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Ginásio Experimental Olímpico Santa Teresa /RJ Humanidades Turma: ________ Ano: Nome: ___________________________________________ Tema: Atividades com poema POEMA O QUE É A poesia é a tradução em palavras do universo desconhecido das emoções, é uma esfera pouco compreendida, que tenta muitas vezes transmitir significados nas entrelinhas dos versos. Este edifício constituído pela magia das palavras revestidas de sonoridades, estruturas rítmicas e visuais, por significações latentes, desvela a alma humana, dá espaço para que ela expresse suas inquietações e anseios interiores. Os poemas pulsam e vibram com uma vitalidade específica, comunicando ao leitor a própria essência da linguagem. Neles as palavras se combinam compondo sintaxes, ou seja, um quebra-cabeça onde cada peça se encaixa perfeitamente, mas sempre pode ser combinada de outra forma, criando e recriando novas possibilidades. O poeta cria com a matéria-prima da imaginação, extraindo de si todas as probabilidades latentes, mas ele não se atém apenas à criatividade diante da página em branco; ele explora todos os mecanismos disponíveis, recorrendo à riqueza da linguagem, ao universo gramatical, a todas as faces oferecidas pelas palavras, que são arduamente lapidadas, como uma pedra bruta antes de se transformar em diamante. Sem disposição para este trabalho exaustivo, o escritor não logrará sucesso. O processo de criação de um poema leva em conta as sonoridades, pulsações e ritmos que o poeta deseja alcançar, a imagética que ele pretende reproduzir, as significações que devem ser elaboradas. É como selecionar os mais aproveitáveis entre inúmeros grãos que serão escolhidos pelo chefe de cozinha e, posteriormente, depurados e consumidos. Dependendo do momento em que a poesia é gerada, seu autor pode estar em êxtase, optando inconscientemente por esta ou aquela frase, ou totalmente consciente de suas escolhas. O bom poema é inesgotável, oferece sempre ao leitor novas leituras, diferentes pontos de vista,sentidos os mais diversos, bem como várias sonoridades e imagens. Os versos podem ser mínimos, sugerindo amplas significações, muito próprios da estética do Modernismo, ou longos e extensos. Portanto, alguns primarão por algo sintético, mais condensado; outros, pela verborragia. Os versos se apresentam sempre inseridos em grupos conhecidos como estrofes. Estas podem ser compostas pela mesma métrica de sílabas poéticas as homogêneas - ou apresentar medidas distintas as heterogêneas. Alguns poemas revelam uma divisão silábica mais formal e rigorosa, quase matemática, perfeitamente rimada, como os clássicos. Já os modernistas optam por uma informalidade maior, adotando os versos livres ou brancos. É importante ter em mente que as sílabas poéticas não coincidem necessariamente com as gramaticais, pois o que vale aqui é o som, não o estilo gráfico da poesia. A liberdade dos versos elaborados pelos modernistas não rouba do poema sua sonoridade, a estrutura rítmica, pulsações e tons que podem ser percebidos claramente ao se interpretar em voz alta a poesia em questão. Também não se pode dispensar dos autores modernistas o quesito técnica, pois suas obras foram elaboradas tão arduamente quanto as produzidas no período clássico.

Atividades com poema e poesia

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Page 1: Atividades com poema e poesia

Ginásio Experimental Olímpico – Santa Teresa /RJ Humanidades Turma: ________ Ano: 6º Nome: ___________________________________________ Tema: Atividades com poema

POEMA

O QUE É

A poesia é a tradução em palavras do universo desconhecido das emoções, é uma esfera pouco

compreendida, que tenta muitas vezes transmitir significados nas entrelinhas dos versos. Este edifício constituído

pela magia das palavras revestidas de sonoridades, estruturas rítmicas e visuais, por significações latentes, desvela

a alma humana, dá espaço para que ela expresse suas inquietações e anseios interiores.

Os poemas pulsam e vibram com uma vitalidade específica, comunicando ao leitor a própria essência da

linguagem. Neles as palavras se combinam compondo sintaxes, ou seja, um quebra-cabeça onde cada peça se

encaixa perfeitamente, mas sempre pode ser combinada de outra forma, criando e recriando novas possibilidades.

O poeta cria com a matéria-prima da imaginação, extraindo de si todas as probabilidades latentes, mas ele

não se atém apenas à criatividade diante da página em branco; ele explora todos os mecanismos disponíveis,

recorrendo à riqueza da linguagem, ao universo gramatical, a todas as faces oferecidas pelas palavras, que são

arduamente lapidadas, como uma pedra bruta antes de se transformar em diamante. Sem disposição para este

trabalho exaustivo, o escritor não logrará sucesso.

O processo de criação de um poema leva em conta as sonoridades, pulsações e ritmos que o poeta deseja

alcançar, a imagética que ele pretende reproduzir, as significações que devem ser elaboradas. É como selecionar os

mais aproveitáveis entre inúmeros grãos que serão escolhidos pelo chefe de cozinha e, posteriormente, depurados

e consumidos. Dependendo do momento em que a poesia é gerada, seu autor pode estar em êxtase, optando

inconscientemente por esta ou aquela frase, ou totalmente consciente de suas escolhas.

O bom poema é inesgotável, oferece sempre ao leitor novas leituras, diferentes pontos de vista,sentidos os

mais diversos, bem como várias sonoridades e imagens. Os versos podem ser mínimos, sugerindo amplas

significações, muito próprios da estética do Modernismo, ou longos e extensos. Portanto, alguns primarão por algo

sintético, mais condensado; outros, pela verborragia.

Os versos se apresentam sempre inseridos em grupos conhecidos como estrofes. Estas podem ser compostas

pela mesma métrica de sílabas poéticas – as homogêneas - ou apresentar medidas distintas – as heterogêneas.

Alguns poemas revelam uma divisão silábica mais formal e rigorosa, quase matemática, perfeitamente rimada,

como os clássicos.

Já os modernistas optam por uma informalidade maior, adotando os versos livres ou brancos. É importante

ter em mente que as sílabas poéticas não coincidem necessariamente com as gramaticais, pois o que vale aqui é o

som, não o estilo gráfico da poesia.

A liberdade dos versos elaborados pelos modernistas não rouba do poema sua sonoridade, a estrutura

rítmica, pulsações e tons que podem ser percebidos claramente ao se interpretar em voz alta a poesia em questão.

Também não se pode dispensar dos autores modernistas o quesito técnica, pois suas obras foram elaboradas tão

arduamente quanto as produzidas no período clássico.

Page 2: Atividades com poema e poesia

Ginásio Experimental Olímpico – Santa Teresa /RJ Humanidades Turma: ________ Ano: 6º Nome: ___________________________________________ Tema: Atividades com poema

Fontes: Amaral, Emília; Severino, Antônio; Patrocínio, Mauro Ferreira do. Novo Manual Nova Cultural. Nova

Cultural e Círculo do Livro, São Paulo, 1996.

EXERCÍCIOS

O bicho

Vi ontem um bicho

Na imundice do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa;

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira. Rio, 27 de dezembro de 1947

1. A expressão “Meu Deus” significa que o autor:

a) ( ) alegrou-se com a cena.

b) ( ) ficou indiferente.

c) ( ) solucionou um problema social.

d) ( ) fiou chocado com o espetáculo.

2. A causa principal da nossa admiração pela poesia é porque:

a) ( ) o autor retratou a cena que humilha a condição humana.

b) ( ) o autor procurou comparar o homem com cães e gatos.

c) ( ) o homem já não vive mais nesse ambiente de miséria.

d) ( ) é falsa a notícia de que a humanidade passa fome.

3. Essa admiração nos dá o sentimento de:

a) ( ) prazer.

b) ( ) admiração.

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c) ( ) pena.

d) ( ) desprezo.

4. A intenção do autor ao usar a palavra “bicho” parece que:

a) ( ) procurou chamar a nossa atenção para animais do lixo.

b) ( ) a história é mesmo sobre um lixo.

c) ( ) o homem se viu reduzido a condição de animal.

d) ( ) o homem deve ser tratado como animal.

5. O que motivou o bicho a catar restos foi:

a) ( ) a própria fome.

b) ( ) a imundice do pátio.

c) ( ) o cheiro da comida.

d) ( ) a amizade pelo cão.

6. O assunto do texto é:

a) ( ) a imundice de um pátio.

b) ( ) um bicho faminto.

c) ( ) a comida que as pessoas jogam fora.

d) ( ) a triste situação de um homem.

7. Destaque o verbo nesta frase: “Vi ontem um bicho na imundice do pátio.”

8. Este poema serve para:

a) ( ) distrair.

b) ( ) informar sobre um acontecimento.

c) ( ) partilhar um sentimento.

d) ( ) informar sobre a vida de um homem.

9. Esse texto apresenta:

a) ( ) fato.

b) ( ) opinião.

c) ( ) descrição.

Retirado de: http://www.professoraedenilsa.com.br/poema-o-bicho-com-atividades-e-gabarito