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A educação como condição indispensável à preservação do meio ambiente

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A educação como meio indispensável para a preservação do meio ambiente.

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Page 1: A educação como condição indispensável à preservação do meio ambiente

A Educação como condição indispensável à Preservação do Meio

Ambiente

ARTIGO CIENTÍFICO

Helena de Sá Melo2010

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Trabalho exigido como avaliação da Disciplina O Educador e a Formação Ética, sob orientação da Profª. Dra. Luciana Caetano em Pós- Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação.

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A Educação como condição indispensável à Preservação do Meio Ambiente

Helena de Sá Melo

Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil – Cotia SP – 2010

Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação

Docente Responsável - Dra. Luciana Caetano

A Educação como condição indispensável à Preservação do Meio Ambiente

A Educação Ambiental está se tornando cada vez mais necessária para toda a

Humanidade, visto que, o futuro depende da relação entre a natureza e o tipo de uso

que ela fizer dos recursos naturais disponíveis no planeta. Vivemos num mundo onde

as rápidas transformações e desenvolvimentos ocorridos ao longo da história pelo

crescimento desenfreado são depredadores, de cunho, fundamentalmente, cruéis na

exploração da natureza e na exploração do homem pelo homem. Se pretendemos

construir um mundo para as gerações futuras é preciso mudar com urgência nossa

relação com a natureza.

À medida que a Humanidade aumenta sua capacidade de intervir na

natureza surgem diversos conflitos. O modelo de sociedade construído com a

industrialização crescente e a consequente transformação do mundo em um grande

centro de produção, distribuição e consumo, está trazendo rapidamente

consequências indesejáveis e que se agravam com muita rapidez.

“De onde se retirava uma árvore, agora retiram-se centenas. Onde moravam

algumas famílias, consumindo água e produzindo poucos detritos, agora moram

milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas

de lixo por dia. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu

equilíbrio. A riqueza, gerada em um modelo econômico que propicia a

concentração da renda, não impede o crescimento da miséria e da fome. Algumas

das consequências desse modelo, são o esgotamento do solo, a contaminação da

água, o envenenamento do ar e a crescente violência e miséria nos centros

urbanos." (PCNs vol. 9 pg. 20)

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Os cuidados com o meio ambiente não se limitam tão somente à proteção da

vida, mas também à qualidade de vida. Urge em nosso planeta a mudança de

mentalidade para transformar a consciência das pessoas em direção à construção e à

reconstrução de um mundo mais justo, digno e ecologicamente equilibrado.

A escola deve oferecer condições para que o aluno compreenda os fatos

naturais e humanos, de modo crítico e que permita cultivar atitudes que possibilitem

viver uma relação construtiva consigo mesmo e com o seu meio, colaborando para

que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa.

Na Conferência Internacional Rio/92, cidadãos representando instituições de

mais de 170 países assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central da

educação para a “construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente

equilibrado”, o que requer “responsabilidade individual e coletiva em níveis local,

nacional e planetário”. E é isso o que se espera da Educação Ambiental no Brasil,

assumida como obrigação nacional pela Constituição promulgada em 1988.

As recomendações, decisões e tratados sobre a Educação Ambiental

evidenciaram a importância atribuída por lideranças de todo o mundo para esse tema

como meio indispensável para conseguir criar e aplicar formas cada vez mais

sustentáveis de interação sociedade/natureza/educação. Sabemos que a educação

sozinha não será suficiente para mudar os rumos no nosso planeta, mas certamente é

condição necessária para isso.

Nesse contexto, educar para garantir a conservação e sustentabilidade do Meio

Ambiente passa necessariamente pela escola. A principal função do trabalho da

escola com o tema Educação Ambiental, de acordo com os Temas Transversais, dos

Parâmetros Curriculares Nacionais, é a "...contribuição para a formação de cidadãos

plenos, capazes de decidirem e atuarem sobre a realidade de modo ético e

comprometido com a vida, com a sociedade local e global".

Para que isso ocorra, é muito pouco informar e dar conceitos. É necessário

trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de

habilidades e procedimentos. É importante salientar que a escola não está sozinha

nessa jornada: os padrões de comportamento da família, as informações e as

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opiniões veiculadas pelos meios de comunicação de massa exercem influência sobre

as crianças e por extensão sobre a sociedade como um todo.

Apesar de ser uma ideia relativamente nova na educação, a filosofia para o

Meio Ambiente, não se limita mais a proteger orquídeas, bromélias, árvores, não

matar jacarés, etc. Hoje é muito forte a ideia de um desenvolvimento sustentado, isto

é, conciliar desenvolvimento, preservação ambiental e melhoria na qualidade de vida

do ser humano. Para isso, é de suma importância que todos os profissionais que

atuam na escola, construam o seu fazer pedagógico, se comprometam, se engajem ,

envolvendo-se na questão ambiental. Valores, ética, cidadania, amor à vida e ao

próximo, pluralidade cultural, racionalização do consumo, higiene e saúde,

urbanização, saneamento básico, sustentabilidade, diversidade biológica, ocupação

do solo e muitas outras áreas são importantíssimas para a realização de um bom

trabalho.

Não obstante, deve-se possibilitar aos alunos o reconhecimento de fatores que

produzam bem-estar ao conjunto da população; ajudá-los a desenvolver um espírito

de crítica às induções ao consumismo e o senso de responsabilidade e solidariedade

no uso dos bens comuns e recursos naturais, de modo que respeitem o ambiente e as

pessoas de sua comunidade1.

A educação ganha a mais um papel, muito além do ensino dos conhecimentos

construídos pela Humanidade, do fomento da construção da cidadania e da

autonomia pelos alunos: ela passa a promover a construção de uma perspectiva de

desenvolvimento e de uma nova ética. Ver o todo, o complexo, como diria Edgar

Morin, não é esquecer as partes. É reconhecer a unidade na diversidade, é

reconhecer nossa responsabilidade enquanto seres humanos para com a Terra.

Morin (2000) continua a sua discussão falando sobre a Era Planetária como o

sexto buraco negro no ensino denominado, por muitos, de tempos modernos. O seu

maior objetivo era fazer com que se tomasse consciência do que já se passou com a

Humanidade e com o cosmo desde o fim do século XV, de forma a compreender que

a degradação da biosfera representa uma ameaça ao planeta.

_____________

1 Essa questão está discutida no documento do Tema Transversal “Trabalho e Consumo”.

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O buraco negro refere-se à antropoética, ou seja, à ética em escala humana,

pois os seres humanos também são indivíduos, são uma pequena parte da

sociedade, fragmento de uma espécie de trindade inseparável. Nessa ética

antropológica desenvolvem-se, simultaneamente, as autonomias pessoais, o ser

individual, a responsabilidade e a participação do gênero humano, pois tudo que é

complexo é antagônico e, ao mesmo tempo, complementar (MORIN, 2000, p. 106).

Nesse contexto, vale ressaltar que todo indivíduo deve estar consciente de seus

direitos e deveres perante a sociedade, tornando-se esses, inseparáveis e, ao mesmo

tempo, interligados entre si.

Dessa forma, sugere-se que os seres humanos estejam sempre em busca do

conhecimento a fim de se prepararem para o surgimento de casos inesperados,

principalmente, no que tange aos fenômenos da natureza e às questões ambientais, a

saber: ciclones, tufões, terremotos, furacões, vulcões, desmatamentos, efeito estufa,

chuvas ácidas, camada de ozônio, secas e enchentes. Vale ressaltar que os seres

humanos são os principais agentes causadores de todas essas catástrofes. A partir

dessa sensibilização, as incertezas começarão a ser enfrentadas com mais facilidade

e proporcionarão, assim, um viver mais digno e com mais qualidade.

Referências Bibliográficas

[1] BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas Transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF.

[2] MORIN, Edgar (2000). Os sete saberes necessários à educação do futuro. São

Paulo: Cortez.