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Ifes campus Venda Nova do Imigrante Disciplina: Literatura Portuguesa Prof.: Olivaldo Marques TROVADORISMO - CANTIGAS

Cantigas trovadorescas

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Teoria referente ao textos escrito do período literário Trovadorismo: as cantigas. Cantigas líricas: de amor de amigo e cantgas satíricas: de escárnio e maldizer.

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Ifes campus Venda Nova do Imigrante

Disciplina: Literatura Portuguesa

Prof.: Olivaldo Marques

TROVADORISMO - CANTIGAS

ÍndiceCantigas................................................................03

Cantigas

líricas........................................................04

Cantigas de

amor......................................................06

Cantigas de

amigo.....................................................09

Cantigas

satíricas......................................................10

Cantigas de

escárnio..................................................12

Cantigas de

maldizer................................................. 15

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CANTIGASAs cantigas foram cultivadas tanto no gênero lírico

quanto no

satírico:

Líricas

a) Cantigas de amor;

b) Cantigas de amigo.

Satíricas

a) Cantigas de escárnio;

b) Cantigas de maldizer.

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Cantigas Líricas Cantigas de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como umafigura idealizada, distante. O poeta, na posiçãode fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora,dama da corte, tornando esse amor um objeto desonho, distante, impossível. Mas nuncaconsegue conquistá-la, porque tem medo etambém porque ela rejeita tua canção.

Essa relação amorosa vertical é chamada"vassalagem amorosa", pois reproduz asrelações dos vassalos com os seus senhoresfeudais.4 [email protected] de 16

A dona que eu am'e tenho por Senhor

amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,

se non dade-me-a morte.

A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus

e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,

se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fezestes melhor parecer

de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,

se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,

mostrade-me-a algo possa con ela falar,

se non dade-me-a morte.

(Bernal de Bonaval)

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Cantigas de amorCaracterísticas:

Eu lírico masculino;

Assunto principal: o sofrimento amoroso do eu

lírico perante uma mulher idealizada e distante;

Amor cortês (pág. 88);

Amor impossível;

Ambientação aristocrática das cortes;

Vassalagem amorosa >> o eu lírico usa o

pronome de tratamento "senhora".

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Cantigas LíricasCantigas de amigo

O eu lírico é uma mulher que canta seu amor peloamigo (isto é, namorado), muitas vezes em ambientenatural, e muitas vezes também em diálogo com suamãe, suas amigas ou com elementos da natureza.

A figura feminina que as cantigas de amigodesenham é, pois, a da jovem que se inicia nouniverso do amor, por vezes lamentando a ausênciado amado, por vezes cantando a sua alegria pelopróximo encontro.

Outra diferença da cantiga de amigo para a de amor,é que na cantiga de amigo não há a relação suseranox vassalo. Ela é uma mulher do povo. Muitas vezestal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pelaida de seu amado à guerra (referência ao contextohistórico).

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"Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo!

ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que mi há jurado!

ai Deus, e u é?"

(...)

(D. Dinis)

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CANTIGAS DE AMIGOCaracterísticas

Eu lírico feminino;

Predomínio da musicalidade;

Assunto principal: o lamento da moça cujo

namorado partiu;

Amor natural e espontâneo;

Amor possível;

Ambientação popular rural ou urbana;

Influência da tradição oral ibérica.

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CANTIGAS SATÍRICASCantigas de escárnio

A sátira, neste tipo de cantiga, era indireta, cheiade duplos sentidos. As cantigas de escárniodefinem-se, pois, como sendo aquelas feitaspelos trovadores para falar mal de alguém, pormeio de ambiguidades, trocadilhos e jogossemânticos.

A cantiga de escárnio, exigindo unicamente aalusão indireta e velada, para que o destinatárionão seja reconhecido, estimula a imaginação doouvinte e sugere à cantiga uma expressãoirônica, embora, por vezes, bastante mordaz.

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Ai, dona fea, foste-vos queixar

que vos nunca louv[o] em meu cantar;

mais ora quero fazer um cantar

em que vos loarei toda via;

e vedes como vos quero loar:

dona fea, velha e sandia!

(...)

(Joan Garcia de Guilhade)

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CANTIGAS DE ESCÁRNIOCaracterísticas

Crítica indireta, normalmente a pessoa satirizada

não é identificada;

Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas,

trocadilho e ambiguidades;

Ironia.

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CANTIGAS SATÍRICASCantigas de maldizer

Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de

maldizer traz uma sátira direta e sem duplos

sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa

satirizada, e muitas vezes, são utilizados até

palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou

não ser revelado.

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Marinha, o teu folgartenho eu por desacertado,e ando maravilhadode te não ver rebentar;pois tapo com esta minhaboca, a tua boca, Marinha;e com este nariz meu,tapo eu, Marinha, o teu;com as mãos tapo as orelhas,os olhos e as sobrancelhas,tapo-te ao primeiro sono;com a minha piça o teu cono;e como o não faz nenhum,com os colhões te tapo o cu.E não rebentas, Marinha?

(Afonso Eanes de Coton)

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CANTIGAS DE MALDIZERCaracterísticas

Crítica direta, geralmente a pessoa satirizada é

identificada;

Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena;

Zombaria.

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Referências

[email protected]

CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C., Português:

linguagens I. São Paulo: Atual, 2005.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Trovadorismo (acesso

em 17/10/2011)

http://cseabra.utopia.com.br/poesia/poesias/0012

.html (acesso em 19/10/2011)

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