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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino de Línguas Estrangeiras As (Outras) Quatro Habilidades Disciplina: Tecnologias no Ensino de Línguas Estrangeiras Profa. Maria Aparecida Prof. William Alunos: Eder Ambrisio Rosane Rangel Rangel, 2012

As 4 novas habilidades

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Seminário apresentado na disciplina de NovasTecnologias, no curso de especialização "Ensino de Línguas Estrangeiras"

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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino de Línguas Estrangeiras

As (Outras) Quatro Habilidades

Disciplina: Tecnologias no Ensino de Línguas EstrangeirasProfa. Maria Aparecida

Prof. WilliamAlunos: Eder Ambrisio

Rosane Rangel

Rangel, 2012

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Expansão da tecnologia x novas formas de comunicação

Sob um prisma sociológico, estas mudanças levariam ao que alguns autores vêm chamando de informacionalismo em contraposição ao industrialismo.

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INDUSTRALISMO INFORMACIONALISMO

ênfase na mecanização do trabalho braçal, na obtenção de fontes de energia e na capacidade de descentralização do uso da energia nos processos de produção e circulação de mercadorias.

privilegia o uso de tecnologia no processamento da informação e no suporte à comunicação simbólica

aplicação do conhecimento aos processos de produção de mercadorias, está voltado para o crescimento da economia.

o conhecimento atua sobre o próprio conhecimento, gerando níveis cada vez maiores de acumulação de conhecimento e de complexidade no processamento da informação.

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INDUSTRIALISMO INFORMACIONALISMO

acesso à informação e ao conhecimento está limitado, por fatores socioeconômicos e geopolíticos

contribui para estratificação social crescente entre interagentes e receptores

restritos a opções “pré-empacotadas” e graus menores de interatividade, permitidos pela TV convencional, videocassetes, telefonia convencional, câmaras fotográficas convencionais, jornais, impressos, seleções musicais pré-gravadas em CDs, atendimento bancário convencional, etc.

selecionam seus circuitos de comunicação através de dispositivos como TV interativa digital, DVDs, telefones celulares, câmaras fotográficas digitais, Internet, programas de compartilhamento de música digitalizada, homebanking, etc

pessoas abastadas e de alto grau de instrução, capazes de selecionar seus circuitos multidirecionais de comunicação e obtenção de informação

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Contudo, o que vai efetivamente influenciar nesta questão é o uso que se faz dos equipamentos, ie, fazer uso como receptor e não como interagente.seja por falta de familiaridade com as máquinas e as formas de operá-las, pelo apego a certos hábitos de consumo da informação, ou simplesmente porque lhes falta o grau necessário de letramento digital.

Por esta razão, vem crescendo a criação de programas que permitem a interatividade a partir de um número determinado de opções pré-programadas, o que, por um lado, amplia o público consumidor, mas, por outro, afasta este público dos criadores dos programas, vedando um acesso mais interagente dessas ferramentas.

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Em contrapartida, muitos criadores de software autônomos têm se empenhado no desenvolvimento colaborativo e descentralizado de softwares chamados “livres” ou “de código aberto”, isto é, programas distribuídos gratuitamente e cujo código fonte é manipulável pelos usuários.

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Segundo Castells (1999, pág. 461):

“o preço a ser pago pela inclusão no sistema é a adaptação à sua lógica, à sua linguagem, a seus pontos de entrada, à sua codificação e decodificação”.

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Uma segunda vertente da investigação e reflexão relaciona-se às práticas de ensino de línguas na área de Aprendizagem de Línguas Auxiliada por Computadores (CALL) em comparação a Aprendizagem de Línguas em Rede (NBLT): seriam áreas distintas ou o renascimento de CALL? Ou expansão? Reconceptualização?

O que fica claro é a inequívoca influência do informacionismo sobre o ensino de línguas, buscando como tirar proveito do entrelaçamento entre as tecnologias da informação e da comunicação e o ensino-aprendizagem de línguas.

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Estudos estão sendo realizados também, com fins a verificar a efetividade da aprendizagem de línguas a distância. Neste sentido, White (2003, pag. 2) afirma que a atividade de ensinar-aprender línguas à distância (por meio da Internet, inclusive, mas não unicamente) exige, além da motivação do aprendiz, que os participantes – professores e alunos – adquiram novos papéis e desenvolvam novas habilidades.:

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OUTRAS HABILIDADES

Qual o sentido de habilidades no ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras?

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O informacionalismo demanda que professores e aprendizes ponham a língua-alvo em uso em eventos de comunicação significativos fazendo uso de mediação tecnológica, assim como o uso de de estratégias cognitivas e metacognitivas (Oxford, 1990) que o aprendiz pode/deve utilizar na facilitação do processo de aprendizagem da língua-alvo.

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uma integração satisfatória passa necessariamente por uma abordagem fundamentada no conceito de letramento digital.

o domínio técnico de interfaces eletrônicas e dos equipamentos digitais é de um conjunto maior de habilidades que os educadores precisam adquirir e ajudar seus aprendizes a desenvolver, a saber:

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“comunicação”:

capacidade de selecionar dentre as diversas tecnologias síncronas e assíncronas de comunicação mediada por computador (CMC) aquelas mais adequadas a seus propósitos de comunicação específicos e de lidar com questões de etiqueta, privacidade, segurança e publicidade online

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“construção”:

envolve habilidades tais como saber combinar de forma eficaz texto escrito, imagem e som por meio do hipertexto, saber hospedar, manter, administrar e promover seus próprios websites e saber lidar com questões de propriedade intelectual, censura e segurança eletrônica;

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“leitura/pesquisa”,

inclui habilidades tais como a de selecionar tecnologias de busca e pesquisa, a de formular perguntas de pesquisa e utilizar palavras chave de forma eficaz, a de citar fontes online corretamente, a de avaliar o nível de autoridade e expertise das fontes consultadas, a de categorizar e subcategorizar resultados de busca e, especialmente a de “mapear” ideias e conceitos de forma não-linear.

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Tendo como certo o fato de que, em um grupo de aprendizes, há diferentes níveis de letramento, assim também aconteceria no letramento digital.

Em Buzato (2001), a partir de um estudo de caso, foi levantada a hipótese de que a aquisição de letramento digital está relacionada à ação efetiva de um par-mais-competente, e ao desenvolvimento de uma competência estratégica no indivíduo semiletrado digitalmente, buscando o avanço gradual níveis superiores de letramento.

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O que constituiria este letramento digital, portanto seria a capacidade de fazer-se entender pela máquina e por outros usuários, com vistas a participar de situações sociais da “cibercultura” nas quais teria acesso à mediação sócio-cognitiva.

Partindo da conexão entre ensino de línguas e aquisição de letramento digital que se estabelece através do conceito de habilidades, Buzato (2010) propõe quatro eixos de desenvolvimento de habilidades a serem considerados: “da escrita ao design”, “da leitura à navegação”, “da compreensão à investigação” e “do diálogo à colaboração”.

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DA ESCRITA AO DESIGN

A construção de uma página de internet exigiria o reunião de um grupo de expertises de diferentes áreas. Assim, um usuário iniciante, ainda que use programas de edição populares como o Dreamweaver, provavelmente não poderá fazê-lo autonomamente, em que pese a proliferação de sites produzidos por não-profissionais.

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Gerenciadores de blogs:

Blogger13, Movable Type14, Blosxom15 e outros

Editores de texto, editores de apresentações e planilhas eletrônicas

Disponíveis em nossos computadores  

Editores de HTML simplificados:

Coffee Cup18 e Hot Dog PageWiz19  

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Editores simplificados tem a vantagem de: introduzir o usuário nas práticas de

webdesign ,de forma assistida, ao explicitarem ao designer iniciante (1) as etapas envolvidas na criação de sites e (2) os tipos de decisões que designers profissionais necessitam tomar, para que possa selecionar, dentre um conjunto de modelos, ou “templates”, diversos elementos visuais e estruturas de

(a) interface a serem posteriormente integradas automaticamente;

(b) selecionar, os diversos elementos visuais e estruturas de interface a serem posteriormente integrados automaticamente

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DA LEITURA À NAVEGAÇÃO

Partindo da premissa de que a leitura é uma atividade complexa com base em elementos linguísticos em conjunto com outros saberes, a mediação tecnológica exigirá também o uso de estratégias cognitivas e metacognitivas que nos permitam direcionar, organizar, monitorar e avaliar criticamente a construção de conhecimento na travessia não linear de diversas fontes informativas num ambiente multimodal.

A progressão textual no hipertexto dificulta o estabelecimento de uma continuidade de sentidos, porém o leitor de hipertexto tem a vantagem de poder progredir na leitura de forma flexível, optando por um percurso que lhe faculte a construção de sentidos mais particularmente relevantes para seus interesses individuais.

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Retomar o caminho percorrido, no entanto, pode ser um problema. Tendo em mente essa “deficiência” dos programas de navegação comuns, pesquisadores do Centre National de la Recherche Sientifique, França, desenvolveram o programa de navegação Nestor (Figura 1) que mostra, em um lado da tela, as páginas visitadas pelo navegador e desenha, no outro lado da tela, representações cartográficas do percurso navegado.

Essas representações cartográficas podem ser manipuladas e anotadas pelo leitor-navegador e posteriormente compartilhadas com outros usuários de maneira muito prática. Os criadores de Nestor gostam de afirmar que o programa propicia uma “navegação construtivista” na medida em que facilita sobremaneira a tarefa de transpor a representação do percurso de leitura para uma representação do conhecimento construído a partir desse percurso.

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Figura 1

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Já o motor de busca Kartoo , por exemplo, constrói, a cada consulta, uma representação topográfica (Figura 2) que utiliza linhas, formas geométricas, efeitos cromáticos e ícones para indicar o grau de relevância de cada resultado em relação ao tema, os critérios de conexão entre os sites apresentados, assim como sugestões de refinamento da busca com base em palavras chave adicionais.

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Figura 2 - Resultado apresentado pelo motor de busca Kartoo para a palavra-chave "leitura".

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Assim como programas de navegação e motores de busca, também interfaces de dados na WWW começam a surgir, em associação a dicionários, enciclopédias e outras fontes de referência, os quais possibilitam a construção ad hoc de representações visuais que permitem ao leitor-navegador estudar o sentido de um dado conceito ou idéia dentro de um conjunto amplo de itens semanticamente relacionados. Um bom exemplo desse tipo de recurso é o Já o dicionário Visual Thesaurus, para uma palavra consultada, uma representação tridimensional (Figura 3) do campo semântico a ela associado

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Figura 3 - representação fornecida pelo dicionário online Visual Thesaurus para a palavra "read".

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Existem ferramentas que possibilitam a leitura de outras formas de representação.

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Figura 4 - Interface de busca de trechos sonoros do repositório "Flash Kit”

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Por outro lado, softwares de reconhecimento de voz, tais como o popular ViaVoice, e sistemas de "voice-browsing", ou navegação por voz, permitem que a interação com a máquina e com a informação disponível em websites seja feita verbalmente

Ainda com relação à oralidade, o sistema Active Worlds, por exemplo, utiliza avatares que podem acenar, sorrir, mandar beijos,e fazer outros "gestos" enquanto o texto digitado pelo internauta aparece para os avatares ao redor na forma de balões semelhantes aos utilizados em estórias em quadrinhos.

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Figura 5 - Interface do usuário do sistema "Active Worlds" que integra páginas da web em três dimensôes a funcionalidades de comunicação síncrona por com participantes representados por meio de avatares.

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Conclui-se, a partir desses exemplos, que: no eixo que leva da leitura à navegação, duas

habilidades são cruciais para indivíduos interagentes:

a de utilizar instrumentos que ajudem a estabelecer uma continuidade de sentidos através de diferentes domínios cognitivos representando esse conhecimento de forma adequada, e

a de lidar com a multimodalidade característica da Web sabendo selecionar e acionar a combinação de modalidades mais adequada a seus propósitos, para cada situação ou propósito de leitura/pesquis.

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DA ESCUTA À INVESTIGAÇÃO

A Internet é um ambiente polifônico por excelência e, como tal, amplia a capacidade de professores e aprendizes de obter input abundante e variado sobre quaisquer temas que lhes interessem.

Motores de busca como Dogpile são capazes de localizar grandes quantidades de arquivos de áudio e vídeo digitais em diversos formatos e padrões de compactação, porém essa acessibilidade está condicionada ao domínio de detalhes técnicos tais como o tipo de arquivo compatível com cada programa de execução e os padrões de compactação que preservam mais a qualidade original dos excertos.

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Diante desta multiplicade de inputs, merece destaque o papel do professor, que certamente está em melhor posição para julgar a relevância e a confiabilidade do input com base em seu maior repertório de estratégias metacognitivas, assim como na sua experiência de vida e conhecimento de mundo, auxiliando ainda na diminuição de eventuais ruídos nesta comunicação.

Entre as muitas "falas" que ecoam pela rede, há também aquelas produzidas por motores de inteligência artificial (IA) denominados "chatbots" (ou simplesmente "bots"), como o A.L.I.C.E. (Figura 6) e Pixelbot.

Apesar das limitações ainda existentes em um programa como estes, o chatbot A.L.I.C.E., por exemplo, já é capaz de reconhecer diferentes graus de cordialidade nas perguntas formuladas pelos usuários, ou de reagir com rudeza quando o usuário utiliza linguagem chula.

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Figura 6 - Interface do

"chatbot" A.L.I.C.E,

que permite ao

internauta "conversar"

com um software de inteligência artificial.

Sempre ressaltando o uso adequado de estratégias cognitivas e metacognitivas mais do que à posse de determinados aparelhos ou ao conhecimento de linguagens de programação.

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DO DIÁLOGO À COLABORAÇÃO

Apesar das facilidades proporcionadas pelo uso de ferramentas tecnológicas, nada pode substituir a interação e a colaboração.

No contexto online, o engajamento do aprendiz na colaboração dependerá de uma estruturação eficiente e relevante das tarefas de colaboração. Porém também nesse caso há persiste a necessidade de aquisição de habilidades específicas, das quais vale

a penar destacar ao menos três:

1 - A habilidade de localizar grupos de pessoas dispostas e aptas a participarem de atividades colaborativas na língua-alvo;

Alguns exemplos desses diretórios e listas são: 2learn.ca, Kidlink, World-links, E-mail Classroom Connections (IECC).

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2-A habilidade de selecionar dentre as tecnologias aquelas mais adequadas ao esquema de colaboração adotado, etc.

A adoção desta ou daquela ferramenta não deve ser decidida pelo seu grau de sofisticação mas em função do seu impacto positivo no desenvolvimento da competência interativa dos aprendizes. Ex: salas de chat para socialização; e-mail para reflexão e revisão crítica.

Esta escolha pode esbarrar no desejo/necessidade de dominar a variedade padrão da língua-alvo e o fato de que a mediação eletrônica pressupõe o uso de formas não-padrão, exigindo mais uma habilidade: a de negociar a ênfase, a forma e a freqüência que terá a

apropriação (ou não) da língua padrão.

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3 - A habilidade para interagir por meio dessas ferramentas de forma autêntica e significativa.

Cabe aqui questionar até que ponto nossos alunos são estariam sendo atrapalhados por nossas concepções de linguagem e hábitos lingüísticos, no desenvolvimento de sua competência para atuar autonomamente no tipo específico de comunicação que se realiza na rede, considerando a dicotomia escrita/oralidade, levando-nos a repensar o papel do professor que deverá, então, redirecionar criativamente seus circuitos de acesso à informação de modo a participar de um diálogo autêntico com nossos aprendizes e com o nosso tempo, ajudando-lhes a fazerem-se e fazendo-se, cada vez mais interagentes.

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