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Page 1 Biografia de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes à luz do Evangelho Segundo o Espiritismo por José M. Magalhães [email protected]

Biografia de bezerra de menezes

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Biografia de Dr. Adolfo

Bezerra de Menezes à luz

do Evangelho Segundo o

Espiritismo

por José M. Magalhães

[email protected]

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Bezerra de Menezes - Biografia

• Nascimento - 29 agosto de1831, na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, no Ceará. (179 anos), segundo Paulo A. Godoy (escritor) – em Solonópole.

• Desencarne – 11 abril 1900, no Rio de Janeiro, com 68 anos, derrame cerebral.

• Progenitores – Mãe: Fabiana de Jesus Mª Cavalcanti de Albuquerque ; Pai: Antônio Bezerra de Menezes.

• Esposa: Mª Cândida de Lacerda (1858-1863); Cândida Augusta de Lacerda Machado (1865-1900).

• Alma mater – Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

• Profissão – Médico, militar, escritor, jornalista, político.

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Bezerra de Menezes – Infância e juventude

• Descendente de velha família de criação de gado, ligada à política e aos militares da Província do Ceará , seu pai era tenente coronel da Guarda Nacional.

• Aos 7 anos (em 1838) entrou na escola pública da Vila Frade onde, 10 meses, destacou-se e aprendeu os princípios da educação elementar.

• Em 1842 (11 anos) por perseguições políticas e dificuldades financeiras (o pai era muito caridoso) sua família transferiu-se para a antiga Vila Maioridade, hoje Serra do Martins, no Rio Grande do Norte, onde o jovem Adolfo veio a aprender o Latim. Em 2 anos já estava apto a substituir seu professor em classe, por qualquer impedimento.

• Em 1846 (15) a família retornou ao Ceará, para a capital Fortaleza onde Bezerra conclui seus estudos preparatórios.

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Bezerra de Menezes – A Carreira na Medicina • Em 1851 (20) seu pai desencarnou, e Bezerra foi para o Rio de

Janeiro, onde naquele mesmo ano iniciou seus estudos de Medicina na Faculdade de Medicina daquele estado.

• Em 1852 (21) ingressou como “residente” no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Para pagar seus estudos dava aulas particulares de Filosofia e Matemática.

• Foi graduado em 1856 (25) defendendo a tese “Diagnóstico do Cancro”. Dr. Bezerra foi nomeado cirurgião assistente do Corpo de Saúde do Exército.

• Em 1857 passou para a Academia Imperial de Medicina com o trabalho: “Cancro – Apreciações sobre o tratamento” ,em junho.

• Em 1858 (27) foi nomeado em Cirurgia numa vaga da Faculdade. Nesse ano passou a Cirurgião Tenente do Exército e no dia 6 de novembro casou-se com Mª Cândida, que desencarnaria em 1863, deixando-lhe 2 filhos.

• De 1859 a 61 foi redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.

• Em 1865 (34) desposou Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã da sua 1ª esposa, com quem teve mais 7 filhos.

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Bezerra de Menezes – Trajetória Política

• Bezerra crescia em popularidade por seus trabalhos voltados à população, então, candidatou-se, pelo Partido Liberal, à Câmara, pela Paróquia de São Cristovão, contra a sua vontade, inicialmente. Foi eleito Vereador. Exonerou-se do Corpo de Saúde em 1861 devido a problemas políticos.

• Foi reeleito para o quinquênio 1864-68 (37). Tendo retornado à política em 1873 até 1885 (54) e ocupou a cargo de Presidente da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Atuou também como Deputado.

• Iniciativas pioneiras – Aviso Prévio de 30 dias, tentou implantar. Denunciou o perigo da poluição. Foi membro, a partir de 1882 (51) da Comissão de Obras Públicas e Orçamento.

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Bezerra de Menezes - “Vida Empresarial”

• Foi sócio fundador da Cia. Estrada de Ferro

Macaé e Campos em1870 (39), com participação

reduzida. Esforçou-se na construção da Estrada

de Ferro Santo Antônio de Pádua, desejando

estendê-la até o Rio Doce. Foi Diretor da Cia

Arquitetônica Vila Isabel, fundada em10/1873 (42)

pelo Barão de Drummond para urbanizar Vila

Isabel. Em 1875 (44) era presidente da Cia Ferro

Carril de São Cristovão, qdo os trens atingiam do

Caju à Tijuca.

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Bezerra de Menezes – “Vida intelectual”

• Durante o movimento abolicionista publicou o ensaio “A escravidão no Brasil e a medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação” em 1869 (38), onde defende a liberdade dos escravos e a sua adaptação dos mesmos na sociedade através da educação, Nessa obra se auto-intitula um liberal, e coloca a imitação do modelo inglês como sugestão, que à época já havia abolido a escravidão de seus domínios.

• Expôs os problemas do nordeste num ensaio chamado “Breves considerações sobre as secas do Norte” em 1877 (46).

• Foi redator d’A Reforma, órgão liberal do Município Neutro, e, de 1869 a 1870 (39) redator do jornal Sentinela da Liberdade.

• Obras: “A Casa Assombrada”, “A Loucura sob Novo Prisma”, “A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica”, “Casamento e Mortalha”, “Lázaro, o Leproso”, “Histórias de um Sonho” e várias outras.

• Bezerra era fluente em 3 línguas: latim, espanhol e francês, além do português.

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Bezerra de Menezes – Evangelho Segundo Espiritismo

• Cap. V, item 20 – “A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO”.

• Esta máxima do Eclesiastes realmente nos traz a mais pura verdade. Com efeito nem a fortuna, nem o poder, nem meso a juventude em flor , são condições essenciais da felicidade.

• Diante disso é inconcebível que as classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a posição dos favorecidos da fortuna.

• Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo fato é fácil concluir-se de que a Terra é um lugar de provas e expiações.

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Bezerra de Menezes - * Vida Espírita *

• Conheceu a Doutrina Espírita qdo do lançamento d’O Livro dos

Espíritos ,em língua portuguesa, em 1875 (44), por um exemplar

dado pelo tradutor o Dr. Joaquim Carlos Travassos, com

dedicatória.

• Sobre o contato com o Livro dos Espíritos (LE) Bezerra afirmou:

“Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem

de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a

longa viagem, disse comigo: ora Deus! Não hei d ir para o inferno

por ler isto...Depois, é ridículo confessar-se ignorante deste filosofia,

qdo tenho estudado todas as escolas filosóficas”.

• “Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera

com a Bíblia. Lia. Mas nada que fosse novo para meu Espírito.

Entretanto, tudo aquilo era novo para mim! Eu já tinha lido ou

ouvido tudo o que se achava no “O Livro dos Espíritos”. Preocupei-

me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia:

parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se

diz vulgarmente, de nascença”.

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Bezerra de Menezes – “ Vida espírita”

• Com o surgimento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva, em 1883 (52), Bezerra começou a ajudar na redação de artigos doutrinários espíritas.

• Depois de estudar alguns anos as obras de Kardec, em 16 de Agosto de 1886 (55), perante 2000 pessoas, no salão da Guarda Velha, no Rio, em demorado discurso, justificou sua opção em abraçar o Espiritismo, conforme foi publicado pelo jornal “O Paiz”.

• A caridade de Bezerra era incomum, espontânea e extraordinariamente simples e respeitosa, como deve realizar-se qualquer atitude para com o nosso próximo. Caridade prevê indulgência, compreensão entendimento de nossa parte dos fatos envolvidos. É o servir nosso próximo com amor no coração!

• CARIDADE !!!• Farmácia Cordeiro de José Guilherme Cordeiro,

amigo de Bezerra, instalada na R. 24 de Maio. Em cima o consultório de Bezerra de Menezes, no Rio, onde trabalhou celeremente nos últimos 4 anos de vida.

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Bezerra de Menezes – Evangelho Segundo Espiritismo

• Cap. IX, item 9 – “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos que nos fosse feito”.

• Caso esses preceitos fossem seguidos não haveria pobreza, porque, do supérfluo da mesa de cada rico, quantos seriam alimentados! E assim não mais se veriam, nos bairros sombrios pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças necessitadas de tudo!

• Bezerra de Menezes atuou, sobretudo, nesse campo “da caridade sem olhar a quem” e sempre objetivando “o servir ao próximo”.Daí “O Médico dos Pobres”.

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Bezerra de Menezes – “Vida Espírita”

• 1) Caso do Anel

• 2) Caso de Celina, auxiliar de Nossa Senhora.

• 3) Caso do velho pai que perdera o filho.

• Bezerra era assim. Seu Espírito andava sempre voltado para os outros, na preocupação do que pudessem precisar, do que lhes faltava. Para si mesmo, tudo bastava.

• O mundo lhe aparecia como um enorme tablado onde a dor representava, de modo contínuo, uma longa tragédia.

• Consciente da provação imposta à humanidade, nesse grau do seu aperfeiçoamento espiritual, tinha o anseio de minorar, no que lhe fosse possível, os tormentos de alguns.

• Não lhe importava o conforto e o bem estar material. Era um humano igual a todos, era humilde e consciente de seus deveres para com o próximo.

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Bezerra de Menezes – Livro: O Que É o Espiritismo/ Kardec

• Que dizem os Espíritos superiores no tocante à religião? Aconselham a que me torne católico ou protestante, anglicano, quaker, judeu, maometano ou mórmom?

• A melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que está de acordo com a bondade e a justiça de Deus; que dá de Deus a idéia maior, a ais sublime, e não o rebaixa, emprestando-lhe as mesquinhezas e as paixões da humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a amarem-se todos como irmãos; que condena todo o mal feito ao próximo e que não autoriza a injustiça sob forma alguma ou qualquer pretexto.

• A religião que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da Natureza, pois Deus não pode se contradizer; a religião cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, de caridade e de moralidade; aquela que melhor tende a combater o egoísmo e lisonjeia menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, enfim, em nome da qual se comete menos mal, pois uma boa religião não pode ser pretexto de um mal qualquer: não deve deixar-lhe nenhuma porta aberta, nem diretamente, nem pela interpretação. VEJA, JULGUE E ESCOLHA! Bezerra fez a sua seleção!

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Bezerra de Menezes – “Vida Espírita”

• Casos: 1) Bezerra : “O Médico dos Pobres” e o Anel.

• Estava Bezerra em seu consultório e fora dele acotovelava-se a miséria do bairro. Mulheres emagrecidas sustinham em seus braços crianças descarnadas. Homens do povo, infelizes proletários aguardavam fracos a sua vez, devido a desnutrição.

• Bezerra, pacientemente, com o olhar de apóstolo, atendia um por um. Com palavras doces, exalando mansuetude animava a todos, após a consulta e a receita, despachadas. Porque ele não cobrava mesmo, fosse o que fosse, à sua clientela pobre. Pobre ou rica. Os que podiam davam-lhe o que bem entendessem. Naquela manhã, apenas as mãos da miséria se estendiam para o clínico.

• Penetrou no consultório uma pobre mulher, com uma criança embrulhada nos braços. Sentou-se e apresentou o filhinho. Seu aspecto desalentador traduzia o drama horrível das vidas cujo corolário é a provação da fome.

• Bezerra auscultou a criança; indagou dos sintomas e receitou.

• - Volte para casa, minha filha, e dê ao menino estes remédios. Compre-os aqui mesmo, se quiser...

• A mulher se pôs a chorar... – Comprar Dr....Comprar com que? Não tenho nem pão para dar a meu filho!... CONT.

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Bezerra de Menezes – “Vida Espírita”

• Bezerra descansou sobre a infeliz seus olhos mansos. Devia ser assim o olhar de Jesus quando fitava os miseráveis. - Não se aflija minha filha. Vou ajudá-la. Nós estamos no mundo para sofrer com nossos irmãos das suas mesmas dores... E procurava pelos bolsos do casaco o dinheiro que por ventura lá houvesse. Mas não havia nenhum. O último fora dado ao cliente anterior...Remexeu em todas as algibeiras, com uma esperança secreta. Tudo em vão.

• Pôs-se então a pensar. Diante dele soluçava a imagem viva da “mater dolorosa”. Os pensamentos, como num turbilhão saiam do cérebro do apóstolo. E foi com o olhar turbado pela névoa de uma profunda mágoa que fitou sua mesa de trabalho, ali os velhos livros empilhados no armário, os papéis e a caneta, andando pelos dedos.

• De repente, a um movimento da mão, a esmeralda do seu anel de médico desprendeu um brilho estranhamente verde. Verde ...esperança... E ao brilho da pedra segui-se o brilho de contentamento do olhar do médico. Seu anel de formatura! Viu nele o sacrifício, em um momento, todo o seu longo esforço para ter o direito de usar aquele emblema! Quanta luta e canseira!

• E sentiu a satisfação de o poder empregar na ação mais humanitária que Deus lhe proporcionara na vida e agradeceu. – Toma minha filha, leva isto para casa. Poderás comprar leite, remédio, e mais alguma coisa para teu filhinho!

• A desgraçada atônita não sabia o que pensar, mas o médico não lhe dando tempo para pensar disse: - Nada de demoras... Vamos! Tenho outros clientes a minha espera! – Entre, aquele que estiver em primeiro lugar!