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6 Digitalizado e doado por: Angela S. Lançamento: www.bibliotecacrista.com.br

Destinados Para GlóRia Hernandes Dias Lopes

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  • 1. 6 Digitalizado e doado por: Angela S. Lanamento:www.bibliotecacrista.com.br

2. DESTINADOS PARA A GLRIA REV. HERNANDES DIAS LOPES A mensagem deste sermo no apenas informativa. Meu propsito no se resume tentativa de lanar luzes em sua mente, mas de atear fogo em seu corao. Ao mesmo tempo, minha orao que este texto to simples seja como uma torrente viva do cu inundando-lhe a vida de consolao, alegria e uma profunda convico do propsito salvador de Deus em especial nesses dias turbulentos em que passamos, nos quais somos bombardeados com tantas notcias trgicas e com tantas mensagens contraditrias.No podemos alimentar a alma com a palha da filosofia humana. O corao no encontra descanso nas promessas mirabolantes engendradas no laboratrio das religies. Nosso consolo vem de Deus. S o blsamo6 celestial pode refrigerar-nos a alma. S a partir do cu pode jorrar a verdadeira consolao. Toda consolao que no vem vazada pela verdade de Deus falsa. A verdade, e s a verdade, amplia a viso, aprofunda a experincia e gera verdadeira transformao.O texto de Romanos 8:26-30 o ponto culminante do maior tratado teolgico escrito pelo apstolo Paulo. Se a carta de Paulo aos romanos uma espcie de "cadeia do Himalaia" de todos os escritos daquele apstolo veterano, Romanos 8 o prprio pico do Everest, o ponto culmi- nante. A anlise desse texto pode trazer maravilhosos benefcios a sua vida. Em esprito de orao, mergulhe nas profundezas dessa riqueza divina. Beba sem restries dessa fonte inesgotvel. Sacie a alma dessa fonte que jorra em abundncia. Alimente-se desse banquete de iguarias to finas.Ao atravessar os portais desse texto do apstolo Paulo, voc descortinar as revelaes mais maravilhosas do eterno propsito de Deus. Todas as palavras do dicionrio no seriam suficientes para descrever o grande amor de Deus e seu inescrutvel, eterno e incontestvel plano redentor. Concordo com o que disse o poeta: Ainda que todos os mares fossem tinta e todos as nuvens fossem papel; ainda que todas as rvores fossem pena e todos os homens escritores; nem mesmo assim poderiam descrever o sublime amor de Deus". Ao levantar a ponta do vu desse glorioso texto, voc ver, com clareza cristalina, como o Deus trino Pai, Filho e Esprito Santo tem trabalhado de forma eficaz, desde a eternidade, para a nossa redeno.Este livro uma exposio teolgica, devocional e prtica do texto de Romanos 8:26-30. Estou certo de que sua leitura lhe far to bem quanto fez a mim ao escrev-lo. Meu ardente desejo que Deus possa enriquecer a sua vida, firmar a sua f, sustentar os seus passos, firmar os seus olhos em Jesus, o autor e consumador da f, e guiar voc at glria.Em Cristo temos uma rica e linda herana. Os tesouros deste mundo so trapos de nenhum valor, se comparados com as riquezas celestiais. A caminhada crist, embora marcada pelo sofrimento, terminar na glria. No avanamos para o ocaso, mas para o alvorecer. Nosso destino no a derrota, mas a vitria triunfal. Por enquanto, cruzamos vales escuros, pisamos estradas repletas de espinhos, enfrentamos pobreza, dor, perseguio, fraqueza e a prpria morte; mas, ento, os portais do cu se abriro para ns, entraremos na glria e reinaremos para sempre com o Senhor.Tambm o Esprito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque no sabemos orar comoconvm, mas o mesmo Esprito intercede por ns sobremaneira, com gemidos inexprimveis. E aquele quesonda os coraes sabe qual a mente do Esprito, porque segundo a vontade de Deus que ele intercedepelos santos. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles queso chamados segundo o seu propsito. Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinoupara serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos irmos. E aosque predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm justificou; e aos quejustificou, a esses tambm glorificou. Romanos 8:26-30Nem todos os que sonham em vencer na vida conseguem atingir este objetivo. Nem todos os que buscam a vitria a alcanam. No jogo da vida, muitos comeam bem e terminam mal. Alguns iniciam ganhando de goleada, mas depois sofrem uma derrota esmagadora. Podemos ilustrar esSa realidade incontestvel com a saga esportiva brasileira. 3. Introduo Em 1950, o Brasil hospedou pela primeira e nica vez a Copa do Mundo de futebol. A imprensa mundial apontava o Brasil como o mais forte candidato ao ttulo naquela competio.Para no frustrar as expectativas, o Brasil abriu o campeonato goleando o Mxico por 4 a 0. Um otimismo inabalvel galvanizou-se na alma dos brasileiros. O pas inteiro vibrava pelo estupendo sucesso da seleo brasileira. Na segunda partida, o Brasil empatou com a Sua em 2 a 2. Em seguida, ganhou da antiga Iugoslvia marcando 2 a 0. A convico de que o Brasil seria campeo consolidou-se na alma de todos os brasileiros. O pas festejava antecipadamente o que parecia ser o inescapvel grito " campeo!".6Na segunda fase, o time do Brasil tornou-se um gigante. Parecia uma mquina imbatvel. No primeiro jogo daquela etapa, a seleo goleou a Sucia por 7 a 1. Por todo o territrio nacional, o entusiasmo crescia. As multides saam s ruas, cantando com orgulho o Hino nacional. Bandeiras brasileiras tremulavam nas praas do pas. No penltimo jogo, o Brasil enfrentou a Espanha. Era uma partida difcil. Mas, com determinao e bravura, a seleo brasileira, motivada por aquela torcida fiel, entrou em campo e goleou a esquadra espanhola por 6 a 1.Chegava ento o grande e apotetico dia: o Brasil estava na final da Copa do Mundo. Todos os brasileiros estavam emocionados. Afinal, a seleo havia correspondido a todas as expectativas da nao. Foi ento que, no dia 16 de julho de 1950, o Brasil entrou em campo dependendo apenas de um empate contra o Uruguai para sagrar-se campeo do mundo. Aquela competio, que reunira treze selees, estava prometendo o primeiro ttulo invicta e imbatvel seleo brasileira. O Maracan, maior estdio de futebol do planeta, estava com lotao mxima quase duzentas mil pessoas se espremiam nas arquibancadas, cadeiras e na geral. O Brasil fora o grande fenmeno da Copa, goleando os principais adversrios. Sob aplausos ruidosos de uma torcida apaixonada, o Brasil comeou o jogo contra o Uruguai, e fez 1 a 0 no primeiro tempo. O pas inteiro comemorava, erguendo suas bandeiras. A vitria parecia garantida.Os jogadores entraram em campo para disputar o segundo tempo quase com a faixa de campeo no peito. A bola rolou, e logo o Uruguai empatou o jogo. Mas a taa ainda era do Brasil. Antes do apito final, entretanto, o Uru - guai virou o jogo, ganhou a partida e ficou com o campeonato mundial, disputado no maior estdio do mundo com a maior torcida do mundo.1 Naquele dia fatdico e inesquecvel, o Maracan cobriu-se de silncio e o povo, de lgrimas. O Brasil, que comeara to bem, capitulava na ltima hora. Um silncio mrbido invadiu a nao. Era o gosto amargo da derrota. Era a derrota final sobre a esperana da vitria, mantida at o fim. Essa uma das pginas mais tristes da histria do esporte brasileiro. Aquela foi uma derrota inesquecvel, irrecupervel e irreversvel.Este, contudo, no o destino dos filhos de Deus. No temos apenas a expectativa de triunfo, mas a prpria garantia da vitria. Somos mais do que vencedores em Cristo Jesus. No entramos em campo apenas para vencer entramos como vencedores por antecipao. Seguimos as pegadas daquele que campeo invicto em todas as bata- lhas. Nosso Deus jamais perdeu uma batalha. No fomos chamados para contar os inimigos, nem para tem-los. Deus no nos escolheu para a derrota. O fracasso no a nossa herana. Nosso lema "vencer ou vencer". Pertencemos a um time vitorioso. Nossa marcha no rumo ao fracasso, mas vitria retumbante e definitiva.Em Romanos 8:30, o apstolo Paulo diz: 'Aos que [Deus] predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou". Embora a glorificao seja algo futuro e escatolgico que se dar na segunda vinda de Cristo, na mente de Deus e nos decretos do Senhor j fato consumado. Ainda que o caminho seja estreito e cheio de espinhos pontiagudos, ainda que o inimigo esbraveje contra ns, ainda que o inferno inteiro se levante, nada nem ningum pode nos arrancar dos braos de Jesus, nem nos afastar da glria celestial.No jogo da vida, o ser humano, criado imagem e semelhana de Deus e para a glria do Pai, sofreu uma profunda e desesperadora derrota no den. Ado pecou, e com ele caiu toda a raa humana. O Diabo, com a sua astcia, induziu o homem a pecar contra Deus. Um grande abismo passou a separar o homem de Deus. O pecado ar- ruinou o ser humano e o separou de Deus, de si, do prximo e da prpria natureza. No entanto, apesar da goleada que o ser humano estava sofrendo no jogo da vida, Deus entrou em campo para virar o placar e garantir a ele uma vitria consagradora. 4. Sobre a fachada do templo humano, podamos ler a inscrio: "Aqui Deus habita". Mas o pecado imergiu o homem num rio de trevas. A glria desapareceu. As lmpadas do templo se apagaram. O altar ficou em runas. O candelabro de ouro foi abandonado. O doce incenso foi trocado por um odor ftido. A casa de orao tornou-se covil de salteadores. "Icabode" podia ser lido em suas runas. Mas Deus no desistiu do homem. Ele desceu para salv-lo. O prprio Deus desceu at ns na pessoa de seu Filho. Cristo morreu por ns. Agora o Esprito de Deus habita em ns. Hoje somos um templo restaurado. Somos habitao do Deus vivo. Aquele que nem os cus dos cus podem cont-lo, o Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, este habita plenamente no santurio do nosso corpo. As runas ficaram para trs, agora o nosso destino o cu, a glria. Vamos examinar esse assunto grandioso luz de Romanos 8:26-30. Essa bendita esperana est edificada sobre fundamentos inabalveis, que analisaremos nas prximas pginas. 6 Captulo I A assistncia do Esprito Santo em nossa fraquezaA base de nossa certeza e segurana no est em ns, mas em Deus. A vitria que proclamamos no resultado do nosso esforo, mas da graa do Senhor. Se fssemos entregues a ns mesmos, sucumbiramos por causa da nossa extrema fragilidade. O homem veio do p e p. Ele no pode manter-se de p confiando em sua prpria fora. Veja como o apstolo Paulo aborda o assunto: "Tambm o Esprito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque no sabemos orar como convm..." (Rm 8:26). Existem aqui trs verdades dignas de destaque.Todos temos fraquezas Somos fracos. A vitria no resulta de nossa fora. A Nova Era est equivocada quando diz que a fora vem de dentro. Os livros de auto-ajuda esto sempre nos desafiando a fazer ccegas no gigante que dorme dentro de ns. As religies msticas ensinam que h uma espcie de divindade dentro das pessoas que precisa ser conhecida e libertada.A eterna Palavra de Deus, no entanto, ensina que no somos fortes. A fora no vem de dentro, mas do alto, de cima, de Deus.Somos limitados, contingentes e incapazes de viver vitoriosamente a partir de nossos prprios esforos e recursos. No podemos nos manter de ps estribados no bordo da autoconfiana. Temos fraquezas em vrias reas da vida. Temos fraquezas fsicas, emocionais, morais, existenciais e espirituais. Somos constantemente atropelados por essas fraquezas. Tropeamos nas prprias pernas. Somos esmagados pelo rolo compressor dessas debilidades que nos assaltam e nos humilham debaixo de suas botas.Quantas vezes j prometemos a ns mesmos que venceramos determinados hbitos, evitaramos determinados pecados e romperamos com determinadas prticas, para logo depois sermos flagrados repetindo essas mesmas coisas? Quantas vezes j nos desesperamos da prpria vida, achando que jamais conseguiramos conviver com nossas mazelas? Quantas pessoas, asfixiadas pelas crises, no conseguem enxergar uma luz de esperana no tnel do tempo e se atiram no abismo do suicdio porque no conseguem superar suas fraquezas?E importante ressaltar que a maior fraqueza consiste na confiana infundada em nossa pretensa fora. Diz o apstolo Paulo que, quando somos fortes, a que somos fracos. A nossa runa est no fato de confiar em nossa for- a. No h perigo mais avassalador do que viver estribado nesta iluso de que somos fortes. Aqueles que confiam em seus prprios recursos so os que naufragam, pois a soberba precede a runa. A altivez a ante-sala da queda.Na verdade, somos fracos. Temos fraquezas morais profundas. Muitas vezes, combatemos nos outros aquilo que praticamos. Censuramos nos outros aquilo que agasalhamos no corao. Da mesma maneira, nossa fraqueza espiritual evidente. Sempre que tentamos ostentar uma fachada de piedade, estamos, na verdade, escondendo nossa mediocridade. Quando proferimos palavras carregadas de religiosidade em tom presunoso, muitas vezes estamos trajando a capa do farisasmo. Aos olhos de Deus, nossa pretensa fora fraqueza consumada, e nossa justia prpria, como trapos de imundcia. 5. A teologia que ensina que o homem tem a fora, que o homem um ser divino em miniatura, que o poder para uma vida bem-aventurada emana de dentro do prprio homem uma falcia. Todo homem tem os ps de barro. Todos temos nosso calcanhar de Aquiles. Todos temos fraquezas. A lenda grega diz que Ttis segurou seu filho Aquiles pelo calcanhar para mergulh-lo num rio do Egito, cujas guas o tornariam invencvel. Ttis queria contrariar um orculo que dizia que seu filho morreria na guerra de Tria. Muitos anos depois, numa batalha, ele foi morto com uma flecha cravada no calcanhar, exatamente o ponto que no fora imerso no rio. Essa lenda retrata a verdade de que todos somos vulnerveis. No h nenhum ser humano poderoso, auto-suficiente, capaz de triunfar sobre o mal sustentado em sua prpria fora ou virtude.Deus conhece a nossa estrutura e sabe que somos p. Todos temos ambigidades. Temos uma natureza cor- rompida, um corao enganoso, um sentimento cheio de contradies, um pendor para o mal. O pecado guerreia6 contra ns. H uma guerra constante instalada em nosso peito. H um conflito permanente no campo de batalha do nosso corao. H uma esquizofrenia existencial fincada nos meandros da alma que nos arrasta para direes opos- tas. Temos o desejo de fazer o bem, muitas vezes, mas no temos o poder para efetu-lo. Outras vezes, repudiamos o mal, mas acabamos capitulando diante dele. Fazemos o que detestamos e deixamos de fazer aquilo que aprovamos. Somos seres ambguos e contraditrios. Nossos desejos secretos denunciam a gravidade da nossa doena moral. Nossos pensamentos ntimos revelam quanto o pecado nos atingiu.Se a nossa alma pudesse ser dissecada, veramos nela as marcas profundas do pecado. Muitas vezes, nossas palavras so carregadas de veneno mortfero. Nossas atitudes so com freqncia reprovveis. Estamos cobertos de chagas, da cabea aos ps. Somos dbeis, e h em ns uma infinidade de enfermidades existenciais que ameaam nos derrubar. De fato, temos de admitir a nossa falncia. Temos de assumir a nossa fraqueza. Tentar negar esse fato incontestvel revelar um estgio ainda mais avanado da nossa fraqueza moral. Buscar subterfgios para esconder essa triste realidade atrs de mscaras simplesmente evidenciar ainda mais a gravidade dessa doena e o terrvel estrago que o pecado produziu dentro de ns. Somos fracos. No podemos permanecer de p se tentarmos nos es- corar no bordo da autoconfiana.O Esprito Santo nos assiste em nossas fraquezas Um fato glorioso que merece ser destacado o de que Deus no nos abandonou nem virou seu rosto por nossas fraquezas. No desistiu de ns por nosso fracasso. No nos esmagou nem nos esbofeteou ao flagrar-nos na contramo de sua vontade. No nos rejeitou nem nos condenou ao ver-nos cados. No nos deixou entregues a nossa prpria sorte. No sentiu nojo de nossa imundcia. No escondeu seu rosto santo de ns por nossa feira existencial. No nos desamparou, no esmagou a cana quebrada nem apagou o pavio que fumega.O apstolo Paulo diz que o Esprito nos assiste em nossas fraquezas. Ele se solidariza com o sofrimento humano. Nosso Deus sensvel, amoroso e sofre conosco. Ele se encurva para descer at ns e carregar nosso fardo pesado. Quando nos sentimos cansados, nos toma no colo. Fortalece-nos quando nossa sensao de fraqueza. Deus nos consola quando a tristeza nos encurrala, e alivia a nossa carga quando o peso da vida nos pressiona alm da conta.A palavra que Paulo emprega para "assistir", segundo o reformador Joo Calvino, significa mais que "auxiliar". O sentido mais apropriado que o Esprito toma sobre si a nossa carga no somente para nos ajudar e socorrer, mas, sobretudo, para nos aliviar, carregando todo o peso por ns. Na verdade, se o Esprito de Deus no nos ajudasse, seramos esmagados pelas presses da vida e andaramos debilitados o tempo inteiro.Nossas fraquezas so resultado do nosso pecado, da nossa rebeldia e da nossa desobedincia. Elas certamente ferem o corao de Deus. Mas a misericrdia do Senhor to grande que ele puniu o nosso pecado em seu Filho, na cruz, poupando-nos do castigo que as nossas transgresses merecem. Em vez de nos condenar, Deus nos absolve. Ao invs de lanar sobre ns a nossa culpa, ele nos justifica. Em vez de deixar-nos entregues a nossa prpria sorte, nos assiste em nossas fraquezas. O Esprito Santo, que habita em ns, toma sobre si nosso fardo e o carrega por ns. Nossa fraqueza nos levaria ao desfalecimento e ao desespero, no fosse a assistncia do Esprito. Ele nos d fora para prosseguir na jornada, e nos faz levantar os olhos e seguir adiante rumo glria. 6. H momentos na vida em que se ajuntam sobre nossa cabea nuvens escuras. Nessas horas, sentimo-nos encurralados por tempestades devastadoras: E a enfermidade que entra em nossa casa sem pedir licena; a dor do luto que nos oprime; o casamento ferido mortalmente pelo divrcio; a crise financeira que se abate sobre a famlia num tempo de recesso; o desemprego que nos empurra para a vala comum da desesperana. Essas enxurradas nos arrastam com violncia e passam sobre ns, deixando-nos feridos, quebrados, enfraquecidos.Sentimo-nos encurralados pela prpria desventura. Somos apanhados pelas prprias cordas do nosso pecado. Somos entregues aos verdugos e aos flageladores da alma. Nossa conscincia, carregada de culpa, tomada pelo desespero total. Nossa estabilidade emocional entra em colapso. A depresso assoladora nos tira o brilho dos olhos e os sonhos do corao. Muitos at mesmo desesperam-se da prpria vida e tentam fugir dela, flertando com a morte, buscando o caminho radical do suicdio. 6No so poucos aqueles que chegam ao fundo do poo sem ter sequer uma corda para se agarrar. So pessoas sem esperana, que vem o mundo desmoronar sobre a cabea. Nessas horas, quando todos os amigos fogem, quando todas as foras acabam, quando todos os recursos parecem se esgotar, Deus aparece e estende a mo onipotente, tirando-nos do poo de perdio e arrancando-nos do fosso de lama. E o Senhor quem firma os nossos ps sobre uma rocha em que podemos dar passos seguros.James Hastings diz que aquele que pode confessar "eu creio no Esprito Santo" encontrou um amigo divino. Para ele, o Esprito Santo no uma influncia, uma energia ou algum distante, mas um consolador presente a quem Cristo enviou para estar sempre conosco; um guia presente o tempo todo, pronto para nos conduzir a toda verdade; um advogado sempre pronto para apresentar nossa causa diante do trono do Pai. Que bendita esperana esta: a de termos o Esprito Santo, Deus onipotente, para nos assistir em nossas fraquezas. Aquele que embelezou os cus e a Terra e espalha vida em todo o universo pelo seu poder criador o mesmo que nos fortalece em nossas debilidades.No sabemos orar como convm A nossa fraqueza decorre do fato de no sabermos orar convenientemente.4 Somos fracos porque no conseguimos manter comunho completa e ininterrupta com o Deus onipotente. Nosso maior problema no est nas fraquezas, mas em nosso distanciamento daquele que onipotente. fato notrio que, pela orao, revelamos nossa total dependncia de Deus. S quando comparecemos diante do Senhor temos a conscincia da nossa profunda fraqueza, bem como da onipotncia divina. Isaas, ao contemplar a glria de Deus, disse: "Ai de mim". Quando se viu diante do poder excelso de Jesus, Pedro clamou: "Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" (Lc 5:8). Quando o publicano comeou a orar, ele no ousou erguer os olhos ao cu, mas gritou: " Deus, s propcio a mim, pecador!" (Lc 18:13).No entanto, a orao a respirao da alma crist. Quem no tem intimidade com Deus no pode ser forte. A fora no est dentro do homem. Ela vem de cima, do trono de Deus. Quando uma pessoa deixa de orar, se enfraquece. A orao o oxignio e o tnico da alma. o combustvel que alimenta o nosso vigor espiritual. Sem orao no h poder. A falta de orao nos priva da fora que provm das alturas. Quando oramos, nosso corao encontra refugio sob as asas do Deus onipotente. Ao orarmos, abrimos um canal de contato direto com aquele que est assentado no trono do universo. pela orao que toda a suprema grandeza do poder de Deus se coloca nossa disposio. pela orao que mantemos o fogo aceso no altar de incenso da nossa vida. "O incenso no cheira nem sobe sem fogo; isto tambm acontece com a orao, quando no sobe impelida pelo calor e fervor."Orar invadir o impossvel, viver no reino dos milagres, aliar-se ao Todo-Poderoso. Um santo ajoelhado diante do Senhor v mais longe do que um filsofo na ponta dos ps e tem mais fora do que um exrcito. Maria Stuart, rainha da Esccia, temia mais as oraes de John Knox do que todos os exrcitos da Inglaterra. Quando os exrcitos da Sria cercaram a cidade de Samaria para prender o profeta Eliseu, ele orou e a estratgia dos soldados srios foi desmantelada.O Diabo treme ao ver um santo de joelhos. A orao move os cus e abala o inferno. A orao promove profundas transformaes na Terra. Mas o apstolo Paulo diz que a nossa fraqueza consiste no fato de no sabermos orar como convm. "A fraqueza da orao no est em seu laconismo; est na pobreza de sua 7. substncia. No bastante orar; preciso orar como convm". A fraqueza na orao resulta da fraqueza espiritual. E no sabemos orar da forma certa por duas razes:Em primeiro lugar, porque no conhecemos o futuro. Somos limitados pelo tempo. No enxergamos com clareza o que est nossa frente. Somos precipitados. No temos pacincia para esperar o tempo de Deus. Muitas vezes, queremos pressionar o Senhor a agir pela urgncia da nossa agenda. Outras vezes, queremos que a nossa vontade seja feita no cu mais do que a vontade de Deus seja feita na Terra. O profeta Elias pediu para si a morte. Ele estava deprimido, enfiado em uma caverna. Mas Deus no atendeu seu pedido porque, nos planos de Deus, a morte no haveria de alcan-lo. E como se o Senhor dissesse a Elias: "Voc quer morrer, Elias? Ah, voc no sabe o que pede. Voc no vai experimentar a morte. Eu vou levar voc para o cu sem que voc passe por esse vale sombrio da morte".6Jos do Egito foi preso injustamente. Pediu ao copeiro-mor do fara para lembrar-se dele, mas, ainda assim, ficou mais dois anos enfiado numa priso imunda. Onde estava Deus? Por que o Criador permitiu que um homem inocente padecesse de forma to degradante e por tanto tempo? Mas havia uma razo pela qual Deus no tirou seu servo da priso no tempo que ele queria sair. porque, durante aquele perodo, Deus estava construindo a rampa do palcio para que Jos sasse da cadeia e se tornasse o governador do Egito. Quando pensamos que Deus est longe, silencioso ou indiferente ao nosso clamor, ele est trabalhando no turno da noite a nosso favor, preparando algo melhor e maior para ns. Os planos de Deus so maiores do que os nossos.Ana, mulher de Elcana, queria muito ter um filho, mas era estril. Deus mesmo havia cerrado a sua madre. Ana chorou, orou e se abateu muito porque o seu sonho no estava sendo realizado. Seu sonho era apenas ter um filho, mas o propsito de Deus era que ela fosse me do maior profeta, do maior sacerdote e do maior juiz de Israel, aquele que haveria de trazer de volta a nao apstata presena de Deus. Quando Deus parece demorar, na verdade est preparando algo maior para ns. O Senhor v o futuro no seu eterno agora. Ele sabe o que melhor para ns. Devemos descansar na sua providncia amorosa.Em segundo lugar, no oramos da forma certa porque no sabemos o que melhor para ns. As vezes, pedimos a Deus algo nocivo. Somos desprovidos de discernimento. Pedimos uma pedra pensando que estamos clamando por um po, ou pedindo uma cobra pensando que estamos rogando por um peixe. Podemos pedir aquilo que vai nos destruir na iluso de que estamos solicitando aquilo que nos dar vida. Deus to misericordioso conosco que no responde positivamente a todas as nossas oraes. Muitas vezes, o Senhor nos poupa, deixando de atender a algumas de nossas peties. comum pedirmos mal, e por isso ouvimos um "no" sonoro e categrico s nossas splicas.Muitas pessoas interpretam erradamente a promessa de Jesus, quando o Mestre disse: "Pedi, e dar-se-vos- ... pois todo o que pede recebe" (Mt 7:7,8). Jesus no estava dizendo que todo aquele que pede recebe o que pede. Ele estava dizendo que todo o que pede recebe. Muitas vezes, recebe o contrrio do que pede. Se Deus nos desse tudo quanto pedimos a ele, estaramos perdidos. Graas a Deus, ele no atende as nossas oraes da maneira como ns as endereamos ao cu. Ns no sabemos orar como convm. Nossa espiritualidade pode estar fora de foco. Nossas aspiraes podem estar enfermas. Nossas oraes podem ter motivaes erradas. Nisso consiste nossa pro- funda fraqueza.Durval ngelo e Ana Maria narram a seguinte histria: aps um naufrgio, o nico sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroos para poder ficar boiando. Esta pessoa foi parar em uma pequena ilha desabitada, fora de qualquer rota de navegao, e agradeceu novamente. Com muita dificuldade e restos dos destroos, o sobrevivente conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva, de animais e tambm guardar seus poucos pertences. Como de costume, agradeceu. Nos dias seguintes, a cada alimento que conseguia caar ou colher, ele agradecia. No entanto, certo dia, quando voltava da busca por alimentos, encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaa. Terrivelmente desesperado, ele se revoltou, e gritava, chorando: "O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso comigo?".Chorou tanto que adormeceu, profundamente cansado. No dia seguinte, bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava. Viemos resgat-lo disseram. 8. Como souberam que eu estava aqui? perguntou o nufrago. Vimos seu sinal de fumaa! comum nos sentirmos desencorajados, ou mesmo desesperados quando as coisas vo mal. Mas Deus age em nosso benefcio, inclusive nos momentos de dor e sofrimento. Lembre-se: se algum dia o seu nico abrigo estiver em chamas, este pode ser o sinal de fumaa que far chegar at voc a Graa Divina. Captulo II A intercesso do Esprito a nosso favorO apstolo Paulo prossegue, dizendo: "Mas o mesmo Esprito intercede por ns sobremaneira, com gemidos6 inexprimveis" (Rm 8:26). Os gregos diziam que Deus no pode sofrer, pois o sofrimento sinal de fraqueza. Contudo, Deus o Todo-Poderoso, majestoso, infinito, imenso, eterno, imutvel, auto-existente e auto-suficiente, e tudo isso sem deixar de se importar conosco. Deus sofre por ns. Ele se compadece de ns, e sente comoes profundas no seu ntimo por amor de seus filhos. O registro aqui comovente. Paulo est falando do ministrio de intercesso do Esprito Santo em ns. C.H. Dodd diz que "a orao o divino em ns, apelando ao divino sobre ns". Precisamos compreender que cada pessoa da Santssima Trindade tem um lugar singular e distinto na orao. Por meio de Cristo, temos acesso ao Pai pelo Esprito Santo. A orao dirigida ao Pai, por meio do Filho, pelo Esprito Santo. Temos dois intercessores na Trindade: O Esprito Santo e Jesus. O Esprito intercede em ns, assim como Jesus intercede por ns. Jesus o intercessor no cu, enquanto o Esprito o intercessor na Terra. Jesus intercede por ns destra do Pai, ao passo que o Esprito intercede por ns dentro de ns. Jesus o nosso intercessor forense e legal, e o Esprito o nosso intercessor existencial. Cada cristo um santurio preparado para a habitao de Deus. O Esprito Santo que habita nele no apenas seu intercessor existencial, mas tambm a imediata fonte de toda santidade. James Hastings, citando Abraham Kuiper, faz uma distino entre a intercesso do Esprito Santo e a intercesso de Cristo. Este intercede por ns no cu, e o Esprito Santo, na Terra. Cristo, o nosso Cabea, estando no cu, intercede por ns fora de ns; o Esprito Santo, nosso Consolador, intercede por ns em nosso corao, o templo da sua habitao. Cristo intercede por ns para que desfrutemos os frutos da sua redeno; o Esprito Santo intercede por ns para nos assistir em nossas aflies e levar nossas profundas necessidades diante do trono de Deus. A compaixo de Deus por ns retratada aqui de quatro formas distintas:O Esprito Santo intercede por ns intensamente Diante de nossa fraqueza, em vez de Deus nos abandonar, nos esquecer e nos condenar, ele intercede por ns. O Esprito sonda os nossos coraes no para nos escorraar, mas para nos assistir. Semelhantemente, Jesus, em vez de lanar o seu libelo condenatrio sobre os seus algozes que o pregaram na cruz, intercedeu por eles. No apenas fez isso, como tambm atenuou-lhes a culpa, dizendo no momento de dor na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem" (Lc 23:34). Diante de nossas fraquezas, o Esprito Santo, alm de carregar o nosso fardo, ainda intercede por ns. Ele se coloca na brecha em nosso favor. Ele toma em suas mos a nossa causa e nos defende como nosso divino parcleto. O Esprito nos consola na hora da grande tribulao, nos enche de esperana na hora da angstia e nos reveste de fora na hora da fraqueza. O Deus que est em ns ora por ns ao Deus que est sobre ns. Este um sublime mistrio: ver o prprio Deus envolvido na orao, contemplar o Esprito Santo comprometido com o ministrio da intercesso a nosso favor. A verdadeira orao formada em ns pelo Esprito de Deus. A verdadeira orao inspirada pelo Esprito Santo. Por isso, Paulo diz que devemos orar no Esprito. O apstolo afirma que o Esprito intercede por ns "sobremaneira". Isto descreve o aspecto intenso dessa intercesso. Assim como o Pai nos amou "de tal maneira que [nos] deu o seu Filho unignito", de igual forma, o Esprito intercede por ns "sobremaneira". Ainda que usssemos todas as palavras do nosso vernculo, no poderamos descrever com preciso a intensidade com que o Esprito Santo intercede pelos santos. 9. O Esprito Santo intercede por ns de forma angustiada Paulo diz que o Esprito Santo intercede por ns com gemidos inexprimveis. O apstolo fala que a natureza est gemendo (Rm 8:22), os filhos de Deus esto gemendo (Rm 8:23) e tambm o Esprito Santo est gemendo (Rm 8:26). A natureza, a humanidade e a divindade esto gemendo.Em primeiro lugar, a natureza geme e se contorce de dores, aguardando a volta de Jesus, quando ser redimida do seu cativeiro. O pecado teve conseqncias csmicas e ecolgicas profundas. A Terra foi ferida pelo pecado. Passou a produzir espinhos, cardos e abrolhos. Houve uma desarticulao da ordem natural. Warren Wiersbe diz que: "quando Deus concluiu sua criao, viu que era boa (Gn 1:31); porm, hoje, a criao geme". H sofrimento e morte presentes na Criao. O apstolo Paulo diz que a Criao agora est enfrentando sofrimento (Rm 6 8:18), vaidade (Rm 8:20), cativeiro e corrupo (Rm 8:21), gemido e angstia (Rm 8:22).Alm disso, o homem corrompido pelo pecado tem se relacionado com a natureza de forma errada e extrema, depredando-a ou venerando-a. Estamos assistindo a uma exploso do misticismo na entrada do novo milnio. A NovaEra apregoa, sem subterfgios, a adorao da "Me Terra". Semelhantemente, testemunhamos a depredao da natureza, num flagrante desrespeito mordomia da Criao. Nossas florestas esto sendo devastadas de forma criminosa. Nossos rios esto se tornando escoadouros de esgoto. Nosso ecossistema est sendo destrudo. A fauna e a flora esto agonizando. A natureza est gemendo.Em segundo lugar, a Igreja de Deus est gemendo, aguardando ansiosamente a volta de Cristo. O motivo de gemermos porque j experimentamos as primcias do Esprito, um antegozo da glria por vir. Isto nos faz desejar ver o Senhor, receber um novo corpo, viver com ele e servi-lo para sempre. J recebemos o dom da vida eterna. J fomos selados pelo Esprito, j recebemos a aliana de noivado, o penhor do Esprito. Aguardamos agora, com exultante expectativa, a chegada do Noivo. Nossa Ptria no aqui. Nosso lar permanente no est aqui. Nosso tesouro no daqui. Aqui, somos peregrinos. Caminhamos para a glria, para tomar posse daquela herana incorruptvel que nenhum olho viu, mas que Jesus nos dar naquele glorioso dia da sua vinda. Enquanto vivemos neste tabernculo terrestre, gememos e aguardamos por ser revestidos de nossa habitao celestial, sabendo que o melhor ainda est pela frente.Em terceiro lugar, o Esprito Santo est gemendo. Os gemidos do Esprito tm a ver com o seu ministrio de intercesso. John Stott disse que "a inspirao do Esprito Santo to necessria quanto a mediao do Filho, se queremos obter acesso ao Pai na orao". Jamais poderemos pronunciar com sabedoria uma s palavra se o Esprito Santo no nos ensinar. O Esprito Santo Deus co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Filho. Aqui estamos vendo o Deus eterno gemendo.O gemido uma expresso de dor. E a comunicao no verbalizada do sofrimento. O gemido extravasa quando no podemos mais falar. a expresso pungente e indizvel da dor. o sofrimento to profundo que no pode ser articulado. E assim que Deus, o Esprito, intercede por ns. Nenhum telogo jamais conseguiu alcanar as profundezas dessa verdade sublime. Aquele que conhece todas as lnguas, todos os idiomas, todos os dialetos de todos os povos, em todos os tempos, no encontra sequer um idioma para expressar a intensidade da sua orao, por isso geme.Como o gemido de Deus? O que faz Deus gemer? O que provoca tanta dor e tanta compaixo no corao de Deus? O gemido do Esprito algo que vai alm do nosso entendimento. Todavia, a intercesso do Esprito no se processa parte de nosso entendimento, mas nele e por meio dele. Como disse Agostinho: "No em si mesmo e consigo mesmo, mas em ns ele geme, pois ele nos faz gemer".Os gemidos inexprimveis do Esprito revelam sua profunda identificao conosco. Ele o Divino Consolador que veio para ficar para sempre conosco. No nos condena, como fizeram os amigos de J. O Esprito Santo se importa de verdade com os nossos problemas, com as nossas aflies. Ele sabe cuidar de ns em nossos traumas e decepes. Sabe curar nossa alma e esprito feridos. Tem os recursos para tratar as nossas memrias amargas. O Esprito Santo age com grande ternura.Da mesma maneira, os gemidos inexprimveis do Esprito demonstram seu profundo compromisso de nos restaurar. Ele no tem apenas sentimentos profundos de compaixo por ns, mas efetivamente age a nosso favor, 10. buscando a nossa restaurao, fortalecendo-nos em nossas fraquezas. Quando o profeta Ezequiel teve a viso do vale de ossos secos, o Senhor lhe fez uma pergunta: "Filho do homem, acaso podero reviver estes ossos?" (Ez 37:3). Aqueles ossos secos eram toda a casa de Israel. Humanamente falando, era impossvel que aquela nao oprimida, sob o taco cruel de terrvel escravido, fosse restaurada. Mas o profeta respondeu: "Senhor Deus, tu o sabes".Quando Deus quer, at um vale de ossos levanta-se como um jardim abundante de vida. Quando o Esprito veio sobre aquele vale de ossos secos, eles receberam vida e se levantaram como um exrcito numeroso. Quando Deus age, at uma vara seca floresce. Quando o Esprito vem sobre a Igreja, ela se ergue das cinzas e experimenta um poderoso avivamento. O Esprito Santo a fonte da vida e da restaurao. Ele nos toma quando estamos prostrados e nos pe de p.O quadro que Paulo est pintando um dos mais belos e comoventes. Deus no apenas existe ele nos6 destinou para a glria, e nessa caminhada rumo aos pontos celestiais mais elevados, nos carrega no colo, nos assiste em nossas fraquezas e intercede por ns com gemidos inexprimveis. Portanto, "no devemos sentir-nos envergonhados das nossas oraes sem palavras. O Deus-Pai compreende os rogos suspirados, que no se podem expressar, j que ele examina o nosso corao e l os nossos pensamentos".Talvez sua vida venha sendo carimbada pela decepo amarga com as pessoas que esto a sua volta. As pessoas esto perto de voc quando est tudo bem. Enquanto sua amizade til para eles, sua casa est cheia de amigos; mas quando a adversidade chega, quando o dinheiro acaba, quando a doena aparece, todos fogem. No assim, entretanto, com Deus. Ele jamais deixar voc cado beira do caminho. O Senhor nunca desamparar sua vida. Ele ama voc com amor eterno, vela por sua vida com profunda ternura e a toma seus braos onipotentes na hora da sua fraqueza.O filho prdigo estava cercado de amigos enquanto tinha dinheiro para gastar nas farras. No entanto, quando a fome chegou ao pas, quando o dinheiro acabou, os amigos da taberna fugiram e ele ficou s. Todos o esqueceram. Ele ficou abandonado a sua triste sorte, curtindo a dor cruel de uma solido avassaladora. Foi parar na pocilga. Ali, vivendo no fundo do poo, caiu em si, lembrou-se de seu pai e, arrependido, voltou para casa disposto a ser apenas um servo, um empregado de seu pai. Contudo, qual no foi sua surpresa quando o pai, avistando-o de longe, correu, abraou-o e beijou-o, restaurando-lhe a dignidade de filho e celebrando sua volta com um alegre banquete. Os nossos andrajos e trapos sujos no afastam Deus de ns quando bate em nosso peito um corao arrependido. Ele no nos rejeita por causa das nossas fraquezas, mas nos assiste e ora por ns com profunda intensidade.O Esprito Santo intercede por ns com discernimentoPaulo agora vai dizer que a intercesso do Esprito realizada com profunda acuidade e entendimento. "E aquele que sonda os coraes sabe qual a mente do Esprito" (Rm 8:27). "Os gemidos do Esprito so a expresso da mente do Esprito." A mente do Esprito est afinada com a mente do Pai. No h conflito na Trindade. O Esprito nunca intercede por uma causa contrria vontade do Pai. Assim, quando o Esprito nos sonda o corao para nos assistir, isto est de pleno acordo com a mente do Pai. O Esprito Santo nos conhece profundamente, e tambm conhece o Pai. Sua intercesso no baseada em sentimentos equivocados, nem em propsitos errados. Deus Pai sabe que a intercesso do Esprito Santo a nosso favor est alinhada com seu propsito eterno de nos conduzir glria. Muitas vezes, pela nossa fraqueza, no sabemos interceder. Nossas oraes, no raro, so desprovidas de compaixo e de entendimento. Joo Calvino afirmou que "o ponto principal e fundamental da orao a harmonia com a vontade divina, porque nossos prprios desejos no o foram [a Deus] nem o obrigam. Por isso, se queremos que nossas oraes sejam agradveis a ele, preciso suplicar que ele mesmo as dirija". Mas o Esprito Santo revela no apenas profundo amor, como tambm infinito conhecimento em sua orao. Nenhuma orao do Esprito desperdiada. Cada palavra, cada gemido possui um valor infinito. Na verdade, o prprio Deus est empenhado nesse projeto eterno e indefectvel de nos conduzir glria.O Esprito Santo intercede por ns com eficcia 11. Paulo ainda declara: "Porque segundo a vontade de Deus que ele intercede pelos santos" (Rm 8:27). A intercesso do Esprito Santo no pelo mundo, mas pelos santos. Nem todos esto destinados glria. Somente aqueles que foram chamados com santa vocao arrependeram-se de seus pecados e creram em Jesus de todo o corao, recebendo-o como Salvador e Senhor, tm a vida eterna. O universalismo, a crena de que todas as pessoas sero salvas no fim, no possui nenhum amparo nas Escrituras. S os santos so contemplados por esta intercesso eficaz do Esprito. Jesus orou ao Pai pelos seus discpulos e disse: " por eles que eu rogo; no rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque so teus" (Jo 17:9).Os santos so todos aqueles que reconheceram seus pecados e depositaram sua confiana em Cristo. Os santos no so os beatificados ou canonizados, mas todos aqueles que foram remidos e lavados no sangue de Jesus. 6 Os santos no so aqueles impostos indevidamente como intercessores ou operadores de milagres depois de mor- tos, mas aqueles que so contemplados pela intercesso bendita e eficaz do Esprito. Em favor dos santos que o Esprito ora, e sua intercesso plena de eficcia, visto que segundo a vontade de Deus.H poder na intercesso do Esprito Santo. H eficcia na orao intensa e cheia de compaixo do Esprito Santo. O ponto principal da orao a harmonia com a vontade divina. Se o Esprito Santo a dirige, ela ser alinhada com a vontade de Deus. A verdadeira orao inspirada pelo Esprito Santo. Diante dos perigos que nos ameaam no caminho rumo glria, devemos nos refugiar nessa verdade bendita de que o Esprito Santo no nos deixar desamparados. Ele veio para ficar para sempre conosco. Sua intercesso por ns perseverante. Ele nunca nos abandonar, e jamais desistir de ns. O Esprito Santo de Deus veio para habitar em ns, para nos sustentar em nossas fraquezas e interceder por ns com intensidade, entendimento e eficcia.Warren Wiersbe diz que "o cristo no precisa desanimar em momentos de sofrimento e de provao, pois sabe que Deus trabalha no mundo (Rm 8:28) e que o Senhor tem um plano perfeito (Rm 8:29). Seu plano tem dois ob- jetivos: nosso bem e sua glria". Captulo III A sbia interveno de Deus em nossa histria Paulo erige mais um pilar de nossa esperana, ao declarar: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que so chamados segundo o seu propsito" (Rm 8:28). Neste texto temos algumas lies importantes a destacar.Uma convico inabalvel:O apstolo Paulo comea essa declarao usando um verbo extremamente sugestivo: "Sabemos". Ele no diz: "pensamos" ou "sentimos", mas "sabemos"! O apstolo Paulo no diz: "esperamos" ou "supomos", e sim "sabemos". Isto como um artigo do nosso credo.1 A palavra grega vem de um termo da matemtica. E algo exato, incontroverso, absoluto. Essa no a linguagem da conjectura hipottica, mas da certeza experimental. Paulo no est falando de um conhecimento que adquiriu nos livros ou de uma informao que recebeu de algum, mas de uma experincia profunda que ele vivenciou na jornada da vida. Paulo no foi um terico que subiu numa ctedra para de l inventar teorias desconexas sobre a vida. Paulo no foi um telogo de gabinete, encastelado em uma torre de marfim. Ele conheceu a Deus na urdidura da vida, nas trincheiras da luta, no campo de batalha. O apstolo sofreu, chorou, foi surrado, preso, aoitado, ameaado, perseguido. Enfrentou frio, fome, naufrgio, abandono, ingratido. Paulo carregou no corpo as marcas de Jesus. Mas chegou ao fim da vida sem azedume na alma, sem rano no corao, convicto de que todas aquelas coisas pelas quais passou haviam cooperado no apenas para o seu bem, mas tambm para o progresso do Evangelho (Fp 1:12). Mesmo preso num calabouo romano, aguardando o seu martrio, Paulo no deixou de se alegrar em Deus. Com imperturbvel convico, proclamou: "Sei em quem tenho crido" (2Tm 1:12). O mundo est cheio de gente que se sente bem quando tudo est calmo ao seu redor, mas fica mal quando chegam os problemas. Certo fazendeiro viajava de trem na China e iniciou uma conversa com seu companheiro de viagem: 12. Olha, eu plantei um arrozal enorme este ano. Enchi todas as minhas terras de arroz, vou ganhar muito dinheiro.O companheiro de viagem olhou para ele e disse: Que bom!O fazendeiro pensou que aquele homem faria algum comentrio mais, no entanto ele s disse: "Que bom!" Ento o fazendeiro falou: Olha, mas tambm se o sol castigar, se for implacvel, no vai dar arroz nenhum. Se isso acontecer, perderei as sementes e terei um grande prejuzo.O homem olhou para ele e disse: Que mal! 6No houve mais nenhum comentrio. O fazendeiro, ento, tentando prosseguir o dilogo, disse ainda: Veja bem, estou certo de uma coisa: se chover, se der um bom tempo e as coisas acontecerem como estou esperando, colherei muito arroz, ganharei muito dinheiro e prosperarei tremendamente.O homem olhou para ele e disse: Que bom!O fazendeiro ficou muito irritado com aquelas reaes, levantou-se da poltrona, passou a ignorar o companheiro de viagem e ficou olhando a paisagem. De repente, distraiu-se, escorregou e caiu do trem, rolando estrada abaixo, no meio da poeira. Foi ento que se lembrou do companheiro de viagem e disse: Que mal!De repente, veio-lhe memria o fato de que, pelo menos, estava livre daquele homem chato e disse: Que bom!H pessoas que esto bem ou esto mal, dependendo das circunstncias. Mas Paulo est nos ensinando a transformar os nossos vales em mananciais, as nossas noites escuras em preldios de manhs radiosas, as nossas dores em cenrio de consolo e a prpria enfermidade que surra o nosso corpo num instrumento de quebrantamento e proximidade de Deus. Paulo est dizendo que possvel transformar as tragdias que desabam sobre a nossa cabea e os ventos contrrios que fuzilam com fria desmedida a nossa famlia em instrumentos divinos para sermos mais santos e mais vitoriosos.Jos do Egito sofreu injustias profundas. Seus irmos, por inveja, o odiaram e o venderam como escravo. A esposa de Potifar, por despeito, acusou-o injustamente, e ele foi parar na cadeia. Seu companheiro de priso, o copeiro-mor do fara, por ingratido, esqueceu-se de interceder por ele. Os anos se passaram, e Jos continuava sendo jogado de um lado para o outro, vitimado por toda sorte de injustias. Mas, em todo esse tempo, ele sabia que Deus estava no controle da situao e jamais se desesperou pelo contrrio, continuou mantendo sua fidelidade ao Senhor. Deus, ento, o tirou da masmorra e o colocou no trono do Egito para ser o governador de todo aquele vasto imprio. Mais tarde, seus irmos tiveram de ir ao Egito comprar alimento, e Jos os conheceu. Eles ficaram com medo de vingana, mas Jos lhes disse: "Vs, na verdade, intentastes o mal contra mim; porm Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida" (Gn 50:20).O apstolo Paulo, depois de ter sido perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalm, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, aoitado e preso em Filipos, escorraado de Tessalnica e Beria, chamado "tagarela" em Atenas, "impostor" em Corinto e enfrentar feras em Efeso, estava de volta a Jerusalm. Naquela cidade foi preso, em Cesaria foi acusado. Deus lhe disse que testemunhasse tambm em Roma, e na viagem at Roma sofreu um terrvel naufrgio.Chegou Ilha de Malta e foi picado por uma vbora. Chegou a Roma como prisioneiro e ficou algemado numa priso, depois de enfrentar perigos em desertos e rios, de sofrer fome, nudez e trazer no corpo as marcas de Cristo. Depois de todas essas circunstncias adversas, escreveu para os cristos de Filipos para declarar que essas coisas no o destruram, mas contriburam para o progresso do Evangelho (Fp 1:12).Isso levou a Igreja a ser despertada para trabalhar mais. Sua priso lhe deu a oportunidade de evangelizar a guarda pretoriana, os soldados de escolta da guarda de Nero. As cadeias de Paulo abriram portas para a pregao do evangelho. A priso de Paulo levou-o a escrever vrias cartas, como Efsios, Filipenses, Colossenses, Filemom e 2Timteo, cartas essas que tm sido faris para as naes e tm abenoado o povo de Deus ao longo dos sculos. 13. Sim, sabemos que somos capazes de capitalizar at mesmo o sofrimento como instrumento de bno e crescimento em nossa vida.O rei Davi disse que o sofrimento tem um propsito pedaggico profundo: "Foi-me bom ter eu passado pela aflio, para que aprendesse os teus decretos" (SI 119:71). O livro de Cantares nos mostra que os vendavais da vida, que sopram com fria em nosso jardim, em vez de destru-lo esparramam os seus aromas, tornando o ambiente mais agradvel (Ct 4:16). Quando Davi foi ungido rei sobre Israel pelo profeta Samuel, em vez de subir ao trono e vestir os trajes reais, foi matriculado na escola do sofrimento. Em vez de assumir o trono de Saul, foi perseguido implacavelmente por aquele monarca. O destino da glria passa pelo caminho do quebrantamento. Antes de Davi ocupar o lugar de Saul, Deus precisava tirar o Saul que estava dentro de Davi. Antes da exaltao vem a humilhao. Antes da glria vem o quebrantamento. Antes dos montes vem o vale. Antes da terra prometida vem o deserto. 6Muitas vezes Deus no nos explica as razes do nosso sofrimento. Mesmo assim, quando no podemos entender os porqus de Deus, possvel compreender o prprio Deus! Ele o nosso Pai. Ele soberano, est no controle do universo e faz todas as coisas cooperarem para o nosso bem.Thomas Watson diz que muitos agradecem a Deus quando recebem alguma coisa do Senhor. J agradeceu a Deus quando o Todo-Poderoso lhe tirou tudo. Todos os pssaros podem cantar na primavera, mas h alguns que cantam no inverno mais rigoroso. Quase todas as pessoas podem ser gratas na prosperidade, mas um verdadeiro cristo pode ser grato at na adversidade. Ele bendiz a Deus no apenas pelo alvorecer, mas tambm pelo ocaso.O grande patriarca J era um homem piedoso. Satans, entretanto, questionou seu carter. Ele acusou J de servir a Deus por interesse. Insinuou que aquele homem era corrompido como ele prprio, o pai da mentira. Mas, por permisso e propsito de Deus, J demonstrou que uma pessoa pode amar mais a Deus do que a riqueza, a famlia e a prpria vida. Sendo o homem mais rico do Oriente, J foi falncia. Tendo dez filhos, perdeu-os todos num nico acidente. Sua sade foi comprometida, e tambm o apoio da sua mulher se foi. Sofreu ainda o duro golpe das acusaes levianas de seus amigos.No auge da dor, J foi lanado no lixo da sua cidade. Raspava a pele necrosada com cacos de telha. Seu sofrimento era to cruel que mordia as bolhas cheias de pus do seu prprio corpo para aliviar a dor. Levantou a voz ao cu e desejou ter morrido no ventre da me ao nascer. Pediu para si a morte. Queria que o prprio Deus o matasse. Na sua agonia, perguntou a Deus dezesseis vezes: "Por qu? Por que estou sofrendo, por que minha dor no cessa? Por que o Senhor no me mata de uma vez?".A nica resposta que J ouviu do seu clamor foi o total silncio de Deus. Quando o Senhor resolveu falar, no respondeu sequer uma pergunta de J. Ao contrrio, lhe fez setenta perguntas: "Onde estavas tu, J, quando eu lanava os fundamentos da Terra? Onde estavas tu quando eu espalhava as estrelas no firmamento? Onde estavas tu quando eu punha limites nas guas do mar?" Diante da majestade de Deus, J se encolheu e disse: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (J 42:2). E disse ainda: "Eu te conhecia s de ouvir, mas agora os meus olhos te vem. Por isso, me abomino e me arrependo no p e na cinza" J 42:5,6). J no entendeu os motivos de Deus, mas compreendeu o prprio Senhor!Quando o grande cientista Albert Einstein visitou os Estados Unidos com sua esposa, os reprteres pergunta- ram a ela: "A senhora compreende a complexa teoria da relatividade, com a qual o seu marido se tornou to famoso no mundo?". Ela respondeu: "Eu no compreendo a complexa teoria da relatividade que fez de meu marido algum to famoso no mundo, mas compreendo o meu marido". Quando no pudermos compreender o que Deus est fazendo em nossa vida, podemos compreender Deus e saber que ele soberano, e tambm o nosso Pai!As grandes lies da vida no so as que aprendemos nos dias de celebrao, mas no vale escuro do sofrimento.Todos os grandes homens foram quebrantados. Agostinho dizia que, quando o homem reconhece que apenas homem, ento discerne que Deus Deus. O homem veio do p, voltar ao p, por isso p. Ns no somos o que somos, mas o que fomos e o que havemos de ser. S Deus o que . S Deus auto-existente e independente. E fcil entender o p que fomos, pois Deus formou Ado do p da terra. fcil entender o p que seremos, pois todos desceremos sepultura. Mas como entender o p que somos? O p que anda, que corre, que fala, que ri, que chora? Ns somos p porque fomos p e seremos p. No somos o que somos, mas o que fomos e o que havemos de ser. 14. A Bblia diz que, quando Moiss foi ao Egito tirar o povo de Israel da escravido, lanou sua vara ao cho e ela se transformou numa serpente. Os magos do Egito fizeram o mesmo, mas a vara de Moiss devorou as serpentes dos magos. Ora, vara no tem boca nem garganta. Como, ento, a vara de Moiss engoliu as serpentes dos magos do Egito? que, se a serpente de Moiss era vara e haveria de se tornar vara, ento no era serpente, mas vara, porque ela era o que havia sido e o que haveria de ser. Assim tambm somos ns: viemos do p e tornaremos ao p, portanto somos p. Mas o que que levanta o p? O vento. Quando o vento sopra, o p se levanta, corre e voa. Quando, porm, o vento cessa, o p pra, cai na rua, em casa, no hospital. Se Deus no agir em ns, somos p cado; mas se Deus soprar em nossa vida, seremos p levantado. O vento ergue o p que jaz no cho. Antes de sermos exaltados, precisamos nos humilhar debaixo da onipotente mo de Deus! 6 Um otimismo circunstancial: O apstolo Paulo prossegue e diz que "todas as coisas cooperam". A vida composta de montanhas e vales, de alegrias e lgrimas, de prosperidade e perdas. Paulo no est dizendo que todas as coisas que nos acontecem so boas em si. claro que algumas delas no so boas intrinsecamente. O cristo algum que deve saber interpretar a vida. De modo algum deve sorrir da desgraa e se alegrar da tragdia. Cristianismo no masoquismo. A filosofia masoquista anticrist. O cristo no tem prazer no sofrimento, nem deve sair gritando de alegria e dando glrias a Deus porque est com cncer. Ele no deve ficar feliz porque perdeu o emprego. O que Paulo est ensinando que, mesmo nos grandes problemas, nas grandes aflies, nas grandes tragdias da vida, o nosso Deus trabalha de tal forma que essas situaes adversas revertem-se em bno para ns. Gloriamo-nos em Deus no apenas nos dias ensolarados, mas tambm nas noites turvas do sofrimento. Damos glria no somente na esperana da glria, mas tambm nas prprias tribulaes, sabendo que elas produzem perseverana, e a perseverana produz experincia, e a experincia desemboca numa esperana triunfadora.Thomas Watson, ilustre puritano ingls do sculo xvii, afirmou que a expresso "cooperam" refere-se medicina.Vrios ingredientes venenosos colocados juntos, sendo combinados pela percia cientfica de um farmacutico, tornam-se produto medicinal que contribui para o bem do paciente enfermo. Assim a providncia de Deus quando divinamente temperada e santificada: ela coopera para o bem daqueles que amam a Deus.5 O poeta ingls William Cowper escreveu que, por trs de toda providncia carrancuda, esconde-se uma face sorridente. Quando Deus nos d um remdio amargo, ele o faz com o intento de nos curar. Quando ele nos disciplina, para nos restaurar. O objetivo de um mdico no apenas ser agradvel com o paciente, mas curar sua enfermidade. A aflio pode ter uma raiz amarga, mas ela produz frutos doces, pois o prprio dia da morte de um cristo o dia de sua ascenso glria.At mesmo aquelas coisas que reputamos amargas e ruins, tecidas pelas mos de Deus, destinam-se ao nosso bem maior e final. Davi disse que a aflio produz aprendizado. O vale da dor a escola superior do nosso aprendizado. Deus levou Elias para a solido do deserto em Querite e depois o lanou na fornalha em Sarepta antes de us-lo com poder no monte Carmelo. Deus trabalha em ns antes de trabalhar por meio de ns. Paulo diz que seus aoites e prises contriburam para o progresso do Evangelho (Fp 1:12). J emergiu das profundezas da dor com conhecimento mais profundo e ntimo a respeito de Deus. No deserto do sofrimento, o Senhor nos faz desencantar em relao s glrias do mundo; na fornalha da aflio, nos depura e nos santifica para sua obra. O prprio Filho de Deus foi homem de dores e aprendeu pelas coisas que sofreu. O sofrimento nos pe no devido lugar. Muitas vezes, ele assopra para longe de ns a soberba do corao e nos faz assentar aos ps do Senhor da glria, humildes e dependentes.Certa vez, um menino brincava na beira de um lago com um barquinho de papel. De repente, o vento levou seu barquinho para o meio do lago e ele comeou a chorar. Logo, aproximou-se dele um rapaz que lhe perguntou: Por que voc est chorando? O garoto, ento respondeu: O vento levou meu barquinho e no consigo mais apanh-lo.O jovem se disps a ajud-lo, e logo comeou a atirar algumas pedras na direo do barquinho, o que gerou uma imediata revolta do garoto. Mas o rapaz sabiamente lhe disse: "Fique sossegado! Estou jogando estas pedras 15. porque, ao carem perto do seu barquinho, as ondas vo se formando, e essas ondas empurraro o seu barquinho para perto de voc".Minutos depois, o garoto, sorridente, tinha seu barquinho de volta.7 Na verdade, as pedras que caem beira da nossa vida podem levar-nos para mais perto de Deus. Quando o Senhor permite uma provao em nossa vida, no para nos derrotar, mas para nos tornar mais fortes e nos colocar mais perto dele. Tiago diz que devemos ter por motivo de toda alegria o fato de passar por vrias provaes (Tg 1:2). As provas so inevitveis, passageiras e pe- daggicas. So as nuvens escuras que trazem a chuva que faz o campo florescer e frutificar, e os prados se tornarem repletos de flores.O reverendo Amantino Adorno Vasso, em seu livro Mesmo na tempestade, fala sobre um jovem que se aproximou dele depois de dois anos internado com tuberculose no hospital, em So Jos dos Campos, para realizar 6 um culto de aes de graa. O pastor, com alegria, disse-lhe: Que bom, meu filho, precisamos mesmo agradecer a Deus, e justo que o faamos por causa da sua cura.Ao que o jovem retrucou: No pastor, eu quero agradecer a Deus pela minha doena, porque antes de ficar doente eu no era comprometido com Deus, no lia a Bblia, no orava, no buscava a face do Senhor. Era apenas um freqentador da igreja. Mas quando fiquei prostrado no leito, comecei a ler a Palavra de Deus, passei a invocar seu santo nome, e o Senhor mudou a minha vida, transformou o meu corao e um glorioso milagre aconteceu em minha histria. Por isso, quero oferecer um culto de aes de graas pela minha enfermidade, que me aproximou do Senhor!8O apstolo Paulo, paladino da f crist, prossegue: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem" (Rm 8:28). Deus trabalha todas as coisas para o nosso bem. Todas cooperam para o bem no por fora inerente, nem por acaso, mas pela divina direo. Nossa vida no guiada por um destino cego. No somos controlados pelo acaso. No estamos sujeitos ao rolo compressor de um destino cego e implacvel. Nossa vida no dirigida pelos astros ou por alguma fora mstica. Nossa vida est nas mos de Deus.O mesmo Deus que est assentado na sala de comando do universo e controla os cus e a Terra aquele que dirige o nosso destino. Nem um fio de cabelo da nossa cabea pode embranquecer ou cair sem que ele saiba e permita. Ele conhece cada uma das sessenta trilhes de clulas do nosso corpo. O Senhor sabe quem somos, onde estamos, como estamos, como sentimos, para onde devemos ir. Ele nos cerca pela frente, por trs e sobre ns pe sua mo. Estende debaixo de ns seus braos eternos. Deus aquele que nos guia com seu conselho eterno, nos toma pela mo e nos conduz glria. Ele trabalha para aqueles que nele esperam, e faz hora extra em favor dos seus filhos. Aos seus amados, ele d tudo de que precisam enquanto dormem.O grande problema entender o que esse bem significa. Para a sociedade moderna, o bem est relacionado com posses e prazeres deste mundo. ter dinheiro, posio social, sade, amigos, sucesso, diplomas, reconhecimen- to, conforto. As pessoas esto buscando felicidade em coisas ou em pessoas, e no encontram. Esto procurando na fonte errada. A verdadeira felicidade est em Deus. Ele o supremo bem. O maior projeto de Deus na nossa vida no o de nos fazer felizes, mas de nos transformar na imagem do seu Filho. Esse o bem supremo da vida.Deus est trabalhando no apenas nas circunstncias que nos cercam, mas tambm opera em nossa vida quando esculpe em ns o carter do seu Filho. Como um artista extremamente talentoso, Deus est arrancando lascas de mrmore em ns. E isto di. Ele est aparando as arestas, moldando-nos e cinzelando-nos. Seu projeto no nos poupar do sofrimento, mas nos fazer santos como ele santo. O prprio Filho de Deus aprendeu pelas coisas que sofreu. O sofrimento no vem para nos entortar e enfear, mas para nos burilar, nos aperfeioar e nos fazer refletir a beleza de Jesus. J se viu aoitado pelo vendaval do sofrimento e perdeu seus bens, seus filhos, sua sade, seu casamento e seus amigos. Foi no fundo do vale que conheceu Deus na intimidade e afirmou: "Eu te conhecia s de ouvir, mas agora os meus olhos te vem" (J 42:5). O sofrimento que ele enfrentou no era bom em si, mas Deus o usou para o seu bem final.John Bunyan, puritano da Inglaterra do sculo xvii, foi preso por pregar o Evangelho. Ficou catorze anos na priso, em Bedford. Dali das grades da cadeia, com o corao partido, via sua filhinha cega passando grandes necessidades. Sua priso parecia ser uma tragdia. Mas o Deus que inspira canes nas noites escuras instilou no corao de Bunyan, enquanto estava naquela cela tosca, um dos romances mais lindos de toda a histria. Seu livro O peregrino o livro mais lido no mundo depois da Bblia. Narra, com beleza, acuidade e profundidade a caminhada do 16. povo de Deus rumo glria. Deus trabalhou as adversidades e fez delas um cenrio de vitria para Bunyan e para milhes de pessoas em todo o mundo.Quando os discpulos de Jesus o interpelaram sobre as causas da cegueira de um homem cego de nascena, o Senhor lhes disse que aquele homem havia nascido cego para que nele se manifestasse a glria de Deus (Jo 9:3). Quando Jesus recebeu o recado de Marta sobre a doena de Lzaro, logo afirmou que aquela enfermidade no era para a morte, mas para a glria de Deus. Marta e Maria sofreram com a doena e com a morte de Lzaro, mas o sofrimento delas converteu-se em profusa alegria quando Lzaro ressuscitou. No momento em que voc enfrenta um problema, o corao fica apertado, a alma fica de luto, mas o consolo de Deus no tarda. No tempo oportuno, oSenhor intervm, restaura, trabalha para que todas as coisas cooperem para o seu bem.Certa ocasio, um cego tentava tirar alguns acordes do seu velho violino, com o objetivo de granjear6 algumas moedas das pessoas que passavam pela rua. A msica desafinada s afastava as pessoas. Paganini, considerado o maior violinista de todos os tempos, do seu quarto ouviu aquele som desconcertante e desceu para ver o que era. Ao ver o cego, compadeceu-se dele e tomou o violino de suas mos. Comeou a tocar, e um som majestoso e sublime encheu o ambiente. As pessoas, atradas pela excelncia da msica, aproximaram-se. Comovidas, todas lanaram suas moedas na bagagem do cego. Quando as circunstncias da nossa vida parecem estar descontroladas como a msica que brotava do violino nas mos daquele pobre cego, Deus as toma nas mos e as transforma com vistas a nosso bem.O Senhor converte a nosso favor o que parece contrrio ao nosso bem. Mesmo que sejamos sujeitos aos mesmos males que os mpios, h uma grande diferena: os males que nos sobrevm concorrem para o nosso bem, e no para a nossa destruio. Deus governa de tal modo todas as coisas em nossa vida que aquilo que o mundo considera como prejudicial, no fim se torna proveitoso. Deus quem dirige as coisas, no as coisas que acabam por ajustar-se.O cristo no vive pelos sentimentos nem pelas circunstncias que o cercam. Vive pela f. Vive com entusiasmo, sabendo que a nossa histria no caminha para o caos, mas para um fim glorioso. O fim da linha no o triunfo da morte sobre a vida. Aqui h vale e dor, mas o nosso fim de glria excelsa. Nem a corruptibilidade do homem exterior, nem a fraqueza do homem interior impediro o Senhor de realizar em ns o seu plano. O bem triunfar sobre o mal. O pecado no vencer. O mundo no vencer. O Diabo no vencer. No importa quo sofrida ser a luta, o resultado final j est decidido. Ns somos mais do que vencedores em Cristo. J estamos destinados para a glria. Vamos reinar com Cristo para todo o sempre. Nada nem ningum na Terra ou no inferno poder nos roubar essa vitria. Os propsitos de Deus no podem ser frustrados. A boa obra que ele comeou a realizar em ns certamente vai complet-la at o dia de Cristo Jesus.Um privilgio extraordinrio: Paulo, autntico gigante do cristianismo, prossegue: "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28). Paulo no est dizendo que todas as coisas cooperam para o bem de todas as pessoas, indistintamente. So apenas os filhos de Deus que recebem esta promessa. No fim, constatamos que nada contribui para o bem final dos mpios, mas todas as coisas devem cooperar para o bem daqueles que amam a Deus. Todas as dispensaes da providncia, quer favorveis quer adversas, todas as ocorrncias e acontecimentos, todas as coisas, quaisquer que sejam, cooperam para o bem dos que amam a Deus. Elas no o fazem por si. Deus quem opera todas as coisas para o bem dos seus filhos. As prprias aflies que sofremos contribuem para o nosso bem final (SI 119:67,71).10 O que Paulo est afirmando que aqueles que amam a Deus, mesmo quando enfrentam adversidades, podem ter a convico de que, no fim, todas as coisas cooperaro para o seu bem. No h motivo para desespero, dvida ou ansiedade no corao daquele que ama a Deus.Aqui est uma das maiores comprovaes da doutrina da perseverana dos santos. O mesmo legislador que criou e faz cumprir as leis do universo o Deus que dirige nossa vida. O mesmo Senhor absoluto que est assentado na sala do comando do universo quem governa os destinos da nossa histria. O mesmo Deus soberano que conta as estrelas do cu e as chama pelo nome o Deus que est no controle das circunstncias da nossa vida. O Senhor no pode ser apanhado de surpresa. Ele no dorme. Ele vela pelos seus filhos. Nenhuma folha ca de uma rvore 17. sem que ele saiba e permita. Nenhum fio de cabelo de nossa cabea pode embranquecer sem que ele permita. Nosso futuro no como um trem descarrilado ladeira abaixo. No estamos caminhando pela vida como um caminho desgovernado e sem freio. So as mos do Deus onipotente que dirigem nosso destino. Ele est empenhado e comprometido com um plano vitorioso e infalvel, e nosso futuro j est marcado e escrito. Nesse plano seguramente tudo coopera para o nosso bem. Podemos at no entender muita coisa do que acontece conosco, mas podemos ter a convico de que Deus est no controle. Como J, s vezes no temos resposta s nossas perguntas ou explicaes sobre a causa do nosso sofrimento. Mas nos basta saber quem est no controle de nossa vida. Certa ocasio, um menino foi visto com um embrulho nas mos. Ele o apertava ao peito com carinho. Algum, ento, perguntou-lhe:6 Menino, o que isto? Isto um presente. O que tem dentro desse embrulho? Uma coisa maravilhosa! Mas o que que tem a dentro desse embrulho? Eu no sei. Mas, se voc no sabe, como est dizendo que uma coisa maravilhosa? Porque foi o meu pai que me deu, e meu pai s me d coisas boas. Podemos ter certeza de uma coisa: ainda que venhamos a sofrer e chorar, ainda que venhamos a descer aos vales escuros da vida, sabemos que o Pai das luzes est preparando para ns coisas boas, coisas que vo contribuir para o nosso eterno bem. As vezes, Deus nos corrige e nos disciplina, como um pastor que chega a quebrar a perna de uma ovelha peralta para evitar que ela perea nos abismos da vida, devorada pelos predadores. A ovelha pode achar a atitude do pastor um gesto radical, mas entre o conforto e a salvao da ovelha, o pastor sempre vai escolher a segunda opo. Nenhum filho fica alegre em ser disciplinado. Nenhuma pessoa salta de alegria por estar passando por uma provao. Mas, no fim, a disciplina produz fruto pacfico de justia. A vara e o cajado do pastor trazem consolo a nossa alma. O cristo tem a certeza de que o sofrimento no vem para destru-lo, mas para coloc-lo mais perto de Deus. As tribulaes no podem nos afastar de Deus elas nos acometem para que tenhamos experincias mais profundas com o Senhor. O sofrimento do tempo presente no pode ser comparado com as glrias que viro, e que sero reveladas em ns. A nossa leve e momentnea tribulao produz, para ns, eterno peso de glria acima de todo tipo de comparao.Um plano glorioso:Finalmente, o apstolo Paulo diz: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que so chamados segundo o seu propsito" (Rm 8:28). Charles Hodge, grande telogo e intrprete das Escrituras, disse que esta palavra, "chamados", nunca aplicada, nas epstolas do Novo Testamento, queles que receberam apenas o convite exterior do Evangelho. Ela sempre se refere aos efetivamente chamados.12 Tal chamamento no segundo os mritos dos homens, mas de acordo com o propsito divino (Rm 9:11; Ef 1:11; 2Tm 1:9). Os chamados o so segundo um propsito; o propsito antecede o chamamento.13Paulo est dizendo que o nosso amor por Deus tem sua origem na eleio divina. Ns o amamos porque, no seu propsito eterno, ele nos escolheu e nos chamou para a vida eterna. O nosso amor por Deus resposta ao amor de Deus por ns. reflexo do amor divino por ns. Amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. O nosso amor decorrente, conseqente, fruto do amor eletivo de Deus. No fomos ns que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu primeiro. Esta verdade bendita est fartamente documentada nas Escrituras (Jo 15:16; Ef 1:4; 2Tm 1:9; 2Ts 2:13). Fomos includos no propsito eterno de Deus. Ele nos amou desde toda a eternidade (Jr 31:3). No existe o acaso para ns. Nossa vida, nosso futuro e tudo o que nos diz respeito esto sob o total controle do Senhor. O seu propsito em nossa vida no pode ser frustrado. 18. Mas que propsito esse? O maior propsito que Deus estabeleceu para a nossa vida no sermos ricos, famosos, tendo o cetro do poder nas mos ou tendo o nosso nome saindo nas manchetes dos jornais. O grande propsito de Deus transformar-nos imagem de seu Filho. O grande propsito de Deus no nos fazer celebridades, mas santos. O alvo de Deus em nossa vida no nos fazer milionrios, mas parecidos com Jesus. O maior sentido da vida no alcanar o sucesso segundo o padro do mundo, mas possuir o carter de Cristo. Jesus o nosso ideal. Ele o supremo alvo da vida. O apogeu da nossa histria ser alcanado quando atingirmos a plenitude da estatura de Cristo. Caminhamos em direo a este alvo at sermos revestidos com um corpo de glria, semelhante ao corpo de Cristo.Os problemas da vida, os vales de dor, as angstias que nos apertam o peito, a doena que nos rouba todo o vigor, a escassez que nos oprime, nada disso pode roubar de ns esse propsito. No entanto, as dificuldades nos 6 tiram aquilo que suprfluo e aparam as arestas para que sejamos mais parecidos com Jesus, que tambm aprendeu pelas coisas que sofreu. Deus move cus e Terra para nos ajudar. Os anjos so espritos ministradores em favor dos que herdam a salvao. At mesmo os seres mais insignificantes podem ser usados por Deus para mostrar- nos a providncia divina.Certa vez, li a histria de um cristo que estava fugindo de uma perseguio.14 Seus inimigos seguiam no seu encalo. Eleja podia ouvir o tropel dos cavalos que se aproximavam, resfolegantes. O cristo, com o corao assaltado de medo, entrou numa caverna e escondeu-se no fundo dela. Imediatamente, uma aranha comeou a tranar uma teia na porta da caverna. Ele olhou aquele inseto horrvel e pensou: "Que bicho mais feio. Como Deus pode fazer um inseto to intil e asqueroso?".Enquanto seus inimigos o procuravam pelos arredores, a aranha terminou de bordar, porta da caverna, a sua teia. No tardou para que os inimigos parassem diante da gruta. E logo algum foi dizendo: Ele deve estar escondido a dentro, vamos procur-lo. Outro, porm, observando os detalhes, foi logo dizendo: No adianta procur-lo a. Veja, uma teia de aranha bem novinha aqui, fechando a porta da caverna. Seria impossvel ele ter entrado aqui sem ter rompido essa teia. Vamos embora. Definitivamente ele no est aqui.Saiba que Deus pode usar at uma aranha para poupar seus filhos. Ele controla cada detalhe de sua vida. Talvez voc esteja triste por causa do desemprego, do trmino do namoro ou do noivado, do prejuzo financeiro, da enfermidade ou at mesmo do abandono dos amigos. Saiba que Deus est no controle, e todas as coisas cooperam para o seu bem final.Certa moa ficou magoada com Deus pelo fato de o seu pai ter ficado doente e falecido. Ele era a nica pessoa que ela tinha na famlia. A jovem ficou to zangada que saiu da igreja e se isolou, mergulhada nas guas profundas da revolta. Depois de um tempo, o pastor da igreja foi visit-la. Ela, ento, exps ao pastor toda sua mgoa e sua revolta. Enquanto fazia um bordado mo, a moa abriu as cmaras interiores da alma e despejou toda amargura e revolta contra Deus.O pastor no conseguiu falar-lhe uma palavra sequer. Ao fim da visita, porm, subitamente apanhou da sua mo o bordado e virou-o do avesso, e disse-lhe: No consigo entender como uma moa to inteligente como voc consegue fazer uma coisa to feia.A jovem imediatamente lhe respondeu: Mas o senhor est olhando o bordado pelo avesso. Vire o lado direito do bordado e o senhor ver a beleza dele.Ento o pastor carinhosamente falou jovem: Filha, voc est olhando para o plano de Deus do lado do avesso. Olhe pelo lado de Deus, porque na perspectiva do Senhor todas as coisas cooperam para o seu bem.Agora h pranto e dor. Agora h vale e choro. Agora h fraqueza e doena. Agora h luto e separao. Mas nem a dor, nem o sofrimento, nem a doena, nem a pobreza, nem o abandono, nem a morte podem frustrar os desgnios de Deus em nossa vida. Nada neste mundo, nem no vindouro, pode nos separar do amor de Deus que est em Cristo Jesus. Ns fomos destinados para a glria, e j estamos com o p na estrada, em sua direo! Captulo IV O propsito de Deus de nos conduzir ao cu 19. Tudo o que Deus faz perfeito e completo. Ele no apenas estabelece os fins, mas tambm determina os meios. Ele no apenas nos destinou para a glria, mas determinou que deveramos ter o carter do Rei da glria. Paulo aborda o supremo propsito de Deus em nossa vida.Transformar-nos imagem do seu Filho: O apstolo Paulo, tratando deste assunto to importante, diz: "Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho" (Rm 8:29). Quando Paulo fala que Deus nos conheceu de antemo, ele quer dizer que Deus nos amou desde a eternidade. Esta frase equivalente "aos que6 dantes amou" (Jr 1:5; Am 3:2; Os 13:5; Mt 7:23).1 Esse no apenas um conhecimento geral de Deus. Nesse sentido, Deus conhece todas as pessoas. Mas Paulo est falando que Deus nos amou de antemo. O conhecimento de Deus, nesse trecho de Romanos, um conhecimento ntimo, uma relao de amor. Franz Leenhardt diz que "conhecer escolher; deixar-se envolver; , ento, amar e escolher por amor". Deus colocou seu corao em ns antes dos tempos eternos. O amor de Deus no foi gerado por possveis virtudes ou mritos que ele viu em ns. Toda a causa do amor de Deus est nele mesmo. Porque Deus nos amou, ele nos predestinou. E predestinou-nos no somente para a salvao, mas para sermos conforme a imagem do seu Filho.A evidncia da escolha divina uma vida transformada. Deus nos escolheu antes da fundao do mundo para sermos santos e irrepreensveis (Ef 1:4). Deus nos escolheu desde o princpio para a salvao, mediante a f na verdade e a santificao do Esprito (2Ts 2:13). Deus no nos predestinou para vivermos ao nosso bel-prazer, mas para sermos de acordo com a imagem de Jesus. O Esprito de Cristo est trabalhando em ns para transformar-nos imagem de Cristo (2Co 3:18). A eleio, longe de promover o relaxamento moral, conduz santidade. Sem santidade no h evidncia de eleio. Todos os eleitos so santificados em Cristo Jesus.No conseguimos, pela nossa limitao, discernir os insondveis propsitos divinos. Por que ele nos amou? Qual a razo motivadora que o levou a nos escolher? Certamente a causa dessa escolha est em Deus, e no em ns. No foi por mrito nosso. No foi por causa das nossas obras ou em virtude da nossa justia prpria, mas por causa da sua excelsa graa e do seu infinito amor.O propsito de Deus no apenas o de nos salvar, mas de nos transformar imagem de Jesus. O nosso destino no apenas a glria, mas sermos semelhantes ao Rei da glria. O cu no apenas um lugar onde passaremos a eternidade, mas o lugar onde vamos reinar em absoluta santidade. No apenas estaremos um dia no cu, como tambm reinaremos com Cristo para todo o sempre, com um corpo imortal, poderoso, glorioso, espiritual e celestial, semelhante ao corpo da sua glria. Antes de herdar o cu, precisamos ter o carter de Cristo, o Rei da glria. Paulo est tratando, nesse texto de Romanos, daquela conformidade progressiva com Cristo que comea na converso, estende-se pelo processo da santificao e culmina na glorificao, que a plena conformidade com a imagem do Cristo glorificado.Vivemos no apogeu do humanismo. Desde o iluminismo, o ser humano quer ser o centro de todas as coisas. O universo gravita em torno dele. O ser humano passou a ser a medida de todas as coisas. Ele deve ser o fim de tudo. Tudo existe para ele. Esta tendncia antropocntrica invadiu o prprio movimento evanglico. No so poucos aqueles que esto levantando a bandeira de uma pregao humanista. Ensinam que o homem tem a autoridade, que o poder est em suas mos. Proclamam que o homem deve dar ordens, e ento o mundo espiritual se curvar a suas determinaes. Ensinam que o cristo tem toda autoridade e todo poder no mundo invisvel, que h poder em suas palavras, e quando elas so proferidas as coisas acontecem de forma instantnea.Muitos esto dando ordens para Deus, dizendo: "Eu decreto, eu determino, eu exijo, eu rejeito, eu probo, eu no aceito". Esses aventureiros da f do at mesmo a impresso de que Deus est submisso a suas ordens soberanas. Parece at que o Senhor desceu do trono, e eles agora que comandam o universo. Na verdade, no h nada mais insensato do que esse tipo de vaidade. Trata-se de um esnobismo pueril e vazio. Deus quem est assentado no trono e faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade (Ef 1:11). Ele no se deixa pressionar. Ningum pode dar ordens a Deus. Ningum pode determinar a agenda do Criador. O Senhor Todo-Poderoso 20. estabeleceu um plano eterno, soberano, indestrutvel, e ainda que todas as foras do inferno se levantem contra essa determinao divina, no alcanaro xito. Deus vencedor em todas as batalhas. Ningum pode lutar contra ele e prevalecer. Quanto a ns, o seu propsito nos transformar imagem do seu Filho. Jesus foi manso e humilde de corao. Ele, sendo Deus, no julgou como usurpao ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo. Nada atenta mais contra o propsito de Deus em nossa vida do que sermos tomados por um sentimento de soberba. Deus resiste ao soberbo. Antes de nos levar a sua presena, o Senhor transforma a nossa vida. Antes de nos levar ao cu, ele muda o nosso carter. Antes de nos conduzir glria, nos torna semelhantes ao Rei da glria.6 Jesus deve receber toda honra e preeminncia na famlia de Deus: O apstolo Paulo prossegue e diz: "A fim de que ele seja o primognito entre muitos irmos" (Rm 8:29). O decreto divino tem por finalidade ltima a exaltao de Cristo. O termo "primognito" reflete a prioridade e a supremacia de Cristo (Cl 1:15,18; Hb 1:6; Ap 1:5).4 O Filho de Deus, cumprindo o propsito eterno do Pai, desceu da sua glria, despojou-se de sua majestade, fez-se carne, deitou em uma humilde estrebaria, viveu como pobre, no tinha onde reclinar a cabea. Suportou toda sorte de humilhao, passou fome, suportou sede, sofreu cansao. Foi humilhado, zombado, perseguido, escorraado, rejeitado, trado, negado, aoitado, preso, crucificado. Humilhou-se at morte, e morte de cruz, pelo que Deus o exaltou sobremaneira e deu-lhe o nome que est acima de todo nome, para que ao nome de Cristo se dobre todo joelho no cu, na Terra e debaixo da terra (Fp 2:5-11).O propsito de Deus de que todas as coisas no cu e na Terra tenham seu sentido e seu propsito em Cristo (Ef 1:10). Ele a origem de todas as coisas. Por meio dele, tudo veio a existir. Todas as coisas foram criadas para Jesus. Dele, por meio dele e para ele so todas as coisas. Ele o Alfa e o mega. Cristo em tudo deve receber preeminncia. Todas as coisas devem convergir para sua pessoa. Ele deve receber o louvor e a glria para sempre. Fomos destinados para a glria, para dar toda glria ao Rei. Devemos depositar aos seus ps as nossas coroas. Devemos unir nossas vozes aos santos anjos e proclamar com todas as foras da nossa alma, para sempre: "quele que est sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glria, e o domnio pelos sculos dos sculos" (Ap 5:13).Os elos dourados do glorioso propsito de Deus: Como numa sntese que vai de eternidade a eternidade, o apstolo Paulo pontua os elos dourados do glorioso plano de Deus na vida do seu povo. Diz ele: "E aos que predestinou, a esses tambm chamou; e aos que chamou, a esses tambm justificou; e aos que justificou, a esses tambm glorificou" (Rm 8:30).A eleio eterna a fonte da graa, e a glria eterna, a sua consumao. O apstolo Paulo no menciona a experincia presente da santificao do crente porque a diferena entre a santificao e a glria de grau apenas, e no de espcie. F. F. Bruce disse que "a santificao a conformidade progressiva imagem de Cristo aqui e agora; a glria a conformidade perfeita imagem de Cristo l e ento.Santificao glria comeada; glria santificao completada".5 Paulo fala sobre quatro elos desse propsito soberano de Deus em nossa salvao:Deus nos predestinou:A escolha de Deus foi soberana, livre e graciosa. No fomos ns que escolhemos a Deus, ele nos escolheu a ns (Jo 15:16). A eleio de Deus incondicional. Ele no nos escolheu por prever nossa f. No fomos eleitos por causa da nossa f, mas para a f (At 13:48). No fomos eleitos por causa das nossas boas obras, mas para as boas obras (Ef 2:10). No fomos eleitos por causa da nossa santidade, mas para a santidade (Ef 1:4). No fomos eleitos por causa da nossa obedincia, mas para a obedincia (IPe 1:2). No fomos eleitos porque estvamos produzindo frutos, mas para produzir frutos Jo 15:16). No fomos eleitos porque Deus, em sua prescincia, previu que iramos 21. crer, mas cremos porque ele nos elegeu para a salvao (At 13:48). A f no causa da eleio divina, mas sua conseqncia (2Ts 2:13). A eleio me da f. Nossas obras no so o motivo de nossa eleio, mas o resultado dela. Fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras (Ef2:10).O ensino bblico que todos os que so destinados para a salvao crem (At 13:48). Na verdade, no poderia ser diferente, pois o homem pecou e est cego, perdido e morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1). Um morto no pode escolher nada. No fomos ns que achamos a Deus, foi ele quem nos encontrou (Lc 19:10). No fomos ns que escolhemos a Cristo, foi ele quem nos escolheu 0o 15:16). Foi Deus quem nos reconciliou consigo por meio de Jesus (2Co 5:18-21). Toda salvao procede de Deus (Jn 2:9).Deus determinou os fins e providenciou os meios. Ns s amamos Deus porque ele nos amou primeiro (ljo 4:10,19). O amor que temos por Deus uma resposta ao seu amor. O dr. Oton Guanaes Dourado, ilustre professor6 do Seminrio Presbiteriano de Recife, ensinava a seus alunos essa extraordinria e consoladora verdade da seguinte maneira:Meus filhos, o mistrio da eleio divina deve ser entendido assim: na porta do Reino de Deus h uma mensagem estampada para todos. Ela diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei". Quando, porm, a pessoa entra no Reino de Deus, l do lado de dentro da porta: "Ningum pode vir a mim se o Pai no o trouxer. No fostes vs que me escolhestes a mim, pelo contrrio, eu vos escolhi a vs outros".E glorioso saber que Deus nos conheceu e nos amou antes dos tempos eternos (2Tm 1:9). deleitoso para nossa alma saber que Deus nos escolheu desde o princpio para a salvao (2Ts 2:13). E consolador saber que a nossa deciso por Cristo precedida de uma escolha de Cristo por ns. Se dependesse de escolhermos a Deus para ser salvos, jamais o seramos. Se Deus no tomasse a iniciativa de nos salvar, estaramos irremediavelmente perdidos. Nosso corao jamais buscaria a Deus por si mesmo. A inclinao da nossa carne inimizade contra Deus (Rm 8:7). E Deus quem opera em ns tanto o querer quanto o realizar (Fp 2:13). a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4). A prpria f salvadora um dom de Deus (Ef 2:8).A nossa eleio tambm jamais poderia estar alicerada sobre nossos mritos. A salvao pela graa, e no pelas obras (Ef 2:8,9). Ningum pode se gloriar diante de Deus pela sua salvao. No merecemos o favor de Deus, e sim o seu juzo. Pelas obras, ningum pode se salvar, pois o padro de Deus para entrar no cu a perfeio (Tg 2:10). A Bblia diz que maldito aquele que no persevera em toda a obra da lei para cumpri-la (Gl 3:10). Se guardar- mos toda a lei, mas tropearmos num nico ponto, seremos culpados da lei inteira (Tg 2:10).No cu no entrar nada contaminado (Ap 21:27). Um s pecado foi a causa do querubim da guarda ser expulso do cu (Is 14:12-15; Ez 28:14-17). O anjo de luz transformou-se no prncipe das trevas porque Deus encontrou soberba no seu corao. Voc acha que Deus permitiria a sua entrada no cu com todos os seus pecados? Um s pecado afastaria voc do cu, pois l no pode entrar pecado. E a Bblia categrica em afirmar que todos pecaram e que no h um justo sequer (Rm 3:10-12,23). Todos so culpados diante de Deus, e ele no inocentar o culpado (x 34:7); pelo contrrio, a alma que pecar, esta morrer (Ez 18:4). Nossa salvao no foi um caminho aberto a partir da Terra ao cu. Ela no iniciativa humana, nem. resultado do mrito humano. Tudo provm de Deus (2Co 5:18). Ele nos predestinou em Cristo para a salvao. Ele planejou, executou e consumou a nossa salvao,Deus nos chamou:O mesmo Deus que ama, conhece e elege o Deus que chama, e o faz de forma eficaz. Quando Deus chama deste modo, o ser humano responde pela obedincia da f. Ele convertido. O chamado de Deus a concretizao histrica da predestinao eterna. A invencibilidade do propsito de Deus a garantia absoluta de que aqueles que ele chamou no deixaro de alcanar a glria futura, pois aquilo que foi forjado na bigorna da graa de Deus no pode ser quebrado pela vontade da criatura. Todo aquele que foi escolhido por Deus e de Deus ouve as palavras de Deus (Jo 8:47). Todo aquele que foi destinado para a salvao cr (At 13:48). Todo aquele que o Pai elege vai a Jesus Jo 6:37,39,40,44,45).O chamado ao qual Paulo se refere no o chamado externo, mas o interno. Todo aquele a quem Deus predestinou desde a eternidade para a salvao, ao ouvir o Evangelho o chamado externo , recebe uma 22. operao ntima, profunda e irresistvel do Esprito Santo, que o chamado interno. A esta operao eficaz e transformadora do Esprito chamamos de "vocao eficaz" ou de "graa irresistvel". Os eleitos de Deus so chamados irresistivelmente. Eles podem at resistir temporariamente, mas no finalmente. E impossvel perecerem aqueles a quem Deus predestinou para a salvao. E impossvel ser condenado aquele por quem Cristo verteu sangue. Todos eles sero chamados eficazmente. Todos eles ouviro a voz do divino pastor e o seguiro (Jo 10:14,16,27,28). A nossa resposta ao chamado de Deus resultado da operao de Deus em ns (Fp 2:13). No somos violen- tados nem anulados quando cremos em Cristo. No perdemos a liberdade de escolha ao crer em Cristo. Ns o fazemos com todas as nossas faculdades. Agimos livremente. Contudo, a nossa f apenas uma resposta escolha divina (Ef 2:8,9). Jamais poderamos crer se o prprio Deus no agisse em ns primeiro. Deus quem nos abre o6 corao para crermos em Cristo (At 16:14). o Esprito Santo quem muda as disposies ntimas da nossa alma e nos regenera (Jo 3:5). O novo nascimento no autoproduzido. Nascemos de cima, do alto, de Deus, do Esprito. No nascemos do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1:13). Deus pode usar vrios mtodos para chamar o homem salvao. Mas a f vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:17; Jo 17:20). Quando a divina semente lanada no corao, o Esprito Santo a fertiliza, e ento o ser humano gerado da divina semente e nasce para uma nova vida em Cristo (IPe 1:23).Deus nos justificou: A justificao um ato legal e forense de Deus. Ela no acontece em ns, mas no tribunal de Deus. A justificao no uma obra que Deus faz em ns, mas por ns. A justificao no uma infuso da graa em ns. Ela no pode ser confundida com a santificao. Enquanto a santificao um processo, a justificao um ato que acontece uma nica vez na vida do salvo.Como ela acontece? A Bblia diz que Deus justo, e ele no inocentar o culpado (x 34:7). A alma que pecar, esta morrer (Ez 18:4). O salrio do pecado a morte (Rm.6:23). A Bblia diz que todos pecaram e esto destitudos da glria de Deus (Rm 3:23). O homem est em dvida com Deus. Ele no pode pagar essa dvida. Por outro lado, Deus no pode deixar de exercer o seu juzo sobre o pecado, pois ele justo.A Bblia diz que todos ns compareceremos perante o tribunal de Deus para dar contas da nossa vida (2Co 5:10; Rm 14:12). Ento, os livros sero abertos e seremos julgados segundo o que estiver escrito nos livros (Ap 20:12). Ningum poder escapar nem fugir da presena do Deus Todo-Poderoso. Muitos naquele dia vo tentar se esconder nas cavernas e buscar a prpria morte, com medo de enfrentar o julgamento de Deus e a ira do Cordeiro (Ap 6:15-17): os facnoras que praticaram crimes hediondos e escaparam do brao da lei, subornaram juzes e compraram as sentenas dos tribunais; os que viveram ao arrepio da lei, ou como transgressores dela; todos os maus que foram julgados inocentes nos tribunais da Terra. Mas quem pode escapar do justo juzo de Deus? Quem poder subornar o juiz de toda a Terra, o juiz de vivos e de mortos? Quais so os elementos desse julgamento? Que aspectos da vida ele alcanar? Que abrangncia ter? Qual a sua ext