7
05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 1/7 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS A utilização de agroquímicos é um fator importante na manutenção de altas produtividades agrícolas, sendo assim, o desenvolvimento e a aplicação desses produtos vêm aumentando rapidamente a nível mundial, desde meados da década de 40. Entretanto, devem ser considerados os efeitos da produção, formulação, transporte, manuseio, armazenamento e aplicação dos defensivos agrícolas sobre o meio ambiente, visto serem a maioria deles poluidores ou contaminantes ambientais. O emprego de agroquímicos apresenta dois pontos cruciais para o ambiente: eles são biocidas e alguns muitos persistentes, podendo ser transportados para outros locais por água e vento, por exemplo, e também acumular em cadeias alimentares. As ciências diretamente relacionadas, Entomologia, Fitopatologia, Matologia, Acarologia, Nematologia, etc., fornecer as informações necessárias para se lançar mão das diferentes formas de controle do problema fitossanitário. Uma vez optado pelo controle químico, e a época correta de seu uso, cabe o processo de aplicação garantir que o controle seja efetuado com eficiência, economia e segurança. A aplicação eficiente tem como finalidade à colocação do produto no alvo para que o mesmo atue com a esperada eficácia. A determinação da dosagem e os procedimentos operacionais estão diretamente relacionados com a economia. Finalmente a proteção dos aplicadores, dos consumidores dos produtos produzidos na área tratada e do próprio ambiente, estão Intrinsecamente ligados à segurança. O objetivo da aplicação de produtos químicos para o controle de pragas e doenças, é cobrir o alvo com a máxima eficiência e o mínimo esforço. A primeira fase e a essencial de todo o processo é a identificação do alvo biológico, sendo este um dos aspectos mais negligenciados das operações de aplicações de agroquímicos. Isto não significa dizer que seja preciso um filme contínuo de fungicida, porém, se torna necessário uma cobertura tão tensa que nenhum esporo de fungo se depositará, sem fazer contato com uma partícula próxima de fungicida. Além da indefinição do “alvo biológico”, ou seja, do exato local onde deverá ser aplicado o produto químico, os agricultores em geral se defrontam, diuturnamente, com vários problemas que dizem respeito à tecnologia de aplicação de agroquímicos. Embora haja uma diferenciação para os diversos controles, os agricultores utilizam os mesmos equipamentos de aplicação, sejam eles: costais manuais (de pressão contínua ou de pressão retida), sistema mangueira e lanças, polvilhadeiras e outros. 1 – Pesquisadores CEPLAC-CEPEC-SEFIT 2 – Pesquisador - EBDA O ALVO BIOLÓGICO A tecnologia da aplicação de defensivos agrícolas apresenta limites bastante definidos, de um lado, o equipamento responsável pela pulverização propriamente dita: formação e impulsão de gotas de uma calda (mistura, suspensão ou diluição) e do outro, a superfície ou local onde as mesmas serão depositadas chamado de “alvo biológico”. Os parâmetros ambientais (temperatura, ventos, correntes de convecção, umidade relativa do ar, etc.) a máquina ou equipamento utilizado (tipo, regulagens, velocidade, etc.) e a superfície a ser tratada (folhas, caule, frutos, solo, insetos em vôo, etc..), são os principais elementos que determinam, em cada caso um comportamento ideal do defensivo até o “alvo biológico”. A partir dessa informação, chegaremos a um componente de pulverização (bico ou turbina do pulverizador) e finalmente a máquina, seja ela manual, tratorizada ou mesmo equipamento aéreo.

Aplicação de agroquímicos

Embed Size (px)

Citation preview

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 1/7

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS

A utilização de agroquímicos é um fator importante na manutenção de altasprodutividades agrícolas, sendo assim, o desenvolvimento e a aplicação dessesprodutos vêm aumentando rapidamente a nível mundial, desde meados da década de40. Entretanto, devem ser considerados os efeitos da produção, formulação,transporte, manuseio, armazenamento e aplicação dos defensivos agrícolas sobre omeio ambiente, visto serem a maioria deles poluidores ou contaminantesambientais.O emprego de agroquímicos apresenta dois pontos cruciais para o ambiente: elessão biocidas e alguns muitos persistentes, podendo ser transportados para outroslocais por água e vento, por exemplo, e também acumular em cadeias alimentares.

As ciências diretamente relacionadas, Entomologia, Fitopatologia, Matologia,Acarologia, Nematologia, etc., fornecer as informações necessárias para se lançarmão das diferentes formas de controle do problema fitossanitário. Uma vez optadopelo controle químico, e a época correta de seu uso, cabe o processo de aplicaçãogarantir que o controle seja efetuado com eficiência, economia e segurança.

A aplicação eficiente tem como finalidade à colocação do produto no alvo para que omesmo atue com a esperada eficácia. A determinação da dosagem e osprocedimentos operacionais estão diretamente relacionados com a economia.Finalmente a proteção dos aplicadores, dos consumidores dos produtos produzidos naárea tratada e do próprio ambiente, estão Intrinsecamente ligados à segurança.

O objetivo da aplicação de produtos químicos para o controle de pragas e doenças, écobrir o alvo com a máxima eficiência e o mínimo esforço. A primeira fase e aessencial de todo o processo é a identificação do alvo biológico, sendo este um dosaspectos mais negligenciados das operações de aplicações de agroquímicos. Isto nãosignifica dizer que seja preciso um filme contínuo de fungicida, porém, se tornanecessário uma cobertura tão tensa que nenhum esporo de fungo se depositará, semfazer contato com uma partícula próxima de fungicida.

Além da indefinição do “alvo biológico”, ou seja, do exato local onde deverá seraplicado o produto químico, os agricultores em geral se defrontam, diuturnamente,com vários problemas que dizem respeito à tecnologia de aplicação de agroquímicos.Embora haja uma diferenciação para os diversos controles, os agricultores utilizamos mesmos equipamentos de aplicação, sejam eles: costais manuais (de pressãocontínua ou de pressão retida), sistema mangueira e lanças, polvilhadeiras e outros.

1 – Pesquisadores CEPLAC-CEPEC-SEFIT2 – Pesquisador - EBDA

O ALVO BIOLÓGICO

A tecnologia da aplicação de defensivos agrícolas apresenta limites bastantedefinidos, de um lado, o equipamento responsável pela pulverização propriamentedita: formação e impulsão de gotas de uma calda (mistura, suspensão ou diluição) edo outro, a superfície ou local onde as mesmas serão depositadas chamado de “alvobiológico”.

Os parâmetros ambientais (temperatura, ventos, correntes de convecção, umidaderelativa do ar, etc.) a máquina ou equipamento utilizado (tipo, regulagens,velocidade, etc.) e a superfície a ser tratada (folhas, caule, frutos, solo, insetos emvôo, etc..), são os principais elementos que determinam, em cada caso umcomportamento ideal do defensivo até o “alvo biológico”.

A partir dessa informação, chegaremos a um componente de pulverização (bico outurbina do pulverizador) e finalmente a máquina, seja ela manual, tratorizada oumesmo equipamento aéreo.

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 2/7

PARÂMETROS PRINCIPAIS DA MECÂNICA DE APLICAÇÃO

1- Espectro de gota. É a classificação das gotas, em percentagem de volume ou denúmero de gotas, o qual é homogêneo quando todas as gotas são do mesmotamanho, e heterogêneo, quando o tamanho das gotas é diferente. Uma pulverizaçãoheterogênea com espectro de gotas resultará por um lado, em gotas grandes queescorrerão pelos alvos, representando perda de produto químico e poluiçãoambiental e por outro lado, gotas pequenas que serão levadas pelos ventos (deriva)e finalmente uma quantidade pequena de gotas que será aproveitada.A vantagem de operar com gotas pequenas é evidenciada pela densidade teórica,obtida com um litro de calda sobre uma superfície plana, conforme apresentada noquadro 1.

Quadro 1 - Densidade teórica de gotas de diversos diâmetros obtida na aplicação deum litro de calda por hectare.

Diâmetro de Gotas Área Coberta Número de Gotasmicra por mm² por cm²

10 1,500 19.09920 0,750 2.38740 0,375 29850 0,249 8880 0,188 37100 0,149 19120 0,124 11140 0,108 7200 0,075 2,4400 0,038 0,3

1.000 0,015 0,02

Os equipamentos pulverizadores normalmente utilizados na agricultura, que utilizembicos, discos, cilindros rotativos, ou se baseiem no princípio da pulverizaçãopneumática, geram gotas com diâmetros variados. A amplitude deste espectrodepende da qualidade do equipamento e de diversas características operacionais.

O comportamento, à distribuição e a deposição das gotas é consideravelmenteafetada pelo seu tamanho. Desse modo, ao selecionar um equipamento para dadotratamento, é essencial o conhecimento do tamanho das gotas produzidas e quandoelas atingem o alvo.

2. Faixa de deposição. Define a quantidade de princípio ativo ou de gotas aplicadaspor unidade de área, ao longo de uma faixa tratada longitudinal e transversalmente.Essa distribuição de gotas na faixa é de grande importância na análise de umtratamento.

A melhor distribuição é aquela que acompanha o mais próximo possível a localizaçãoda praga ou doença a ser controlada e o faz de maneira contínua. Dizemos que umafaixa de deposição é descontínua quando numa mesma área tratada, encontramospontos em que a dosagem do princípio ativo ou a quantidade de gotas depositadas édiferente.

3. Tamanho de gota. A nuvem de gotas pode ser formada ou composta de gotasgrandes e/ou pequenas, homogêneas ou não. Para se expressar numericamente otamanho e a uniformidade das gotas ou as características do fluxo pulverizado,utiliza-se de vários parâmetros, o VMD (ou DMV) e o NMD.

O VMD (ou DMV) se refere ao diâmetro da gota que divide o volume pulverizado em

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 3/7

duas partes ou metades iguais, isto é: metade do volume das gotas pulverizadas émaior do que o VMD e a outra metade é constituída de gotas menores que essevalor.

4. Densidade de gota. Refere-se à quantidade de gotas por unidade de área. Esseparâmetro tem grande importância no controle de pragas e doenças, quando seutilizam na aplicação baixo e ultra - baixo volumes. Com o uso de gotas cada vezmenores e com produtos mais concentrados, as gotas tornam-se mais letais e onúmero de gotas por unidade de área, juntamente com o volume médio, dão aquantidade de produto ativo depositado sobre o alvo.

Como parâmetros utilizam-se as seguintes coberturas para produtos não sistêmicosou de baixa translocação, atendendo ainda as condições climáticas existentes(Anônimo (1), Lacombe (11), Matthews (14)).

Herbicida - 20 a 30 gotas/cm2 com diâmetros de 200 a 300 micra.Inseticida - 50 a 70 gotas/cm2 com diâmetros de 50 a 200 micra.Fungicida - 70 a 100 gotas/cm2 com diâmetros de 100 a 200 micra.

À medida que se reduz o volume de aplicação, a tendência é utilizar gotas menores.O número e tamanho de gotas que se depositam por unidade de área do solo ou dasuperfície foliar desempenha um papel preponderante na eficácia das aplicações.

5. Deriva das gotas. A “velocidade de queda livre” de uma gota é o resultado daação do peso da gota e da resistência do ar no movimento da mesma, quando cessao seu impulso inicial de lançamento. A “redução do diâmetro” da gota aumenta aresistência do ar em relação ao peso; acarretando menor velocidade de queda livre.

Por outro lado, o vento lateral e as correntes ascendentes de ar, tendem a“carregar” ou “arrastar” as gotas. Este arraste é tanto maior quanto menor for agota.

Uma gota com determinado diâmetro arrastada pelo ar terá uma predeterminadavelocidade de queda, ao passo que, em um ar completamente parado, (condição quejamais existe), a depender da altura de queda de onde foi liberada, do seu tamanhoe do seu peso, ela se depositará numa superfície horizontal após certo tempo. Istose deve a um aspecto natural que está sempre presente, que é à força da gravidade.

Um outro fenômeno que varia constantemente é movimento do ar, seja elehorizontal ou vertical.

O tamanho de gotas mais propenso à ação das forças retromencionadas é aquelasinferiores a 100 micra. Existem bicos desenhados de modo a eliminar a maior partedessas gotas “deriváveis” (bicos Raindrop). Entretanto, na maioria dos bicos, querseja cônico ou leque, o maior número de gotas formadas é geralmente o de menortamanho, porém este número corresponde apenas a uma pequena parte do volumetotal pulverizado. Gotas de tamanho inferior a 100 micra ficam sujeitas às variaçõesdas correntes de ar, sejam estas ascendentes, descendentes ou laterais (deriva).

6. Evaporação. A superfície de uma gota é relativamente grande quando comparadaao seu volume. Isto faz com que a taxa de evaporação de uma gota cresça com adiminuição do diâmetro da mesma. Fato esse, de que para um dado volume delíquido, quanto menor o tamanho das gotas produzidas por um determinadopulverizador, maior a superfície coberta pelas mesmas, a qual é (quanto maior asuperfície, maior a evaporação), diretamente influenciada pela temperatura eumidade relativa do ar.

Os sistemas atuais de ultrabaixo volume utilizam como veículo do princípio ativo,formulação com óleos minerais o que diminui o índice de evaporação da mistura.Para melhor compreensão do problema da evaporação, ver quadro abaixo:

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 4/7

Tempo de “vida” da gota de água e distância de queda

Temperatura (ºc) 20 30AT (ºc) 2,2 7,7

Umid. Rel. (%) 80 50

Inicial (um) Tempo atéextinção

Distância daqueda

Tempo atéextinção

Distância daqueda

50 14 s 12,7 cm 4 s 3,2 cm100 57 s 6,7 m 16 s 1,8 m200 227 s 81,7 m 65 s 21,0 m

7. Cobertura de penetração. É a capacidade do defensivo aplicado atravessar ascamadas externas da folhagem, atingindo os pontos do interior da planta. Demaneira geral, as gotas pequenas penetram melhor nas plantas com grandedensidade de folhas. Tanto o vento natural como o vento produzido por ventiladores,influem auxiliando diretamente na penetração e distribuição do defensivo.

Para se efetuar uma boa cobertura dependemos de algumas variáveis como,características da praga visada e do produto usado. Quando as pragas são lagartasque se movimentam continuamente e estão sempre expostas na superfície dasfolhas, o contato dessas com os inseticidas é muito fácil, mesmo que a deposiçãoseja irregular. Por outro lado, quando a praga ou doença é de pouca ou nenhumamobilidade, o contato com o defensivo só é obtido quando se efetua uma boacobertura.

Com relação ao produto utilizado, obtém-se diferenças quando da aplicação, podendoter uma ação de contato ou sistêmica. Na ação de contato, é necessário que oproduto atinja diretamente a praga, ou que esta entre posteriormente em contatocom ele, daí, a necessidade de uma boa cobertura. No segundo caso, ação sistêmica,o produto é absorvido pelas folhas e translocado através da seiva, que leva até alocalização da praga.

8. Volume da Aplicação. A tendência atual é reduzir o volume de líquido aplicado, oque leva à necessidade de gotas menores para melhor cobertura. Os trabalhos maisrecentes mostram que partículas em torno de 80 a 100 micra dão o mais alto índicede uniformidade de deposição, para a maioria das velocidades do ar.

A pulverização a baixo volume utiliza um volume médio da ordem de 60 micra. Oimportante é que pouca ou nenhuma deposição é feita com partículas menores que30 micra. Por outro lado, gotas muito grandes acarretam desperdício de defensivo,os quais são depositados em excesso nas superfícies externas das plantas, nãoatingindo os pontos internos (alvos). A redução do volume de líquidos leva ànecessidade de uma tecnologia mais apurada, tanto da parte do construtor doequipamento, quanto da parte do técnico em aplicação.

Na aplicação via líquida, é usual classificar o processo em função do volume de caldaaplicado por hectare. Nos quadros 2 e 3, são apresentadas as diferentes classes deaplicação via líquida, segundo diversos autores.

Vê-se que não há concordância nos limites de classes entre as propostas. Entretanto,a proposta de MATTHEWS, é a que parece reunir maior número de adeptos.

Atualmente existe um consenso entre os principais pesquisadores que a denominação“volume alto” seja dada à aplicação feita até além da capacidade de retenção dasfolhas, de tal modo que haja escorrimento. NESSE TIPO DE APLICAÇÃO, O DEPÓSITODE PRODUTO QUÍMICO É PROPORCIONAL À CONCENTRAÇÃO DA CALDA UTILIZADA E

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 5/7

INDEPENDENTE DO VOLUME. PORTANTO, A INDICAÇÃO DE DOSAGEM PARA AMODALIDADE DE ALTO VOLUME OU MAIS CORRETAMENTE VOLUME ALTO, ÉMENCIONADA VIA CONCENTRAÇÃO (POR EXEMPLO, 200 GR. /100 LITROS DE ÁGUA –OU 0,2%).

Em contraposição ao volume alto, o volume ultrabaixo ou ultrabaixo volume é hojedefinido como o volume mínimo por unidade de área para se alcançar um controle,independente de um limite.

É IMPORTANTE SABER QUE O VOLUME DE APLICAÇÃO (L/HA) NÃO TEM INFLUÊNCIADIRETA NO RESULTADO BIOLÓGICO, POIS A QUANTIDADE DE VEÍCULO DEAPLICAÇÃO (ÁGUA, ÓLEO, ETC...) POR UNIDADE DE ÁREA TEM A FINALIDADE ÚNICADE DILUIR, TRANSPORTAR E FACILITAR A DISTRIBUIÇÃO DO INGREDIENTE ATIVOSOBRE A SUPERFÍCIE ALVO (SOLO, PLANTAS), COM A COBERTURA REQUERIDA.

Quadro 2 - Categorias de aplicação via líquida segundo ASAE (Standard S 327/1974),adaptado para sistema métrico.

Designações Volume (litro/hectare)Ultra – ultra baixo volume (U-UBV) < 0,5

Ultra baixo volume (UBV) 0,5 – 5Baixo volume (BV) 5 - 50Médio volume (MV) 50 – 500Alto volume (AV) > 500

Quadro 3 - Categoria de aplicação via líquida segundo MATTHEWS (1979).

Designação Volume (litro/hectare)culturas de campo culturas arbóreas

Volume alto > 600 > 1000Volume médio 200 - 600 500 - 1000Volume baixo 50 - 200 200 - 500

Volume muito baixo 5 - 50 50 - 200Volume ultra-baixo < 5 < 50

9. Bicos de pulverização. Nos bicos o líquido sob pressão passa ao exterior atravésde um orifício, produzindo uma película que vai aumentando gradativamente a suasuperfície e conseqüentemente diminuindo a espessura, até romper-se em pequenasgotas.

A pressão de pulverização tem efeito direto sobre a vazão, no diâmetro de gotas enas características de deposição. Na maioria dos bicos, a vazão se aproxima de umarelação diretamente proporcional à raiz quadrada da pressão. Gotas pequenas podemser obtidas pelo aumento da pressão ou pela redução do diâmetro do orifício desaída.

O formato do bico e a maneira como o líquido passa através do mesmo, teminfluência sobre a faixa de deposição e sobre o espectro de gotas. Bico com orifíciocircular apresenta jato cônico e deposição circular, bico com orifício em forma derasgo origina jato em forma de leque e deposição linear.

OBSERVAÇÃO: É necessário frisar que o aumento da pressão acima da pressãorecomendada pelo fabricante, não leva necessariamente as gotas a uma distânciamaior. Podendo acontecer o inverso, ou seja, aumentando a pressão, haverá adiminuição do tamanho das gotas as quais terão pouco peso e a distância percorridapelas mesmas diminuirá, não importando a força com que sejam lançadas.

PULVERIZADOR COSTAL MOTORIZADO

O pulverizador costal motorizado é um equipamento que aplica líquido dividido em

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 6/7

gotas de diversos tamanhos, possui motor próprio e é transportado no dorso dooperador. Para um completo entendimento do modo de operação deste tipo deequipamento, visando assegurar uma alta eficiência de controle, se torna necessárioo exame de todos os aspectos que contribuem para otimizar a aplicação deagroquímicos.

O tamanho de gotas geradas por esses equipamentos, varia em função de fluxo dear e fluxo de líquido. Como o fluxo de ar é basicamente constante (embora comrelação ao volume e velocidade de ar gerado por eles, exista uma variaçãodependendo do fabricante e de suas especificações técnicas), pois os pulverizadoresmotorizados devem trabalhar com toda a aceleração, o tamanho de gotas varia emfunção do fluxo de líquido, este, não é constante, pois depende do dosador, ou daposição da torneira que o regula.

Geralmente os pulverizadores costais motorizados vêm acompanhados por uma sériede dosadores de diferentes vazões ou são equipados com torneira graduada, comvazões crescentes, à medida que se abre o seu curso.VAZÃO -É quantidade de líquido aplicado por unidade de tempo.Ex: 05 litros por minuto. Este conhecimento é importante para definir o volume decalda fungicida a ser aplicado por touceira.Nesses pulverizadores, as gotas são formadas nos bocais, os quais apresentamcaracterísticas e potencialidades diferentes de acordo com cada fabricante (bocaisUltra Baixo Volume, Longo alcance, Curto alcance, etc...) O líquido (calda) que sedeseja aplicar é lançado numa corrente de ar de alta velocidade que é fragmentado.O líquido que se encontra no tanque, pode chegar até os bocais de duas maneiras:a) Através de força, de gravidade ou pressão aplicada (pressão positiva – variável).b) Efeito venturi (sucção – (pressão negativa – variável).

EQUIPAMENTOS MANUAIS EM USO

Pulverizador a pressão com jato lançado - costal manual (pulverizador costalmanual). Pulverizador de pressão retida e jato lançado – costal. Equipamentos detanque metálico totalmente vedado para não ocorrer perda de ar. Usam arcomprimido mais não tem bomba pneumática incorporada ao aparelho. O maiscomum é serem de aço inoxidável resistentes a elevada pressão injetada juntamentecom a calda ou após esta. Para maior eficiência deve conter uma válvula reguladorade pressão. São usados preferencialmente na aplicação de herbicidas em locais ondeos tratorizados não podem entrar ou não fariam um trabalho satisfatório. Pulverizador a pressão e jato lançado – costal de compressão prévia. Essesequipamentos possuem uma bomba pneumática para adicionar pressão ao tanque. Otanque é vedado para evitar perda de ar. Antes da pulverização o operador devecolocar pressão suficiente no tanque.Polvilhadora manual - como as bombas de matar formigas.Polvilhadora costal manual - máquinas acionadas manualmente.Polvilhadora costal motorizada - acionadas por um motor de dois tempos e odeslocamento se dá nas costas do operador.

COMPONENTES EM DESTAQUE

TANQUE DO PULVERIZADOR A PRESSÃO E JATO LANÇADO COSTAL COMCOMPRESSÃO PRÉVIA - recentemente, esse recipiente passou por grande melhoria,pois era construído de chapa galvanizada e foi substituída por aço inoxidável. A bocado tanque redimensionada facilita a limpeza interna, a bomba pneumática foimelhorada e válvula de segurança incorporada.

BARRA VERTICAL POSTERIOR - Maior eficiência no tratamento.BARRA HORIZONTAL POSTERIOR - Maior rendimento.VÁLVULA REGULADORA DA PRESSÃO - Essa válvula proporciona maior eficiência notratamento, pois controla a pressão da calda no bico. Se a pressão é inferior aoperacional estabelecida pela válvula, a calda não é pulverizada, ela tambémrestringe e limita a pressão de saída do líquido no bico de pulverização. Para operar

05/11/2014 Aplicação de Agroquímicos

http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo1.htm 7/7

satisfatoriamente a válvula deve ser colocada junto ao bico.

BICOS DE PULVERIZAÇÃO MAIS USADOS NA AGRICULTURA

Inegavelmente, os bicos são órgãos essenciais aos pulverizadores de pressão.Todo o esforço na defesa fitossanitária não passa de um desperdício se os bicos nãosão apropriadamente selecionados, instalados e conservados.

Um ponto fundamental no trabalho dos bicos é a pressão de pulverização. Além deatuar sobre a vazão, a pressão ainda determina o tamanho das gotículaspulverizadas. O diâmetro das gotículas é reduzido com o aumento da pressão.

Bicos mais usados na agricultura:

Bicos Cônicos - são denominados de cone sólido quando o cone é preenchido. Nosde cone vazio, o centro é desprovido de pulverização. São os mais recomendados naaplicação de inseticidas, fungicidas e herbicidas de contato.São conhecidos dois tipos de bicos de cone vazio:a) Tipo Disco que opera a pressão elevada e é indicado para aplicação desuspensões, como é o caso da calda cúprica;b) Tipo Ponta, que opera a menor pressão e apresenta pulverização mais fina. Érecomendado para aplicação de emulsões e soluções.

Bicos de LequeComo se pode inferir da denominação, estes bicos lançam a pulverização sob aforma de leque.

Bicos de Impacto (“Floodjet”)São de uso corrente na aplicação de herbicidas, devido à produção de gotículasgrandes, que apresentam menor arraste pelo vento.

Antonio Zózimo de Matos Costa1

João Louis Pereira1

Jackson de Oliveira César2

Luis Carlos Lima1

1Pesquisadores da Ceplac; 2Pesquisador da EBDA