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CULTURA ERUDITA E CULTURA POPULAR
1. Popular e erudito: “inferior” e “superior”
o Pensadores iluministas pretendiam compreender e desmistificar a temerosa cultura popular.
o Sonhavam com a nação unida, identificada e comprometida com o Estado liberal – burguês.
o Elementos da cultura popular foram assimilados e transformados para parecerem inofensivos.
o Valorizava – se a vida urbana, depreciava – se a vida rural.
Folclore e Cultura Popular:
o Folclore, sinônimo de cultura espontânea e popular.
o Tradições que permanecem e perpetuam – se.
o Estereótipo de rural, primitivo, simples, inferior.
o A cultura camponesa passa a ser “bárbara.
o Serviu de contraponto para valorizar a vida urbana e industrial, considerada civilizada.
2. Cultura Popular:
o Ligada à espontaneidade, ao simplismo e ao informalismo.
o De domínio das classes mais pobres e informalmente passada de geração a geração.
o Está ligada ao Folclore, de tradição oral, de domínio público.
o Exemplos: linguagem, culinária, artesanato.
3. Cultura Erudita:
o Comum às classes mais altas.
o Relacionada ao refinamento, à polidez, à ilustração, intelectualismo.
o Produzida para ser consumida pelas elites.
o O acesso às classes pobres é mais difícil.
o Exemplos: balé, artes plásticas, óperas.
Eurocentrismo e dominação:
o Pensadores europeus do séc. XIX consideravam a civilização como o estágio máximo da sociedade.
o A Antropologia surgiu para estudar e comprovar o grau de “inferioridade” dos “bárbaros” dominados.
o Sociedades agrárias/caçadoras/coletoras eram consideradas inferiores.
o A missão civilizadora europeia seria a de levar o progresso e a civilização aos povos inferiores.
Etnocentrismo:
o Princípio antropológico que utiliza uma cultura como referência – padrão, depreciando e discriminando culturas consideradas inferiores.
o O poder econômico e a superioridade tecnológica das nações europeias serviram de bases para a propagação do etnocentrismo em relação aos povos africanos e asiáticos.
Método Comparativo:o O método comparativo, classificava as sociedades não adeptas da
cultura europeia como “exóticas”, “atrasadas”, “involuídas” e “arcaicas”, com uma formação social primitiva, de uma religiosidade mítica e irracional e uma estrutura de parentesco que possibilitava as relações incestuosas.
o Essas são as características centrais do método comparativo: o progressivismo evolucionista, o etnocentrismo metodológico, a preferência pelo estudo das estruturas de parentesco e dos mitos e rituais religiosos mágicos. O método comparativo julgava as culturas primitivas como modelos sociais presos à antiguidade histórica.
Relativismo cultural:
o Vários críticos questionaram o etnocentrismo.
o As nações “civilizadas” desrespeitavam as culturas sem conhece – las profundamente.
Relativismo e Estruturalismo:
o Cada cultura tem suas estruturas, especificidades e dinâmica próprias.
o Necessário conhecer o funcionamento de cada cultura.
Relativismo – conceito sociológico
Funcionalismo e trabalho de campo:
o Franz Boas defendia que a Antropologia estava interessada nas diferenças históricas.
o As diferenças entre os grupos e sociedades humanas eram culturais, e não biológicas.
o Entender uma cultura exigia estudar as especificidades (economia, sociedade, poder, religião, linguagem, ritos), compreendendo seu funcionamento e sua totalidade.
Conclusões:
o As culturas são múltiplas e diversificadas, populares ou eruditas.
o As sociedades industriais extinguiram ou transformaram as culturas primitivas.
o A globalização e a indústria cultural misturou o popular e o erudito, mercantilizando a cultura.