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EB1/JI Casal do Marco Costumes e tradições Seixal Trabalho elaborado por: Carlos Ricardo Lopes

Costumes e Tradições

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Page 1: Costumes e Tradições

EB1/JI Casal do Marco

Costumes e tradições

Seixal

Trabalho elaborado por:

Carlos

Ricardo Lopes

3ºano

2009/2010

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Gastronomia

A gastronomia seixalense estava dependente

do que se produzia no solo, do que se pescava

no mar e dos animais que se criavam. De facto,

no início do século XX, o Seixal era um

concelho rural e agrícola, onde se produziam

frutas, legumes, vinho e azeite.

Dos cereais, o milho era o mais produzido, sendo no entanto também

cultivado o centeio, a cevada e a aveia. Como culturas hortícolas de

sequeiro, o tomate era o mais abundante, seguido pelo feijão, a fava, a

ervilha e o grão-de-bico. Relativamente a culturas de regadio, era possível

encontrar a couve, o repolho, o nabo, a cenoura e o feijão-verde. As

culturas frutícolas eram essencialmente de laranjeiras e limoeiros. Havia

também no Concelho, figueiras, macieiras, pereiras e nespereiras,

damasqueiros e ameixoeiras.

No Estuário do Tejo, devido à proximidade com

o Mar da Palha, existiam tainhas, enguias,

robalos, peixe-rei, caboz, marinha, sardinha,

linguado, patruça, xarroco, sargo, dourada,

ruivo, salmonete, corvina, choco, lambujinha,

camarão, camarinha, caranguejo, lagostas,

santolas, navalheiras, berbigão e ostras. Todos

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estes elementos foram fundamentais para a riqueza gastronómica que o

concelho do Seixal possui. Aliado ao percurso demográfico que sucedeu

no concelho, pode-se afirmar que o Seixal, para além da riqueza

patrimonial natural, possui também uma grande riqueza cultural, que

deve a todo o custo ser valorizada e preservada.

A diversidade gastronómica do concelho deve-se ao facto de aqui se

terem fixado homens e mulheres oriundos sobretudo das Beiras e do

Alentejo, que trouxeram consigo o saber, adaptando-o aos recursos

agrícolas e piscatórios existentes.

Desta forma, foram implementados novos hábitos alimentares nesta

região, hábitos esses que permanecem até hoje, resultando na riqueza

gastronómica que o Seixal possui, tais como a feijoada de choco, a

caldeirada, a massa de peixe, as enguias fritas e o ensopado de enguias.

Na doçaria tradicional encontramos os

Pastelinhos de Santa Marta, o doce eleito do

concelho, após o concurso de apuramento,

que decorreu em 2006, inserido na 14.ª edição

da Festa da Gastronomia do Seixal.

Consta que eram confeccionados e vendidos

em ocasiões festivas, especialmente durante a Festa de Santa Marta de

Corroios, que viria a realizar-se até aos primeiros anos do século XX.

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Artesanato

No artesanato são típicos os trabalhos em

cortiça e as miniaturas de embarcações

tradicionais.

Como instalação cultural, existe o Ecomuseu

do Seixal, com uma exposição permanente

subordinada ao tema Território-Homem-

História, e outras áreas museológicas: Oficina do Núcleo Naval de

Arrentela, com mostras temáticas temporárias; Embarcações tradicionais

a navegar no Tejo. O varino Amoroso e os botes de fragata Gaivotas e Baía

do Seixal são embarcações tradicionais recuperadas e utilizadas para

passeios turísticos no rio Tejo; Moinho de maré de Corroios. Moagem

artesanal de trigo, milho e centeio. Exposições temporárias; Edifício das

caldeiras Babcock e da fábrica de cortiça Mundet, com exposições

temporárias.

O artesanato ou arte popular é parte integrante

da cultura que caracteriza e define a identidade

de um povo.

O Seixal, apesar do seu cariz urbano, é um

concelho com fortes tradições na construção

naval e na pesca, tem sido

morada de excelentes artífices, hábeis na construção

de miniaturas de embarcações tradicionais do Tejo.

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Aqui existiram várias fábricas de transformação de cortiça, o que criou

uma certa tradição de trabalhos artesanais feitos nesta matéria-prima

multifacetada.

O artesanato, que pode ser só um passatempo como uma actividade

profissional efectiva, tem no Seixal

representantes das mais variadas áreas de trabalho,

desde a azulejaria, cerâmica, olaria, cestaria,

madeira, têxteis, artes decorativas, etc.

A lenda que deu nome a Paio Pires

No princípio do século XIII, apesar de Lisboa estar já nas mãos dos

portugueses, havia ainda alguns grupos de mouros a vaguear pela zona.

Assaltando e matando. O jovem Abu, revoltado, jurou a si mesmo que iria

recuperar aquelas terras e vingar a morte do seu avô e do seu pai. Mas os

seus companheiros não estavam para aí voltados, pois desde a queda de

Almada que tinham vontade de se tornar vassalos do monarca português.

Abu considerava isso uma traição. E, desesperado, arranjou um bando de

jovens mouros para atacar tudo o que fosse cristão nos arredores de

Almada.

Um dia resolveu assaltar uma quinta às portas de Almada. As pessoas que

lá viviam e trabalhavam fugiram, mas o dono, um velho capitão, e a sua

filha lutaram até ao fim para defender a sua propriedade. Mas Abu e os

seus conseguiram vencê-los e entrar na casa. O mouro ficou espantado e

sensibilizado com aquelas gentes frágeis e corajosas que o haviam

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enfrentado. Não teve coragem de os matar e rendeu-se à beleza de Alda _

a filha do capitão. Rezou a Alá para que o inspirasse e ajudasse a tomar a

decisão certa.

Entretanto, o cavaleiro Paio Peres Correia e os seus homens, regressados

de Mértola, entraram na casa e enfrentaram os mouros. Paio Peres ficou

espantado quando viu Alda pois ela era muito parecida com a Nossa

Senhora da Anunciação. O cavaleiro venceu Abu e preparava-se para

matá-lo quando Alda lhe pediu que o poupasse tal como ele tinha

poupado a sua vida e a de seu pai. Paio Peres sorriu ao ler nos olhos de

Abu e Alda a paixão que sentiam um pelo outro. Propôs, então, poupar-

lhe a vida se ele se convertesse. Abu aceitou.

Paio Peres apadrinhou o casamento, que teve lugar na capela da casa. No

final da cerimónia decidiram que aquelas terras receberiam o nome de

Paio Peres. Ainda hoje é Paio Pires a vila que cobriu o espaço da quinta do

capitão.