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Filipa Seabra

Competências sociais

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Resumo sobre as competências sociais e as formas de as promover.

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Filipa Seabra

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Fontes Essenciais: Lopes, J. A., Rutherford, R. B., Cruz, M.C., Mathur, S. R., Quinn, M. M. (2006). Competências Sociais: aspectos comportamentais, emocionais e de aprendizagem, Braga: Psiquilíbrios.Moreira, P. (2004 a). Aventura dos sentimentos e dos pensamentos. Diferenciação emocional, cognitiva e comportamental. Crescer a Brincar para o ajustamento psicológico. Porto: Porto Editora.Moreira, P. (2004 b). Eu sou único e especial! Autoconceito e auto-estima. Crescer a Brincar para o ajustamento psicológico. Porto: Porto Editora.Moreira, P. (2004 c). Olá, obrigado! Competências sociais e assertividade. Crescer a Brincar para o ajustamento psicológico. Porto: Porto Editora.Moreira, P. (2004 d). Stop! Disciplina e Auto-controlo: 6-7 ano. Crescer a Brincar para o ajustamento psicológico. Porto: Porto Editora.Moreira, P. (2005). Eu controlo as emoções! Gestão de emoções. Crescer a Brincar para o ajustamento psicológico. Porto: Porto Editora.

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Competências Sociais

Grande percentagem de alunos parece mostrar défices ao nível das competências sociais que impedem o seu progresso académico (até 20%).

O ensino de competências sociais leva ao incremento do rendimento, das relações sociais e do emprego. Importante para a prevenção da delinquência, do isolamento, etc.

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Competências Sociais

Anos 30, nos Eua: Moreno (1934): - Identificação dos comportamentos que constituem as competências sociais; - desenvolvimento de currículos de educação afectiva e treino de assertividade; - integração nas salas de aula regulares de pessoas com diferentes deficiências e perturbações.

Os comportamentos sociais, quando executados de forma adequada, tornam-se capacidades sociais, que por sua vez se apropriadamente desempenhadas, dão origem à competência social geral.

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Competências Sociais

Comportamentos sociais: Componente mais básica da competência social; comportamentos discretos (ex.: pedir «por favor» e dizer «obrigado»).

Capacidades sociais: Comportamentos sociais que as pessoas exibem como resposta às tarefas do dia-a-dia. Quando usados correctamente permite que mantenha relações sociais positivas, contribui para a aceitação pelos pares e para uma adaptação positiva à escola. - recrutar redes de apoio social e amizades; - responder às exigências de professores e colegas; - adptar e adaptar-se às condições difíceis do seu ambiente social.

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Competências Sociais

Competência Social: Juizo sumativo da competência do indivíduo no manejo de habilidades sociais, avaliada pelos agentes sociais significativos na vida dessa pessoa (Pares, professores e pais)Engloba: - Relações positivas com os outros; - Cognição social adequada e apropriada à idade; - Ausência de comportamentos inadaptados; e - Comportamentos sociais eficazes (ex.: uso de habilidades sociais).

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Competências Sociais

Dificuldade de avaliação: - Comportamentos dependentes do contexto social e cultural, do contexto específico (ex.: ginásio vs. Igreja) e da idade do indivíduo.

Formas de medir a competência social: - questionar agentes sociais chave (pais, professores, pais) acerca da forma como avaliam os comportamentos sociais do indivíduo. Se várias pessoas concordam que há um défice, podemos estar perante um problema. - Recorrer a escalas de avaliação. Ponderar a sua adequação ao indivíduo.

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O que deve ser ensinado?

Intervenção universal – atinge todos os indivíduos. Forma adequada de ensinar competências sociais, pois o grupo oferece possibilidades de treino.

Intervenção seleccionada ou individual pode ser necessária para alguns alunos.

Identificar quais as capacidades sociais que possui e quais estão em falta?

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O que deve ser ensinado?

Taxonomia de Competências Sociais: -Relações com pares

-Interacção Social-Comportamento pró-social-Capacidades sociais preferidas pelos pares-Empatia-Participação social

-Auto-Gestão-Autocontrolo-Convenção social-Independência social-Responsabilidade-Conformidade

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O que deve ser ensinado?

Taxonomia de Competências Sociais: -Académico

-Adaptação à escola-Respeito pelas regras sociais na escola-Orientação para a tarefa-Responsabilidade académica

-Conformidade-Cooperação Social-Competência-Cooperação

-Afirmação-Assertividade-Iniciativa Social-Activação social

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O que deve ser ensinado?

Quais as competências mais importantes para o aluno em termos do impacto social e resultados de longo prazo?

3 tipos de défices de competências sociais: - Défices de aquisição – não sei fazer: modelagem, ensino directo - Défices de desempenho – não faço: motivação sistemas de créditos e contratos comportamentais - Défices de fluência – pouco refinado ou desajeitado: prática guiada e feedback. Reforço social e estratégias de autocontrolo.

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Competências Sociais e relações com o grupo de pares

Desenvolvimento e relação com o grupo de pares

A interacção positiva com os pares promove o desenvolvimento cognitivo e emocional, o desenvolvimento de competências interpessoais, etc.

O mundo social é complexo. Requer o processamento de informação social e respostas eficazes a diferentes situações.

Grupos de riscoAs crianças que manifestam problemas do comportamento externalizado e/ou dificuldades de aprendizagem parecem encontrar-se em maior risco de desenvolver problemas futuros de adaptação pessoal e social.

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Factores de risco e protectores

Factores da ecologia familiarPais (risco): Baixo NSE; monoparentalidade, stress e depressão materna, exposição a conflito conjugal e agressão física, além de pobreza, consumo de substâncias, criminalidade, baixos níveis educativos, etc.Estes factores relacionam-se e muitas vezes estão presentes em simultâneo. Famílias em que a expressão física se sobrepõe à expressão verbal. O comportamento parental Factores relativos aos estilos de educação parentaldeve inibir a manifestação de comportamentos socialmente inadequados e promover a aquisição de comportamentos socialmente desejáveis. Os pais influenciam também os contextos onde a criança se desenvolve.

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Factores de risco e protectores

Factores da ecologia familiar

Estilos de educação parental

Pais autoritários: Tentativa de moldar, controlar e avaliar o comportamento dos filhos de acordo com padrões absolutos; valorização da obediência; desencorajamento da controvérsia verbal entre pais e filhos.Os filhos de pais autoritários normalmente carecem de competências sociais com os pares.

+ envolvimento

- envolvimento

+ exigência Persuasivo Autoritário

- exigência Permissivo Negligente

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Factores de risco e protectores

Pais autoritários: Tendem a isolar-se, a ter pouca iniciativa social. Baixa auto-estima e locus de controlo externo. Os pais de crianças agressivas tendem a ser autoritários (mas o inverso não é necessariamente verdade)

Pais permissivos: Toleram a manifestação dos impulsos dos filhos, raramente impõem limites, fazem poucas exigências relativamente a um comportamento maduro. Os filhos tendem a ter dificuldade no controlo dos impulsos, têm menor responsabilidade social e menor independência.Permissividade face à agressão correlaciona-se com a agressividade da criança.

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Factores de risco e protectores

Pais Negligentes: Abuso físico, hostilização verbal, negligência e indisponibilidade psicológica.Crianças insensíveis às relações interpessoais – não têm prazer em interagir com outros, fazem-no apenas com fins instrumentais. Padrão de conduta anti-social quase sempre associado a um estilo educativo negligente.

Pais Persuasivos:Exige-se às crianças que respondam às exigências e pontos de vista parentais. Expectativa de comportamento maduro e estabelecimento claro de normas, utilização de ordens e sanções quando necessário, encorajamento da independência e individualidade, comunicação aberta e reconhecimento dos direitos dos pais e das crianças.Crianças auto-reguladas, responsáveis e socialmente competentes.

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Estratégias para o ensino de competências sociais

Aprendizagem cooperativaControlo da iraAutocontroloReforço SocialSistema de CréditosModelagemContrato comportamental

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Aprendizagem cooperativa

Organização de pequenos grupos de modo a maximizar a aprendizagem de todos. Ensino directo das competências pró-sociais. Os alunos praticam depois essas competências nos grupos

Crianças com comportamento anti-social: não aprenderam outras formas de se relacionar. Sentem que os colegas e professores não gostam delas: não pertencem ao grupo. Podem procurar outras crianças anti-sociais formando grupos anti-sociais.

Como quebrar a espiral? - Ensinar competências sociais e - Integrar na turma => aprendizagem cooperativa.

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Aprendizagem cooperativa

Fazem-se actividades para aumentar a coesão do grupo. O grupo é avaliado como um todo: só tenho sucesso se ajudar os outros. Colegas mais capazes agem como modelos de comportamentos pró-sociais.

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Lidar com a ira

Ira: resposta emocional intensa à provocação, com componentes ligados ao SNC e componentes cognitivos.

O objectivo não é suprimir a ira, mas antes ensinar competências de auto-regulação que permitam lidar com ela.

Muitas crianças agressivas e anti-sociais aprenderam que podem controlar o ambiente através da coacção e hostilidade. O outro cede ou retira-se.

1.Estudantes que são recompensados pelo seu comportamento de agressão irão repeti-lo. 2.É menos provável que estudantes envolvidos em actividades construtivas sejam agressivos.3.As crianças são menos agressivas quando conhecem respostas alternativas a situações de ira;

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Lidar com a ira

4. Se os professores modelarem frequentemente formas adequadas de lidar com a provocação, é provável que as crianças os imitem; 5. Actos cooperativos estruturados inibem comportamentos agressivos.

Linhas de orientação para o controlo da ira: - normalizar o sentimento e explicar que não podemos eliminá-lo. - Dar exemplos de situações que podem dar origem a ira, e analisar respostas apropriadas e inapropriadas, bem como as suas consequências; - Pedir aos alunos que descrevam situações em que lidaram com a ira de forma adequada e inadequada.

Identificar os sinais que indicam o surgir da ira: - Recordar alturas em que estiveram zangados e identificar reacções fisiológicas.

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Lidar com a ira

Fazer um diário da ira:Descrever as situações e classificá-las de 0 – relaxado a 10 – mais zangado que nunca, bem como as suas reacções.

Ensinar técnicas de auto-diálogo: - Através de role-playing, modelar formas adequadas de lidar com a ira. - Substituir estas instruções por instruções em voz baixa ou mímica.

Resolução de problemas: - Identificar o maior número possível de soluções para o problema indutor de ira; - Ponderar as consequências de cada uma e escolher a melhor; - Implementar - Avaliar a solução. Haveria uma solução melhor?

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Lidar com a ira

Ensinar relaxamento: - Respiração diafragmática - Relaxamento progressivo - Exercício físico

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Autocontrolo

Definir o comportamento alvoÉ mais benéfico centrarmo-nos nos comportamentos positivos a aumentar do que nos comportamento a diminuir; O aluno deve compreender claramente qual o comportamento – exemplos, modelar, role playing…

Fornecer razões lógicas para o auto-controlo: Registar, avaliar e reforçar o seu próprio comportamento.

Desenvolver um sistema de autocontroloFolhas de registo adequadas e fáceis de usar.

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Uso do Reforço

Reforço NegativoTime-Out «exclusão temporária»Uma criança, que exibe um autocontrolo baixo, é colocada

por breves períodos numa pequena sala contígua à sala de aula. Quando o comportamento se torna positivo e menos hiperactivo, esta tem permissão para regressar (estímulo aversivo é retirado).

Particularmente eficaz quando combinado com reforços positivos para estabelecer o repertório comportamental adequado.

Quando a criança está em isolamento existem poucos reforços positivos para manter o comportamento indesejado.

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Uso do Reforço

Reforço NegativoCuidado com o time out:

A ideia é colocar a criança numa sala isolada onde se lhe dá a oportunidade de terminar o trabalho

Não

Trancá-la numa sala escura.Nem

Colocá-la numa sala cheia de brinquedos e actividades interessantes.

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Uso do Reforço

Consistência

Talvez a premissa mais importante das técnicas de modificação do comportamento seja a consistência.

Uma vez colocada a criança num programa de reforço, o professor não pode hesitar. Lembrar: o comportamento intermitentemente reforçado é o mais difícil de extinguir.

Se se diz à criança que se se comportar de dada maneira vai ao gabinete do director, então temos que a levar de todas as vezes que se comportar desse modo.

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Uso do Reforço

Temporização do Reforço

Nunca, mas nunca, dar um reforço com base na promessa da ocorrência de um determinado comportamento!

O reforço deve seguir o comportamento real.

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Uso do Reforço

Sistema de Economia de Fichas(Token Economy): o indivíduo recebe várias fichas por

emitir o comportamento desejado. As fichas são mais tarde trocadas por prémios ou privilégios.

As fichas (reforços condicionados) podem ser praticamente qualquer coisa: rectângulos de cartolina colorida, estrelas douradas…

Atribui-se um valor a cada ficha e estabelece-se quantas fichas são necessárias para obter um prémio cobiçado.

Os reforços devem ser pensados de maneira que ao fim de um dia o aluno possa obter uma pequena gratificação, mas ao fim de uma semana consiga obter um prémio maior – ensina a adiar a gratificação.

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Uso do Reforço

Sistema de Economia de Fichas

Riscos: Motivação extrínseca pode diminuir a motivação intrínseca

para a aprendizagem.

Uma vez retiradas as fichas, as modificações comportamentais podem extinguir-se.

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Uso do Reforço

O Princípio de Premack

O comportamento que ocorre numa taxa de frequência elevada pode ser utilizado para reforçar um comportamento que ocorre numa taxa de frequência baixa.

Ex.: Muitas crianças passam mais tempo a ver TV do que a ler.

«Quando tiveres lido 5 páginas, podes ver 10 minutos de televisão»

O professor deve observar, no recreio, os comportamentos que surgem naturalmente com maior frequência, que poderão ser usados como reforçadores.

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Contrato comportamental

Inclui: Uma definição exacta dos comportamentos esperados do aluno; Uma descrição das consequências positivas resultantes da execução desses comportamentos; Uma explicação das consequências do não-desempenho dos comportamentos, Uma descrição do papel do educador/psicólogo como facilitador do sucesso do contrato; Uma descrição de como a manutenção dos comportamentos desejados será reforçada.

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Crescer a Brincar

O Programa “Crescer a Brincar” é um programa de promoção do ajustamento psicológico, com carácter longitudinal, de aplicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico.

objectivos deste programa são: 1) a prevenção de factores de risco e promoção de factores de protecção; 2) a promoção do desenvolvimento decompetências centrais no ajustamento psicológico em cada etapa desenvolvimental e 3) envolver os agentes educativos (pais e professores) no processo de ajustamento psicológico

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Crescer a Brincar

Ano Manual Variável

1.º “Stop! Disciplina e Autocontrolo”“Ser Professor: Competências Básicas...1”

- Disciplina, Autocontrolo eAuto-regulação

2.º “A Aventura dos Sentimentos e dosPensamentos”“Eu sou Único e Especial”“Ser Professor: Competências Básicas...2”

- Diferenciação Emocional,Cognitiva e Comportamental- Autoconceito e Auto-Estima

3.º “Olá, Obrigado!”“As Emoções são nossas Amigas”“Ser Professor: Competências Básicas...3”

- Competências Sociais eAssertividade- Emoções Positivas eRegulação Emocional

4.º “Eu Controlo as Emoções”“Eu Decido!”“Ser Professor: Competências Básicas...4”

- Gestão Emocional- Resolução de Problemas eTomada de Decisão

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Crescer a Brincar