexista uma explicação clara, pura e simples para isso, o fato preocupa pessoas ligadas ao setor educacional.

[...]

Hoje o assunto que mais se discute é a violência nas escolas. Vemos este tema ser retratado em filmes, novelas, e oque é pior, na vida real. Temos alunos violentos e alunos violentados, professores sem controles ou sendo controlados,um caos só. E de onde vem tanta violência? Será da educação liberal que os pais dão aos seus filhos? Ou a falta detempo que eles já não têm?

Não sabemos, o que sabemos é que já não temos mais a segurança que tínhamos em ir para a escola, pois voltamospara casa machucados exteriormente ou interiormente, sofremos violências físicas ou psicológicas, um lugar que antesera somente para a educação, hoje se tornou um lugar cheio de histórias, agressões e preconceitos.

Sabemos que os professores sofrem, carregando o sentimento de incapacidade de transformar estes jovens alunosem cidadãos do nosso País.

Texto 2Violência nas escolas

Alternativa BD12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

A finalidade do texto 1 é

(A) Expressar sentimentos e emoções.(B) Dar uma informação.(C) Fazer uma denúncia.(D) Narrar um fato.

2

Alternativa CD 20-Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em funçãodas condições em que eles foram produzidos e daqueles em que serão recebidos.

Nos dois textos, a violência nas escolas é

(A) um problema pontual.(B) uma responsabilidade escolar.(C) uma realidade social.(D) uma questão banal.

3

Alternativa AD6- Identificar o tema de um texto.

O assunto tratado nos dois textos é

(A) a violência nas escolas.(B) a violência nas escolas goianas.(C) as brigas e confusões nas escolas brasileiras.(D) a estatística do IBGE em Goiânia

1

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Alternativa AD 14- Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Qual o trecho que expressa uma opinião?

(A) “ ... já não temos mais a segurança que tínhamos em ir para a escola.”(B) “Uma parcela significativa dos estudantes de 9º ano já estiveram envolvidos em brigas.”(C) “A violência está a rondar as escolas.”(D) “Quando o assunto é violência na escola, a capital goiana sempre aparece entre as dez primeiras capitais no ranking nacional.”

4

Alternativa CD15– Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Na frase “Hoje o assunto que mais se discute é a violência nas escolas.”, a palavra sublinhada dá ideia de

(A) causa.(B) Intensidade. (C) tempo.(D) lugar.

5

aula 15

A disciplina do amorLygia Fagundes Telles

O que devo aprender nesta aula

u IInferir o sentido de uma palavra ou expressão.

u IIdentificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

u IReconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

u IReconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

u IEstabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Leia o texto abaixo e responda aos itens de 1 a 3.

Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias,pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assimque via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante devolta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia,chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentadoaté o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foiconvocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olharnaquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado.Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então,disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu numbombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo

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em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem

soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Osamigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?…Uma tarde (era inverno)ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. 'A Disciplina do Amor'. 4ª edição. Editora Nova Fronteira. 1980

Alternativa AD10- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

A frase “O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança.” revela um narrador que

(A) conhece totalmente os fatos narrados.(B) é uma personagem da história. (C) é um mero observador dos fatos narrados.(D) mantém-se indiferente aos fatos narrados.

2

Alternativa correta BD18- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

Em “Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldadoque não voltou.” O trecho entre parênteses indica:

(A) Que as pessoas têm ótima memória.(B) Que a memória dos homens é curta.(C) Que o jovem ficou na memória dos homens.(D) Que nunca se esqueceram do jovem e seu cachorro.

3

Alternativa correta DD3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

A palavra “disciplina” no título do conto significa

(A) ordem e respeito a normas.(B) um componente curricular.(C) boa conduta.(D) submissão e constância.

1

Leia o texto e responda aos itens 4 e 5:

Companheiro fielFerreira Gullar

Se estou trabalhando– seja a que hora for –

Gatinho se deita ao ladodo meu computador.

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Se vou para a salaE deito no sofá,

Ele logo vai pra lá.

Se à mesa me sento a escrever poesiae da sala me ausento

pela fantasia, volto à realidadequando, sem querer,

toco de revésnuma coisa macia.

Já sei, não pago dez:é o Gatinho que sem eu saber

veio de mansinhodeitar-se a meus pés.

(GULLAR, Ferreira. Companheiro fiel. In: Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna, 2001.)

Alternativa AD15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Nos versos “Se estou trabalhando/seja a que hora for/Gatinho se deita ao lado”, o termo sublinhado dá ideia de

(A) condição.(B) concessão.(C) causa.(D) explicação.

5

Alternativa AD19- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

No verso “Gatinho se deita ao lado”, a palavra sublinhada expressa

(A) carinho.(B) tamanho.(C) ironia.(D) descaso

4

aula 16

O que devo aprender nesta aula

u Socializar a entrevista realizada;

uDiscutir sobre a função cultural e social do texto dramático;

uDiscutir sobre a importância dos gêneros em estudo no cotidiano;

u Ler romance e teatro, utilizando as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação dos textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Ler, associar e comparar os gêneros em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Refletir sobre os elementos do texto dramático (rubrica, cenário, fala, diálogo e ação dos personagens).

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Professor (a), solicite aos estudantes a socialização da entrevista. É importante que todos tenham oportunidade deler o que as pessoas responderam. Questione-os se eles concordam com as resposta e o que têm a dizer sobre o teatro.

Para discutir a segunda questão, se o teatro reflete a vida, peça para que os estudantes retomem o texto “Casinhapequenina” para perceber se Ivo Bender, autor do texto, faz uma crítica quando retrata uma família de classe médiaalta cuja maior distração é uma novela.

Assim, o teatro, além de entreter e divertir tem também a grande função social de questionar, de refletir, de incomodar,de refletir as melhores e as piores qualidades da humanidade.

Antes de propor a leitura do texto, explore o seu título verificando com os estudantes se eles sabem o significado dapalavra moratória. Motive-os a levantar hipóteses e, se possível, leve dicionários para a sala de aula para que elesconfiram o significado.

Caro estudante, socialize com seus colegas e seu (sua) professor (a) a entrevista proposta no desafio da última aula.

Práticas de oralidade

Práticas de leitura e análise da língua

Leia, atentamente, o texto, a seguir. A moratória

Jorge Andrade

Personagens: Joaquim, Helena, Lucília, Marcelo , Olímpio, Elvira, Primeiro ato

Cenário – Dois planos dividem o palco mais ou menos em diagonal.

Primeiro plano ou plano da direita: sala modestamente mobiliada. Na parede lateral direita, duas portas: a dofundo, quarto de Marcelo; a do primeiro plano, cozinha. Ao fundo da sala, corredor que liga às outras dependências dacasa. À esquerda, mesa comprida de refeições e de costura; junto a ela, em primeiro plano, máquina de costura. Encostadoà parede lateral direita, entre as duas portas, banco comprido, sem pintura. Na mesma parede, bem em cima do banco,dois quadros: Coração de Jesus e Coração de Maria. Acima dos quadros, relógio grande de parede. No corte da paredeimaginária que divide os dois planos, preso à parede como se fosse um enfeite, um galho seco de jabuticabeira.

Segundo plano ou plano da esquerda: elevado mais ou menos uns trinta ou quarenta centímetros acima do piso dopalco. Sala espaçosa de uma antiga e tradicional fazenda de café. À esquerda-baixa, porta do quarto do Joaquim; à esquerda-alta, porta em arco que liga a sala com a entrada principal da casa e as outras dependências. Na parede do fundo, à direita,porta do quarto de Marcelo; à esquerda, porta do quarto de Lucília. Bem no centro da parede do fundo, o mesmo relógiodo primeiro plano. Na parede, entre a porta do quarto de Joaquim e a porta em arco, os mesmos quadros do primeiro plano.

Observação: as salas são iluminadas, normalmente, como se fossem uma única, não podendo haver jogo de luz,além daquele previsto no texto. A diminuição da luz no plano da direita ou primeiro plano, na cena final da peça, em-bora determinada pelo texto, não precisa ser rigorosamente seguida.

Ação – No segundo plano ou plano da esquerda, a ação se passa em uma fazenda de café em 1929; no primeiroplano ou plano da direita, mais ou menos três anos depois, numa pequena cidade nas proximidades da mesma fazenda.

Cena – Ao abrir-se o pano, somente o primeiro plano está iluminado. Lucília acaba de cortar um vestido, senta-se à máquina e começa a costurar; suas pernas movimentam-se com incrível rapidez. Joaquim, ligeiramente curvado,aparece à porta da cozinha com uma cafeteira na mão.

Primeiro plano

Joaquim: Lucília! (sai)(Pausa. Lucília continua costurando. Joaquim aparece novamente)Joaquim: Lucília!Lucília: (Sem parar de costurar) Senhor.

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Joaquim: Venha tomar o café.Lucília: Agora não posso.Joaquim: O café esfria.Lucília: Meu serviço está atrasado.Joaquim: Ora, minha filha, cada coisa em sua hora.Lucília: para quem tem muito tempo.Joaquim: Não é preciso se matar assim. Tudo tem seu limiteLucília: Sou obrigada a trabalhar como uma... (Contém-se)Joaquim: Você já amanhece irritada!Lucília: Desculpe, papai.Joaquim: Venha.Lucília: (Acalmando-se) O senhor pode trazer para mim?(Joaquim entra na cozinha e logo aparece com uma xícara de leite)Joaquim: Olhe aqui, beba.Lucília: Não suporto este leite.Joaquim: Não comece, Lucília.Lucília: (Pausa) Foi ao médico?Joaquim: Fui. Só para fazer a sua vontade.Lucília: Que disse ele?Joaquim: Nada. Que poderia dizer?Lucília: O senhor anda se queixando do braço.Joaquim: Deve ser de rachar lenha.Lucília: Não deu nenhum remédio?Joaquim: Tenho saúde de ferro. Pensa que sou igual a esses mocinhos de hoje?Lucília: Estou perguntando, papai, se não receitou algum remédio.Joaquim: Se tivesse receitado, eu teria dito.Lucília: O senhor acha que comprar remédio é jogar dinheiro fora.Joaquim: e é mesmo. Lucília: Tenho dinheiro. Se o senhor precisar, é só falar.Joaquim: (Impaciente) Já disse que não receitou.Lucília: Melhor, não.Joaquim: O médico disse que ainda tenho cem anos de vida.Lucília: Não gosto de gente exagerada.Joaquim: Está muito certo. Nunca senti nada.Lucília: (Voltando à costura) Hoje, tudo está atrasado.Joaquim: Não se afobe, minha filha.Lucília: E o que eu faço do meu serviço?Joaquim: Que importância tem? Você não é obrigada a costurar. Até prefiro que...Lucília: (corta) Ora, papai! (Pausa. Lucília olha para Joaquim e disfarça) Tia Elvira vem experimentar o vestido

e ainda tenho que acabar o de Mafalda.Joaquim: Por que é que sua tia precisa de tantos vestidos?Lucília: Ela vai a uma festa amanhã.Joaquim: (Joaquim sai levando a xícara) É um despropósito fazer um vestido para cada festa.Lucília: Assim gasta um pouco do dinheiro que tem.Joaquim: (Voz) Não é a festa do Coronel Bernadino?Lucília: É.Joaquim: (Voz) Você não vai?Lucília: Não.Joaquim: (Voz) Por que não? Recebemos convite.

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Lucília: Não quero.Joaquim: (Pausa. Reaparecendo) Não sei por que, depois que viemos para a cidade, você se afastou de tudo e de todos.Lucília: Convidaram por amabilidade, apenas.Joaquim: Convidaram porque você é minha filha. É uma obrigação.Lucília: Conheço essa gente.Joaquim: Você precisa se divertir também.Lucília: Preciso, mas não posso.Joaquim: (Violento) Pode! Pode!Lucília: Não se exalte, papai.Joaquim: Eu digo que pode!Lucília: Está certo, sou eu que não quero.Joaquim: (Pausa) Sei o que você sente. Eu também me sinto assim.Lucília: É apenas por causa do meu trabalho, nada mais.Joaquim: Há de chegar o dia em que vai poder ir a todas as festas novamente. E de cabeça erguida.Lucília: Ainda estou de cabeça erguida. Posso perfeitamente recusar um convite. (Pausa. Os dois se entreolham

ligeiramente) Não vou porque fico cansada.Joaquim: Eu sei. Eu sinto o que é. (Pausa) De cabeça erguida! Prometo isso a você.Lucília: Não faço questão nenhuma.Joaquim: Eu faço.Lucília: Está bem. Não se toca mais neste assunto.(Pausa)Joaquim: Com a nulidade do processo, vou recuperar a fazenda. Darei a você tudo que desejar. Lucília: Não vamos falar nisto.Joaquim: Por que não? Eu quero falar.Lucília: É bom esperar primeiro a decisão do tribunal.Joaquim: (Impaciente) O mal de vocês é não ter esperança. Essa é que a verdade.Lucília: E o mal do senhor é ter demais.Joaquim: Esperança nunca é demais.Lucília: Não gosto de me iludir. E depois, se recuperarmos a fazenda, vamos ter que trabalhar muito para pagá-la.Joaquim: Pois, trabalha-se.Lucília: Só depois disto, poderemos pensar em recompensa... e outras coisas. Até lá preciso costurar e com calma.Joaquim: É exatamente o que não suporto.Lucília: O quê?Joaquim: Ver você costurando para esta gente. Gente que não merecia nem limpar sapatos!Lucília: Não reparo neles. Não sei quem são, nem me interessa. Trabalho, apenas. (Por um momento fica retesada)

Por enquanto não há outro caminho. Joaquim: Gentinha! Só tem dinheiro...Lucília: (Seca) É o que não temos mais.Joaquim: (Pausa) Quando meus antepassados vieram para aqui, ainda não existia nada. Nem gente desta espécie.

(Pausa) Era um sertão virgem! (Sorri) A única maneira de se ganhar dinheiro era fazer queijos. Imagine, Lucília, en-chiam de queijos um carro-de-bois e iam vender na cidade mais próxima, a quase duzentos quilômetros! Na voltatraziam sal, roupas, ferramentas, tudo que era preciso na fazenda. Foram eles que, mais tarde, cederam as terras parase fundar esta cidade. (Pausa) Quando eu penso que agora...

Lucília: (Corta, áspera) Papai! Já pedi ao senhor para não falar mais nisto. O que não tem remédio, remediado está.(Pausa. Joaquim fica sem saber o que fazer. Atrapalha-se quando tenta arrumar os figurinos que estão em cima da mesa)Lucília: (Impaciente) Papai! Não misture meus figurinos.Joaquim: Queria arrumar.Lucilia: Não é preciso.Joaquim: (Pausa) Onde está a sua mãe?

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Lucília: O senhor sabe que ela foi à igreja!( Na palavra “igreja” o segundo plano se ilumina)Joaquim: É verdade.(Pausa. Joaquim olha para os quadros, no Primeiro Plano. Helena aparece no segundo plano; encaminha-se para

os quadros, ajoelha-se e começa a rezar)Joaquim: Era diante desses quadros que sua mãe costumava rezar lá na fazenda. (Pausa) Foram sua igreja durante

trinta e cinco anos! (Lucília olha para Joaquim e sorri com carinho. Depois de um instante, como se procurassealguma coisa para dizer ao pai...)

[...]

Segundo ato

Cenário – O mesmo do primeiro ato. Cobrindo a máquina de costura, uma toalha mais ou menos vistosa; sobre a má-quina, um vaso com flores. A ação no segundo plano se passa algum tempo depois e a do primeiro plano na mesma semana.

Cena – Ao abrir-se o pano, as duas salas estão vazias. Joaquim entra pelo corredor, primeiro plano, carregandoum latãozinho de leite e um pacote; quando vai entrar na cozinha, encontra-se com Lucília.

ANDRADE, Jorge. A moratória. Livraria Agir Editora, 1989.

Em que tempo/época se passa a história? Como esse tempo/época é representada?1A história se passa em dois anos diferentes: 1929 e, mais ou menos, três anos adiante. Esses dois anos são representados em dois planos: o planoda esquerda representa a situação da família no ano de 1929, época em que vivia numa fazenda de café; já o plano da direita representa os trêsanos posteriores a 1929, época em que a família vivia numa pequena casa de uma cidadezinha próxima à fazenda.

Pelas falas da personagem e o título do texto, o que se pode concluir sobre a situação financeira dos personagens?2Conclui-se que os personagens em 1929 possuiam uma boa situação financeira, no entanto perderam a fazenda de café,provavelmente por dívidas, e três anos depois eram praticamente sustentados por Lucília que costurava para ganhar dinheiro.

Você pode notar nos três textos lidos que há uma predominância de diálogos nos textos dramáticos. Com base nasleituras e nas discussões feitas até o momento, por que você acha que há essa predominância?3

A predominância de diálogos ocorre pelo fato de esses serem fundamentais para que o leitor e o expectador (quando o texto é levado àencenação) compreendam a história, façam inferências sobre características da personalidade dos personagens que não são revelados apenascom suas ações. Obviamente que muitos dramaturgos já propuseram e vêm propondo novas formas de fazer teatro, no entanto, a predominânciade diálogos nos textos dramáticos ainda é uma realidade.

De que forma o narrador é evidenciado no texto em estudo, bem como nos outros textos dramáticos lidos?

Discuta oralmente as duas questões a seguir com seu (sua) professor(a) e seus colegas.

4Via de regra, o narrador é evidenciado nos textos dramáticos por meio das rubricas. O narrador não se mantém no texto dramático,ao contrário dos demais gêneros do tipo narrativo. O ponto chave dos textos dramáticos são os diálogos e as ações dos personagens.

Resposta pessoal.

• Você conseguiu imaginar o cenário descrito pelo autor no primeiro ato? Se você fosse o cenógrafo da peçade que forma o montaria?

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• O texto dramático “A moratória” foi encenado pela primeira vez, no dia 06 de maio de 1955, no TeatroMaria Della Costa, São Paulo, com direção e cenografia de Gianni Ratto. A imagem a seguir é uma foto tiradado cenário da peça. Retome o texto, verifique a descrição do cenário do primeiro ato e avalie se Gianni foitotalmente fiel à descrição feita pelo autor ou se ele fez alterações e implementações.

Jorge Andrade (1922 - 1984)

Aluísio Jorge Andrade Franco (Barretos SP 1922 - São Paulo SP 1984). Autor. Um dos maisexpressivos dramaturgos paulistas e brasileiros retrata com fundo de verdade e grande poesia cênicadiversos panoramas da vida ligada à herança cafeeira; dedicando-se, posteriormente, a temascontemporâneos a sua época e ligados à vida metropolitana.

[...]Considerado um clássico da dramaturgia moderna, Jorge Andrade é objeto de diversas teses

acadêmicas e ensaios que investigam aspectos inovadores de sua grande e diversificada obra. [...]

Disponível em: http://www.scielo.br/img/revistas/ts/v22n1/a02fig01.jpg/Acesso em 29/05/2013.

Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=personalidades_biografia&cd_verbete=393/Acesso em 03/06/2013

Gianni Ratto (27 de agosto de 1916 - 30 de dezembro de 2005)

Giovanni Ratto – nascido na cidade de Milão, Itália, em 27 de agosto de 1916 – demonstrou interessepor atividades artísticas desde cedo. [...]

[...]Cansado pelo excesso de trabalho e pela concorrência enfrentada em sua terra natal, ele veio para o

Brasil, em 1954, a convite da atriz Maria Della Costa e do produtor Sandro Polônio, fundadores do TeatroPopular de Arte (TPA). Em São Paulo, realizou a sua primeira experiência como diretor, ao encenar apeça O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh, espetáculo de inauguração do Teatro Maria Della Costa, sededa companhia da atriz. A montagem arrebatou público e crítica e conquistou o Prêmio Saci de melhor es-

Ao ler a descrição do cenário e observar a imagem, percebe-se que Gianni Ratto foi fiel à proposta do autor. Perceba, no entanto, queo autor não oferece detalhes da decoração do plano da esquerda, apenas sugere que ele deve se assemelhar a uma sala de umaantiga e espaçosa fazenda de café. Portanto, os detalhes da decoração do plano da esquerda ficaram a critério do cenógrafo e diretor.

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petáculo, direção, cenografia e atriz. Em 1955, trabalhou como diretor e cenógrafo das seguintes monta-gens do TPA: Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau; A Moratória, de Jorge Andrade; e AIlha dos Papagaios, de Sergio Tofano.

[...]

Premiadíssimo e dono de um extenso currículo, recebeu o Prêmio Shell, em 2003, por sua contribuiçãoao Teatro Brasileiro. [...]

Disponível em: http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/cenario-e-figurino/biografia-de-gianni-ratto/Acesso em: 03/06/2013

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIOCom base nos estudos e nas discussões feitas até o momento, escreva um conceito de texto dra-mático. Em seu conceito aborde as principais características desse gênero e os elementos da narrativapresentes nesse gênero de texto. O texto dramático é um gênero de texto designado para a representação teatral e tem como principaiscaracterísticas os diálogos, as ações que deles decorrem e as rubricas (indicações de sentimentos, rea-ções, ações e movimentos dos personagens). O espaço (que no texto dramático é designado cenário),o tempo e os personagens são elementos presentes no texto dramático.

aula 17

O que devo aprender nesta aula

u Realizar a leitura dramática de textos para interpretação teatral.

Professor (a), nesta aula iremos trabalhar com a leitura dramática de “A moratória”, texto dramático estudado naaula anterior. A referida leitura deve ser feita em voz alta para um público e exige interpretação por meio daentonação, expressão facial e poucos gestos. Essa interpretação apoia-se essencialmente no entendimento do texto.A leitura dramática precisa de direção e pode, ou não, fazer uso de iluminação, trilha sonora, cenário, figurino e atémesmo, objetos de cena.

O objetivo é que os estudantes aprendam a fazer uma leitura dramática. Assim, primeiramente, faça você a leiturado texto “A moratória”, para que lhes sirva de referência, pois na próxima aula eles irão apresentar a leituradramática de um texto escolhido por eles.

Após ler o texto para os estudantes, divida a sala em dois grandes grupos. Um grupo para ler as falas da personagemLucília, e outro para ler as falas do personagem Joaquim. As rubricas não devem ser lidas, mas os leitores devemseguir a indicação das mesmas, por exemplo: falar mais alto, de forma violenta, calmamente etc.

Práticas de leitura e oralidade

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Em seguida, solicite aos estudantes que formem duplas para realizar a leitura mais uma vez. Circule pela sala paraouvi-los. Auxilie os estudantes que demonstrarem maior dificuldade e escolha aqueles que demonstrarem maiordesenvoltura e fluência na leitura para auxiliar os demais estudantes a realizar a leitura dramática de outro textona próxima aula.

Caros(as) estudantes, nesta aula vocês deverão se dedicar à leitura dramática do fragmento de “A moratória”estudado na aula anterior. O objetivo é que você possa ler o texto de forma mais interpretativa, seguindo asorientações das rubricas. Dessa forma, você terá a oportunidade de trabalhar a entonação e a dicção, além decomeçar a se preparar para o desafio de fazer uma leitura dramática de um texto escolhido por você e seus colegas.

Preste atenção às orientações de seu (sua) professor (a) e boa leitura.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIOAgora é o momento de você e seus colegas escolherem um texto para uma leitura dramática quevocê deverá realizar na aula seguinte. Vocês poderão escolher qualquer um dos textos trabalhadosnas aulas anteriores, ou qualquer outro texto que você conheça. Desejamos sucesso nessa atividade. Bom trabalho!Professor (a), caso os estudantes optem por fazer a leitura dramática de “O Auto da compade-cida” será necessário que eles escolham apenas um trecho, pois esse é um texto consideravel-mente longo para ser lido e ensaiado em apenas um dia. O texto pode ser lido na íntegra noendereço http://oficinadeteatro.com/component/jdownloads/viewdownload/5-pecas diver-sas/110-auto-da-compadecida.Cada grupo deverá ter um diretor para ensaiar a leitura dramática do texto escolhido. O(a)aluno (a) designado para tal função deve ser um(a) aluno (a) que consiga ler com a entonaçãoadequada e com expressividade de modo que ele/ela auxilie os colegas na difícil tarefa derealizar a leitura dramática.Não esperamos que os estudantes realizem uma leitura brilhante, até mesmo porque o tempodesignado para a prática é curto. Caso seja possível, você poderá utilizar uma aula para que osestudantes se reúnam e ensaiem a leitura na própria unidade escolar, no período da aula. Lem-bre-se de que você possui autonomia para fazer as adaptações necessárias de acordo com a rea-lidade em que esteja inserido(a).

aula 18

O que devo aprender nesta aula

u Realizar a leitura dramática de textos para interpretação teatral.

Professor (a), nesta aula, os estudantes deverão realizar a leitura dramática do texto que escolheram. Peça para que auxiliem naorganização do espaço de modo que os (as) alunos (as) que forem realizar a leitura sentem-se de frente para os colegas. Após cadaleitura, motive os estudantes a aplaudir o grupo, teça elogios e anote em um caderno o que você considerar que deverá ser melhorado.

Práticas de leitura e oralidade

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Após todos os grupos terem realizado a leitura, peça aos alunos que façam uma avaliação da atividade e apontemsuas percepções sobre as apresentações realizadas. Faça você, também, comentários gerais sobre o desempenhodos estudantes dando ênfase ao que foi avanço, mas também pontuando as dificuldades e o que pode ser feito paravencê-las, como realizar leituras em voz alta com mais frequência.

Para finalizar, fale-lhes sobre a importância da leitura dramática para o desenvolvimento da oralidade, da atençãoe da expressão corporal. Comente que nas próximas atividades, os estudantes se dedicarão à criação de um pequenotexto dramático para ser encenado, posteriormente.

Caro estudante, nesta aula você deverá realizar a leitura dramática do texto que escolheu. Sabemos queapesar do pouco tempo para se preparar adequadamente para tal leitura, acreditamos que se empenhará pararealizar um bom trabalho.

Sucesso!

aula 19

O que devo aprender nesta aula

u Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos etc).

u Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

u Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

u Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

u Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos de uma determinada palavra ou expressão.

Leia o texto abaixo para responder aos itens 1 e 2.

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br/search?updated-max=2012-09-07T19%3A00%3A00-03%3A00&max-results=6&start=42&by-date=false#at_pco=cfd-1.0

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Avião sem asa,Fogueira sem brasa,Sou eu assim, sem vocêFutebol sem bola,Piu-piu sem Frajola,Sou eu assim, sem você...Por que é que tem que ser assim?Se o meu desejo não tem fimEu te quero a todo instanteNem mil auto-falantesVão poder falar por mim...Amor sem beijinho,Buchecha sem Claudinho,Sou eu assim sem vocêCirco sem palhaço,Namoro sem abraço,Sou eu assim sem você...Tô louco pra te ver chegarTô louco pra te ter nas mãosDeitar no teu abraçoRetomar o pedaçoQue falta no meu coração...

Eu não existo longe de vocêE a solidão é o meu pior castigoEu conto as horas pra poder te ver,Mas o relógio tá de mal comigoPor quê? Por quê?Neném sem chupeta,Romeu sem Julieta,Sou eu assim sem vocêCarro sem estrada,Queijo sem goiabada,Sou eu assim sem você...Você...Por que é que tem que ser assim?Se o meu desejo não tem fimEu te quero a todo instanteNem mil auto-falantesVão poder falar por mim...Eu não existo longe de vocêE a solidão é o meu pior castigoEu conto as horas pra poder te ver,Mas o relógio tá de mal comigo...

Fico assim sem você Adriana Calcanhotto

Música de Cacá Moraes, Abdullah; Álbum: Adriana Partimpim; SONY; Ano, 2004.

Alternativa BD16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Podemos perceber humor no fato de

(A) as personagens ficarem chocadas com tanta violência.(B) o personagem dizer que o negócio é ter uma funerária.(C) o personagem dar um grito de medo.(D) existir muito Bang Bang na TV.

2

Alternativa BD5- Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos etc).

O texto mostra que

(A) o pai da personagem é um bom comerciante.(B) há muita violência e morte na TV.(C) as personagens gostam de filmes violentos.(D) é melhor ter uma funerária do que armazém.

1

Leia o texto abaixo e responda aos itens 3, 4 e 5:

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Alternativa CD13– Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto

No trecho “Tô louco pra te ver chegar”, a palavra sublinhada é marca de uma linguagem

(A) regional(B) formal.(C) coloquial.(D) padrão.

4

Alternativa DD15– Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

No verso “Eu te quero a todo instante”, a expressão sublinhada dá a ideia de:

(A) Modo(B) Afirmação(C) Causa(D) Tempo

5

Alternativa CD2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

A repetição do verso “Sou eu assim sem você” serve para:

(A) Rimar com o verso anterior.(B) Mostrar a saudade da pessoa amada.(C) Reforçar o sentimento de vazio na falta da pessoa amada.(D) Demonstrar alegria diante da pessoa amada.

3

aula 20

O que devo aprender nesta aula

u Inferir o significado de uma palavra ou expressão.

u Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade.

u Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

u Identificar o tema de um texto.

u Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Leia o texto abaixo e responda aos itens 1,2 e 3.

Dizem que a primeira e maior invenção foi o fogo. Seria? E a fala? Não é mais importante? Outrosquerem que a primeira invenção seja a roda. Até pode ser. Mas aqui, nas Américas, os incas e astecas não

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Quem envelhece melhor?

usavam roda e se davam muito bem.Para mim, invenção importante mesmo foi o alfabeto. Antes, alguns povos escreviam com ideogramas,

que não representam os sons da fala, mas sim, as ideias. Era um bom sistema, porque permitia aos chineses,aos coreanos e aos japoneses lerem, cada qual na sua língua, as mesmas escrituras. Era ruim, porque seprecisava decorar de mil a dois mil ideogramas para ler ou escrever.

A escrita alfabética, mais recente, é melhor. Seu defeito é ficar presa à língua. Sua vantagem é a facilidadecom que se alfabetiza.

Ribeiro, Darci. Noções de coisas. São Paulo: FTD, 1995, p. 53.

Alternativa BD2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade.

Na frase “Sua vantagem é a facilidade com que se alfabetiza”, a palavra sublinhada refere-se

(A) ao defeito.(B) ao escrita.(C) à língua.(D) à leitura.

2

Alternativa AD21-Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

No trecho: “Dizem que a primeira e maior invenção foi o fogo... Outros querem que a primeira invenção seja a roda. (...) Para mim,invenção importante mesmo foi o alfabeto.” As opiniões relativas à primeira invenção são

(A) diferentes.(B) semelhantes.(C) complementares.(D) confusas.

3

Alternativa CD3- Inferir o significado de uma palavra ou expressão.

Na frase “Antes, alguns povos escreviam com ideogramas ...”, a palavra sublinhada significa:

(A) Ideologias(B) Ideias(C) Símbolos(D) Escrituras

1

Leia o texto abaixo e responda às questões 4 e 5.

Na minha pesquisa sobre corpo, envelhecimento e felicidade, 38% das mulheres e 25% dos homensentrevistados disseram ter medo de envelhecer.

Ambos os sexos temem as mesmas coisas em relação ao envelhecimento: doenças, limitações físicas, dependência,necessidade de dar trabalho aos outros, perda de memória, solidão, abandono, desrespeito, falta de dinheiro e morte.

Só os homens, no entanto, mencionaram o medo de ficar sem emprego na velhice, de ter arrependimentos,de frustrações, ficar inútil, chato ou deprimido.

Quando perguntei: "Quem envelhece melhor: o homem ou a mulher?", os pesquisados de todas as faixas

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(http://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2013/05/1277828-quem-envelhece-melhor.shtml, Acesso em 14/05/2013.)

etárias afirmaram que os homens envelhecem melhor do que as mulheres. Um único grupo afirmou que as mulheres envelhecem melhor do que os homens. Esse grupo específico

acredita que os homens ficam mais dependentes de outras pessoas do que as mulheres na velhice, têm maisproblemas de saúde, morrem mais cedo, bebem mais, comem mal, são sedentários, ficam deprimidos depois daaposentadoria, têm menos amigos, não sabem aproveitar o tempo livre etc.

Que grupo seria esse, afinal, que se diferencia de todos os demais? Curiosamente, apenas as mulheres de mais de 60 anos acreditam que os homens envelhecem pior. Justamente aquelas que já envelheceram negam a crença que sempre alimentaram: a de que o envelhecimento masculino

é melhor do que o feminino. A experiência concreta da velhice prova que elas estavam completamente enganadas. Uma fonoaudióloga de 65 anos declarou: "Sempre acreditei que os homens envelheciam muito melhor, que suas

rugas e seus cabelos brancos eram um charme. Quando envelheci de verdade percebi que isso é uma grande mentira". Essa entrevistada considera que está "muito melhor" do que o seu marido em todos os sentidos: mais bonita,

mais feliz e com mais saúde. "Além de careca e barrigudo, ele passa o dia inteiro vendo televisão." Mais velhas, elas constatam que, na prática, as mulheres estão mais bonitas, mais cuidadas e mais saudáveis

do que os homens. Além disso, elas afirmam que estão mais felizes, mais independentes e que estão aproveitandomuito mais as vantagens da maturidade do que os homens.

Por que, então, as mulheres mais jovens têm tanto medo de envelhecer e continuam reforçando a crença deque os homens envelhecem melhor?

Alternativa correta DD6 - Identificar o tema de um texto.

O assunto principal deste texto é:

(A) O medo do envelhecimento.(B) O desemprego na velhice.(C) As doenças causadas pela velhice.(D) O envelhecimento de homens e mulheres.

4

Alternativa AD9-Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

Uma das principais informações do texto é

(A) “...os pesquisados de todas as faixas etárias afirmaram que os homens envelhecem melhor do que as mulheres. “(B) “Um único grupo afirmou que as mulheres envelhecem melhor do que os homens.”(C) “Só os homens...mencionaram o medo de ficar sem emprego na velhice,...”(D) “os pesquisados de todas as faixas etárias afirmaram que os homens envelhecem melhor do que as mulheres.”

5

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aula 21

O que devo aprender nesta aulau Produzir textos para teatro, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função dascondições de produção

Professor (a), antes de propor a escrita de um pequeno texto dramático, faça um pequeno exercício oral comos estudantes com o intuito de auxiliá-los a pensarem no próprio texto. Primeiramente peça para que pensem em um tema interessante para uma peça de teatro. Dê sugestões como:uma filha que quer namorar, mas o pai não permite; um aluno que sofre bullying por ser gordo; uma mulherque sofre violência doméstica. Instigue-os a pensarem em outros temas e anote, na lousa, o que sugerirem. Em seguida, para cada tema, solicite que deem sugestões de personagens, atribuindo a eles algumascaracterísticas. Se o tema for a filha que quer namorar, mas o pai não permite, pergunte-lhes, como seria estepai: Autoritário? Nervoso? E a filha, como seria: Tímida? Mal criada? Continue o exercício, com os outros temas propostos e a caracterização dos demais elementos do textodramático: cenário, a época em que se passa a história, como se inicia a ação, como o conflito será resolvido,de acordo com o quadro, a seguir:

Após esta atividade, oriente os estudantes a se reunirem em grupos de 05 (cinco) pessoas para a produçãodo texto dramático.

Caro (a) aluno (a), junte-se a mais quatro colegas para produzir um texto dramático. Mas, antes disso, realizea atividade abaixo, mediada pelo/pela seu/sua professor (a). Ela será essencial para a produção e encenação doseu texto dramático.

Prática de oralidade

Tema Cenário Personagens Época

Uma filha quernamorar, mas opai não permite.

Sala de TV. Sofásimples, rack

vermelho comum aparelhode televisão

Como se inicia a ação Como o conflito se resolve

Pai e mãe sentados nasala assistindo novela. A

filha entra e diz queprecisa conversar.

Pai diz que a filha podenamorar, mas é necessário que

ela o faça em casa

Filha: tímidaPai:

autoritárioMãe:

compreensiva

Atual

Sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

• Sistematizar os conhecimentos sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise linguística.

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Professor (a), os alunos deverão fazer a revisão e a reescrita dos textos produzidos, na próximaaula. Assim, faz-se necessário que você os recolha para avaliá-los, propondo melhorias,correções e/ou ampliações. As suas observações os ajudarão na reescrita dos textos.

Caso considere necessário que os textos passem por mais uma reescrita, você poderá propô-la.Uma vez mais enfatizamos que você possui autonomia para fazer as adaptações, os acréscimosnecessários para atender a realidade de seus alunos. Após o processo de reescrita dos textos, organize o trabalho de memorização e encenação dotexto produzido.

Reúna-se com seus colegas em grupos de 05 (cinco) estudantes e escreva um pequeno texto dramático. Vocêpoderá usar um dos temas sugeridos pela turma ou, se preferir, escolher outro tema que seja de interesse dogrupo. Leve em consideração todos os elementos colocados no quadro: tema, cenário, personagens, época,como se inicia a ação, como o conflito se resolve e quais rubricas são fundamentais para orientar os atores.Lembre-se de considerar que outros leitores irão ler o seu texto, o que significa ter cuidado com a linguagemutilizada e caprichar na ortografia, na pontuação e nos elementos de coesão. Ao finalizar, entregue o texto ao (a) seu (sua) professor (a) para que ele (a) o avalie e proponhapossíveis ampliações ou correções.

aula 22

O que devo aprender nesta aulau Reescrever os textos produzidos observando os elementos constitutivos do gênero (forma, estilo e conteúdo) e a situação de produção,a clareza, a ampliação de ideias e as correções gramaticais.

aula 23

O que devo aprender nesta aulau Ensaiar, encenar e apreciar textos dramáticos.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIOAgora é o momento de você reescrever os textos produzidos a partir das observações feitas pelo seu (sua) professor(a). Dessa forma, você terá a oportunidade de ampliar algumas ideias, rever possíveis erros gramaticais e problemasde coesão, bem como observar se os principais elementos do texto dramático estão presentes em seu texto. Um bom texto passa por várias versões para ser aperfeiçoado até chegar ao produto final. Assim, é necessárioque você tenha uma atitude crítica em relação a sua própria produção.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

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Professor (a), as aulas destinadas à produção, reescrita e encenação dos textos poderão exceder as aulasprevistas neste caderno. Portanto, para que os estudantes façam uma boa apresentação, eles deverão ensaiá-lo pelo menos por uma semana ou mais. Assim, esta e, possivelmente, outra aulas, devem ser dedicadas àpreparação dos alunos para a encenação do texto produzido.É importante que você acompanhe os ensaios que poderão acontecer no período das aulas, caso seja possível.

Caro(a) aluno(a), nesta aula e, possivelmente, em outras, você e seus colegas deverão ensaiar o texto a serencenado: capriche na memorização e encenação do texto produzido!

Depois dos ensaios, desempenhe bem o seu papel, seja atuando, ou assistindo à peça. Nesse caso, quandoseus colegas estiverem apresentando, escute-os atentamente. Lembre-se de que não é fácil falar em público,muito menos encenar um texto. Assim, você poderá ajudar os(as) seus(suas) colegas, demonstrando que aprendeubem como se comportar em uma apresentação teatral.

No mais desejamos que você tenha sucesso nesta atividade e em seus estudos.

Prática de oralidade

aula 24

O que devo aprender nesta aulau Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

u Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

u Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.

u Localizar informações explícitas em um texto.

Leia o texto abaixo e responda aos itens de 1 a 5.

[...]Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou

com tal ímpeto e tanta seiva que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite,

abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula, - coitadinha, -trêmula de medo, porque era ao portão da chácara. Uniu-nos esse beijo único, - breve como a ocasião, ardentecomo o amor, prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, deaflições que desabrochavam em alegria, - uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão semfreio, - vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de sobra; masoutra hora vinha e engolia aquela, como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do resto,que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele prólogo.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim M. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 2004. P.84.

No trecho “Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas;” A palavrasublinhada refere-se às 1

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Alternativa CD2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidadede um texto.

Alternativa AD12- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

O texto tem a finalidade de

(A) narrar uma história.(B) informar um fato.(C) criticar uma situação.(D) dar uma notícia.

(A) plantas tardias e pecas. (B) seivas vastas e folhudas.(C) plantas que nascem e crescem depressa.(D) criaturas exuberantes do bosques.

2

Alternativa BD10- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

O narrador desse texto

(A) conhece plenamente as personagens.(B) é uma personagem da história. (C) é um mero observador dos fatos narrados.(D) mantém-se indiferente aos fatos narrados.

3

Alternativa CD11- Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.

Ela tremeu ao beijá-lo porque

(A) estava com frio.(B) teve medo. (C) Era noite.(D) era inverno.

4

Alternativa BD1- Localizar informações explícitas em um texto.

Neste texto, o amor das personagens é comparado

(A) às flores.(B) às plantas.(C) à seiva.(D) à noite.

5

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aula 25

O que devo aprender nesta aulau Inferir uma informação implícita no texto.

u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

u Identificar a tese de um texto.

u Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Leia o trecho a seguir e responda aos itens 1 e 2:

Alternativa BD4- Inferir uma informação implícita no texto.

De acordo com o texto, Malfada gostaria que

(A) todos os políticos fossem formados.(B) todos os políticos fossem embora do país.(C) os advogados, engenheiros, médico e arquitetos fossem para o estrangeiro.(D) todo mundo que se formasse fosse para o estrangeiro.

1

: Alternativa AD17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

O ponto de exclamação no último quadrinho expressa

(A) desapontamento.(B) tristeza.(C) pena.(D) indignação.

2

Leia o texto abaixo e responda aos itens 3, 4 e 5:

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O ouro da biotecnologia

Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a Amazônia, o Pantanal ea Mata Atlântica – ou o que restou dela – são invejadas no mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmoecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar.A quantidade de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas, nosjornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista ("Abençoado por Deus e bonito por natureza”)é diretamente proporcional à desatenção e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.

Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais (quando pau-brasil, ouro,borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da natureza deu um saltode intensidade e refinamento. Essa revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo,deixará em breve de ser uma enorme fonte “potencial" de alimentos, cosméticos, remédios e outrossubprodutos: ela o será de fato – e de forma sustentável. Outro exemplo: os créditos de carbono, que terão deser comprados do Brasil por países que poluem mais do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.

Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades nas questões depatenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira. Diversosprodutos autóctones, como o cupuaçu, já foram registrados por estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelouso de um bem original daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além disso, abiopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam levados ilegalmentepara o exterior, onde provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acordaonde provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a novarealidade econômica global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.

Daniel Piza. O Estado de S. Paulo.

Alternativa CD7 – Identificar a tese de um texto.

O texto defende a tese de que

(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas.(B) as plantas e os animais são levados ilegalmente.(C) o Brasil desconhece o valor de seus bens naturais.(D) os bens naturais são citados na escola.

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Alternativa AD8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la

O argumento que defende essa tese é

(A) “Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades nas questões de patenteamento, o Brasil nãoconsegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira.(B) “Regiões como a Amazônia,o Pantanal e a Mata Atlântica – ou o que restou dela – são invejadas no mundo todo por sua biodiversidade.”(C) “Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar.”(D) “A quantidade de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas, nos jornais e nas conversas.”

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No trecho “poderão significar forte entrada de divisas.”, qual o significado da palavra “divisas”?5

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língua portuguesa

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(A) Fronteiras.(B) Dinheiro.(C) Matéria prima.(D) Pesquisas.

Alternativa BD3- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

Referências

GOIÁS. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Ensino Fundamental. Ensinar e Aprender:Volume 3 - língua portuguesa. Acelera Goiás. Programa de Aceleração da Aprendizagem. Goiás, 2001.

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