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DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
Cerâmica
Viana do Castelo
INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
Alexandra Sofia Vieitas da Cunha
Cerâmica Artística
3º Ano – 2009/2010
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Índice
I - INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
II - DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 5
1 - Primeira Fábrica – Fábrica de Louças de Viana ..................................................... 5
1.1 - Os motivos ........................................................................................................... 8
2 - A Fábrica na Meadela ........................................................................................... 10
2.1 - Os motivos da actualidade.................................................................................. 11
2.2 – Motivos reproduzidos ........................................................................................ 12
II - BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 13
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Índice de ilustrações
Ilustração 1 - Localização da Fábrica de louça de Viana (1865)...................................... 5
Ilustração 2 - Marcas de fabrico recolhidas em peças do Nucleo Museológico de Viana
do Castelo ......................................................................................................................... 7
Ilustração 3 - Capa do livro de António Reis sobre a louça de Viana .............................. 7
Ilustração 4 - Prato produzido na primeira fase da fábrica. .............................................. 8
Ilustração 5 - Caneca da segunda fase da fábrica. ............................................................ 8
Ilustração 6 - Peça do início da decadência. ..................................................................... 9
Ilustração 7 - Galheteiro com motivos de bordados. ...................................................... 11
Ilustração 8 - Conjunto de chá. ....................................................................................... 11
Ilustração 9 - Reprodução de caneca da antiga fábrica de Viana. .................................. 12
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I - INTRODUÇÃO
O presente trabalho retracta a história da cerâmica de Viana do
Castelo, o seu desenvolvimento e decadência. A sua história tem
início no ano 1774 na freguesia de Darque, é nesse local onde vive o
seu apogeu mas também onde, mais tarde entra em decadência. Em
1947 a fábrica reabre na freguesia da Meadela e entra numa nova
fase, com novas pasta e novas decorações. Em 2010, fruto do seu
fraco desenvolvimento, a fábrica pára a produção e manda os
trabalhadores para casa.
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II - DESENVOLVIMENTO
1 - Primeira Fábrica – Fábrica de Louças de Viana
A fábrica de loiça de Viana foi fundada em 1774 por João de Araújo
Lima, Carlos de Araújo Lemos e outros associados. Esta encontrava-
se localizada no lugar de Cais Novo da freguesia de Darque, na
margem sul e muito próxima do leito do rio Lima. Apesar de não se
situar exactamente na cidade de Viana, todos os produtos que
provinham desta fábrica eram conhecidos como “Louça de Vianna”.
Essa localização foi escolhida devido à facilidade de embarque por rio
ou por mar e é de notar a ainda inexistente ponte de ligação à cidade
de Viana do Castelo.
Ilustração 1 - Localização da Fábrica de louça de Viana (1865)
Outra das razões que contribuiu para o nascimento da fábrica e a sua
localização foi a existência de matérias-primas nas proximidades.
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A designação adoptada desde o início corresponde à marca “V”,
patente em loiça fina ou grossa; vidrada ou não; vermelha, escura ou
branca e conforme o tipo de cozedura (oxidante ou redutora).
Sabe-se que no mesmo ano de fundação, a fábrica exportou mais de
dez mil peças para o Brasil pelo porto de Viana do Castelo, sabe-se
também que a fábrica exportou outros carregamentos, pela barra do
Douro, para destinos variados como Espanha, Madeira, etc.
A qualidade dos produtos cerâmicos de Viana foram evoluindo com o
passar do tempo e começa a ser apreciada comparativamente às
loiças do Porto.
Na sua composição constava a argila, areia fina, sal e fezes de ovino
de proveniência nacional, chumbo, estanho, esmalte e antimónio de
proveniência internacional.
Em 1839, o ministério do reino refere a decadência desta fábrica de
loiça fina em resposta ao estabelecimento de novas fábricas na
cidade do Porto com preços mais atractivos.
Em meados de 1855 decai completamente devido à perda de
sucessivas fornadas provocadas pela falsificação de matérias-primas
e pela incompetência dos operários. É neste período, no século XIX
que todas as faianças portuguesas entram em decadência devido à
concorrência das produções externas, nomeadamente as inglesas e
ao crescente desenvolvimento das técnicas de porcelana, este
material torna-se muito procurado, desvalorizando as faianças de
todo o mundo.
As cores utilizadas eram, o azul-cobalto aplicado a pincel ou esponja,
o amarelo de várias tonalidades, o cor-de-laranja, a cor de mel obtida
a partir do óxido de ferro, o verde cúpio em várias tonalidades e o
vinoso de manganês.
No início da decadência imitou a loiça inglesa decorada através do
método da estampagem. Perda da qualidade das matérias-primas,
fazendo com que também perdesse o valor e a essência.
Relativamente às marcas, durante o primeiro período, usou-se o “U”
ou o Vianna sublinhados ou não. Existem ainda marcas possessórias
em algumas peças com nomes próprios ou monogramas. No segundo
e terceiro períodos, o “V” ou o Vianna, também sublinhados ou não e
aplicados no fundo dos objectos ou na parte frontal, como é o caso da
pia. Notaram-se também algumas peças do primeiro período o F.N.
sobre o V. de Fábrica Nacional de Vianna (Oliveira, 1915). Mas não
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só, a seguinte imagem demonstra as várias marcas utilizadas pela
fábrica, é possível a existência de outras.
Ilustração 2 - Marcas de fabrico recolhidas em peças do Nucleo Museológico de Viana do Castelo
A Fábrica de louças de Viana trabalhou durante 80 anos, produzindo
peças maravilhosas que podem ser admiradas nos nossos dias, em
alguns museus, nomeadamente no Museu de Arte e Arqueologia de
Viana do Castelo (Reis, 2003).
Ilustração 3 - Capa do livro de António Reis sobre a louça de Viana
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1.1 - Os motivos
No primeiro período eram produzidas dois géneros de peças em
faiança decorada a azul, um com ornatos rocaille e outro que criava
reproduções decorativas chinesas, inglesas, francesas, espanholas e
italianas à maneira portuguesa.
Ilustração 4 - Prato produzido na primeira fase da fábrica.
Mais tarde introduziu-se um novo tipo de decoração, resultante da
união entre as formas decorativas neoclássicas e as tradições locais
com essencial recurso aos azuis, amarelos e verdes.
Ilustração 5 - Caneca da segunda fase da fábrica.
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No início da decadência imitou-se a loiça inglesa decorada através do
método da estampagem. Perda da qualidade das matérias-primas, o
valor e a essência.
Ilustração 6 - Peça do início da decadência.
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2 - A Fábrica na Meadela
A partir de 1947 a Fábrica de Louça Regional de Viana passa a
desenvolver o seu trabalho artístico na Meadela, onde dezenas de
artistas produzem peças de decoração inspiradas nos temas e
processos plásticos do neoclássico oitocentista, bem como peças
originais de decoração contemporânea e peças de autor, que exporta
para vários países do mundo.
As instalações fabris respectivas foram edificadas no lugar da
Senhora da Ajuda, na Meadela, a qual ao longo de algum tempo de
laboração e em tentativas sucessivas de apuramento da matéria-
prima se fixou no "Grés Fino".
Tem esta fábrica, assim, características muito especiais de fabricação
que lhe permitem a aplicação de uma matéria mais rica do que a
anteriormente utilizada (faiança) melhorando tecnicamente os
métodos de produção.
Tendo pertencido ao grupo Jerónimo Pereira Campos de Aveiro,
passou em 1971 para as mãos do então Banco Pinto de Magalhães,
tendo mantido o nome original. Desde então, com as sucessivas
mudanças de nome do banco proprietário (União de Bancos
Portugueses e mais recentemente Banco Mello).
Entrou em 1999 a ser-lhe atribuído pela edilidade Vianense, o
máximo galardão para instituições desta cidade - "Instituição de
Mérito". Em Outubro, e após uns meses de alguma polémica, foi
adquirida pela família Adelino Duarte da Mota.
Em 2000 mudou-se o nome - Fábricas Jerónimo Pereira Campos,
Filhos, S.A. - para aquele que já popularmente era utilizado - Louça
Regional de Viana, Lda (LR VIANNA). Em busca de uma renovada
"imagem de marca", pretende esta empresa lançar lojas próprias,
criar um espaço na Internet (www.Lrviana.com) e renovar a
estratégia comercial para com o exterior.
A criação das lojas próprias iniciou-se com a construção de uma nova
infra-estrutura no interior do recinto da empresa, que albergou a loja
e um museu1.
Dez anos depois a fábrica encontra-se parada e os seus trabalhadores
à espera de serem novamente chamados para a sua arte. As razões
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apontam para o não acompanhamento das tendências da decoração
em espaços interiores e a crise económica.
2.1 - Os motivos da actualidade
Os motivos decorativos da actual Louça de Viana são os bordados minhotos em azul e elementos dos descobrimentos, como naus e
outros elementos marinhos.
Ilustração 7 - Galheteiro com motivos de bordados.
Ilustração 8 - Conjunto de chá.
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2.2 – Motivos reproduzidos
Fazem-se ainda reproduções da antiga louça produzida na fábrica de Darque em séries limitadas:
Forma: Antiga Faiança Darque, Século XVIII
Decoração: Interpretação de uma cena de mar a partir de um retábulo em talha na Igreja de S. Domingos de Viana do Castelo
Ilustração 9 - Reprodução de caneca da antiga fábrica de Viana.
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II - BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, Luís Augusto de, Cerâmica Nacional em Vianna do
Castello, Porto, Oficinas do Comercio do porto, 1915.
REIS, António Matos, A Louça de Viana, s.l., Livros Horizonte, 2003.
1 http://www.lrviana.com/por/historial.html
Bibliografia de imagens
Ilustração 1 - REIS, António Matos, A Louça de Viana, s.l., Livros Horizonte, 2003.
Ilustração. 2 - REIS, António Matos, A Louça de Viana, s.l., Livros
Horizonte, 2003.
Ilustração 3 - Imagem http://3.bp.blogspot.com – acedido em 20-05-
2010
Ilustrações 4, 5, 6, 7, 8, 9, - www.Lrviana.com – acedido em 23-05-2010.