14
UNIAN – ABC Arquitetura e Urbanismo 8º semestre Matutino Alunos: Briam Christian Almeida Sales RA:1299146088 Camila Oliveira RA: 12991460 João Filgueiras Lima Lelé Influencia na Arquitetura Brasileira

Comtempo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Comtempo

UNIAN – ABC

Arquitetura e Urbanismo

8º semestre Matutino

Alunos: Briam Christian Almeida Sales RA:1299146088

Camila Oliveira RA: 12991460

João Filgueiras Lima Lelé

Influencia na Arquitetura Brasileira

São Bernardo do Campo –SP

28/08/2015

Page 2: Comtempo

João Filgueiras Lima (Lelé) e a Sua Influência na Arquitetura Brasileira

Esta pesquisa pretende abordar a obra de João Filgueiras Lima (Lelé), analisando aspectos do projeto arquitetônico, demonstrando assim as influências deixadas por esta na arquitetura hodierna. Ao se falar de Lelé a primeira coisa a se lembrar é de seu excelente trabalho na concepção de projetos hospitalares, o que acaba camuflando outras linhas de trabalho dele, mas no processo de pesquisa foi possível identificar que uma vertente grandiosa de seu trabalho que foi o conforto ambiental e utilização das tecnologias para desenvolver sistemas que aprimoraram suas construções em diversos aspectos como salubridade, ventilação, insolação, etc.

Objeto de pesquisa

Influência da arquitetura de João Filgueiras Lima (Lelé), no período de 1955 a 2015, especialmente no Brasil, observando os contextos históricos de suas obras, com base na sua biografia.

Page 3: Comtempo

Material 1

Desde o mais jovem estudante até os decanos arquitetos reconhecem a força da obra de Lelé. Pode-se eventualmente discordar de suas formas, múltiplas e com diferentes expressões, mas é fato que no dia 21 de maio de 2014 um importante nome da arquitetura saiu de cena.

Sua trajetória é conhecida: jovem arquiteto decidiu fazer as vezes de pioneiro e enfrentar Brasília em nome da empresa para qual trabalhava. Diante do cerrado, das formas de Niemeyer e do dia a dia desafiador (e cruel) dos canteiros da nova capital, selou a sua formação com uma sensibilidade plástica aliada ao pragmatismo construtivo.

Esse amálgama o levou a se interessar pelas técnicas construtivas industrializadas. Após viagens de pesquisas e experiências iniciais em Brasília, pouco a pouco foi se tornando uma autoridade em tecnologias pré-fabricadas e estratégias de otimização do canteiro.

Sua obra ganhou contornos memoráveis graças a três aspectos. A primeira foi pela insistência cabal em trabalhar para a iniciativa pública. Esta decisão o levou a desenhar secretarias, monumentos e sistemas de drenagem em diversas partes do País, despachando de sucursais nomeadas com siglas indecifráveis e, frequentemente, frustrando-se diante das reviravoltas políticas brasileiras.

O segundo aspecto deu-se no campo das técnicas construtivas: o interesse por modos econômicos e de fácil manipulação o levou ao aperfeiçoamento da argamassa armada, uma espécie de cimento com armadura homogênea, que pode ser utilizada em componentes e peças leves em diversas fases da obra. Na história da arquitetura brasileira, essa técnica e a contribuição de Lelé são indissociáveis.

Enfim, destacou-se pela área na qual desenvolveu grande parte de seus projetos: a hospitalar. Sua relação com a Rede Sarah Kubitschek lhe permitiu desenhar uma série de instalações feitas a partir de componentes produzidos em uma fábrica própria, na qual pode ter autonomia e recursos para explorar um vocabulário expressivo e eficiente.

Sua obra deixa muitas possibilidades de desdobramentos e inspira gerações, mas o que pode ser esquecidas facilmente são nuances do autor que mostram como ele formulou sua concepção de arquitetura.

Lelé, em seus relatos, rememora os grandes momentos de sua vida como traços do acaso. "Eu tendo sempre a dar um peso maior à questão do destino", disse certa vez. Sua formatura coincidiu com a divulgação do projeto de Brasília. O emprego no Instituto de Assistência e Previdência dos Bancários (IAPB) abriu vagas para trabalhar na nova

Page 4: Comtempo

capital, meio pelo qual conheceu Niemeyer. O contato com Aloysio Campos da Paz, idealizador da Rede Sarah, foi feito primeiramente porque sofreu um acidente de automóvel e o médico era chefe da ortopedia do hospital. A tecnologia da argamassa armada era trabalhada no Brasil pela família de um aluno seu da UnB etc.

O gosto pelo acidente é um traço central em Lelé: mostrava sua predisposição para ser levado por descaminhos imponderáveis. Num País onde tudo era volátil, também o arquiteto deveria intuir essa imprevisibilidade. As experiências em Brasília, Salvador, Abadiânia, GO, e Rio de Janeiro atestam que Lelé era um arquiteto disponível, estava a postos para colocar seu conhecimento nas gestões que tinham vontade de moldar, de modo ousado, as cidades brasileiras.

Essa sujeição ao destino foi reforçada, talvez, por Brasília, cidade que surge do nada, onde "durante as noites absolutamente sem nuvens do auge da seca era surpreendente observar o céu repleto de estrelas que se confundia com a própria linha do horizonte", como escreveu Lelé em Crônicas de Brasília, 1957/1961 (AU 192)

Entretanto, nem sempre seu discurso endossava os meios pelos quais foi feita a capital do País. Sua rotina nos canteiros lhe fez testemunha das violências que apareceram com o concreto armado desenhado por um grande gesto. Lelé não teceu críticas à arquitetura de Niemeyer, mas suas memórias da construção de Brasília possuem ceticismo. Seu interesse em pré-fabricação começa com pequenas experiências, no desenho de sistemas construtivos simples para resolver questões particulares, como abrigos para operários, espaços de reunião e outras instalações provisórias. Suas memórias sempre têm uma participação do improviso, da necessidade de resolver com poucos materiais e curto intervalo de tempo problemas contingenciais.

Nesse sentido, não deve surpreender a publicação de um esquemático "galpão para serviços gerais" na revista Módulo de 1963. Seus croquis destoavam dos outros projetos expostos na revista, os desenhos arrojados de Sérgio Bernardes, Vilanova Artigas e do próprio Niemeyer.

O galpão para serviços é um jogo de armar cujo resultado é menos expressivo que o processo construtivo proposto, com pilares, vigas e telhas pré-fabricadas. Essas experiências se aprofundariam no hospital de Taguatinga, na sede das Secretarias de Salvador e muitas outras. Lelé, nessa época, privilegia pesquisas com o concreto armado. Em 1980, em uma entrevista para a mesma Módulo, disse que "o concreto armado oferece possibilidades maravilhosas à invenção arquitetural quer na especulação corajosa de concepções estruturais inovadoras, quer ainda na pesquisa de processos racionalizados de construção".

Page 5: Comtempo

Sua relação com esse material, antes da exploração das possibilidades da argamassa armada, é reveladora da formação artística de Lelé. Casas como a J.S. Neto e a Residência para Ministro de Estado mostram a vontade de utilizar o concreto de modo eloquente. Entretanto, a exagerada viga vierendeel utilizada na casa ministerial, e a sensação de peso dos pórticos da J.S. Neto mostram uma falta de clareza na produção de peças feitas sem perspectiva de replicação. Do mesmo modo, seu Centro de Exposições no Centro Administrativo da Bahia é uma infeliz articulação de esteios e formas piramidais que está aquém de outras obras do autor que possuíam igualmente uma estrutura ousada - mas em sistema pré-fabricado - como as Secretarias de Estado construídas para o mesmo complexo.

Os projetos in loco à altura de suas experiências industrializadas, nesses primeiros anos de prática, são aqueles que partiram de um vocabulário de peças articuladas. Em 1969, na casa projetada para Aloysio Campos da Paz, Lelé a faz com um material carregável pelas mãos: a pedra. A residência nem mesmo tinha um projeto definido. "Eu escolhi o melhor lugar para locar a casa. (.) Foi o caseiro quem a construiu, eu só fixei mais ou menos a implantação, mas eu tinha em mente três áreas: uma grande sala de estar na área central da casa, o ateliê e a parte dos dormitórios".

A segunda experiência foi a Igreja no centro administrativo da Bahia. Diferentemente do Centro de Exposições, ali Lelé preferiu criar uma peça tipo, feita de concreto armado fundido in loco, e girá-la em torno de um eixo, resolvendo a volumetria da igreja com "pétalas de estrutura independente que se apoiam cada uma em pilar único". As diferentes alturas desses componentes criam defasagens que garantem diversas entradas de luz. A proporção delgada das partes, levemente distanciadas entre si, dão a sensação de leveza do projeto. Sua expressão na arquitetura, portanto, não decorre apenas da aplicação do pré-fabricado, mas de um modo de pensar a beleza dos espaços a partir da articulação de componentes.

Em 1965, Lelé decide, devido ao golpe militar, demitir-se da UnB e deixar Brasília. Continua sua trajetória em Salvador, desenhando diversas frentes de obras públicas. Teve então a chance de sintetizar sua estética de repetição de componentes com a busca pela otimização construtiva, nos desenhos de abrigos de ônibus, bancas de jornal, muros de contenção e escadas e rampas de drenagem.

Essa mudança de ares marca o final das virtualidades utópicas. Malgrado os percalços, em Brasília sua arquitetura integrava um esforço de desenhar o futuro, o horizonte onde as estrelas se encontram. As luzes, entretanto, se apagaram com a demência política que se instaurou. Atuar em Salvador significava voltar ao Brasil mal construído, ao urbanismo desorganizado, ao crescimento injusto e à dominação crônica. Lelé aceitou o

Page 6: Comtempo

novo destino, lá estava de novo o improviso e a necessidade de criar soluções rápidas para enfrentar o precário.

O atendimento a regiões remotas, com pouco acesso por transportes pesados, justificou suas pesquisas de argamassa armada. "Uma escola pode ficar pronta em 15 dias com essa tecnologia", justificava Lelé, "enquanto uma construção normal, de concreto, levaria seis meses".

Sobretudo, a argamassa armada levava o sistema construtivo à escala das pessoas. Sua leveza permitia a operação por um ou dois homens no canteiro para cada peça. Pré-fabricada, feita em usinas e depois transportada para qualquer parte da cidade, a argamassa conciliava as virtualidades da pré-fabricação com a escala do improviso, das questões contingenciais e dos acidentes. Formado pela cidade de homens livres, o arquiteto alcançava a maturidade alinhando muros de arrimo e calhas de drenagem na Bahia. Fez depois escolas em Abadiânia, Rio de Janeiro e a restauração do centro histórico de Salvador.

Na Rede Sarah, o arquiteto começou com um projeto de investigação de linguagem que conciliaria sua experiência em projetos complexos com o canteiro de peças leves. No primeiro hospital, em Brasília, ainda sem a fábrica, Lelé teve de criar investigações de linguagem, soluções que antecipavam os seus feitos futuros na rede hospitalar. As vigas vierendeel mais uma vez apareciam, mas dessa vez são empilhadas, emulando peças justapostas, o procedimento que sabia atuar. Nas garagens e apoio, sheds feitos de ferro-cimento, um protótipo da argamassa armada.

Oito anos separam a experiência do hospital de Brasília do de Salvador. Na Bahia, já estão presentes as características que marcariam seus projetos na área da saúde. Com a fábrica de peças pré-fabricadas, usada intensivamente, os espaços e setores tornam-se uma expressão da liberdade plástica, seja no desenho de sheds, muros e outros componentes, seja nas grandes linhas de iluminação e horizontalidade dos volumes. Eis de novo o grande gesto, aquele de Niemeyer e Lúcio Costa em Brasília, mas numa outra escala, num outro peso.

Em Salvador utiliza a estrutura metálica, técnica que vinha desenvolvendo paralelamente, e que tem sua primeira formulação mais próxima da plástica desses hospitais em 1984, na Associação Portuguesa. O metal não é uma escolha distante da argamassa armada: desde suas primeiras experiências, Lelé admite a importância de uma serralheria sofisticada, para fazer as peças e fixação dos componentes e as formas. O metal vem ao primeiro plano como parte de suas pesquisas de otimização das técnicas de sua fábrica, e consolida o caráter múltiplo e versátil de sua concepção.

Page 7: Comtempo

Apresentando seus hospitais em palestras para estudantes, Lelé costumava relatar suas experiências como uma crônica construtiva: histórias da piscina feita em argamassa que flutuava, dos problemas de obra que eram resolvidos por suas equipes.

Com essa força criativa - e viabilizadora - cumpriu o seu destino. As voltas no País o fizeram chegar ao final da vida sem ter o controle de sua fábrica, desenhando conjuntos para o programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal e outros edifícios públicos, como o Tribunal Regional do Trabalho, em Salvador. Em entrevistas e falas, nos últimos anos, revelava a frustração com as experiências interrompidas, os projetos não realizados.

Entretanto, Lelé deve ser visto como um vitorioso. Conseguiu dar um passo largo não só na arquitetura, mas no modo como ela interfere na construção de perspectivas históricas. Não se trata somente de um acervo amplo de obras, mas de uma postura. As mais generosas premissas desenhadas em Brasília pela geração de Niemeyer resumem-se na criação de uma concomitância entre horizonte construído e político: o grande gesto era um esforço civilizatório, integrar o homem à paisagem. Lelé foi um realista, deu uma leitura literal do gesto e da leveza da moderna arquitetura brasileira: levou-os ao extremo, trouxe-os ao alcance das mãos.

"O caráter de um homem é o seu destino". A fala de Heráclito, perdida num fragmento da origem da humanidade, reverbera na arquitetura deste arquiteto. Lelé foi levado, cidade a cidade, pelo ímpeto de desenhar não um País, mas um novo mundo, e o fez com tamanha generosidade que justapôs seu caráter aos descaminhos, inspiração para todos os homens.

Material 2

A obra de João Filgueiras Lima, o "Lelé", destaca-se pela combinação entre a exploração da industrialização na construção civil - a criação de componentes pré-fabricados em série - e o recurso da forma livre, freqüentemente sinuosa, herdada de seu convívio com Oscar Niemeyer (1907). Em ambos os sentidos, sua trajetória se inicia em 1957, no canteiro de obras de Brasília, onde Lelé trabalha usando inicialmente a madeira (nos alojamentos de operários), e depois o concreto armado (nos edifícios residenciais das superquadras e nas instalações da Universidade de Brasília - UnB). É nessa experiência inaugural que toma contato tanto com a urgência de desenvolver soluções técnicas que atendam à construção rápida e em grande escala quanto com a poética formal de Niemeyer, deduzida com base na plasticidade do concreto armado.

Entre os protagonistas da arquitetura moderna do Brasil, Lelé é o arquiteto que leva mais longe as experiências de industrialização de componentes na construção civil - sobretudo em argamassa armada -, mesmo diante das condições precárias do país. Orientado pela dimensão coletiva da arquitetura, trabalha prioritariamente para o poder

Page 8: Comtempo

público em programas de grande alcance social: edifícios residenciais, escolas, hospitais e equipamentos urbanos de saneamento e transporte. Nesse sentido, cria uma alternativa concreta para a prática arquitetônica em projetos públicos num período de exíguas oportunidades de atuação profissional: os anos de ditadura militar e a década de 1980, marcada por sucessivas reduções de investimento.

Em 1962, Lelé é convidado pelo antropólogo e educador Darcy Ribeiro (1922 - 1999) e Niemeyer a coordenar o Centro de Planejamento - Ceplan, da UnB. Ali, introduz no Brasil a tecnologia de pré-fabricados de concreto desenvolvida pelos países do Leste Europeu. Interrompidas pelo golpe militar, essas experimentações são retomadas em Salvador, na década de 1970, quando o então prefeito, Mario Kertész (1945), cria a Companhia de Renovação Urbana - Renurb, 1978 a 1982, com o objetivo de implantar um sistema eficiente de transporte na cidade. Conduzido por Lelé, o projeto acaba agregando uma série de equipamentos urbanos, tais como sistemas de drenagem, abrigo, escada, posto policial, banca de jornal e serviços. Esses projetos exigem a elaboração de um sistema de fôrmas metálicas mais sofisticado, proporcionando o desenvolvimento da tecnologia da argamassa armada. Esta, diferentemente do concreto armado, comporta ferragens mais homogêneas, permitindo dimensões reduzidas na peça final, o que facilita não apenas a produção, mas a montagem in loco das peças, já que os componentes podem ser manipulados sem ajuda de guindaste. Depois de 1982, esse projeto ganha força e irradia-se para outros campos da industrialização de componentes urbanos, com a inauguração da Fábrica de Equipamentos Comunitários de Salvador - Faec, 1985-1989. São dessa época os projetos desenvolvidos em parceria com Lina Bo Bardi (1914 - 1992) para a recuperação do centro histórico da capital baiana.

Dessa experiência de implantação de um sistema fabril de produção para componentes urbanos, Lelé cria, entre 1984 e 1986, a "fábrica de escolas" para o então secretário da Educação do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro. O projeto dos Centros Integrados de Educação Pública - Cieps tem a colaboração de Niemeyer, e é apresentado ao Ministério da Educação como piloto de um sistema em escala federal, o dos Centros Integrados de Apoio à Criança - Ciacs, 1990, que prevê a construção de 5 mil escolas pelo Brasil. Do ponto de vista tecnológico, essas escolas representam um aprimoramento tanto dos sistemas da fábrica de Salvador quanto da experiência da escolinha de Abadiânia, no interior de Goiás, em 1982, em que utiliza um misto de estrutura de chapas de aço, madeira e componentes de vedação, piso e cobertura de argamassa armada.

Sua obra atinge maturidade técnica e simbólica na experiência com a rede Sarah Kubitschek de hospitais para doenças do aparelho locomotor, iniciada em Brasília, 1980, e estendida para Salvador, 1991, Fortaleza, 1991, Belo Horizonte, 1993, Recife, 1995, e Natal, 1996. As especificidades do gerenciamento desses hospitais, que articulam no mesmo edifício áreas de desenvolvimento técnico-científico e atendimento médico, trazem a oportunidade de desenvolver projetos arquitetônicos marcados pela vinculação estreita entre espaço e programa. Assim, aplica os sistemas de pré-fabricação em todas as etapas do edifício (desde as superestruturas até os equipamentos de atendimento), exercitando o saber acumulado desde o canteiro de obras de Brasília, no início de sua carreira.

Page 9: Comtempo

Lelé consegue adequar perfeitamente os projetos às necessidades tecnológicas e ambientais do programa hospitalar, estabelecendo um roteiro de princípios que estruturam todos os edifícios da rede: flexibilidade e extensibilidade da construção, criação de espaços verdes como desafogo visual, padronização de elementos construtivos, e iluminação natural e conforto térmico dos ambientes por meio de sistemas naturais de ventilação. Esses últimos aspectos ajudam no processo de cura dos pacientes. Em seguida, o mesmo sistema de iluminação, ventilação e pré-fabricação é aplicado a outros programas, tais como os tribunais de contas da Bahia, 1995, Rio Grande do Norte, 1996, e Aracaju, Belo Horizonte, Maceió, Teresina, Cuiabá - todos em 1997 -, e os centros administrativos municipais no Maranhão e Amapá, a partir de 1998. Em todos esses casos, Lelé constrói uma obra de responsabilidade pública baseada no princípio da inclusão e consegue oferecer à população espaços agradáveis, econômicos, eficientes e pouco convencionais.

Material 3

Documentário sobre o trabalho desenvolvido pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, na Rede Sarah.

João Filgueiras Lima, o Lelé - Rede Sarah. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=2tsADn602-I >. Acessado em: 29Ago de 2015.

Page 10: Comtempo

Referência Bibliográfica

FICHER, S., Vilela, A., "João Filgueiras Lima e a Alegoria da Construção", In. IV Seminário Docomomo Sul, Porto Alegre, 2013LATORRACA, G. (org.), João Filgueiras Lima, Lelé, Lisboa e São Paulo: Editorial Blau e Instituto Lina e P. M. Bardi, 2000LATORRACA, G., Risselada, M. (orgs.), A arquitetura de Lelé: Fábrica e invenção, São Paulo: Imprensa Oficial e Museu da Casa Brasileira, 2010Lima, J. F., Escola transitória. Modelo rural, Brasília: MEC/CEDATE, 1984Lima, J. F., "Carta do Arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé) a Lina Bo Bardi, Discutindo o Sistema de Pré-moldados", In. Projeto nº 133, 1990, p. 52Lima, J. F., "Crônicas de Brasília, 1957/1961" In. Arquitetura e Urbanismo nº 192, 2010, pp. 68-71Lima, J. F., "Galpão para Serviços Gerais", In. Módulo nº 32, 1963, pp. 44-45Lima, J. F., "Igreja do Centro Administrativo da Bahia" e "Secretarias do Governo do Estado da Bahia", In. Módulo nº 41, 1975, pp. 50-57Lima, J. F., "João Filgueiras Lima, Arquiteto: Pensamento e Obra", Entrevista para o Conselho Editorial, In. Módulo nº 57, 1980, pp. 78-93Lima, J. F., "Residência para Ministro de Estado", In. Módulo, nº 49, 1978, pp. 60-65Lima, J. F., Menezes, C., O que é ser arquiteto: Memórias profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima), em depoimento a Cynara Menezes, Rio de Janeiro: Record, 2004 Pedreira, L., "Fábrica de Cidades: Estética da Repetição", In.Arquitetura e Urbanismo, nº 20, 1988, pp. 30-38João Filgueiras Lima, o Lelé - Rede Sarah. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=2tsADn602-I >. Acessado em: 29Ago de 2015.