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CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES

Segurança do Trabalho naConstrução Civil

e-Tec BrasilAula 1 | Necessidades dos empregados na construção civil 5

Aula 1 | Necessidades dos empregados na construção civil

Meta da aula

Apresentar as áreas de vivência necessárias a um canteiro de •

obras para satisfação das necessidades básicas dos empregados

da indústria da construção civil.

Objetivo da aula

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. dimensionar as instalações de uma área de vivência em um canteiro

de obras.

Fonte: www.jfce.gov.br/internet/sobral/noticiasSobral/img/obraSobral.jpg

Para começar...

Estamos iniciando hoje uma nova disciplina, “Segurança na Construção Ci-

vil”, e tenho certeza de que esta será muito importante para sua futura vida

profissional como técnico de segurança do trabalho. A construção civil é

Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 6

uma das principais atividades econômicas de nosso país, todavia, também

é uma das campeãs em número de acidentes do trabalho. A partir de hoje,

você receberá os conhecimentos técnicos necessários para ajudar a diminuir

estas estatísticas.

Vamos iniciar nossos estudos por um canteiro de obras? Você sabe o que

é isso?

Um canteiro de obras é o conjunto de áreas destinadas à execução e apoio

dos trabalhos da indústria da construção civil.

Quando falamos em canteiro de obras, o que vem à sua mente? Aquele lu-

gar cheio de homens trabalhando, máquinas pesadas e muita poeira? Pode

ser, mas, certamente, um canteiro de obras não é só isso.

Imagine uma pessoa que vive no Rio de Janeiro e trabalha numa empresa de

costrução civil. Agora, imagine que essa empresa seja contratada para uma

empreitada de quatro meses na Bahia. Como você imagina que será esse

canteiro de obras?

Nesta aula, você obterá informações sobre um canteiro de obras. Porém,

você ainda não conhecerá a obra propriamente dita, e sim as instalações

dedicadas ao atendimento das necessidades fisiológicas e sociais mínimas

dos trabalhadores. Preparado?

Fonte: www.sxc.hu/photo/455289

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Necessidades básicas

Abordaremos as medidas a serem seguidas na instalação das áreas de vivên-

cia nos canteiros de obras. Dessa forma, é possível garantir a segurança, a

qualidade de vida e as condições de higiene do trabalhador.

Muitas dessas medidas podem ser encontradas na Norma Regulamentadora

18 (NR-18) – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Cons-

trução. A NR-18 é uma das várias normas vigentes no país, que regem as

condições de Segurança e Saúde do Trabalho. Essas normas são elaboradas

e modificadas por uma comissão tripartite composta por representantes do

governo, empregadores e empregados.

Site destaqueE – Você!

Você sabe o que é a NR18? Para conferir ainda mais

sobre as condições de trabalho na construção civil

acesse:

www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamenta-

doras/nr_18.asp

E fique ligado!

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Veja o que deve existir em um canteiro de obras na Tabela 1.1.


Tabela 1.1: Itens que existem em um canteiro de obras e sua obrigatoriedade

Item Obrigatoriedade

Instalações sanitárias Sim

Vestiário Sim

Alojamento Quando houver trabalhadores alojados

Local de refeições Sim

Cozinha Quando houver preparo de refeições

Lavanderia Quando houver trabalhadores alojados

Área de lazer Quando houver trabalhadores alojados

AmbulatórioQuando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores

Instalações móveis (contêiner, trailer) também serão aceitas em áreas de vi-

vência de canteiros de obras e frentes de trabalho, desde que cada módulo:

possua área de ventilação natural, efetiva (abertura desobstruída no teto e/a)

ou paredes), de, no mínimo, 15% (quinze por cento) da área do piso e com-

posta por, no mínimo, duas aberturas (janelas, basculhantes ou venezianas)

adequadamente dispostas para permitir uma ventilação interna eficaz;

garanta condições de conforto térmico. A ventilação renova o ar do am-b)

biente interno, propiciando a dissipação de calor e a desconcentração

de fumaças e poluentes. Dessa forma, as condições de ventilação do

ambiente interno têm influência direta na saúde, conforto e bem-estar

do trabalhador;

possua pé direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centíme-c)

tros), como estabelecido pela NR-18;

garanta os demais requisitos mínimos de conforto e higiene estabeleci-d)

dos pela NR-18;

Pé direitoExpressão utilizada em arquitetura, engenharia e em construções em geral, que indica a distância do pavimento ao teto.

Glossário


possua proteção contra riscos de choque elétrico por:e)

contatos indiretos – quando há o contato com partes metálicas (equi- –pamentos) ou elementos condutores que, por falha de isolamento,

ficaram acidentalmente energizados. Por exemplo, choque durante a

abertura da porta de um refrigerador doméstico.

possua aterramento elétrico.f)

Para que você conheça um pouco mais sobre as instalações necessárias em

um canteiro de obras, vamos apresentar a você cada uma delas. Vamos

começar?

Instalações sanitárias

A instalação sanitária é o local destinado à higiene corporal e ao atendi-

mento das necessidades fisiológicas de excreção. Tais instalações devem ser

dimensionadas da seguinte forma:


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Fonte: www.sxc.hu photo/1006471

Aterramento elétricoNada mais é do que uma ou mais hastes de cobre enterradas e ligadas a um fio ou cabo, que se estende até a(s) tomada(s). Na(s) tomada(s), esse fio ou cabo será ligado ao terceiro orifício, que é destinado ao terra (nome popular).

DimensionarCalcular ou preestabelecer as dimensões ou proporções de algo.

Glossário



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Figura 1.1: A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) trabalhado-res ou fração. Bem como de 1 (um) chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalha-dores ou fração.

Esse dimensionamento segue o que está escrito na NR-18. No que se refere

à área das instalações sanitárias, elas devem:

ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene por funcioná-•rios indicados pela administração da obra;

estar afastadas da área de refeição, por questões de higiene e salubridade;•


Figura 1.2: As instalações sanitárias devem ser adequadas e devem estar em perfei-tas condições de higiene e limpeza, com lavatório, mictório e vaso sanitário.

ser independentes para homens e mulheres, quando necessário;•

ter ventilação e iluminação adequados;•

Site destaqueE - Você!

Todas as informações sobre as Condições Sanitá-

rias e de Conforto nos Locais de Trabalho podem

ser encontradas na NR-24. Para aprofundar seus es-

tudos, acesse: www.mte.gov.br/legislacao/normas_

regulamentadoras/nr24.asp

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ter portas de acesso que impeçam o devassamento, que devem ser cons-•truídas de modo a manter o resguardo conveniente;

ter instalações elétricas protegidas por eletrodutos; assim, em caso de •contato, o trabalhor não sofrerá nenhum dano (choque elétrico).

DevassamentoAqui, esse termo está se referindo a portas que impedem a visão para a parte interna da cabine sanitária.

Glossário

Ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira.

Ter portas de acesso que impeçam o devassamento.

Ter pé direito mínimo de 2,50m.

Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante.


Com relação à cabine individual, onde fica o vaso sanitário, os seguintes

requisitos devem ser atendidos:

Ser provido de por-ta com trinco.

Área mínima de 1m2.

Ser ligado à rede geral de esgoto.

Possuir válvula de descarga.

Possuir lixeira.


Ficar de olho nesses detalhes é uma das suas atribuições, como futuro téc-

nico de segurança do trabalho. Por isso, você deve perceber que este profis-

sional precisa ser uma pessoa organizada e atenta aos detalhes para cumprir

bem a sua função.

Quanto aos mictórios e chuveiros, as regras são basicamente as mesmas,

como você pode ver no esquema a seguir:

Com suporte para sabonete e cabide para toalha.

Com piso antiderrapante.

Os chuveiros devem ter uma área mínima de utilização de 0,80m².


Agora que já vimos as especificações das instalações sanitárias, vamos estu-

dar como devem ser os vestiários. Preparado?

Vestiários

Todo canteiro de obras deve possuir vestiários para troca de roupas dos traba-

lhadores que não ficam alojados, isto é, que não precisam pernoitar no local.

Os vestiários devem ficar próximos aos alojamentos e/ou entrada da obra, e

devem:

ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente (por exemplo, •perfis de PVC). Esse material dá privacidade às pessoas que estão dentro

desse compartimento e protegem contra chuva e vento;

ter pisos de concreto, cimentado ou madeira;•

possuir cobertura de madeira ou metálica, com telhas de barro ou •fibrocimento;

Ser providos de descarga provocada ou automática.

Ser ligado à rede de esgoto.

Os mictórios podem ser individuais ou coletivos.


ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso, que será •dimensionada em função de um mínimo de 1,50m2 (um metro quadrado

e cinquenta centímetros) para 1 (um) trabalhador (dimensões definidas

em norma por profissionais da área);

ter iluminação natural e/ou artificial. Na ausência da iluminação natural, •emprega-se luz artificial;

ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;•

ter pé direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), •ou o que determina o Código de Obras do Município para o respectivo

tipo de obra;

ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. Exis-•te uma equipe designada pela administração da obra para a limpeza

permanente;

ter bancos em número suficiente para atender aos usuários, com largu-•ra mínima de 0,30m (trinta centímetros). Geralmente, esses bancos são

construídos em madeira.


Você sabe o que é o Código de Obras?

O Código de Obras é um conjunto de leis que definem as regras

para a construção de edificações em cada município. Geralmente,

esses códigos têm por objetivo:

coordenar o crescimento urbano; –regular o uso do solo; –controlar a densidade do ambiente edificado; –proteger o meio ambiente; –garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação –e iluminação natural adequadas a todos os edifícios; e

eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam –a possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de

deficiência ou com dificuldade de locomoção.

Assim, os códigos de obras definem, entre outros, os seguintes itens:

o tipo de ocupação permitido para um determinado lote; –a projeção máxima do edifício sobre ele; –a área máxima permitida para a construção; –os recuos a serem observados com relação às divisas; e –as dimensões mínimas e detalhes construtivos de corredores, –escadas e rampas.

Você pode encontrar um exemplo de código de obras no site:

www.campinas.sp.gov.br/bibjuri/lei7413.htm.

Depois de conhecermos os vestiários, vamos aos alojamentos.

Alojamentos

Você sabe por que os alojamentos são tão importantes?

Existem obras em que os operários precisam morar no local de trabalho.

Ou seja, lá será o seu local de descanso, seu quarto, enfim, seu lar. Mas isso

apenas pelo período da obra, é claro.


Então, é importante que você, como um bom técnico de segurança do tra-

balho, conheça as características necessárias aos alojamentos.

Fonte: www.pm.ba.gov.br/imagensapm/alojapm2.JPG

Figura 1.3: Se os empregados moram no canteiro de obras, a empresa deve propor-cionar a eles dormitórios confortáveis e arejados, lavanderia e área de lazer, garan-tindo o bem-estar dos trabalhadores.

Os alojamentos dos canteiros de obra devem:

ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente (por exemplo, •perfis de PVC);

ter piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente, que •evite o contato direto com o solo (terra), garantindo condições de higie-

ne e salubridade;

ter cobertura que proteja das intempéries (ventos, chuva, sol, frio etc.), •com estrutura de madeira ou metálica, e telhas que poderão ser de barro

ou de fibrocimento;

ter área de ventilação de, no mínimo, 1/10 (um décimo) da área do piso;•

ter iluminação natural e/ou artificial;•


ter área mínima de 3,00m• 2 (três metros quadrados) por módulo cama/

armário, incluindo a área de circulação, sendo a capacidade máxima de

cada dormitório de 100 (cem) operários;

ter pé direito de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) para cama •simples, e de 3,00m (três metros) para camas duplas (beliches);

não estar situados em subsolos ou porões das edificações, por condições •de higiene e salubridade;

ter instalações elétricas adequadamente protegidas (eletrodutos) para •evitar possíveis choques elétricos;

proibir o uso de 3 (três) ou mais camas na mesma vertical. Só podem ser •utilizadas camas duplas.

permitir a altura mínima entre uma cama e outra de, no mínimo, 1,20m •(um metro e vinte centímetros). Essa mesma altura vale para o espaço

entre a cama mais alta e o teto;

apresentar a cama superior do beliche com proteção lateral e escada;•

ter camas com lençol, fronha e travesseiro em condições adequadas de •higiene, bem como cobertor, quando as condições climáticas assim o

exigirem. A administração da obra é responsável por isso.

proibir cozinhar e aquecer qualquer tipo de refeição dentro do alojamen-•to, para evitar riscos de acidentes;

manter o alojamento em permanente estado de conservação, higiene e •limpeza. A limpeza interna dos alojamentos de empreteiros deve ficar a

cargo de um de seus ocupantes;

ter fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores, •podendo ser por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento

similar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 (um) para

cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração;

MóduloDesignação para o conjunto cama e armário, que define a área ocupada por estes juntamente com a área de circulação.

Glossário


Fonte: www.botucatu.sp.gov.br/news/admin/bebedouro%20gin%c3%a1sio%20-%20site.jpg. Acessado em 17/7/2009.

Figura 1.4: Em todos os locais de trabalho, deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável, em condições higiênicas. É proibido o uso de recipientes coletivos. Onde houver rede de abastecimento de água, deverão existir bebedouros de jato inclinado.

proibir a permanência de pessoas com moléstia infectocontagiosa nos •alojamentos. Caso algum trabalhador esteja doente, ele deverá ser enca-

minhado ao serviço médico especializado.

Diferentemente do alojamento, que existirá apenas quando houver traba-

lhadores que permaneçam no trabalho, a presença de refeitório é sempre

obrigatória. Vamos conhecê-lo?

Refeitório

“É hora do lanche, que hora mais feliz...”

Você já viu os locais onde os trabalhadores podem fazer a sua higiene e o

seu descanso. Mas e a hora da refeição? Onde ela ocorre, em um canteiro de

obras? Como você acha que deve ser a hora do almoço nesse local?

Fique ligado, futuro técnico! Nada de sentar no chão e equilibrar o prato na mão.

Em um canteiro de obras que obedece corretamente as normas, deve existir

um refeitório, que é o local para refeições. Ele deve:

Moléstia infectocontagiosaSão doenças infecciosas e contagiosas,como, sarampo, tuberculose, varíola, hepatite etc.

Glossário


Fonte: www.cscjardimsantacruz.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/6/480/2900/arquivos/Image/refeitorio.JPG

ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições. Aqui, as •paredes servem para impedir a visão do exterior e proteger contra chuva,

frio, sol, vento etc. Protegem também contra a entrada de pequenos

animais, conservando a limpeza e higiene do local;

ter piso de material lavável (concreto, cerâmica, cimentado etc.);•

ter cobertura (de madeira ou metálica, e as telhas poderão ser de barro •ou fibrocimento);

ter espaço suficiente para garantir o atendimento de todos os trabalha-•dores no horário das refeições. A medida padrão mínima de um refeitório

é de 1m2 (um metro quadrado) por usuário, abrigando 1/3 (um terço) do

total de empregados por turno de trabalho por vez;

ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial;•

ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior; •

ter mesas com tampos lisos e laváveis, podendo ser de qualquer material, •desde que cobertas com toalhas plásticas;

ter assentos em número suficiente para atender aos usuários;•

ter depósito (lixeira) com tampa, para detritos;•


não estar situado em subsolos ou porões das edificações por condições •de higiene e salubridade;

não ter comunicação direta com as instalações sanitárias. A proximidade •do refeitório com as instalações sanitárias varia de acordo com as especi-

ficidades de cada canteiro;

ter pé direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros), ou o que •determina o Código de Obras do Município em que está localizada a obra.

Apesar de os refeitórios serem obrigatórios, as cozinhas são obrigatórias

apenas quando houver empregados alojados. Na ausência de cozinha, as

refeições podem ser fornecidas pela empresa ou trazidas pelo próprio em-

pregado, sendo realizadas normalmente nos refeitórios.

Cozinha

Existem empresas que, além dos refeitórios, possuem uma cozinha própria,

onde são preparadas as refeições dos trabalhadores do canteiro de obras.

A administração da obra pode ser responsável pela constituição ou não da

mesma. Elas geralmente são adotadas quando os canteiros de obras estão

localizados em locais muito distantes, ou de difícil acesso. Por exemplo:

obras no meio de florestas ou matas (construção de rodovias), construção

de hidrelétricas, minas etc.


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Quando houver cozinha no canteiro de obras, ela deve:

ter ventilação natural e/ou artificial que permita boa exaustão. As janelas •deverão ser de madeira ou de ferro, de 0,60m x 0,60m (sessenta centí-

metros x sessenta centímetros), no mínimo, garantindo suficiente aera-

ção, e devem ser protegidas com telas, tendo a ventilação melhorada

através de exaustores;

ter pé direito mínimo de 2,80m, ou respeitar o Código de Obras do Município;•

ter paredes de alvenaria (tijolo comum), concreto, madeira ou material •equivalente, desde que seja lavável em toda a extensão;

ter piso feito de material de fácil limpeza, impermeável e de acabamento •liso, com caimento para o ralo de escoamento. Necessita impedir a entra-

da de umidade e não deve apresentar ressaltos e saliências;

ter cobertura de material resistente ao fogo, geralmente, com estruturas •metálicas;

ter iluminação natural e/ou artificial;•

ter pia para lavar os alimentos e utensílios. Não existe uma norma espe-•cificando a altura e outras características da pia, porém, é aconselhável

a construção de um tanque para lavagem de panelas e panelões e uma

pia para pratos, copos e talheres, ambos com revestimento interno de

azuleijo ou cimentado liso.

possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha, •e que sejam de uso exclusivo dos encarregados de manipular gêneros

alimentícios, refeições e utensílios, não podendo ser ligadas à caixa de

gordura. Essa medida é tomada por questões de higiene e salubridade,

para evitar riscos de contaminação;

dispor de recipiente (lixeira), com tampa, para coleta de todo o lixo;•

possuir equipamento de refrigeração (geladeira ou freezer) para preser-•vação dos alimentos;

ficar adjacente (próximo) ao local das refeições;•


ter instalações elétricas adequadamente protegidas (dentro de eletrodutos);•

em caso de uso de gás de petróleo liquefeito (GLP), instalar os botijões de •gás fora do ambiente de utilização, em área permanentemente ventilada

e coberta. Essas medidas são necessárias por questões de segurança, pois

esse gás é inflamável.

exigir o uso de aventais e gorros para os que trabalham na cozinha.•


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Fonte: www.secj.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/28/a0_reposteria_50_.JPG

Figura 1.5: A área da cozinha e da despensa (depósito de gêneros alimentícios), deve ser de 35% e 20%, respectivamente, da área do local para as refeições.

Além da cozinha, as áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto,

ventilado e iluminado, para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e

passar suas roupas de uso pessoal. A seguir, vamos ver mais detalhes sobre

a lavanderia.

Lavanderias

As lavanderias devem ser dotadas de tanques individuais ou coletivos em nú-

mero adequado. A norma não especifica a sua proporção para um número

de trabalhadores.

Gás liquefeito de petróleo (GLP)Mistura de gases de hidrocarbonetos utilizada como combustível em aplicações de aquecimento (como em fogões) e veículos.

Glossário



Figura 1.6: O trabalhador alojado no canteiro de obras deve ter, à sua disposição, uma lavanderia para que, assim, possa manter a higiene de suas roupas.

A lavanderia não é uma área obrigatória em um canteiro de obras. A empre-

sa responsável pela obra pode optar por contratar serviços de lavanderia de

empresas terceirizadas, sem custos para o trabalhador.

Área de lazer

Quando houver trabalhadores alojados nas áreas de vivência, devem ser previs-

tos locais para recreação. O local de refeições pode ser utilizado para este fim.

Fonte: www.campos.rj.gov.br/userfiles/image/2007/junho/copa%20nacional%20de%20sinuca%20farol%20-%20hugo%20prates%2008.jpg

Figura 1.7: A área de lazer é o espaço reservado para o descanso e entreterimento do trabalhador alojado no canteiro de obras. Geralmente possui TV, mesas de jogos (sinuca, pingue-pongue, xadrez etc.).

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Para terminarO canteiro de obras é definido como sendo uma área de trabalho fixa e tem-

porária. Nele se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.

Pode ser dividido em áreas operacionais e de vivência. As áreas operacionais

são os locais onde os trabalhos são executados, já as áreas de vivência, são

aquelas destinadas ao descanso, alimentação, higiene e permanência dos

trabalhadores na obra. Este último espaço garante a qualidade de vida e a

integração do operário na sociedade, pois diminui o número de doenças e

acidentes do trabalho e atua na melhoria da produtividade da empresa.

Agora, vamos exercitar os conhecimentos adquiridos nesta aula?

Atividade 1

Atende ao Objetivo 1

Dimensione, ou seja, determine o número de lavatórios, vasos sanitários e

chuveiros de um canteiro de obras que possua 132 trabalhadores.

Item Quantidade

Vasos sanitários

Chuveiros

Lavatórios


Atividade 2


Encontre as principais áreas de vivência no caça-palavras a seguir:

Vestiário - refeitório - cozinha - alojamento - sanitários

Resumo

Os canteiros de obras podem ser divididos em áreas operacionais e áreas •de vivência.

Áreas operacionais são os locais onde os trabalhos são desenvolvidos.•

Áreas de vivência visam garantir o descanso, a higiene, a alimentação e a •permanência dos trabalhadores no canteiro de obras.

As áreas de vivência são compostas por:•

instalações sanitárias (lavatórios, vasos sanitários, mictórios e chuvei- –ros), locais destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das ne-

cessidades fisiológicas de excreção;

vestiários para a troca de roupas; –alojamentos para trabalhodores que permanecem na obra; –


refeitórios; –cozinha, quando houver necessidade de preparo de refeições; –lavanderia para trabalhadores alojados na obra; –área de lazer; –ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cin- –quenta) ou mais trabalhadores.

As áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conser-•vação, higiene e limpeza.

Informações sobre a próxima aula

Nesta aula, nós vimos os tópicos a serem considerados no dimensionamento

da área de vivência de um canteiro de obras, ou seja, como garantir o con-

forto e o bem-estar dos trabalhadores. Na próxima aula, falaremos sobre a

segurança coletiva e individual de cada trabalhador. Até lá.

Respostas das Atividades

Atividade 1

Item Quantidade

Vasos sanitários 7

Chuveiros 14

Lavatórios 7


Atividade 2

Referências bibliográficas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – NBR 9050.

ASFAHL, C.R. Gestão de Segurança do Trabalho de Saúde Ocupacional. São Paulo: Reichmann & Affonso, 2005. 446p.

NB-1367 (NBR 12284) – Áreas de vivência em canteiros de obras (ABNT).

Sites consultados

www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_18_04.pdf Acesso em 16 Jul 2009. Acesso em 16 Jul 2009.

www.cimentopozosul.com.br/main/default.php?pg=MXYjlGR&dt=MXZoxWY0VGZ&id=QTM. Acesso em 15 Jul 2009.

e-Tec BrasilAula 2 | Segurança dos empregados na construção civil 29

Aula 2 | Segurança dos empregados na construção civil

Meta da aula

Apresentar os equipamentos de proteção individual (EPI) mais •

empregados na indústria da construção civil. Fornecer subsídios

para que o futuro técnico de segurança do trabalho saiba asso-

ciar as atividades aos EPI adequados.

Objetivo da aula

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. Identificar os EPI necessários aos trabalhadores na indústria da

construção civil.

Trabalhadores e proteção, uma boa combi-nação!Veja a imagem a seguir. Ela representa bem o cotidiano em um canteiro de obras.

Fonte: www.jfce.gov.br/internet/noticias/img/obraSobral.jpg

Figura 2.1: Capacetes, botas e luvas são os EPI mais usados em canteiros de obras.


Ao chegar em um canteiro de obras, você observa que nossos “anfitriões”

(os trabalhadores daquele lugar) lhe recebem usando capacete e botas, e

alguns ainda usam luvas.

Mas você saberia dizer por que a utilização de acessórios não é padronizada

para todos os trabalhadores?

Para ajudá-lo a ser um bom técnico, preparei esta aula para que você conhe-

ça bem os EPI (Equipamentos de Proteção Individual). Estude com bastante

atenção. Este assunto é fundamental para o seu sucesso profissional!

É melhor prevenir que remediar...

Os acessórios utilizados pelos trabalhadores, como já vimos anteriormente

na disciplina de Introdução a Higiene e Segurança do Trabalho, chamam-se

Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Estes são instrumentos de uso pessoal. Suas finalidades são:

neutralizar a ação de acidentes que poderiam causar lesões ao traba-•lhador; e

proteger contra possíveis danos à saúde, causados pelas condições insa-•lubres de trabalho. Dentre os possíveis danos temos ferimentos, doenças,

lesões e até mesmo a morte do trabalhador.

O EPI deve ser usado como medida de proteção quando:

não for possível eliminar o risco com proteção coletiva – alguns dos fato-•res de risco presentes na construção civil são: calor, altura, ruídos, produ-

tos químicos e esforços repetitivos. Um exemplo dessa situação seria um

canteiro de obras com objetos perfurantes espalhados no chão. Aqui, não

seria possível adotar uma medida de proteção coletiva para evitar que to-

dos trabalhadores furassem o pé. Portanto, faz-se a utilização de calçados

especiais (botas, por exemplo);

for necessário complementar a proteção coletiva com a proteção indivi-•dual – nem sempre as EPCs eliminam os riscos em sua totalidade. Nestes

casos, faz-se a complementação com a utilização de EPI. Em uma empre-


sa em que as máquinas emitem ruído, mesmo após medidas de proteção

coletiva (como, por exemplo, enclausuramento), faz-se necessária a utili-

zação de protetores auriculares (EPI);

o funcionário se envolver em trabalhos eventuais e em exposição de cur-•to período – é comum, no canteiro de obras, que trabalhadores desen-

volvam atividades diferentes das rotineiras, mesmo que por um curto

período de tempo. Geralmente, um pedreiro não faz uso de um protetor

auricular em suas atividades diárias. Todavia, ao se aproximar de uma

máquina que produza ruídos acima dos limites estabelecidos, deverá uti-

lizá-los, obrigatoriamente.

Conheça o filme...Trabalho duro!

Você conhece um filme de comédia chamado Um dia a casa cai?

Além de ser um ótimo divertimento, é uma boa opção para visuali-

zar uma construção civil.

O filme mostra a história de um casal que pensa ter encontrado a

casa dos sonhos... Mas seu pesadelo começa quando, junto à refor-

ma da casa, surgem os problemas familiares!

Aproveite essa dica!

De qualquer forma, o uso do EPI deve ser limitado, procurando-se primeiro

eliminar ou diminuir o risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva.

Vamos ver melhor esse assunto?

Proteja-se!

Os EPI necessários devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador, e

cabe ao funcionário cuidar da manutenção, limpeza e higiene de seus pró-

prios EPI.


Compete ao Serviço Especializado em Engenha-

ria de Segurança e em Medicina do Trabalho

(SESMT) e/ou à Comissão Interna de Prevenção

de Acidentes (CIPA) recomendarem ao empre-

gador o EPI adequado ao risco existente em de-

terminada atividade.

Esses riscos devem ser determinados a partir dos seguintes critérios:

os riscos que o serviço oferece;•

condições de trabalho; •

parte do corpo a ser protegida; •

que trabalhador irá usar o EPI.•

Definido o tipo de EPI a ser utilizado, o SESMT deverá fazer um trabalho de

orientação e conscientização sobre a importância do uso dos EPI no local

de trabalho.

Site destaqueNão é qualquer EPI. É necessário usar EPI com Certificado de Aprovação!

Todo EPI deverá apresentar caracteres permanentes e bem visíveis:

o nome comercial da empresa fabricante,•

o lote de fabricação, e•

o número do Certificado de Aprovação (CA).•

No caso de EPI importado, este deve ter o nome do importador, o

lote de fabricação e o número do CA. O equipamento de proteção

só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Cer-

tificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. Para saber mais

sobre o CA, acesse o site: www.mte.gov.br/Empregador/segsau/

Pesquisa/Default.asp


Vamos iniciar o reconhecimento dos EPI pelos protetores para a cabeça. Eles

podem ser divididos em:

a) EPI para proteção da cabeça:

a.1) Capacetes

b) Protetores para o rosto e olhos:

b.1) Protetores para o rosto

b.2) Óculos

c) Proteção auditiva:

c.1) Protetor auricular

d) Proteção respiratória:

d.1) Respiradores

Profissão, perigo!

Você sabe qual é a profissão mais perigosa do mundo? E a do

Brasil?

Imagine um barco de

pesca em um mar revolto

e gelado. Essa é a rotina

dos trabalhadores que

fazem a pesca do caran-

guejo real. Entre outubro

e janeiro, os pescadores

ficam no mar de Bering

(norte do oceano Pacífico, limitado ao norte pelo Alasca) em con-

dições extremas: comida e água racionadas, temperaturas conge-

lantes e um mar agressivo. Por conta desses fatores, especialistas

no assunto mostram, através de estatísticas, que esta é a profissão

mais perigosa do mundo.


geca

s m

egec

as


No Brasil, de acordo com estudos de aci-

dentes de trabalho, comprovou-se que as

profissões mais arriscadas estão no setor

madeireiro. Ser lenhador em serralherias es-

palhadas pelo Brasil se mostrou a profissão

mais perigosa do País.

Infelizmente, grande parte dos acidentes

poderia ter sido evitada com o uso de má-

quinas mais seguras e equipamentos neces-

sários para a proteção dos trabalhadores.

Vamos ver mais a fundo sobre cada uma dessas classificações.

a) EPI para proteção da cabeça:

a .1) Capacetes

Os capacetes de segurança são usados para proteger o crânio contra:

quedas de objetos provenientes de níveis elevados,

impactos e partículas projetadas,

projeção de produtos químicos,

fogo, calor e eletricidade.

Encontramos no mercado os capacetes com aba:

total, ou•

frontal.•

A aba total é uma parte integrante do casco e tem a função de proteger a

face, o pescoço e os ombros.

Já a aba frontal protege a face.

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1180810

Han

s Th

ours

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Figura 2.2: O outro tipo de capacete comercial é o que tem aba frontal, também chamado de boné, o mais utili-zado na construção civil.

Um capacete é composto basicamente de três partes principais. O casco, a

jugular (alça ajustável) e a suspensão, que é a armação interna do capacete

(constituída de carneira e coroa). O objetivo do conjunto é reduzir os efeitos

causados pelo impacto de um objeto na cabeça do trabalhador.

Concha Carneira

Aba

Alça ajustável

Aba lateral

Coroa

Figura 2.3: Esquema mostrando as três partes principais de um capacete: casco, ju-gular e suspensão.

Esta suspensão tem a função de amortecer qualquer impacto e, para que

isso ocorra, ela deve estar ajustada às dimensões do crânio do empregado.

O ajuste da suspensão é feito na própria suspensão e coroa. A jugular serve

somente para evitar que o capacete saia da cabeça no caso de um impacto.

Todos os funcionários devem usá-lo, e aqueles que visitam a obra também

devem fazer uso deste EPI. Ex: pedreiros, serventes, pintores, engenheiros,

arquitetos etc.

Ove

Tøp

fer

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/871458.


b) Protetores para o rosto e olhos

b.1) Protetores para o rosto

São conhecidos como “protetores faciais”. Sua finalidade é proteger o rosto

contra:

o impacto de partículas, •

os respingos de produtos químicos, •

a ação de radiações nocivas, •

o excesso de luminosidade.•

Esse equipamento é utilizado por funileiros, serralheiros, caldeireiros etc.

Figura 2.4: Os óculos de proteção e os protetores faciais são amplamente utilizados no dia a dia de trabalho na construção civil.

De certa forma, esses EPI também protegem os olhos. Entretanto, não ser-

vem como único equipamento de proteção para os olhos, como poderemos

observar adiante.



jaso

n co

nlon

Figura 2.5: Os protetores de rosto são fundamentais para o trabalho dos soldadores, por exemplo.

Os protetores para rosto podem ser:

Protetor com visor plástico: possui visor de acetato de celulose ou acríli-•co. Deve ser transparente e sem ondulações. Se tiver função de proteção

contra radiação luminosa, o visor deverá ter a tonalidade mais escura para

diminuir a intensidade da luminosidade. É de uso comum a soldadores.

Protetor com anteparo: serve para proteger a face contra impactos e •diminuir a ação da radiação luminosa. Pode ser utilizado, também, para

proteção da face contra impacto de partículas volantes multidirecionais.

Mas, o que seriam essas partículas volantes multidirecionais? São aquelas

que podem ser desprendidas (frontal e lateralmente) durante os proce-

dimentos de trabalho, atingindo a face do trabalhador. Exemplos: traba-

lhos com esmerilhadeiras e policorte.


Figura 2.6: O protetor facial protege todo o rosto do impacto de materiais, podendo ser acoplado ao próprio capacete. É articulado, tem perfil côncavo, além de tamanho e altura que permitem cobrir todo o rosto, sem tocá-lo.

A cúpula do protetor deve ser fabricada em polipropileno de alta resistência

e o visor em policarbonato, materiais muito resistentes.

b.2) Óculos

A proteção dos olhos é um dos pontos importantes na prevenção de aciden-

tes. Eles devem ser protegidos contra:

impactos de estilhaços,•

partículas, fagulhas, respingos de produtos químicos e metais fundidos, •

radiações e luminosidade.•

Figura 2.7: Os óculos são os tipos mais comuns de EPI para a proteção dos olhos do trabalhador.

CúpulaParte côncava que protege o rosto do trabalhador.

Glossário

Sara

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Para proteção dos olhos, normalmente são usados óculos que variam de

forma e aplicação. Veja a seguir os tipos de óculos:

Óculos para soldador: tem como finalidade proteger o trabalhador con-•tra as radiações, a luminosidade, os respingos e as fagulhas de solda. Sua

armação possui a forma de duas conchas. Suas lentes são removíveis,

possibilitando o uso da tonalidade adequada, de acordo com as necessi-

dades do serviço.

Figura 2.8: Este tipo de EPI pode ser usado por profissionais que utilizam: fornos de fundição, fornalhas, metais incandescentes, materiais em fusão, solda a gás e corte, solda elétrica, solda oxiacetilênica, trabalhos com lâmpadas ultravioleta e arcos vol-taicos etc.

Óculos contra impactos: existem variados tipos e qualidades. A principal ca-

racterística desses óculos está nas lentes, que podem ser de resina sintética

ou de cristal óptico endurecido por tratamento térmico e resistente a im-

pactos. Mas, qual é a diferença entre esses materiais? Ambos são materiais

que possuem alta resistência a impactos, todavia, o cristal óptico é um tipo

especial de vidro e as resinas têm sua constituição baseada em cadeias de

polímeros (plásticos). Esse tipo de óculos é utilizado por ferramenteiros, tor-

neiros, pintores.

c) Proteção auditiva

c.1) Protetor auricular

Servem para proteger os ouvidos em ambientes onde o ruído está acima

dos limites de tolerância. O protetor auricular não anula o som, mas reduz

o ruído (som indesejável) a níveis compatíveis com a saúde auditiva. Existem

dois tipos básicos:


Tipo • plug (de borracha macia, espuma, de poliuretano ou PVC), que é

introduzido no canal auditivo (ouvido).

Tipo concha, que cobre todo o aparelho auditivo.•

Figura 2.9: À esquerda, protetor auricular tipo plug. À direita, protetor auricular tipo concha.

d) Proteção respiratória

d.1) Respiradores

São geralmente chamados de máscaras. Asseguram o funcionamento do

aparelho respiratório contra:

gases,•

poeiras, e•

vapores.•


Contra poeiras é usada a máscara descartável. Em ambientes com a presen-

ça de gases e vapores (de cloro e amônia, por exemplo), são utilizadas más-

caras que possuem um filtro químico. Esse filtro tem o objetivo de neutralizar

(através de reações químicas) a ação dessas substâncias.

Os respiradores podem ser:

Semifaciais: abrangem nariz e boca, ou•

Levi

War

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Fonte: www.sxc.hu/profile/andyculpin

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Fonte: www.sxc.hu/photo/170960 Fonte: www.sxc.hu/photo/174669

Jess

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Figura 2.10: As imagens na parte superior do painel são exemplos de máscaras des-cartáveis. Já as duas imagens inferiores do painel são exemplos de máscaras com filtro químico.


Faciais: cobrem nariz, boca e olhos.•

Fonte:www.sxc.hu/photo/1046926

Figura 2.11: Máscara que protege todo rosto, com filtro químico.

Agora que você já sabe como proteger a cabeça dos trabalhadores da cons-

trução civil, vamos ver quais são os EPI destinados à proteção dos membros

inferiores.

Proteção dos membros inferiores (pés e pernas)

Os pés e as pernas devem ser protegidos com o uso de:

sapatos de segurança,a)

botas, eb)

perneiras.c)

A seguir, veja detalhes sobre esses EPI. Vamos lá?

a) Sapatos de segurança

Os sapatos de segurança protegem os pés contra impactos, principalmente

contra queda de objetos pesados. O tipo de calçado recomendado é o que

Bioh

azar

dt


possui biqueira de aço capaz de resistir

a fortes impactos, protegendo os dedos

e evitando ferimentos. Esse tipo de cal-

çado deve ser utilizado por pedreiros,

serventes, metalúrgicos, petroleiros.

Figura 2.12: O calçado de segurança pode possuir, também, solado antiderrapante e palmilha de aço para proteção contra objetos perfurantes.

b) Botas de borracha ou plástico

Utilizada para trabalhos realizados em locais alagados (ex.: perfuração de

poços) ou quando o trabalhador fica em contato com produtos químicos

(ex.: concreto). Esse tipo de bota pode

possuir canos de comprimentos variá-

veis. Profissionais como pedreiros, pe-

cuaristas e agricultores devem utilizar

esse tipo de EPI.

Figura 2.13: Essas botas de borracha também são conhecidas como “galochas” e servem para proteger os pés do trabalhador da umi-dade e do contato com produtos químicos.

c) Perneiras

São usadas para a proteção das pernas. De acordo com o risco, as perneiras

cobrem a perna apenas até o joelho, ou podem chegar até a coxa.

Perneiras de raspa de couro são usadas por soldadores e

fundidores. Esses profissionais trabalham com metais em

altas temperaturas, e esse EPI protege contra possíveis

queimaduras.

Figura 2.14: As perneiras servem para proteger as pernas con-tra projeções de aparas, fagulhas, limalhas e principalmente de materiais quentes. Protegem também contra impactos.

Agora, chegou a hora de você aprender como proteger os membros superiores.


Bren

ton

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Proteção dos membros superiores

Nos membros superiores situam-se os braços e as mãos. Esses membros

merecem maior atenção, pois as mãos são as partes do corpo onde ocorrem

lesões com maior frequência.

Grande parte dessas lesões pode ser evitada com o uso de luvas. As luvas

impedem um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos

ou substâncias corrosivas e irritantes à pele.

Há luvas especiais para os variados tipos de trabalho. Veja só:

a) Para trabalhos com solda

O soldador deverá proteger-se com luvas e rou-

pas de mangas da agressividade do calor e dos

respingos incandescentes.

Figura 2.15: Para os trabalhos com solda são usadas, geralmente, luvas de raspa de couro ou de outro ma-terial que apresente isolação térmica.

b) Para trabalhos pesados e secos

Para trabalhos com materiais e utilização de ferramental de corte e perfura-

ção devem ser utilizadas luvas de couro, muito resistentes ao atrito.

Vaqueta ou vaqueta bufalada são usadas para confecção dessas luvas, nor-

malmente com reforço e palma dupla. Você deve estar se perguntando o

que é uma vaqueta, uma vaqueta bufalada e uma palma dupla. Bom, pri-

meiro vamos às vaquetas.

As vaquetas são tipos especiais de couros utilizados na fabricação de EPI.

A diferença está na origem: vaqueta é o couro de boi e a bufalada, de búfalo.

Já a palma dupla é um reforço feito com o próprio material na parte frontal

da mão, que é a região mais exigida. Esse tipo de equipamento pode ser uti-

lizado por profissionais de soldagem, carpinteiros e operadores de máquinas

(martelete, guincho etc.).

AbrasivosSubstâncias ou produtos empregados para desgastar, polir ou limpar outros materiais.

Glossário


Den

nis

Tauf

enba

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Figura 2.16: As luvas de vaqueta servem para pro-teger os dedos e as mãos de objetos cortantes e perfurantes, do calor e também de esfoliações.

c) Para trabalhos pesados e úmidos

Para trabalhos como escavações, trabalhos com madeiras e concretagem, os

trabalhadores devem utilizar luvas de lona, desde que os líquidos manusea-

dos não sejam nocivos à pele.

Caso os líquidos manuseados sejam nocivos

(solventes, combustíveis, tintas), devemos uti-

lizar luvas de borracha, para que não haja pos-

sibilidade de infiltração.

Figura 2.17: Os pedreiros e serventes de obras são os principais usuários destes tipos de luvas.

d) Para trabalhos com líquidos

Esse tipo de equipamento é utilizado principalmente por trabalhadores em

serviços de instalações hidráulicas.

Para trabalhadores que estão em contato com

líquidos, é recomendável a utilização de luvas

impermeáveis de plástico ou borracha.

Figura 2.18: Este tipo de luva é empregado em ati-vidades que exijam bom tato, maleabilidade e boa resistência a diversos produtos químicos. Também apresenta uma boa resistência a cortes e abrasão.

e) Para trabalhos quentes (corpos aquecidos ou nos casos de exposi-ção à radiação térmica)

Esse tipo de EPI é utilizado por profissionais da metalurgia e siderurgia. Esses

profissionais fazem o tratamento térmico de metais para poder moldá-lo.

Para isso, utilizam fornos com temperaturas acima de 1000° C. Então, além


Gas

ton

THA

UV

IN

Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/Emergencia/aspectos/equipamentos/foto_equipamento/luvasborracha.jpg


de estarem expostos ao metal fundido (derretido e quente), esses profissio-

nais são expostos à radiação térmica proveniente dos fornos.

Para esse tipo de trabalho, recomenda-se a utilização de luvas de fibra de

vidro, por serem materiais incombustíveis. Quando as mãos são expostas a

fortes radiações de calor, as luvas de amianto e de fibra de vidro serão mais

eficientes, se o dorso for aluminizado. O fato de ter alumínio nessa região da

mão promove uma maior resistência mecânica.

f) Para trabalhos com alta tensão

Para esse tipo de trabalho, devem ser utilizadas luvas de borracha especial.

Esse tipo de EPI é o mais importante, pois protege a vida do indivíduo contra

eletrocussão. As luvas são construídas com materiais isolantes, para diferen-

tes níveis de tensões, portanto, não conduzem eletricidade.

Essas luvas não podem ter quaisquer defeitos, arranhaduras, perfurações ou

desgastes. Para evitar esses problemas, elas devem ser usadas, obrigatoria-

mente, com luvas de pelica, ou outro couro macio, sobrepostas, e devem ser

examinadas toda vez que forem utilizadas (teste de sopro).

O teste do sopro consiste em verificar se a luva apresenta algum furo. Esse

teste é bem simples. Basta tentar encher a luva como se esta fosse um balão.

Dessa forma, é possível verificar as perfurações. Caso exista alguma perfu-

ração, a luva é descartada, pois se entrar

em contato com um condutor energizado,

poderá permitir a passagem de corrente

elétrica.

Esse tipo de luva é comum no cotidiano

de profissionais que trabalham em conta-

to com eletricidade.

Figura 2.19: Ao executar atividades em eletricidade, é importante que o profissional faça a escolha da luva adequada para aquele serviço.

IncombustívelQuando o produto sujeito ao fogo preserva sua integridade, não promove a propagação das chamas e nem as sustenta.

Glossário


Isto é chocante!

A cadeira elétrica é um mecanismo de pena de morte por eletro-

cussão. Ela foi inventada e é utilizada,

basicamente, na América do Norte.

Neste método de execução, o conde-

nado é preso à cadeira por amarras,

que prendem seus braços e pernas, e

um capacete, que prende sua cabeça.

Uma corrente de 20.000 volts é dis-

parada, entrando diretamente pelo

capacete e correndo pelo corpo do

condenado.

Atualmente, esse meio de execução tem sido substituído pela inje-

ção letal. Assim, acredita-se que a morte seja menos dolorosa.

g) Mangotes

O nome técnico dos mangotes é braçadeiras. Há diversos tipos desse EPI,

e a diferença está na sua constituição (material). Os mangotes podem ser

fabricados em malha de aço, raspa de couro, borracha, etc.

Esse EPI é usado para proteção dos braços, na realização de operações que

possam causar lesões como: raspões, queimaduras, batidas etc. Os mango-

tes são muito usados em serviços de soldagem e também em serviços de

carga e descarga de vergalhões em canteiros de obras.

Conheça o filme...Ideia eletrizante!

Se você ficou intrigado e quer saber um pouco mais sobre a cadeira

elétrica, aí vai uma sugestão: o filme À espera de um milagre pode

ser uma boa opção.

Reúna os amigos, prepare a pipoca e divirta-se!


Agora que já tivemos a oportunidade de conhecer diversos EPI utilizados

na construção civil, vamos exercitar os conhecimentos adquiridos na aula

de hoje?

Atividade 1


Leia a história a seguir:

João era técnico em segurança do trabalho e foi contratado para uma boa em-

preitada: a construção de um novo shopping center no centro de sua cidade.

Logo de início, o engenheiro responsável pelo projeto entregou uma lista a

João. Nessa lista constavam as funções dos trabalhadores que seriam con-

tratados, e cabia a ele completar a lista com os equipamentos necessários

para cada função. Assim, os responsáveis pela obra

saberiam os EPI que precisariam ser comprados para

fornecer aos seus funcionários.

Agora, vamos ajudar João a resolver esse problema?

De acordo com o que você aprendeu nesta aula, com-

plete a lista seguindo o exemplo:

FUNÇÃO EPI

Pedreiro Capacete, botas, óculos de proteção e luvas.

Servente

Carpinteiro

Pintor

Armador


Nesta aula, abordamos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A uti-

lização do EPI correto para cada tipo de trabalho diminui a gravidade do

acidente. Todavia, o simples fornecimento desses equipamentos não garante

a proteção da saúde do trabalhador, nem evita contaminações. É extremante

importante que o trabalhador seja orientado e conscientizado da importân-

cia do EPI para utilizá-lo adequadamente.

Resumo

A construção civil é responsável por muitos acidentes de trabalho, pois •exige que seus funcionários se exponham a fatores de risco, como calor,

altura, ruídos e esforços repetitivos.

Esses riscos devem ser neutralizados ou eliminados por meio dos equipa-•mentos de proteção.

Os equipamentos de proteção são classificados da seguinte maneira:•

Proteção coletiva: protegem a todos os empregados indistintamente. –Proteção individual: protegem apenas a pessoa que o utiliza. –

Equipamento de Proteção Coletiva – EPC. São os que, quando adotados, •neutralizam o risco na própria fonte.

Equipamento de Proteção Individual – EPI. É todo dispositivo de uso –individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a prote-

ger a saúde e a integridade física do trabalhador.

O EPI somente poderá ser utilizado se tiver o CA (Certificado de Apro- –vação).

O uso do EPI será indicado somente quando:•

não for possível eliminar o risco com proteção coletiva; –for necessário complementar a proteção coletiva com a proteção in- –dividual;

o funcionário se envolver em trabalhos eventuais e em exposição de –curto período.

Para cada atividade existe um EPI específico para garantir a integridade •do trabalhador.


Informações sobre a próxima aula

Na próxima aula, continuaremos abordando a proteção e a segurança do

trabalhador em um canteiro de obras. Entretanto, vamos estudar os EPI

e EPC para trabalhos em altura. Até lá!

Respostas da atividade

Atividade 1

FUNÇÃO EPI

Pedreiro Capacete, botas, óculos de proteção e luvas.

Servente Usar óculos de segurança contra impactos e respingos, para trabalhar com esmeril, lixamento, pintura, fabricação e lançamento de concreto.Usar máscara contra poeira em trabalhos que provoquem seu desprendimento.Usar luvas de raspa de couro para transporte de madeira, cimento, tubos e materiais abrasivos.Usar luvas e mangotes de raspa de couro no transporte de vergalhões.Usar botas e luvas de borracha para trabalhos de lançamento de concreto ou em terrenos encharcados.

Carpinteiro Usar luvas de raspa de couro e óculos de segurança nos trabalhos de forma e desforma. Usar botas para evitar acidentes com objetos perfurantes.Ao operar a serra circular, usar protetor facial e protetor auricular. Em caso de desprendimento acentuado de poeira, usar também proteção respiratória.

Pintor Usar óculos de segurança e máscara contra poeira, quando for lixar ou pintar paredes.Usar luvas nos trabalhos com solvente, impermeabilizantes e outros materiais tóxicos ou corrosivos.Usar botas para evitar acidentes com objetos perfurantes.

Armador Usar luvas de raspa de couro e óculos de segurança para trabalhos com armação de aço.Usar mangotes de raspa de couro para trabalhos de transporte e descarga de vergalhões.Usar botas para evitar acidentes com objetos perfurantes.

Referências bibliográficas

SENAI / CST. Apostila Procedimentos de Segurança e Higiene do Trabalho. Companhia Siderúrgica Tubarão (CST). Trabalho realizado em parceria com o SENAI/ES e a Siderúrgica Tubarão (CST), 1999.

REMY, A.; GAY, M.; GONTHIER, R. Materiais. 2 ed. Rio de Janeiro: Hemus, 2002.

Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Disponível em: www.drsergio.com.br. Acesso em: 23 jun 2009.

Education

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