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COMO ESCREVER BEM

AULA 02 - FATORES DE TEXTUALIDADE - PRONTO

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Material produzido pela Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

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COMO ESCREVER BEM

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TEXTO:TEXTO:

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O QUE É UM TEXTO

TEXTO

TECIDO

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•Unidade linguística concreta, percebida pela audição (na

fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de

sentido e intencionalidade comunicativa.

•Texto: conjunto de signos linguísticos ou extralinguísticos

que veicula sentido, coerência e completude interna.

Texto=Mensagem= Sentido

TEXTO VERBAL

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• Texto não é um aglomerado de frases;

• O sentido das frases depende do contexto em que estão inseridas;

• Todo texto contém um pronunciamento dentro de uma escala mais ampla.

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Contexto- unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade linguística menor.

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Frase Parágrafo

Capítulo Obra

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•Fatores que formam a situação na qual é produzido o texto.

•Discurso é a atividade comunicativa – constituída de texto e contexto discursivo (quem fala, com quem fala, com que finalidade, etc.) – capaz de gerar sentido, desenvolvida entre interlocutores.

CONTEXTO DISCURSIVO

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Para que a escrita seja considerada um texto, é

necessário haver significação.

Precisa-se trabalhar as palavras, combiná-las de tal

forma que o produto tenha significação, isto é, seja

um texto.

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Falar é muito mais simples, pois não há grande

preocupação com as regras gramaticais.

Quando escrevemos, há um cuidado maior

com a gramática normativa, preocupação

com a clareza e seleção do vocabulário.

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Para Pimenta (2009), escrever bem é:

Obedecer às regras gramaticais, evitando erros de

sintaxe, de pontuação, de ortografia

Procurar a clareza, evitando palavras e frases

obscuras ou de duplo sentido

Agradar o leitor, empregando expressões

elegantes e fugindo de um estilo muito seco.

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• Interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras,

cansaço, falta de iluminação;

• Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou

ambíguas, diferenças de nível social;

• Interferência psicológica: mensagem que contenha agressividade,

aspereza, antipatia.

É PRECISO TOMAR CUIDADO COM:

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O texto é formado de parágrafos com raciocínios progressivos;

Normalmente, insere-se no início do parágrafo a IDEIA CENTRAL, também chamada de TÓPICO FRASAL;

TÓPICO FRASAL: uma vez identificado, ajuda-nos a separar o que é relevante do que não o é;

Ao redor dessa ideia central, girarão as ideias secundárias ou complementares.

ESTRUTURA INTERNA DA COMUNICAÇÃO ESCRITA

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TEXTUALIDADE• Um dos problemas encontrados com mais frequência nos textos é a falta de

coesão e de coerência.

• É comum encontrarmos textos que iniciam com um tema e terminam com outro,

mostrando falta de unidade, falta de coerência. Além da falta de coerência, há

falta de coesão, o que torna, muitas vezes, os períodos ininteligíveis.

•Textualidade – Conjunto de características que fazem com que

um texto seja um texto e não apenas uma sequência de

frases.

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TEXTUALIDADE

•Mas, o que é coerência e o que é coesão?Comecemos pela organização textual. Todo texto é composto por uma macroestrutura e uma microestrutura.

•MICROESTRUTURA: COESÃO

•MACROESTRUTURA: COERÊNCIA

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FATORES DE TEXTUALIDADELINGUÍSTICOS

•COERÊNCIA

•COESÃO

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• Coerência: estruturação lógico-semântica de um texto – a articulação

de ideias que faz com que numa situação discursiva palavras e frases

componham um todo significativo para os interlocutores.

Responsável pela construção de sentido que garante a

interpretabilidade do texto, a harmonia dos fatos ou ideias transmitidos.

Evita ruídos ou contradições que poderiam dificultar a compreensão da

comunicação ou impossibilitar o entendimento.

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COERÊNCIA

•A coerência é uma característica textual que depende da interação do texto, do seu produtor e daquele que procura compreendê-lo, além :

•Do conhecimento de mundo;

•Da situação de produção do texto;

•Do grau de domínio dos elementos linguísticos constantes do

texto.

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Para haver coerência o texto deve conter:

A manutenção da mesma referência temática em toda extensão, ou seja preservar a ideia central. Para isto é necessário que haja:

a)harmonia de sentido de modo a não ter nada ilógico, nada desconexo;

b)relação entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido.

c) as partes devem estar inter-relacionadas;

d) expor uma informação nova e expandir o texto;

e) não apresentar contradições entre as ideias;

f) apresentar um ponto de vista, uma nova visão de mundo

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TIPOS DE COERÊNCIA

• Coerência interna - não contradição do texto (elementos intratextuais)

Ex.: Maria disse a João que iria na casa de Pedro. Logo depois, chegando à casa de Marcelo...

• Coerência externa - não contradição do contexto (elementos extratextuais)

Ex.: Chegando ao Rio de Janeiro ensolarado, o frio deixava nas planícies da cidade uma camada de neve que refletia as luzes da noite.

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Coerência narrativa - respeito às partes da narrativa e à lógica existente entre essaspartes.

Coerência argumentativa - respeito à estrutura argumentativa e ao raciocínioargumentativo.

Coerência figurativa - respeito à combinação de figuras para informar um dadotema. Ex.: dizer que tocavam uma música clássica num baile funk.

Coerência temporal - respeito às leis da sucessividade dos eventos.

Coerência espacial - respeito à compatibilidade entre os enunciados do ponto da localização no espaço. Ex.: seria incoerente dizer que 450 pessoas estavam na salade estar do apartamento.

TIPOS DE COERÊNCIA

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TIPOS DE COERÊNCIA

•Portanto, a coerência deve ser entendida como um fator que se estabelece no processo de comunicação.

•A coerência não existe antes do texto, mas constrói-se, simultaneamente, à construção textual, estreitamente relacionada com a intenção e conhecimentos dos interlocutores.

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•Narrativa:

Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de

uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia

carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um

dia, na esquina em que ficava, um motorista , que vinha em alta

velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar.

O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o

motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada,

parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a

vida.

INCOERÊNCIA

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•Figurativa:

Suponhamos que se deseje figurativizar o tema “despreocupação”. Podem-se usar figuras como “pessoas deitadas à beira da piscina”, “drinques gelados”, “passeios pelos shoppings”. Não caberia, no entanto, na figurativização, a utilização de figuras como “pessoas apressadas para o trabalho”, “fábrica funcionando a pleno vapor”.

INCOERÊNCIA

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INCOERÊNCIA

•Argumentativa:

Quando se defende um ponto de vista de que o ser

humano deve buscar o amor e a amizade, não se

pode dizer em seguida que não se deve confiar em

ninguém e que por isso é melhor viver isolado.

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Coesão: são as conexões gramaticais existentes entre palavras,

orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto.

Há coesão em um texto quando se empregam de modo adequado

conjunções, pronomes e vocábulos. A coesão ocorre quando não

há ambiguidades e regências incorretas.

Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada.

O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele.

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COESÃO

Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que ele trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão, não tem coerência. Retomar a cada frase uma palavra anterior não significa escrever bem. A coesão não funciona sozinha.

Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo:

Ex.:Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos.

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MICROESTRUTURA: COESÃO

•A coesão - (coeso significa ligado) - propriedade que os elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da relação com o outro.

•Ligação das frases, traços morfossintáticos que garantem o encadeamento lógico.

Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos mecanismos de coesão.

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ÁGUAS DE MARÇO•É pau, é pedra, é o fim do caminho•é um resto de toco, é um pouco sozinho•é um caco de vidro, é a vida, é o sol•é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol•é peroba do campo, é o nó da madeira•caingá, candeia, é o Matita Pereira

•É madeira de vento, tombo da ribanceira•é o mistério profundo•é o queira ou não queira•é o vento ventando, é o fim da ladeira•é a viga, é o vão, festa da cumeeira•é a chuva chovendo, é conversa ribeira•das águas de março, é o fim da canseira.

• É o pé, é o chão, é a marcha estradeira• passarinho na mão, pedra de atiradeira• Uma ave no céu, uma ave no chão• é um regato, é uma fonte• é um pedaço de pão• é o fundo do poço, é o fim do caminho• no rosto o desgosto, é um pouco sozinho

• É um estrepe, é um prego• é uma ponta, é um ponto• é um pingo pingando• é uma conta, é um conto• é um peixe, é um gesto• é uma prata brilhando• é a luz da manhã, é o tijolo chegando• é a lenha, é o dia, é o fim da picada• é a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

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• É o projeto da casa, é o corpo na cama• é o carro enguiçado, é a lama, é a lama• é um passo, é uma ponte• é um sapo, é uma rã• é um resto de mato, na luz da manhã• são as águas de março fechando o verão• é a promessa de vida no teu coração

• É pau, é pedra, é o fim do caminho• é um resto de toco, é um pouco sozinho• é uma cobra, é um pau, é João, é José• é um espinho na mão, é um corte no pé• são as águas de março fechando o verão• é a promessa de vida no teu coração•

• É pau, é pedra, é o fim do caminho• é um resto de toco, é um pouco sozinho• é um passo, é uma ponte• é um sapo, é uma rã• é um belo horizonte, é uma febre terçã• são as águas de março fechando o verão• é a promessa de vida no teu coração

• É pau, é pedra, é o fim do caminho• é um resto de toco, é um pouco sozinho• É pau, é pedra, é o fim do caminho• é um resto de toco, é um pouco sozinho• Pau, pedra, fim do caminho• resto de toco, pouco sozinho• Pau, pedra, fim do caminho,• resto de toco, pouco sozinho.

ÁGUAS DE MARÇO

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MECANISMOS DE COESÃO

•REPETIÇÃO: a repetição é um dos principais elementos de coesão do texto. A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.

•REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto.

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•ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.

•SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição.

•Esse é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras).

MECANISMOS DE COESÃO

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Tipos de substituição: PRONOMES, EPÍTETOS, SINÔNIMOS, ADVÉRBIOS, NUMERAIS, etc

Pronomes: a função gramatical do pronome é substituir ou

acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou

toda a ideia contida em um PARÁGRAFO ou no TEXTO TODO.

Exemplos.: Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam

muito com a educação integral.

Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.

Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.

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EPÍTETO (substituição)

• Epítetos: palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto, qualificam-no.

• Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. Deve ser inserida no texto de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

Ex.: Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção...

(o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do

Nascimento. Poderiamos usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc.)

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SINÔNIMOS (substituição)

•Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo:

Ex.: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

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NOMES DEVERBAIS (substituição)

•Nomes deverbais: derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplo:

Ex.: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...

(paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis).

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Classificador e categorizador (substituição)

• Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento pertença:

Ex.: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira encontrada...

(protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um protesto)

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Advérbio (substituição)

•Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar:

Ex.: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...

(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo).

Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

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NUMERAL (substituição)

•Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando o assunto.

•Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário.

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Conexão (conectivos)

•Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões.

•A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto.

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Exemplo de Texto Coeso

• Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e

mais óbvio dos quais era a própria figura. Contemplado de perto,

cara a cara, ele tinha a oferecer o contraste entre as longas

pálpebras, que subiam e desciam pesadas como cortinas de ferro,

e os olhos claríssimos de um azul leve como o ar. As pálpebras

anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as abria

parecia estar chegando de regiões inacessíveis, a região dentro

de si onde guardava sua força.

Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 21 out.1992.

 

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CONSIDERAÇÕES ACERCA DO TEXTO

•Esse trecho de reportagem gira em torno de Ulysses Guimarães,

que é sua palavra-chave. É a retomada direta ou indireta do

nome de Ulysses Guimarães que dá estabilidade ao texto,

encaminhando-o num só direção: fazer uma descrição

precisa desse político brasileiro. Além disso, as frases estão

bem amarradas porque seu redator soube utilizar com precisão

alguns recursos de coesão textual, tanto dentro da frase, quanto

ao passar de uma frase para outra. A coesão interna é tão

importante quanto a externa.

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CONECTIVOS UTILIZADOS NO TEXTO

• Na primeira frase, vários aspectos projeta o texto para adiante. A palavra aspectos é retomada pelo segmento o primeiro mais óbvio dos quais era a própria figura;

• Na segunda frase, o pronome relativo que retoma as longas pálpebras que (as quais) subiam e desciam;

• Na última frase: O relativo onde mantém o elo coesivo com a região dentro de si onde

(na qual) guardava sua força;

• Os pronomes si (dentro de si) e sua ( sua força) reportam-se ao sujeito ele de quando ele as abria.

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CONETORES EXPRESSAM:• Prioridade, relevância.• Tempo.• Semelhança, comparação, conformidade.• Condição, hipótese.• Adição, continuação.• Dúvida.• Certeza, ênfase.• Surpresa, imprevisto.• Ilustração, esclarecimento.• Propósito, intenção, finalidade.• Lugar, proximidade, distância.• Resumo, recapitulação, conclusão.• Causa e consequência. Explicação.• Contraste, oposição, restrição, ressalva.• Ideias alternativas

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FATORES DE TEXTUALIDADEEXTRALINGUÍSTICOS

•ACEITABILIDADE

•INTENCIONALIDADE

•INFORMATIVIDADE

•SITUCIONALIDADE

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ACEITABILIDADE

O texto produzido também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e relevante.

O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que a comunicação apresente falhas de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos.

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INTENCIONALIDADE

• Esforço do produtor do texto em construir uma comunicação

eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos os

interlocutores.

• O texto produzido deverá ser compatível com as intenções

comunicativas de quem o produz.

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INFORMATIVIDADE

Nível discursivo capaz de informar o leitor, de modo menos previsível. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais interessante, envolvente.

O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo.

O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos.

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SITUCIONALIDADE

É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto no modo de produzir o texto como de sua interpretação.

É importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real.

O homem serve de mediador, com suas crenças e ideais, recriando a situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de modo diverso. Muitos linguistas têm-se preocupado em desenvolver cada um dos fatores citados, ressaltando sua importância na construção dos textos.

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Intertextualidade

•Relação entre dois textos textos caracterizada por citar o outro;

•Temática – quando os textos apresentam em comum um TEMA, uma determinada ideologia ou visão de mundo;

•Estilística – Texto apresenta procedimentos muito conhecidos em outro texto como o emprego de palavras, expressões

sintáticas similares.

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INTERTEXTUALIDADE

Fator textual que torna a interpretação de um texto dependente da interpretação de outros. Cada texto constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai alguns aspectos para dar-lhes outra feição.

Aborsão e transformação de uma multiplicidade de outros textos;

O contexto de um texto também pode ser de outros textos com os quais se relaciona.

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INTERTEXTUALIDADE

Os Lusíadas Poeminha Épico

As armas e os barões assinaladosQue da Ocidental praia Lusitana,Por mares nunca dantes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçadosMais do que prometia a força humanaE entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram.

Canto I – Luís de Camões

Os alas e becões assinalados Da oriental praia paulistana

Partiram em missão desumanaA bater inimigos colorados.

Depois do empate duro e fero,Três a três em pleno alçapão,Queriam ao menos 1 a 0, e o sonho manter no coração.

(José Roberto Torero)

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INTERDISCURSIVIDADE

Meus oito anos Meus oito anos

Oh! que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!

Oh que saudades que eu tenho

Da aurora de minha vidaDas horas de minha infânciaQue os anos não trazem

maisNaquele quintal de terraDa Rua de Santo AntônioDebaixo da bananeiraSem nenhum laranjais

Relação entre dois discursos caracterizada por citar o outro discurso (texto)

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Qualidades de um Texto•Para um texto ter unidade de sentido, para ser um todo

coerente, é necessário que apresente TEXTUALIDADE, isto é, apresente conexões gramaticais e articulação de ideias. Em outras palavras, que apresente qualidades como:

• Concisão; • Correção;• Grafia;• Flexão das palavras;• Concordância;• Regência;• Colocação dos pronomes;• Clareza;• Elegância;

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• Concisão: em oposição a textos prolixos que subestimam a

compreensão (e a paciência) dos leitores, tornando-se enfadonhos,

repetitivos e até irritantes. Ser conciso é escrever pouco e transmitir

muito, com o cuidado de não prejudicar a clareza.

Comunica com a medida PRECISA de palavras e ideias;

Dispensa clichês;

Preserva a exatidão e nitidez da informação;

Evita excessos.

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AULA 6

• Consiste em conseguir a maior eficiência na comunicação com o menor número possível de palavras.

PROBLEMAS COMUNS:

Imprecisão nas ideias;

Uso de palavras desnecessárias;

Períodos muito longos;

Adjetivos em excesso;

Redundância das ideias.

CONCISÃO

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AULA 6

A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta. Obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática normativa.

Grafia: palavras desconhecidas, em caso de dúvida, consulte um dicionário. Se não for possível, substitua a palavra por uma cuja grafia você conheça. Língua rica em sinônimos;

Flexão das palavras: cuidado coma formação do plural de algumas palavras, ex. Palavras compostas (primeiro-ministro, abaixo-assinado, luso-brasileiro, etc)

Concordância: verbo sempre concordará com o sujeito e os nomes concordam entre si;

Regência: atenção aos verbos e nomes que exigem a preposição A, para o bom uso da crase.

CORREÇÃO GRAMATICAL

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AULA 6

• Pontuação é importante.• Deve-se ter cuidado com cacofonias. Com a colocação adequada dos pronomes.

HARMONIA

CORREÇÃO GRAMATICAL

Colocação dos pronomes – observe a colocação dos pronomes oblíquos átonos;

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AULA 6

A cacofonia e o casamento

- Mulher, eu quero amá-la! A mulher, sonolenta, respondeu ao marido sem abrir os olhos:- Está em cima do armário…Ele não desistiu. E sussurrou:- Mulher, hoje, vou amar-te.Aí a mulher acordou nervosa e gritou: - Vá para Marte, para Júpiter, Netuno, vá para qualquer lugar, mas me deixe dormir!

HARMONIA

Page 61: AULA 02 -  FATORES DE TEXTUALIDADE  - PRONTO

AULA 6

• Muito da clareza de linguagem diz respeito

ao leitor a que se destina o texto.

• A clareza combina com o vocabulário

adequado com boa estruturação das sentenças

(= emprego de sentenças curtas).

CLAREZA

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AULA 6

• Consiste na criação de um estilo próprio e não na criação de algo inédito.

• Importância da organização das ideias.

• Produção de argumentos próprios.

ORIGINALIDADE

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Elegância

•Consiste em tornar a leitura agradável ao leitor.

Conseguida quando se observam as qualidades apontadas

(correção gramatical, clareza e concisão, originalidade e

criatividade).