3
Despacho Normativo - avaliação no E. Básico CONSULTA PÚBLICA

Contributo para Consulta Pública

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Contributo para Consulta Pública

Despacho Normativo - avaliação no E.

Básico

] [ CONSULTA PÚBLICA

Page 2: Contributo para Consulta Pública

Ex. mo Senhor Diretor Geral de Educação:

Relativamente a este tema, limitar-me-ei a tecer considerações gerais, sobre o que julgo

estar incorreto ou mal-esclarecido, no sentido de se proceder a uma maior equidade entre os

professores do 1.º ciclo e os dos restantes ciclos, e, entre os Agrupamentos de todo o país,

que apresentam discrepâncias de funcionamento administrativo, resultantes de interpretações

dadas à legislação que regulamenta o ensino. Enumero, então, as minhas opiniões:

1. Como mencionei no contributo anterior referente ao “Despacho de Matrículas”, a

definição de Conselho de Docentes constituído para avaliação, deverá ser

clarificada (Artigo 14.º do Despacho Normativo 17-A/2015). O Departamento do Grupo

110- 1.º Ciclo- é normalmente constituído por mais de 30 docentes, chegando a atingir

números muito mais elevados.

Em momentos avaliativos, juntam-se os professores da Educação Especial e outros

técnicos que acompanham os alunos. É impraticável, penso, avaliar-se em tão grande

grupo, limitando-se os docentes a relatar as dificuldades gerais da turma, não havendo

a troca de experiências que pode ocorrer “em estabelecimento”, onde se conhecem

alunos e familiares e se consegue verdadeiramente uma avaliação semelhante ao

Conselho de Turma, no 2.º e 3.º ciclos.

2. Relativamente aos momentos de avaliação sumativa formal, com entrega de Fichas de

Avaliação aos Encarregados de Educação, talvez se pudessem reduzir para dois, em

cada ano letivo- um em fevereiro e outro no final do ano.

Como as reuniões de Estabelecimento/Departamento têm caráter mensal, a avaliação

formativa pode ser realizada de forma contínua e sistemática; o contacto com o

Encarregado de Educação realiza-se sempre que necessário, dispondo o

professor/diretor de turma de uma hora semanal da sua componente não letiva de

estabelecimento, para esse efeito.

Assim, no final de cada trimestre, todos os docentes disporiam de uma semana para

dedicarem à sua Formação, a Investigação… enfim à componente não letiva individual.

Em fevereiro, por alturas do Carnaval, ou noutro momento a estabelecer, far-se-ia a

entrega da avaliação sumativa/afixação de pautas.

3. Quanto à definição de Plano de Acompanhamento da Turma, deverá haver também

uma uniformização de procedimentos e uma clarificação do que, com ele é pretendido.

Apesar de alterada a existência dos antigos PCT, com o Decreto-Lei 139/2012, muitas

escolas continuam a exigir burocracia que em nada contribui para o sucesso educativo,

obrigando os docentes a seguir um índice, a caracterizar vertentes que já se encontram

caracterizadas nos Projeto Educativo e Curricular de Agrupamento.

1

Page 3: Contributo para Consulta Pública

1

Penso que, o que na realidade interessa, é que cada titular/diretor de turma possua

uma identificação das características dos alunos que “fogem à média” e das medidas

implementadas para melhorar o seu interesse e aproveitamento.

4. Considero que a definição de “crédito horário”, para atividades de apoio e

complemento do currículo, para além de confusa e de exigir variáveis que nem sempre

estão atempadamente disponíveis, também se encontra “invertida”, ou seja, beneficiam

de mais horas para essa finalidade, as escolas de maior sucesso. Penso que o contrário

seria mais lógico e necessário.

5. No Artigo 25.º do Despacho Normativo 17-A/2015, encontram-se as condições para

uma progressão mais rápida durante um ciclo de escolaridade. No que respeita ao

1.º Ciclo- “a) Concluir o 1.º ciclo com 9 anos de idade, completados até 31 de dezembro

do ano respetivo, podendo completar o 1.º ciclo em três anos”, será útil definir que a

transição de ano só poderá ser efetivada no final do ano letivo, avaliado o

desenvolvimento global da criança, pela equipa de Educação Especial.

6. A propósito de crédito horário, e embora as considerações que vou tecer não se

enquadrem no que aqui é solicitado, proponho que os docentes do 1.º Ciclo passem a

ter exatamente o mesmo tempo letivo semanal que os seus pares do restante Ensino

Básico. Se deixaram de ter benefícios no Estatuto de Aposentação, não é

compreensível que trabalhem mais 400/700 minutos semanais, conforme se não

considere/ considere o acompanhamento de intervalos.

Se, no 1.º Ciclo, o docente trabalhar 220 minutos por dia, durante 5 dias, trabalhará

os mesmos 1100 minutos do que qualquer docente do 2.º ou 3.º ciclos. O horário é

fácil de fazer (exemplo* abaixo) ficando as Atividades de Enriquecimento Curricular a

ser ministradas das 15:30 às 17:30. Se os Agrupamentos forem obrigatoriamente os

promotores das AEC, as verbas vindas do Ministério serão certamente suficientes, pois,

ao invés de darem lucro a municípios, firmas organizadoras de atividades, associações

de pais… e mais alguns intermediários que querem lucrar com as mesmas, destinar-

se-ão ao pagamento dos docentes contratados para o efeito.

Com os melhores cumprimentos.

Professora Fátima Ventura Brás

*EXEMPLO

9:30 às 10:20 Atividade letiva

Intervalo-20mn

10:40 às 12:00 Atividade letiva

Almoço

13:30 às 15:00 Atividade letiva

Intervalo-30mn

15:30 às 16:20 AEC

16:40 às 17:30 AEC

Nota: Horário Pedagógico, “menos pesado” para crianças até aos 10 anos

2