CNL Rio Maior 2015 - Normas

Biblioteca Municipal | Laureano Santos

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

FASE DISTRITAL DE SANTARÉM

Biblioteca Municipal Laureano Santos - Rio Maior

NORMAS DO CONCURSO

PreâmbuloO Plano Nacional de Leitura (PNL), em parceria com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), promove, no ano letivo 2014/2015, a 9.ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL). A entidade promotora deste concurso é a Câmara Municipal de Rio Maior, através da Biblioteca Municipal Laureano Santos de Rio Maior que, a convite da Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, vai organizar, no dia 14 de abril de 2015, a 2.ª fase do Concurso Nacional de Leitura 2015 (fase distrital).

Artigo 1.ºObjetivos

Os principais objetivos do CNL são a promoção da leitura entre os jovens; o conhecimento de autores de diversos e de diferentes estilos literários, num encontro que pretende ser uma grande festa do livro e de convívio salutar entre todos os participantes.

Artigo 2.ºCondições gerais de participação

A participação no CNL está aberta aos concorrentes do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário apurados na 1.ª fase do CNL do distrito de Santarém.

Artigo 3.ºObras selecionadas para a prova escrita

3.º Ciclo do Ensino Básico:Trash - Os rapazes do lixo de Andy MulliganA Lua de Joana de Maria Teresa M. Gonzalez

Ensino Secundário:LIVRO de José Luís PeixotoO Retorno de Dulce Maria Cardoso

Artigo 4.ºLocal e data

As provas da fase distrital têm lugar na cidade de Rio Maior, sendo a prova escrita realizada na Biblioteca Municipal Laureano Santos, localizada na Rua Dr. Fernando Sequeira Aguiar, e a prova oral no Cineteatro de Rio Maior, junto ao edifício do Município. As provas da fase distrital têm lugar no dia 14 de abril de 2015, entre as 13 horas e as 17 horas.


Artigo 5.ºConcorrentes

Para efeitos de realização da prova distrital, os concorrentes serão repartidos em duas categorias, a saber:

a) Concorrentes do 3.º ciclo do ensino básico (7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade);b) Concorrentes do ensino secundário (10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade).

Todos os concorrentes deverão apresentar, aquando da receção, um documento de identificação pessoal e declaração de cedência de direitos de imagem (para efeitos de registo fotográfico e filmagem) que será enviado previamente a todas as escolas.

Artigo 6.ºJúri

1. De acordo com o regulamento do concurso nacional, o Júri Distrital integrará três membros. O seu Presidente será a Bibliotecária/Responsável pela Biblioteca Municipal do Concelho de Rio Maior e dois vogais de reconhecido mérito ligados à cultura.

Assim, o Júri da prova distrital será constituído pelos seguintes elementos:a. Carla Albuquerque Barata, responsável pela Biblioteca Municipal;b. Nuno Matos Valente, professor e escritor;c. Rui Germano, jurista, encenador/dramaturgo, cronista.

2. O Júri é soberano e das suas decisões não cabe recurso.3. São competências do Júri:

a. Coordenar o processo de classificação das provas em formulário próprio; b. Deliberar sobre as classificações finais;c. Comunicar os resultados finais.

Artigo 7.ºProvas

A prova distrital do CNL do Distrito de Santarém é constituída por duas etapas: prova escrita, com início às 13h30, e prova oral com início às 16h00.1. Prova Escrita – a decorrer na Biblioteca Municipal Laureano Santos.

a. A prova consiste num conjunto de perguntas de escolha múltipla e numa pergunta de desenvolvimento;

b. Haverá provas distintas para a categoria de 3.º ciclo e para a categoria de secundário. As provas decorrem em simultâneo e em espaços diferentes;

c. A prova apresenta-se com uma folha de enunciado e uma folha de resposta;d. A prova é constituída por vinte perguntas, com a pontuação individual de 1 ponto, e

por uma pergunta de desenvolvimento que será apenas corrigida quando se verificar situação de empate nos cinco primeiros classificados em cada ciclo;

e. A resposta à pergunta de desenvolvimento terá um limite máximo de 10 linhas e classificação até cinco pontos;

f. A duração máxima da prova é de 45 minutos, não sendo permitida a saída antes do término da prova;


g. No final da prova, os concorrentes deverão proceder à entrega das folhas de resposta das provas, junto dos vigilantes das mesmas;

h. São selecionados para a 2.ª fase os 5 concorrentes de cada nível de ensino, com classificações mais elevadas na prova escrita.

2. Prova Oral - a decorrer no Cineteatro de Rio Maior.Consiste na realização de uma prova de leitura expressiva/declamação e numa prova de argumentação.

A. Prova de leitura expressiva/declamação: os concorrentes deverão selecionar um poema do poeta Ruy Belo, de entre os propostos pela organização, e prepará-lo de modo a cumprir os critérios de avaliação para esta prova, que são os seguintes:

Leitura expressiva - o concorrente demonstra que há harmonia entre as palavras e os sons, tornando a leitura um prazer para quem ouve;

Boa dicção - o concorrente, deve pronunciar bem as palavras, demonstrando que conhece perfeitamente os sons;

Postura corporal - o concorrente demonstra confiança e segurança na leitura do poema.

a. Na prova de leitura expressiva/declamação, a classificação de cada concorrente será o resultado da média aritmética simples da classificação atribuída pelo Júri.

b. Os concorrentes do 3.º ciclo serão os primeiros a realizar a prova, sendo a sequência, dentro de cada categoria, aleatória;

c. Na prova de leitura expressiva/declamação, cada membro do Júri pontuará de 0 a 10 pontos as prestações de cada concorrente.

B. Prova de argumentação:a. Cada concorrente responderá, oralmente e de forma crítica, no tempo máximo de dois minutos, a uma questão que lhe será colocada pelo Júri, de forma aleatória, sobre um dos seguintes temas:

Cidadania (O que é a cidadania?) Imagem (A aparência individual é um fator determinante na sociedade actual?) Livros (Qual é para ti a importância dos livros?) Redes sociais (Amigos virtuais são verdadeiros amigos?) Bullying (Como vencer barreiras socioculturais?)

b. O Júri avaliará as prestações dos concorrentes tendo em conta os seguintes critérios:

Estruturação e encadeamento lógico das ideias; Tese/argumentos; Correção linguística.

c. Na prova de argumentação, cada membro do Júri pontuará, de 0 a 10 pontos, as prestações de cada concorrente.


Artigo 8.ºConcorrentes apurados

Após a conclusão das Provas, o Júri apurará de entre os 10 concorrentes finalistas, os três concorrentes mais pontuados no conjunto das 3 provas em cada categoria.

a. Caso se registe uma situação de empate na classificação final, englobando o conjunto das provas, o Júri aplicará aos respetivos concorrentes pergunta(s) de conhecimento geral sobre literatura;

b. Os concorrentes classificados em 1.º lugar em cada categoria serão os vencedores do CNL distrital e os representantes do distrito de Santarém na fase final do CNL.

c. Os concorrentes classificados no 2.º e no 3.º lugar de cada categoria serão considerados suplentes do distrito de Santarém para a final do CNL.

Artigo 9.ºPrémios e certificados

Aos concorrentes classificados no 1.º, 2.º e 3.º lugar serão atribuídos diplomas e prémios de participação a definir pela organização. Serão ainda atribuídos a todos os participantes, e respetivas escolas, certificados de presença e um prémio simbólico a definir pela organização.

Artigo 10.ºDisposições Finais

Todos os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pelos membros do júri.


Poemas selecionados das obras do poeta Ruy Belo

3º ciclo

«E tudo era possível»

Na minha juventude antes de ter saído

da casa de meus pais disposto a viajar

eu conhecia já o rebentar do mar

das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de Maio e era tudo florido

o rolo das manhãs punha-se a circular

e era só ouvir o sonhador falar

da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida

e havia para as coisas sempre uma saída

Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança

entre as coisas e mim havia vizinhança

e tudo era possível era só querer.

(in Homem de Palavra[s])


«O valor do vento»

Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento

O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e

só entram nos meus versos as coisas de que gosto

O vento das árvores o vento dos cabelos

o vento do inverno o vento do verão

O vento é o melhor veículo que conheço

Só ele traz o perfume das flores só ele traz

a música que jaz à beira-mar em agosto

Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento

O vento actualmente vale oitenta escudos

Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto


«Ah, a música»

Quem terá deixado esquecida

esta música ouvida num canto da rua?

Ninguém de quem passa nela repara

No entanto— é ela — faltava

no dia de chuva

No meu dia de chuva?

Meu seria decerto este dia

pois por mais precário que eu seja

nenhuma chuva fora podia

cair se acaso em mim não caísse

Cai chuva e há música em meu coração

Era mera ilusão o dia de chuva

(in Aquele Grande Rio Eufrates)


Ensino Secundário

«O Portugal Futuro»

O portugal futuro é um país

aonde o puro pássaro é possível

e sobre o leito negro do asfalto da estrada

as profundas crianças desenharão a giz

esse peixe da infância que vem na enxurrada

e me parece que se chama sável

Mas desenhem elas o que desenharem

é essa a forma do meu país

e chamem elas o que lhe chamarem

portugal será e lá serei feliz

Poderá ser pequeno como este

ter a oeste o mar e a espanha a leste

tudo nele será novo desde os ramos à raiz

À sombra dos plátanos as crianças dançarão

e na avenida que houver à beira-mar

pode o tempo mudar será verão

Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz

mas isso era o passado e podia ser duro

edificar sobre ele o portugal futuro



«A rapariga de Cambridge»

Queria conhecer intimamente conhecer

a rapariga anónima estendida no relvado

ao sol distante de um colégio de cambridge

Perdida na distância nem sei bem

se é uma mulher se rapariga

mais uma das amadas raparigas

Sei apenas que lê não sei o quê

e é simples objecto recortado

na margem verde imensamente verde

após a água mansa que reflecte os edifícios

Urgente é conhecer aquela que só veio num postal

mandado por alguém que certamente não sabia

o que essa rapariga ao sol para mim significaria

Ela devia saber um português profundíssimo

ou talvez as coisas que eu tinha para lhe dizer

as conseguisse de repente dizer num inglês

que fosse a melhor parte de mim

Definitivamente todo este dia-a-dia

contra o qual esmago a minha melhor lança

como que um sobressalto passaria

O meu reino pela rapariga de cambridge

Se eu a conhecesse mas no momento da fotografia

sentindo agora o que à distância sinto

pode dizer-se que seria feliz

Só assim o seria finalmente

há uma força obscura que mo diz.



«Algumas proposições com pássaros e árvores que o poeta remata com uma referência ao coração»

Os pássaros nascem na ponta das árvores

As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros

Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores

Os pássaros começam onde as árvores acabam

Os pássaros fazem cantar as árvores

Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se

deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal

Como pássaros poisam as folhas na terra

quando o outono desce veladamente sobre os campos

Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores

mas deixo essa forma de dizer ao romancista

é complicada e não se dá bem na poesia

não foi ainda isolada da filosofia

Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros

Quem é que lá os pendura nos ramos?

De quem é a mão a inúmera mão?

Eu passo e muda-se-me o coração


Contactos: Biblioteca Municipal Laureano Santos - Rua Dr. Fernando Sequeira Aguiar2040-130 Rio Maior – Telefone: 243 999 310 – [email protected]

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