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(1930-1964) Era Vargas: Da Ditatura á Democracia

A república Populista (1930 1964)

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A República Populista (1930-1964)Era Vargas:

Da Ditatura á Democracia

Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas

assumiu a presidência, na chefia de um governo provisório, munido de amplos poderes: suspendeu a Constituição de 1891, fechou o Congresso Nacional e as Assembleias Estaduais, substituiu os governadores por interventores federais, nomeados por ele próprio. Instaurou, assim, a ditadura, prometendo, ao mesmo tempo, a futura eleição de uma assembleia constituinte.

Governo provisório de Vargas (1930-

1934)

Vários grupos participavam do poder,

alguns com mais influencia, outros com menos, mas nenhum deles com poder suficiente para obter o controle do Estado. Tal situação a soluções de compromisso, em que cada grupo obtinha vantagens, mas era também obrigado a fazer concessões. O resultado final desse processo foi o fortalecimento pessoal de Getúlio, o crescimento do poder do Estado e uma considerável modernização do País.

O Estado de compromisso: populismo e

modernização

A situação criada pela vitória da Revolução abria

espaço à participação política- direto ou indireta- de outros grupos socioeconômicos, como antigas oligarquias dissidentes e os trabalhadores urbanos. A própria elite cafeeira, que perdeu o domínio d poder, pôde, depois de algum tempo, pelo menos participar dele. Finalmente, as Forças Armadas, que, como instituição, estavam afastadas do centro de decisões políticas, desde o final da presidência de Floriano Peixoto, ganharam influência política- a qual, não parou de crescer nas décadas seguintes.

As novas forças que participam do

poder

Vargas e os novos grupos dominantes, conscientes de que não poderiam mais considerar a questão social um “caso de polícia”, adotaram uma novas linha política (que duraria até o golpe de 64): o Populismo. O Populismo Brasileiro teve como elementos principais: Concessão direitos trabalhistas e previdenciários ás

classes urbanas. Culto a Vargas Legalização de sindicatos

O Populismo

Ao mesmo tempo que o Estado legaliza a existência dos sindicatos, não se permite que eles defendam realmente os direitos trabalhistas. Mas sim, os interesses das elites.Durante a Republica Velha, as decisões do estado atendiam quase que exclusivamente as elites cafeeiras (que tinham o monopólio de poder). Agora, as decisões eram influenciadas por diversos grupos. Isso acabou gerando uma democratização real do Estado, mesmo nos momentos de adoção da ditadura. E contribuiu para uma maior eficiência sócio-econômica do Estado, que se via obrigado a atender e beneficiar diversos grupos sociais.Por outro lado, nenhum dos grupos possuía força suficiente para contestar o aparelho estatal, o que foi amplamente utilizado por Vargas para ampliar seu poder. Tal fortalecimento dava abertura para o surgimento de regimes autoritários e/ou ditatoriais. 

Nos 18 meses posteriores à Revolução de 1930, as oligarquias por ela derrotadas começaram a se reorganizar. Algumas trataram de se aproximar do governo federal, enquanto outras passaram a planejar uma contrarrevolução que as levassem de volta ao poder: foi o caso, principalmente, da oligarquia paulista . Realmente, São Paulo era o principal foco contrarrevolucionário.

São Paulo se preparou para a uma contrarrevolução para derrubar Vargas, os tenentes e seus aliados do poder. Em fevereiro de 1932, o Partido democrático que estava insastifeito porque apoiaria a Revolução e esta entregara o poder em São Paulo aos tenentes e aliou-se ao velho PRP e, juntos, formaram a Frente Única Paulista, que passou a exigir autonomia para São Paulo, a nomeação de um interventor "civil e paulista" e aprovação de uma constituição para o País.

A Revolta Paulista de 1932

Vargas procurou contemporizar. Publicou o Códico Eleitoral em 1932, marcou para maio de 1933 a Eleição da Assembleia Constituinte, nomeou um intervertor civil e paulista Pedro de Toledo, aceitou que o secretáriado de São Paulo fosse indicado pela FUP e que a Força Pública paulista tivesse comando autônomo, além de nomear para comandante de Região Militar, o militar Isidoro Dias Lopes. Essas concessões, embora permitindo á elite paulista consolidar seu poder no estado, não lhe davam condições de recuperar o controle do governo federal. Por isso, dedicaram-se pela revolta armada, insuflando habilmente a opinião pública paulista contra Vargas e os tenentes.A rebelião em São Paulo estourou em 9 de julho de 1932. O interventor Pedro Toledo foi aclamado governador e chefe político da revolta. A Força Política e as tropas de exército aquartelas no estado deram apoio integral à revolta, assim como a elite e a classe média.

São Paulo foi derrotado porque os paulistas ficaram sozinhos, já que o resto do Brasil não tinha motivos para apoiar os rebeldes. Isolado, São Paulo teve de enfrentar as tropas do governo em três frentes simultâneas. A inferioridade numérica e material de São Paulo era muito grande nem sequer munições e outros equipamentos militares produzidos pela indústria paulista foram suficientes para equilibrar aquela inferioridade. Havia a mediocridade do comando paulista os melhores comandantes ficaram ao lado do governo e a ausência de bom entrosamento entre as chefias civil e militar do movimento. Por todos esses motivos, nos primeiros dias de outubro, os rebeldes se renderam. Vargas nomeou o General Castilho de Lima como interventor em São Paulo e começaram as prisões das lideranças envolvidas no movimento. De qualquer modo, a repressão foi muito menos violenta do que se esperava. Vargas, habilidoso como sempre, compôs-se rapidamente com a elite paulista, a qual, pouco tempo depois já se entrosava com o governo. Assim, embora militarmente derrotada, a elite acabou vitoriosa em termos políticos; ao contrário do Tenentismo que, vitorioso nos campos de batalha, logo e seguida desaparecia como movimento político, incapaz de obter o apoio de qualquer categoria social.

Em maio de 1933 elegeu-se uma

Assembleia Constituinte para elaborar uma nova constituição. Comparada ás eleições da República Velha, está foi muito mais democrática, pois embora as oligarquias tenham conseguido eleger um grande porcentual, outros grupos sociais conquistaram também uma expressiva representação.

A Volta do Regime Constitucional

Nessa nova constituição alcançaram muitas inovações e mantiveram outras:• Voto secreto • Voto Feminino • Criação de uma Justiça Eleitoral para fiscalizar as

eleições• Sistema presidencialista• Presidente eleito a cada quarto anos por voto direto e

popular• Câmara dos Deputados eleita a cada 4 anos, candidatos

eleitos de acordo com a população de cada estado• Senado eleito a cada oito anos (dois Senadores por

estado)• Sistema Federativo• Legislação trabalhista• Autonomia dos sindicatos• Medidas nacionalistas defendendo as riquezas nacionais• Representação classista dentro do Estado• Obrigação das empresas em manterem pelo menos dois

terços de funcionários brasileiros.Não era perfeito, mas era mais do que tudo que o Brasil já tivera. Por maioria dos votos, a Assembleia elegeu o novo Presidente: Getulio Vargas. Estava encerrado o Governo Provisório.