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1 CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOSTEMPOS

Concepções da loucura

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CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOSTEMPOS

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

Pré – história : as pessoas com transtornos mentais eram tratadas de acordo com os ritos tribais. Se esses fracassavam, deixava-se que os indivíduos morressem de inanição ou fossem atacados por feras.

Na antiguidade: O transtorno mental indicava insatisfação dos deuses, sendo uma punição por pecados e má conduta. 2

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

Eras Grega e Romana : às vezes, eram tratadas com grande delicadeza; mas em outras ocasiões, o tratamento era severo e bárbaro.

Aristóteles (382 – 322): Tentou relacionar os transtornos mentais a distúrbios físicos, desenvolvendo a teoria de que a quantidade de sangue (alegria), água (calma) e de bile amarela (raiva) e negra (tristeza) no corpo controlava as emoções. O tratamento era pela sangria, inanição e purgação.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

No início da era cristã (1-1000 d.C.):

(Idade Média) - Atribuíam os TM a demônios, o

indivíduo era considerado possuído. - Padres realizavam exorcismo para

expulsar maus espíritos. Quando não funcionava, realizavam o encarceramento em calabouços, com açoites e inanição.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

Renascimento (Século XV e XVI): Os loucos inofensivos viviam soltos, faziam parte das paisagens da cidade. Os “lunáticos” mais perigosos eram lançados em prisões, acorrentados e submetidos a inanição.

A loucura estava associada a transcendências imaginárias.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

Século XVII e XVIII: (Iluminismo)Desde esse século o mundo da loucura ficou ligado ao mundo da exclusão, estabeleceu um elo com o processo de internamento. Pinel foi decisivo para a consolidação desse processo; é considerado um dos fundadores da clínica médica. Esquirol, fundou nada menos do que 10 asilos e foi o primeiro professor regular de psiquiatria. Dorothea Dix (1802-1887) iniciou movimento para reformular o tratamento da doença mental. Mas 100 anos depois o asilo era lugar de maus tratos.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

A partir do século XIX, há a produção de uma percepção dirigida pelo olhar científico sobre o fenômeno da loucura e sua transformação em objeto de conhecimento: a doença mental.

O asilo era por excelência o lugar do tratamento moral; era antes de tudo, a ordem da moralidade reduzida à esquemas de leis, obrigações e constrições e que levariam a cura do alienado.

“A partir desse princípio, o paradigma da internação irá dominar, por um século e meio, toda a medicina mental”(Castel, 1978:86).

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Século XIX e início do XX

Sigmund Freud transforma a assistência psiquiátrica com a Psicanálise. Surge a visão do homem como um todo e a história de vida deste homem como o fator preponderante nos transtornos mentais. Ele estudou a mente, seus transtornos e respectivos tratamentos científicos.

Emil Kraepelin (1856-1926): Iniciou a classificação dos transtornos mentais.

Eugene Bleuler : Nomeou a “Esquizofrenia”.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

1950 – PsicofarmacologiaFarmacos Psicotrópicos:

- Antipsicótico – CLORPROMAZINA - Antimaníaco – LÍTIO Reduziam a agitação, o

pensamento psicótico e a depressão. O tempo da hospitalização diminuiu, e muitos pacientes puderam voltar para casa.

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ASPECTOS HISTÓRICOS (CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS)

Na contemporaneidade a partir das transformações sociais e políticas que vinham acontecendo no campo da psiquiatria, em países da Europa (Inglaterra, França e principalmente Itália) e nos Estados Unidos da América, inicia-se no Brasil o movimento da Reforma Psiquiátrica. Este movimento recebeu esta denominação por apresentar e desencadear mudanças que vão muito além da mera assistência em saúde mental. Estas vêm ocorrendo nas dimensões jurídicas, políticas, sócio-culturais e teóricas.

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PSIQUIATRIA REFORMADA

Movimentos reformistas da psiquiatria na contemporaneidade.

Os acontecimentos mais importantes: as duas grandes Guerras Mundiais e os desdobramentos que se seguiram durante a reestruturação dos países europeus.

A eficácia das instituições asilares passou a ser questionada, surgindo assim, diversos movimentos psiquiátricos os quais têm reflexos no processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil e na prática dos diversos profissionais de saúde.

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MOVIMENTOS PSIQUIÁTRICOS

Comunidades terapêuticas (Inglaterra) e Psicoterapia institucional (França) Representam reformas restritas ao âmbito hospitalar

Psiquiatria de setor (França) e Psiquiatria comunitária ou preventiva (E.U.A) Representam reformas que visam superar o espaço

asilar como local de tratamento do doente.Antipsiquiatria(Inglaterra) e Psiquiatria Democrática ou Movimento de Desinstitucionalização (Itália) Projetos de rupturas com os movimentos anteriores,

colocam em questão o próprio conceito de doença mental, as instituições, os saberes psiquiátricos e as formas de tratamento.

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MOVIMENTOS PSIQUIÁTRICOS

Psiquiatria Democrática ou Movimento de Desinstitucionalização (Itália).

Conduziu ao fim da violência da instituição psiquiátrica com a superação do manicômio, constituindo um circuito de atenção que, ao mesmo tempo em que oferece e produz cuidados, oferece novas formas de sociabilidade e de subjetividade para as pessoas que necessitam de assistência psiquiátrica.

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MOVIMENTOS PSIQUIÁTRICOS

Fim dos manicômiosConstrução dos C.S.M. aberto 24hUrgências atendidas em hospital Geral com

possibilidade de internação noturna.Cooperativas de produção e trabalho.

MOVIMENTO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Processo complexo de desconstrução de uma política hegemônica até início dos anos 80 e construção participativa de um lugar social para o “louco”através de iniciativas setoriais na saúde, justiça, parlamento, educação, cultura, direitos humanos etc.

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MOVIMENTO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Adota os conceitos da Psiquiatria Democrática Italiana de Rotelli e Basaglia. Esses autores advogam “a criação de uma rede territorializada, potencializadora de soluções múltiplas a lidar com a existência – sofrimento de cidadãos concretos, e não de doenças em abstrato”.

O objetivo principal é humanizar o atendimento a doentes mentais, melhorar as condições dos trabalhadores de saúde mental, criar uma rede de serviços extra-hospitalares, substitutiva ao hospital / manicômio, e rever saberes e práticas excludentes (AMARANTE, 1992).

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Período de 1978 a 1987 “Germinativo”

Não havia uma crítica clara do modelo asilar, mas existia uma importante crítica à expansão do setor privado e à mercantilização da loucura.Instituição do Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental.

Ambulatorização (SP e MG) – pequeno impacto global

1987 – Congresso de Bauru, os T.S.M. adotaram a consigna: “Por uma sociedade sem manicômios”. Luta anti-manicomial.

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Período de 1987 a 1999 “Entre a cidadania e a crise tecnológica”

Novos atores: usuários, familiares, sindicalistas, associações científicas.Discussão sobre a natureza do saber e das práticas e das instituições psiquiátricas.

Principais marcas do período Crise dos saberes e dos procedimentos A luta anti-manicomial reconhece no debate sobre os direitos

dos pacientes psiquiátricos Criação do primeiro CAPS, no centro de São Paulo. 1992 – II C.N.S. Mental, com participação de usuários e

familiares 1993 – 1999 – redução de leitos, ampliação do movimento dos

usuários.

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Período após 1999

2000 Ano Internacional da Saúde Mental

2001 Promulgação da Lei 10.216, da Reforma Psiquiátrica.

III C.N.S.Mental.2002 Ampliação do CAPS e residências terapêuticas,

redução de leitos. Expansão dos serviços de base territorial

2003 Lei Federal 10.708 de 31 de Junho (de volta para

casa).

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CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CONCEITO DO CAPS

São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. (Portaria nº 336/GM, 19/02/2002).

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CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CLASSIFICAÇÃO

CAPS tipo I – 20.000 a 70.000 habitantes.CAPS tipo II – 70.000 a 200.000 habitantesCAPS tipo III - + que 200.000 habitantes –

24 horasCAPS tipo i – crianças – 200.000h.CAPS Tipo ad – dependentes químicos –

70.000 habitantes.

Atendimentos: intensivo,

semi- intensivo

não – intensivo.

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CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SERVIÇOS PRESTADOS

Atendimento individual

Atendimento em grupos

Atendimento em oficinas terapêuticas

Visitas e atendimento domiciliar

Atendimento à família

Atividades comunitárias

Acolhimento noturno

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Rede de Atenção a Saúde Mental

Prontos Socorros Gerais

Unidades Básicas de Saúde

PSF/PACS

Residências terapêuticas

Leitos em hospitais gerais

CAPS ad

CAPS i

Centro Comunitário

Instituições de Defesa dos Direitos dos Usuários.

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OBRIGADA!!!

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REFERÊNCIAS

AMARANTE, P. O homem e a serpente: outras histórias sobre a loucura e a psiquiatria. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.

AMARANTE, P. et al. Loucos pela vida: A trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Panorama ENSP.1995.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial.Brasília, 2004-11-15

COSTA, J.F. História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. 3ª ed.Rio DE Janeiro: Campus, 1981.

GOFFMAN. E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva. 1987.