56
Adaptado de: Inês Sim-Sim Compreensão da Leitura de textos Cristina Pinto

Ap coCompreensão de textos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ap coCompreensão de textos

Adaptado de:Inês Sim-Sim

Compreensão da Leitura de textos

Cristina Pinto

Page 3: Ap coCompreensão de textos

Estratégias de aprendizagem da leitura

Desenvolvimento da Consciência Fonológica

Globalização

Antecipação

Decifração

Page 4: Ap coCompreensão de textos

Ler é compreender, obter informação, aceder ao significado do texto

A leitura é um processo interactivo entre o leitor e o texto

Fluência de leitura = capacidade para ler rápida e eficazmente um texto

Generalidades:

Page 5: Ap coCompreensão de textos

Estratégias de ensino

Como levar os alunos da decifração à compreensão do texto?

Page 6: Ap coCompreensão de textos

6

Antes do ensino da decifração

Durante o ensino da decifração

Ensino da compreensão de

textos

A Compreensão de Textos e o Ensino da Decifração

Page 7: Ap coCompreensão de textos

7

Antes do ensino da decifração:

(só para lembrar…)

• Promover na criança o desenvolvimento da linguagem oral

• Estimular na criança o contacto com material escrito e de escrita

• Provocar na criança a descoberta dos princípios gráficos

• Desenvolver na criança a consciência fonológica

• Promover na criança o o prazer da leitura pela voz dos outrosprazer da leitura pela voz dos outros

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

Page 8: Ap coCompreensão de textos

8

Decifração: Identificação de palavras escritas

Conversão de padrões visuais (letras/conjunto de letras)

em padrões fonológicos (sons da língua)

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

Page 9: Ap coCompreensão de textos

9

Durante o ensino da decifração – possíveis estratégias de ensino:

(Via lexical (global e rápida /Via correspondência som/grafema (sub-lexical))

• Treino fonológico+ leitura leitura

• Ensino explícito da correspondência som/letra

• Reconhecimento global + leituraleitura

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

Page 10: Ap coCompreensão de textos

(continuação…)

•Estratégias de automatização

• Estratégias de antecipação/ chaves contextuais(LeituraLeitura de palavras em contexto)

• Explicitação da relação entre consciência fonémica e capacidade para ler palavras• Reconhecimento automático de padrões, indutores de regra

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

Page 12: Ap coCompreensão de textos

12

Ler é compreender, obter informação, aceder ao significado do texto

Ensinar a compreender é ensinar explicitamente estratégias para abordar um texto (antes da leitura, durante a leitura e depois da leitura)

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

Page 13: Ap coCompreensão de textos

Que estratégias de ensino explícito para desenvolver a fluência?

Estratégias de ensino e a Compreensão de Textos

Page 14: Ap coCompreensão de textos

Fluência na leitura de textos

Compreensão de leitura

Reconhecimento automático da palavra

Conhecimentoda língua

Experiênciaindividual de leitura

- consciência fonológica- correspondência som/letra (princípio alfabético)- reconhecimento global de palavras

- desenvolvimento linguístico: -estrutura da língua; conhecimento lexical-reflexão sobre a língua

Domínios de intervenção do ensino

- conhecimento do tema - estratégias de abordagem do texto (auto-monitorização da compreensão)

-riqueza de experiências interiorizadas

-elaboração verbal do vivenciado

Experiência e conhecimento do Mundo

Page 15: Ap coCompreensão de textos

Fluência na leitura de textos

Eficácia e rapidez no reconhecimento de palavras, possibilitando uma eficiente construção de significado do texto e expressividade (se em voz alta)

reconhecimento instantâneo de palavras• Rapidez libertação de atenção e memória para a recuperação do

significado da frase (e do texto) treino da expressividade

+ velocidade + compreensão + frequência de leitura + fluência (Efeito de Mateus)

Que estratégias para desenvolver a fluência?

Page 16: Ap coCompreensão de textos

Da identificação da palavra ao texto

• Reconhecimento automático da palavra (estratégias para a consciência fonológica, para a

correspondência som/letra, princípio alfabético e leitura ortográfica)

• Conhecimento da palavra (enriquecimento lexical e análise da estrutura interna das palavras)

• Estimulação do desenvolvimento da linguagem oral

Page 17: Ap coCompreensão de textos

Objectivos do ensino da compreensão de textos no 1º ciclo

• Apreender o sentido do lido(no todo e nas partes)

• Localizar a informação e seguir instruções

• Relacionar a informação obtida com a inf. prévia

• Compreender inferências

• Descobrir pelo contexto o significado de novas palavras

• Auto-monitorizar a compreensão do lido

• Ler autonomamente obras completas;

Page 18: Ap coCompreensão de textos

Diferentes tipos de textos e respectivos objectivos intencionais de leitura

Pag. 15 da Brochura

Textos Expositivos / Explicativos

Page 19: Ap coCompreensão de textos

Ensino explícito de estratégias para desenvolver a fluência

Estratégias gerais para abordagem de um texto:

• Antes de lera) Estabelecer um objectivo de leitura (e.g.Para que vou ler?...)

b) Activar conhecimento anterior sobre o tema (e.g. O que sei sobre isto?)

c) Antecipar conteúdos com base no título e gravuras (e.g O que é que esta gravura me faz lembrar?...)

d) Filtrar o texto para encontrar chaves (Que palavras estão a negrito ou sublinhadas? ..)

(Da pag 17à 23 da Brochura)

Page 20: Ap coCompreensão de textos

Ensino explícito de estratégias globais para desenvolver a fluência

• Durante a leitura

a) Prestar atenção ao que se lêb) Usar chaves contextuais e a estrutura do mesmo (e.g. É uma história? Um poema?...c) Ajustar a velocidade de leitura consoante a dificuldade do textod) Ler de novo cada parágrafo e procurar a informação nova (e.g O que diz aqui de novo?e) Adivinhar pelo contexto o significado de palavras desconhecidasf) Usar materiais de referência (dicionários, enciclopédias..)g) Parafrasear e tomar notas durante a leiturah) Criar uma imagem mental (ou mapa mental) do que foi lido (cf. Exemplos nos textos)

i) Sintetizar à medida que se avança

Page 21: Ap coCompreensão de textos

Ensino explícito de estratégias globais para desenvolver a fluência

• Depois de ler

a) Formular questões sobre o lido e tentar responder

b) Confrontar as previsões do conteúdo com a informação do texto

c) Discutir com os colegas sobre o lido

d) Reler

Page 22: Ap coCompreensão de textos

Textos informativos (expositivo - explicativos)

Objectivos de leitura

compreender

poder verbalizar o lido

recordar

Page 23: Ap coCompreensão de textos

• Foco de ensino de leitura:

a) Identificação e desenvolvimento do tema central

a) Domínio da estrutura: descrição; causa/efeito; problema/solução; sequência; comparação/contraste

Page 24: Ap coCompreensão de textos

Textos informativos (expositivo - explicativos)

• Etapas no ensino da leitura de textos expositivos

a) Mobilização de conhecimento prévio

b) Ensino de vocabulário específico

c) Ensino de estratégias de mapeamento visual da estrutura do texto e da relação entre as ideias expostas

d) Questionamento com vista à construção de um modelo mental do texto

Page 25: Ap coCompreensão de textos

Textos informativos (expositivo - explicativos)

Exemplo de mapeamento visual de um texto informativo com uma estrutura descritiva (A morsa)

a morsa é um animal

vive nos mares frios e gelados

tem dentes caninos muito grandes

pode pesar mais de 1000 kg

pode medir mais de 4m pode viver mais de 30 anos

os caninos servem para se defender, para se alimentar e para se içar no gelo

(Sugestões de Actividades da pag . 23 à 35 da Brochura) – texto nº1 e 2 na pag. 73)

Page 26: Ap coCompreensão de textos

Inês Sim-Sim

Textos informativos (expositivo - explicativos)Questionamento

Onde vive a morsa?-nos países tropicais-no fundo dos lagos-em regiões florestais frias

-em águas muito frias

O que come a morsa?-algas marinhas-gelo-pássaros-focas

O que faz a morsa para se içar no gelo?-usa a cabeça-usa os dentes caninos-pula para cima-grita por socorro

• A morsa é um peixe ou um mamífero? Explica porquê.

• Se a morsa perdesse os dentes caninos, que problema teria?

Page 27: Ap coCompreensão de textos

Poesia• Objectivos do ensino da leitura de poesia:

“alimentar o gosto pela sonoridade e pelo poder da linguagem” (Perfect, 1999)

Foco de ensino da leitura de poesia:• encorajar as crianças a ler poesia• desenvolver a compreensão da leitura de poemas• treinar a leitura em voz alta e em coro • memorizar e recitar poesia • explorar o ritmo e as sonoridades da língua • desenvolver o raciocínio metafórico

Page 28: Ap coCompreensão de textos

PoesiaEstratégias para o ensino da leitura de poesia

• Escolha do poema pelo professor (com humor, nonsense, alusivo a uma data ou tópico, com diálogos...)

• Leitura do poema em voz alta pelo professor• Releitura em coro (professor/alunos)• Explicação de palavras desconhecidas• Identificação pelo professor de “pontos chave” (conteúdo, forma)• “Interrogar” o autor sobre o sentido do poema, o uso de repetições ou

expressões...• Realização de actividades com base no poema (rimas, paráfrases,

sinónimos...reescrita)• Partilha de leitura (partes do poema por crianças diferentes) • Memorização do poema pelas crianças• Recitação• Criação de uma “antologia” pessoal com os poemas preferidos por cada criança

(Sugestões de Actividades da pag . 57 à 66 da Brochura) – texto nº6 na pag. 78)

Page 29: Ap coCompreensão de textos

Literatura para a Infância e Competência Leitor

Page 30: Ap coCompreensão de textos

 Literatura Infantil e promoção da leitura

Pressupostos… • Ninguém nasce leitor e ninguém nasce não leitor

• A leitura é uma actividade e resulta de uma aprendizagem progressiva e lenta

• As experiências leitoras motivadoras ou, pelo contrário, desmotivadoras influenciam de forma determinante o processo

• O contexto familiar e o escolar influenciam decisivamente o processo

• Muitas das leituras realizadas por adolescentes e jovens são instrumentais

• O fracasso nas primeiras leituras tende a criar uma barreira entre os indivíduos e os livros

Page 31: Ap coCompreensão de textos

Funções da Literatura Infanto-Juvenil

 • Formar o leitor

• Divertir e entreter o leitor

• Colaborar na construção da sua personalidade

• Colaborar na forma de compreensão/organização do mundo e da realidade

• Possibilitar um contacto com o “maravilhoso” e com o universo onírico

• Desenvolver competências sociais, linguísticas, narrativas e literárias

Page 32: Ap coCompreensão de textos

Variedade de livros para as crianças • Álbuns• B.D.• Recolhas de contos• Novelas• Romances• Adaptações de histórias populares ou de clássicos de literatura• Poesia (colectâneas)• Textos dramáticos• e-books• Livro brinquedo (de pano, de banho, fantoche,…)• Livros de imagens• Livros documentário

Page 33: Ap coCompreensão de textos

• Actua no contexto familiar:

– Pais– Irmãos– Avós– Etc.

• Actua no contexto escolar– Professor– Bibliotecário– Animador social

– Etc.

• Ser um leitor habitual• Compartilhar e transmitir o gosto pela leitura• Conhecer o grupo e ser capaz de promover a participação• Acreditar verdadeiramente na sua actividade de mediador (entusiasmo)• Possuir alguma imaginação e criatividade• Aceder a informação suficiente e actualizada• Possuir alguma formação literária básica

O Mediador de leitura / Requisitos necessários a um mediador de leitura

(1) (em contexto familiar ou não)

Page 34: Ap coCompreensão de textos

Funções do adulto mediador do processo de leitura

 • Criar e fomentar hábitos de leitura

• Ajudar a ler por ler, distinguindo a leitura obrigatória da leitura voluntária

• Orientar as leituras extra-escolares

• Coordenar e facilitar a selecção das leituras segundo a idade, o desenvolvimento e os interesses dos destinatários

• Preparar, desenvolver e avaliar as actividades de animação e de promoção da leitura

Page 35: Ap coCompreensão de textos

Dificuldades do mediador em contexto escolar originadas por:

 • Aprendizagem dos mecanismos de escrita e leitura demasiado mecanizada, sem atender à compreensão

• Tendência para associar livro a manual ou livro de estudo

• Excessiva instrumentalização da leitura

• Associação da leitura a uma actividade aborrecida

• Não adequação das leituras às idades dos leitores e ao seu desenvolvimento

• Falta de ambiente de leitura

• Insuficiente dotação das bibliotecas escolares e ausência de profissionais (com formação específica) nesses espaços

Page 36: Ap coCompreensão de textos

Requisitos necessários a um mediador de leitura (2) (em contexto escolar) • Conhecer

– O processo de leitura e as competências que facilitam a leitura

– Um determinado cânone de leituras literárias, fora do âmbito das leituras escolares obrigatórias

– Alguma teoria e prática de técnicas e estratégias da animação da leitura– A Literatura Infanto-Juvenil e os seus mecanismos editoriais

– A contextualização histórica da Literatura Infanto- Juvenil

– A evolução psicológica do indivíduo e a sua relação com a leitura

Page 37: Ap coCompreensão de textos

• Leitura obrigatória

– Realizada principalmente em contexto escolar– Instrumental– Realizada em presença do professor– Fragmentada– DEVER 

Leitura obrigatória versus Leitura voluntária

• Leitura voluntária

– Extra-escolar– Não instrumental– Individual e autónoma– De obras completas– DIREITO

Page 38: Ap coCompreensão de textos

O mediador em contexto familiar deve saber que…

• Ler não é perder tempo

• Ler é divertido

• Nem todos os livros agradam a toda a gente

• Não se pode obrigar ninguém a ler e que a leitura não pode ser entendida como um castigo

• É bom que os pais compartilhem leituras com os filhos

• É bom que os filhos observem os pais a ler, que visitem livrarias e bibliotecas juntos.

Page 39: Ap coCompreensão de textos

Leitura e animação da leitura • Para Glória Bastos (1999) deve fazer-se uma distinção entre a leitura individual e a animação da leitura. Se a leitura é um acto individual, voluntário, silencioso, que exige esforço, atenção e concentração num ambiente calmo, a animação de leitura é um acto colectivo, social, dirigido que implica ruído, mobilidade com um carácter lúdico, festivo e gratuito.

Desta forma, a animação implica estratégias como a leitura em voz alta, da parte de professor e dos alunos bem como momentos partilha de leitura e debate em grupo e até elaboração de textos diversos sobre as leituras feitas. Segundo esta autora neste domínio não há "receitas infalíveis nem fórmulas mágicas, mas é na variedade das experiências tentadas e na troca de conhecimentos, que cada animador vai ganhando confiança“ O animador deve ser um entusiasta na leitura e um trabalho de animação deve ser um trabalho sistemático, recorrendo a uma grande diversidade de estratégias

Page 40: Ap coCompreensão de textos

 • Animação da leitura

– Actividades esporádicas, avulsas e não avaliadas, realizadas em diferentes contextos e com objectivos diversificados

– Exposições; dramatizações; actividades de expressão plástica suscitadas pela leitura

• Promoção da leitura

– Actividades precedidas por uma avaliação e enumeração dos objectivos pretendidos, organizadas em torno da leitura que constitui a actividade central

– Actividades continuadas e realizadas em grupos reduzidos e sujeitas a avaliação regular

Animação da leitura Versus Promoção da Leitura

Page 41: Ap coCompreensão de textos

Actividades de animação/promoção do livro e da leitura... (1) • “Hora do conto” realizada por diferentes pessoas e em diferentes contextos e que inclui a leitura em voz alta e a sua preparação/motivação

Exposições– de autores, – de ilustradores,– de livros, – temáticas, – de trabalhos dos leitores• Dramatização e encenação– Sombra chinesa, marionetas, mímica

• Ilustração• Reconto/recriação dos textos• Contactos com autores e ilustradores• Comemoração do dia Mundial da Poesia (21 de Março) Dia Internacional do Livro Infantil (2 de Abril) e do Dia do Livro (23 de Abril)

Page 42: Ap coCompreensão de textos

Actividades de animação/promoção do livro e da leitura... (2)

 • Destaque de novidades editoriais e/ou preferências dos leitores ou até do bibliotecário (“a escolha de...”)

• Formas de exposição diferentes

• Concursos e prémios (leitores mais assíduos, etc.)

• Jornal de parede com opiniões sobre as leituras realizadas

• Escrita criativa e lúdica

• Jogos a partir das leituras realizadas

• Publicação de textos/trabalhos dos leitores

Page 43: Ap coCompreensão de textos

Pequenas dicas para animar/promover a leitura (1) • Criar um espaço agradável onde os alunos possam folhear e consultar livros

• Exibir cartazes e imagens sobre a leitura

• Acompanhar a leitura em voz alta de adereços (objectos, filmes, música…)

• Mostrar às crianças livros de diferentes tipos

• Falar sobre as leituras de que o adulto gosta, os livros que o marcaram, como lê e onde, o que lê e o que faz aos livros (cf. “Os meus livros” do Público)

• Expor as capas dos livros em vez de os arrumar nas prateleiras

• Apresentar livros novos, livros premiados ou outros regularmente

• Dar visibilidade às opiniões das crianças sobre os livros e as leituras realizadas

Page 44: Ap coCompreensão de textos

Pequenas dicas para animar/promover a leitura (2) • Fazer recomendações de livros para ler nas férias

• Divulgar programas e actividades de leitura fora do contexto escolar (biblioteca, por exemplo)

• Recomendar sites que tenham a ver com a leitura

• Organizar e dinamizar clubes de leitura

• Incentivar os pais a participarem nas actividades de promoção da leitura

• Incentivar as crianças a escolherem os livros que querem ler

• Promoção de uma biblioteca de “recreio” (cf. com biblioteca de praia ou de jardim)

Page 45: Ap coCompreensão de textos

Dicas aos pais e educadores... (1) • Ler e (re)contar histórias, explorando ilustrações e promovendo a participação da criança

• Ouvir as histórias da criança e incentivá-la a contar

• Realizar alguns registos de histórias da criança e relê-los em voz alta

• Preservar momentos de leitura partilhada, mesmo quando a criança já souber ler

• Evitar impor os gostos pessoais às crianças

• Tentar incluir, regularmente, na lista de compras um livro

• Distinguir a leitura obrigatória da leitura voluntária e chamar a atenção para a necessidade de ambas

Page 46: Ap coCompreensão de textos

Aos pais e educadores... (2) 

• Conhecer alguns livros para os mais novos e procurar informações sobre eles

• Visitar com as crianças, de forma regular, bibliotecas, feiras do livro, livrarias…

• Manusear com as crianças (e deixá-las manusear livremente) livros ilustrados, comentando e observando

• “Brincar com os livros”, com as suas palavras, imagens, formas…

• Dar livros às crianças antes mesmo de saberem ler

• Não instrumentalizar totalmente a leitura (ler para outras coisas…)

Page 47: Ap coCompreensão de textos

Aos pais e educadores... (3)

• Sugestões de jogos para brincar com as palavras

– Rimas– Lenga-lengas e trava-línguas– Canções infantis– Adivinhas e provérbios • Sugestões de jogos para brincar com as histórias

– Introdução de erros– Exploração de títulos– Recriação de excertos– Dramatizações– Exploração de elementos comuns (ex: personagens; espaços; animais; segredos; maçãs; etc.)– Arca dos contos de Maria Teresa Meireles

Page 48: Ap coCompreensão de textos

Preparação da audição de histórias (contadas ou lidas) • Criação de um ambiente de expectativa, de curiosidade e de interesse sobre a actividade a realizar:

– Observação da capa do livro e do título

– Exploração das ilustrações e do aspecto gráfico

– Comentário livre, por parte da criança, do conteúdo da história ou reinvenção da mesma

– Memorização de fórmulas iniciais e finais dos contos

– Compreensão e comentário do conteúdo das histórias

– Identificação das sequências da narração, personagens

– Reconto de textos ouvidos

– Jogo com rimas, ritmos, sons e palavras do texto

Page 49: Ap coCompreensão de textos

Porquê também oTexto poético?

 Sophia de Mello Breyner Andresen - Arte Poética V

“Na minha infância, antes de saber ler, ouvi recitar e aprendi de cor um antigo poema tradicional português, chamado Nau Catrineta. Tive assim a sorte de começar pela tradição oral, a sorte de conhecer o poema antes de conhecer a literatura.Eu era de facto tão nova que nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas julgava que eram consubstanciais ao universo, que eram a respiração das coisas, o nome deste mundo dito por ele próprio.Pensava também que, se conseguisse ficar completamente imóvel e muda em certos lugares mágicos do jardim, eu conseguiria ouvir um desses poemas que o próprio ar continha em si….

Page 50: Ap coCompreensão de textos

…No fundo, toda a minha vida tentei escrever esse poema imanente. E aqueles momentos de silêncio no fundo do jardim ensinaram-me, muito tempo mais tarde, que não há poesia em silêncio, sem que se tenha criado o vazio e a despersonalização. Um dia em Epidauro – aproveitando o sossego deixado pelo horário do almoço dos turistas – coloquei-me no centro do teatro e disse em voz alta o princípio de um poema. E ouvi, no instante seguinte, lá no alto, a minha própria voz, livre, desligada de mim.Tempos depois escrevi estes três versos: A voz sobre os últimos degraus Oiço a palavra alada impessoal Que reconheço por não ser já minha.”

Page 51: Ap coCompreensão de textos

 Formas e linguagem do Texto poético • Influências populares e tradicionais (lengalengas e trava-línguas, rimas infantis, etc.)

• Reinvenção verbal

• Repetições de fonemas ou de combinações fonemáticas idênticas

• Criação de efeitos onomatopaicos

• Jogos rimáticos

• Aliterações (figura de estilo que consiste na repetição das mesmas letras, sílabas ou sons, na mesma

frase (ex.: o vento move as árvores e voam as folhas), assonâncias (conformidade ou semelhança de

sons ; aproximação fonética das vogais tónicas de duas palavras), jogos de paronímia (relação entre palavras com pronúncias e grafias parecidas mas significados diferentes)

• Sugestões fono-icónicas• Culto de formas codificadas (dístico, terceto, quadra, quintilha, redondilha)• Estruturas paralelísticas (refrão e inúmeras repetições)  

Page 52: Ap coCompreensão de textos

Vantagens do Texto Poético

 • Aumento da consciência fonológica da criança

• Desenvolvimento das representações sobre a leitura e a escrita

• Ligação da criança ao contexto e também a uma cultura e a uma tradição

• Valorização da dimensão oral da comunicação literária e artística

• Motivação para a vertente estética e lúdica da literatura

• Percepção dos sentidos plurais de um texto e da existência de variantes de um mesmo texto

• Promoção do gosto pela leitura – valorização do “ler antes de ler”

• Valorização da compreensão leitora

Page 53: Ap coCompreensão de textos

Conclusões• Importância que o “jogo” revela na construção dos sentidos dos vários livros, a vários níveis:– Sonoro (fónico)– Semântico– Gráfico (visual) • Articulação muito próxima e perfeita entre linguagens diferentes (palavra e imagem)• Paralelismos e repetições• Situações e contextos próximos dos dos leitores, promovendo o reconhecimento e a adesão (casa, animais, rotinas, comportamentos)• Motivação do desejo de repetir e recriar as leituras, no caminho da “autonomização” da leitura• Álbuns para a primeira infância (2 a 7 anos), com todas as características definidas para este tipo de publicações 

Literatura Infantil /Compreensão da Leitura de textos

Page 54: Ap coCompreensão de textos

Conclusões gerais • Exigência de formação contínua e actualizada dos mediadores de leitura

• Distinção entre animação e promoção da leitura

• Desenvolvimento de diferentes competências (fonológicas, linguísticas, literárias, narrativas, culturais, sociais, intertextuais, …) da criança através da leitura

• Diversidade da produção literária de potencial recepção infantil, exigindo uma escolha cuidada e criteriosa.

Page 55: Ap coCompreensão de textos

55

Desde o momento em que aprendi a ler, o mundo imaginário dentro da minha cabeça ficou adornado com constelações de letras.

[...]Era como se uma máquina se tivesse instalado entre as partes visual e cognitiva do meu cérebro para traduzir letras em sílabas...

Orhan Pamuk (Istambul)Prémio Nobel da Literatura em 2006

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos

FIM

Page 56: Ap coCompreensão de textos

56

Bibliografia recomendada

• Morais, J. (1997). A Arte de Ler. Lisboa: Cosmos

• Sim-Sim, I. (org)(2006). Ler e Ensinar a Ler. Porto: Edições ASA

• Viana, F. L. & Teixeira,M. (2002). Aprender a Ler: Da aprendizagem informal à aprendizagem formal. Porto: Edições ASA

• Sim-Sim, I. (s/d). O Ensino da leitura: A Decifração (no prelo)

• Sim-Sim, I. (2007). O Ensino da leitura: A Compreensão de Textos. Lisboa: DGIDC

O Ensino da Decifração e a Compreensão de Textos