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Revolução Científica. A noção de método. F. Bacon. R. Descartes. I. Newton. A CIÊNCIA MODERNA

A ciencia moderna

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Revolução Científica. A noção de método. F. Bacon. R. Descartes. I.

Newton.

A CIÊNCIA MODERNA

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INTRODUÇÃO“Três aspectos fundamentais na evolução da

Ciência Moderna [...] O início do entrosamento Ciência e Tecnologia, a formulação de metodologias adequadas para o avanço de diversos ramos das Ciências e para a formação de um pensamento científico, e o surgimento de um novo ambiente intelectual representado pelas Sociedades científicas que foram responsáveis, em grande parte, pelo advento no século XVII do que se convencionou chamar de Ciência Moderna” (ROSA, 2012).

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CIÊNCIA E TÉCNICA“A ausência de adequados instrumentos,

em épocas anteriores, fora um fator limitativo para a evolução do conhecimento científico; até o Renascimento Científico, a instrumentação se reduzia a uns poucos em uso na Astronomia, como o astrolábio, o quadrante e as esferas armilares” (ROSA, 2012).

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“Somente a partir do Renascimento Científico a situação começaria a se alterar, pelo reconhecimento, por ambos os lados, da necessidade de dispor de conhecimento teórico e prático para o avanço de suas respectivas atividades. Engenheiros, marinheiros, médicos, matemáticos, artesãos e artistas contribuiriam de diversas maneiras para o começo de um entrosamento e complementaridade entre a Ciência e a Técnica, inclusive com a divulgação de suas experiências” (ROSA, 2012).

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“A técnica, até então empírica, passaria a incorporar, cada vez mais, conhecimento científico, assim como a Ciência se beneficiaria dos produtos tecnologicamente mais apropriados para suas atividades. [...] A contribuição das invenções, inovações e descobertas, através de aparelhos, equipamentos e instrumentos de precisão e medição, seria imensa e decisiva para o rápido desenvolvimento científico e para o surgimento da chamada revolução científica” (ROSA, 2012).

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“Caberia citar, nesse contexto, as seguintes invenções, que seriam constantemente aperfeiçoadas: o microscópio (1590, Zacarias Jansen); o termômetro (1593, Galileu); a luneta (1608, Hans Lippershey); a turbina a vapor (1629, Giovanni Branca); a régua de cálculo (1631, Oughtred); o micrômetro (1636, Gascoigne); a máquina de somar (1642, Pascal); o barômetro (1643, Torricelli); a bomba de ar (1650, Guericke); o relógio de pêndulo (1656, Huygens); a máquina de calcular (1671, Leibniz); a máquina de pistão a vapor (1687, Denis Papin); a bomba a vapor (1698, Savery); a semeadeira (1701, Jethro Tull); a máquina a vapor de baixa pressão (1712, Newcomen); e o termômetro de mercúrio (1714, Fahrenheit)” (ROSA, 2012)

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REVOLUÇÃO CIENTÍFICA“Os principais edificadores desse novo

edifício conceitual [Revolução Científica], fadado a prevalecer nos séculos seguintes, foram Galileu, Bacon e, principalmente, Descartes e Newton, razão pela qual o vasto paradigma moderno pode ser denominado cartesiano-newtoniano” (CREMA, 1989).

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A QUESTÃO DO MÉTODO“A partir do século XVII os trabalhos

dedicados à questão metodológica manifestam propensão a creditar a superioridade explicativa da ciência, por oposição às pseudociências e à especulação, ao fato de se devotar, as meticulosas e rigorosas observações a partir das quais se formam, via indução, teorias fatualmente enraizadas” (OLIVA, 1990).

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“Aliás, o discurso do método, que emerge com a filosofia moderna, tenta se legitimar tanto como humilde descrição do que se passa no campo da pesquisa científica quanto como incisiva regulamentação de como devemos agir se pretendemos obter autêntico conhecimento suscetível de plena justificação [...] O discurso metodológico ora tenta se justificar como mero registrador do que supostamente constata em processos específicos de pesquisa, ora se define como um conjunto de prescrições capazes de incrementar [...] o processo de crescimento da ciência...” (OLIVA, 1990).

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“Essa exagerada confiança nas regras faz com que o ritual de produção de conhecimentos seja submetido a rígidos procedimentos absolutizados em sua força inventiva e em sua capacidade justificadora. Essa fé nas regras metodológicas, que viria se mostrar crédula, é exacerbada pelo implícito normativismo caracterizador das formulações metológicas pioneiras da filosofia moderna” (OLIVA, 1990)

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“O racionalismo, como sua tendência a caracterizar as ciências como sistemas dedutivos, não exerceu tanta influência sobre o discurso metodológico corrente em virtude de jamais ter dado proeminência à problemática do estabelecimento de linhas divisórias entre o metafísico e o científico” (OLIVA, 1990).

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DEMARCAÇÃO DA CIÊNCIA MODERNA“A vigência de tal critério de demarcação

[o método indutivo de Bacon como especificadamente científico] fez com que a observação tendesse a ser encarada como a única forma de refrear nosso pendor ao especulativismo fatualmente vazio e de garantir a posse de um conhecimento que, por se basear na íntrínseca dos fenômenos, pode atuar sobre a natureza...” (OLIVA, 1990).

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BACON“Francis Bacon (1561-1626) [...] criador do método

empírico de investigação e primeiro formulador do raciocínio indutivo, cuja metodologia parte da experimentação para se chegar a conclusões científicas...”

“... o conhecimento científico tem por suprema finalidade servir o homem e propiciar-lhe poder sobre a natureza...”

“... na parte ‘destrutiva’ da sua teoria Bacon proclamou o expurgo das opiniões inúteis, noções falsas ou ‘ídolos’ [...] Na parte construtiva, formulou um novo sistema de investigação natural para o correto conhecimento dos fenômenos, que consiste em se partir dos fatos concretos de experiência, ascendendo-se às formas gerais, na forma de leis e causas: o método indutivo” (CREMA, 1989).

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“ [Para Bacon] O conhecimento não tem valor em si, mas, pelos resultados que possa gerar. Sua frase preferida era “Saber é poder”, ou seja, utilizar o conhecimento em benefício da Humanidade, pois o conhecimento das Leis da Natureza permitiria ao Homem fazer previsões e controlar os fenômenos. O conhecimento pelo conhecimento não fazia sentido para Francis Bacon, por sua inutilidade para a Sociedade. A fim de sanar essa grave falha, a principal tarefa seria a de criar uma nova metodologia, uma nova via que, diferente da até então utilizada, pudesse estabelecer as bases sólidas para o progresso do conhecimento humano”. (ROSA, 2012).

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“Importante registrar, ainda, a divisão, em três índices, que Bacon faz das experiências: o índice de presença, no qual seriam registradas todas as condições em que se produz o fenômeno que se busca entender; o índice de ausência, que conteria as condições sob as quais o fenômeno estudado não se verifica; e o índice de graduação, com o registro das condições sob as quais o fenômeno varia. Assim, estaria estabelecida a diferença entre a indução definida por Bacon e a utilizada por Aristóteles, limitada esta ao registro e à enumeração das condições em que se verifica o fenômeno (índice de presença), sem considerar as outras duas situações ou índices” (ROSA, 2012).

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DESCARTES“René Descartes (1596-1650) [...] repensou a

Filosofia da sua época, desenvolvendo um corpo doutrinário segundo a célebre imagem da ‘árvore do conhecimento’...”

“... Partindo da dúvida metódica utilizada como instrumento básico de raciocínio e fulminante arma contra o dogmatismo vigente na sua época” decorre o “famoso Cogito cartesiano” que por sua vez “decorre o racionalismo que haveria de contagiar três séculos de cultura ocidental”.

“... utilizando como critério da verdade a clareza e a distinção, o método cartesiano é analítico, implicando o processo lógico de decomposição do objeto em seus componentes básicos” (CREMA, 1989).

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“Do princípio da ‘imutalibilidade divina’ Descartes extraiu as leis básicas da natureza, postulando sua Mecânica, que se reduzia a uma teoria de comunicação de movimentos”

“Surge assim, sob sua orientação intelectual, a concepção mecanicista: o homem-máquina habita o grandioso Universo-máquina, regido por leis matemáticas perfeitas”

“... por força da ideologia cartesiana, que impregnou o paradigma dominante da ciência moderna, produziu-se o homem mecanizado e alienado...” (CREMA, 1989).

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NEWTON“Isaac Newton (1642-1727) [...] foi quem

estabeleceu, além da tentativa um tanto precária de Hobbes, a grande síntese, aliando e superando o método empírico-indutivo de Bacon e o racionalismo-dedutivo de Descartes, no seu sistema que unificou a metodologia da experiência e da matematização”

“Postulando uma ‘mecânica racional’, Newton desdobrou os seus esforços para investigar o que considerava como a ‘dificuldade precípua da filosofia’: o estudo a partir dos fenômenos dos movimentos, das forças da natureza, demonstrando por meio dessas forças outros fenômenos” (CREMA, 1989).

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“Segundo Capra [O ponto de mutação], são quatro os grupos de conceitos que conformam o substrato conceitual da ciência moderna: os conceitos de espaço e tempo absolutos e o de partículas materiais que se movimentam e interagem mecanicamente no espaço tridimensional; o conceito de forças fundamentais distintas da matéria; o conceito de leis fundamentais e a descrição dos fenômenos em termos de relações quantitativas e, finalmente, o conceito de rigoroso determinismo e da possibilidade de uma descrição objetiva dos fenômenos naturais, alicerçada na dualidade cartesiana matéria-mente” (CREMA, 1989).

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REFERÊNCIASROSA, Carlos Augusto de Proença. A ciência moderna.

In: História da Ciência. Da Antiguidade ao Renascimento científico. 2.ed. Brasília: FUNAG, 2012, v.I, pp.28-83.

CREMA, R. O paradigma cartesiano-newtoniano. In: Introdução à visão holística. Breve relato de viagem do velho ao novo paradigma. São Paulo: Summus, 1989, pp.29-38.

ANEXOS: OLIVA, Alberto (Org.) A hegemonia da concepção

empirista de ciência a partir do Novum Organom de F. Bacon. Epistemologia: a cientificidade em questão. Campinas: Papirus, 1990, pp.11-34.

DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Ática, 1989.