21
BARROCO OU SEISCENTISMO BRASILEIRO (1601-1768) BOCA DO INFERNO

Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

BARROCO OU

SEISCENTISMO

BRASILEIRO (1601-1768)

BOCA DO INFERNO

Page 2: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

O BARROCO

O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos

jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-

se de um movimento apenas destinado à

catequização. Significa " pérola irregular" ou "pérola

deformada" e representa de forma pejorativa a ideia

de irregularidade..

Outro importante representante da Literatura Barroca

foi o padre Antônio Vieira que ganhou destaque com

seus sermões.

Page 3: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 4: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 5: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 6: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 7: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 8: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO

BARROCO

O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e

arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido

como Aleijadinho. No campo da Literatura, podemos destacar

o poeta Gregório de Matos e Guerra, também conhecido

como "Boca do Inferno". Ele é considerado o mais importante

poeta barroco brasileiro.

Entre os artistas plásticos modernos com influencia barroca,

citamos o pintor baiano Carlos Bastos.

Na poesia destaca-se o poeta baiano Manuel Botelho de

Oliveira e na prosa Antônio Vieira e Eusébio de Matos e

Guerra.

Page 9: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

A CARA DO BARROCO E A

ESTÉTICA DOS CONTRÁRIOS

O estilo barroco nasceu em decorrência da crise do

Renascimento, ocasionada, principalmente, pelas

fortes divergências religiosas e imposições do

catolicismo.

Todo o rebuscamento presente na arte e literatura

barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o

terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e

Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a

religiosidade medieval e o paganismo presente no

período renascentista.

A arte barroca tinha que convencer, conquistar e

impor admiração.

Page 10: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

CARACTERÍSTICAS

Conflito espiritual: O homembarroco sente-se dilacerado eangustiado diante da alteração dosvalores, dividindo-se entre o mundoespiritual e o mundo material. Asfiguras que melhor expressam esseestado de alma são a antítese e oparadoxo.

Page 11: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

FIGURAS DE LINGUAGEM NO BARROCO

Metáfora: é uma comparação implícita. Tem-se como exemplo o trecho aseguir, escrito por Gregório de Matos:

Se és fogo, como passas brandamente?

Se és neve, como queimas com porfia?

Antítese: reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Revela ocontraste que o escritor vê em quase tudo. Observe a seguir o trecho deManuel Botelho de Oliveira, no qual é descrita uma ilha, salientando-se seuselementos contrastantes:

Vista por fora é pouco apetecidaPorque aos olhos por feia é parecida;Porém, dentro habitadaÉ muito bela, muito desejada,É como a concha tosca e deslustrosa,Que dentro cria a pérola formosa.

Page 12: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Hipérbole: traduz ideia de grandiosidade, exagero,

pompa. Veja mais um exemplo de Gregório de Matos:

É a vaidade, Fábio, nesta vida,

Rosa, que da manhã lisonjeada,

Púrpuras mil, com ambição dourada,

Airosa rompe, arrasta presumida.

Prosopopeia: personificação de seres inanimados para

dinamizar a realidade. Observe um trecho escrito pelo

Padre Antônio Vieira:

No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível,

na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso

de Luz.

Page 13: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Metáfora: é o emprego de uma palavra fora do seu significadobásico por efeito de uma semelhança. Resulta, portanto, de umacomparação.

“esta senhora é uma santa”

Paradoxo: consiste na reunião de ideias contraditórias num sópensamento:

“É uma catedral horrível/Feitas de pedras bonitas

“Oh! Mundo encantador! Tu és medonho!

Sinestesia: Consiste na mistura de sensações: “Ouvi palavras amargas da mãe”

Page 14: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

CONTEXTO HISTÓRICO

Os fatos históricos fundamentais da época foram a

Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia,

em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630,

que perdurou até 1654.

Page 15: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)
Page 16: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA

Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA)

e morreu em Recife (PE). Estudou no colégio dos

jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra

(Portugal). Recebeu o apelido de Boca do Inferno,

graças a sua irreverente obra satírica.

As principais temáticas das obras de Gregório de

Matos são satíricas, religiosas e amorosa.

Page 17: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número detextos que tratam do tema da salvação espiritual do homem.

Soneto a Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,Da vossa alta clemência me despido;Porque quanto mais tenho delinquidoVos tem a perdoar mais empenhado.

Se basta a voz irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido:Que a mesma culpa que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobradaGlória tal e prazer tão repentinoVos deu, como afirmais na sacra história.

Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Page 18: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Triste Bahia

Triste Bahia!

ó quão dessemelhante

Estás e estou do nosso antigo estado!

Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.

A ti tricou-te a máquina mercante,

Que em tua larga barra tem entrado,

A mim foi-me trocando e, tem trocado,

Tanto negócio e tanto negociante.

Page 19: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

À mesma d. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara!

Isso é ser flor, e Anjo juntamente:

Ser Angélica flor, e Anjo florente,

Em quem, senão em vós, se uniformara:

Quem vira uma tal flor, que a não cortara,

De verde pé, da rama fluorescente;

E quem um Anjo vira tão luzente,

Que por seu Deus o não idolatrara?

Se pois como Anjo sois dos meus altares,

Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,

Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que por bela, e por galharda,

Posto que os Anjos nunca dão pesares,

Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Page 20: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)

Necessidades Forçosas da Natureza Humana

Descarto-me da tronga, que me chupa,

Corro por um conchego todo o mapa,

O ar da feia me arrebata a capa,

O gadanho da limpa até a garupa.

Busco uma freira, que me desemtupa

A via, que o desuso às vezes tapa,

Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,

Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.

Que hei de fazer, se sou de boa cepa,

E na hora de ver repleta a tripa,

Darei por quem mo vase toda Europa?

Amigo, quem se alimpa da carepa,

Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,

Ou faz da mão sua cachopa

Page 21: Barroco ou seiscentismo brasileiro (1601 1768)