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CURSO DE DIREITO CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EMPRESARIAL NOÇÕES DA LEI Nº. 11.101 NOÇÕES DA LEI Nº. 11.101 DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005

Direito Empresarial - Falência

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Page 1: Direito Empresarial - Falência

CURSO DE DIREITO CURSO DE DIREITO EMPRESARIALEMPRESARIAL

NOÇÕES DA LEI Nº. 11.101 NOÇÕES DA LEI Nº. 11.101 DE 9 DE FEVEREIRO DE DE 9 DE FEVEREIRO DE

20052005

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O que regula essa Lei?O que regula essa Lei?

•Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

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Quem está fora?Quem está fora?

• Art. 2º Esta Lei não se aplica a:Art. 2º Esta Lei não se aplica a:

• I – empresa pública e sociedade de economia I – empresa pública e sociedade de economia mista;mista;

• II – instituição financeira pública ou privada, II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.equiparadas às anteriores.

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Onde formular o pedido?Onde formular o pedido?

• No juízo do local do principal No juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.do Brasil.

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Quais os sujeitos do juízo Quais os sujeitos do juízo universal?universal?• Juízo universal: De um lado devedor, do outro o Juízo universal: De um lado devedor, do outro o

credor (individual ou coletivo – assembléia).credor (individual ou coletivo – assembléia).

• 1) Administrador judicial1) Administrador judicial; pessoa de ; pessoa de confiança do Juiz que conduz os atos não confiança do Juiz que conduz os atos não jurisdicionais.jurisdicionais.

• 2) Assembléia de credores2) Assembléia de credores; órgão que ; órgão que congrega a totalidade dos titulares de créditos congrega a totalidade dos titulares de créditos submetidos ao juízo universal e por ele exigíveis;submetidos ao juízo universal e por ele exigíveis;

• 3) Comitê de credores3) Comitê de credores; ente que atua, no ; ente que atua, no dia a dia do processo, na proteção dos interesses dia a dia do processo, na proteção dos interesses da assembléia de credores.da assembléia de credores.

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Quem poderá ser constituído Quem poderá ser constituído Administrador Judicial?Administrador Judicial?

• O administrador judicial será O administrador judicial será profissional idôneo, profissional idôneo, preferencialmente advogado, preferencialmente advogado, economista, economista, administrador de administrador de empresasempresas ou contador, ou pessoa ou contador, ou pessoa jurídica especializada. jurídica especializada.

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Remuneraçãodevida ao

AdministradorJudicial

Valor: Fixado pelo Juiz; não pode exceder 5% do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.

Reserva: 40% será reservado para pagamento após a apresentação e julgamento de suas contas e do relatório final.

Pagamento-Recuperação judicial: o devedor.

-Falência: a massa falida.

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Quais as principais atribuições do Quais as principais atribuições do Administrador Judicial?Administrador Judicial?• Art. 22. Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do ComitêAo administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além , além

de outros deveres que esta Lei lhe impõe:de outros deveres que esta Lei lhe impõe:• I – na recuperação judicial e na falência:I – na recuperação judicial e na falência:• a) a) enviar correspondência aos credoresenviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do constantes na relação de que trata o inciso III do

caputcaput do art. 51, o inciso III do do art. 51, o inciso III do caputcaput do art. 99 ou o inciso II do do art. 99 ou o inciso II do caputcaput do art. 105 desta Lei, do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao créditonatureza, o valor e a classificação dada ao crédito;;

b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;• c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de

fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;• d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;• e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;• f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;• g) g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credoresrequerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nos casos previstos

nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;• h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para,

quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;• i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;

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(...)(...)

• II – na recuperação judicial:II – na recuperação judicial:• a)a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do

plano de recuperação judicial;plano de recuperação judicial;• b)b) requerer a falência no caso de descumprimento de requerer a falência no caso de descumprimento de

obrigação assumida no plano de recuperação;obrigação assumida no plano de recuperação;• c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório

mensal das atividades do devedor;mensal das atividades do devedor;• d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de

recuperação, de que trata o inciso III do recuperação, de que trata o inciso III do caputcaput do art. 63 do art. 63 desta Lei;desta Lei;

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(...)(...)

• III – na falência:III – na falência:• a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão

à sua disposição os livros e documentos do falido;à sua disposição os livros e documentos do falido;• b) b) examinar a escrituração do devedorexaminar a escrituração do devedor;;• c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;• d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que

não for assunto de interesse da massa;não for assunto de interesse da massa;• e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de

compromisso, prorrogável por igual período, compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidosresponsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 , observado o disposto no art. 186 desta Lei;desta Lei;

• f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;

• g) avaliar os bens arrecadados;g) avaliar os bens arrecadados;• h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para

a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;• i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;            

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(...)(...)

• j) j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosaconservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;, nos termos do art. 113 desta Lei;

• l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;

• m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;apenhados, penhorados ou legalmente retidos;

• n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;Comitê de Credores;

• o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;administração;

• p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesaespecifique com clareza a receita e a despesa;;

• q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;poder, sob pena de responsabilidade;

• r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.renunciar ao cargo.

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Comitê de credores – Comitê de credores – composição:composição:• Art. 26. O Comitê de Credores será constituído Art. 26. O Comitê de Credores será constituído

por deliberação de qualquer das classes de por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte credores na assembléia-geral e terá a seguinte composição:composição:

• I – 1 (um) representante indicado pela I – 1 (um) representante indicado pela classe de classe de credores trabalhistascredores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;, com 2 (dois) suplentes;

• II – 1 (um) representante indicado pela II – 1 (um) representante indicado pela classe de classe de credores com direitos reais de garantia ou credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiaisprivilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;, com 2 (dois) suplentes;

• III – 1 (um) representante indicado pela III – 1 (um) representante indicado pela classe classe de credores quirografários e com privilégios de credores quirografários e com privilégios geraisgerais, com 2 (dois) suplentes., com 2 (dois) suplentes.

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Atribuições do comitê de Atribuições do comitê de credorescredores• Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintesArt. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes

atribuiçõesatribuições, além de outras previstas nesta Lei:, além de outras previstas nesta Lei:• I – na recuperação judicial e na falência:I – na recuperação judicial e na falência: • a) a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do fiscalizar as atividades e examinar as contas do

administrador judicialadministrador judicial;;• b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo

cumprimento da lei;cumprimento da lei;• c) c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos comunicar ao juiz, caso detecte violação dos

direitos ou prejuízo aos interesses dos credoresdireitos ou prejuízo aos interesses dos credores;;• d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos

interessados;interessados;• e) requerer ao juiz a e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral convocação da assembléia-geral

de credoresde credores;;• f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;

Page 14: Direito Empresarial - Falência

(...)(...)

• II – na recuperação judicial:II – na recuperação judicial:• a) a) fiscalizar a administração das atividades do fiscalizar a administração das atividades do

devedordevedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, , apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação;relatório de sua situação;

• b) fiscalizar a execução do plano de recuperação b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;judicial;

• c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.plano de recuperação judicial.

Page 15: Direito Empresarial - Falência

Impedidos de integraro comitê de credores ouExercer as funções de

Administradorjudicial

Elemento objetivo:Quem, nos últimos5 anos, no exercício

do cargo de administradorJudicial ou

de membro do comitê em falência

ou recuperaçãoJudicial anterior, ...

foi destituído

deixou de prestar contas dentro

dos prazos legais

teve a prestaçãode contas

desaprovada

Elemento subjetivo:Ter relação com o

empresário ouadministradores,

sócios controladoresda sociedade empresária ou

representantes legais.

Parentesco ouafinidade

Amigo, inimigoOu dependente

Page 16: Direito Empresarial - Falência

Assembléia Geral de Assembléia Geral de CredoresCredores• Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por

atribuições deliberaratribuições deliberar sobre: sobre:• I – na recuperação judicial:I – na recuperação judicial:• a) a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de aprovação, rejeição ou modificação do plano de

recuperação judicialrecuperação judicial apresentado pelo devedor; apresentado pelo devedor;• b) a b) a constituição do Comitê de Credoresconstituição do Comitê de Credores, a escolha de , a escolha de

seus membros e sua substituição;seus membros e sua substituição;• c) c) (VETADO)(VETADO) • d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º

do art. 52 desta Lei;do art. 52 desta Lei;• e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do

devedor;devedor;• f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses

dos credores;dos credores;

Page 17: Direito Empresarial - Falência

(...)(...)

• II – na falência:II – na falência:

• a) a) (VETADO)(VETADO)

• b) a b) a constituição do Comitê de Credoresconstituição do Comitê de Credores, a , a escolha de seus membros e sua substituição;escolha de seus membros e sua substituição;

• c) a adoção de outras modalidades de c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;Lei;

• d) qualquer outra matéria que possa afetar os d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.interesses dos credores.

Page 18: Direito Empresarial - Falência

Convocaçãoda

assembléiageral decredores

(Hipóteses)

De ofício, pelo Juiz;

Requerimento por: Administrador Judicial, comitê de credores representante de 25% dos créditos de uma classe.

Requerimento de qualquer credor, para constituição do comitê de credores na recuperação judicial de empresa.

Para discutir o plano de recuperação da empresa impugnado.

Para escolher o gestor, se afastado empresário ou administrador societário, ou se o gestor escolhido recusar a nomeação.

Pela sentença que decretar a falência.

Page 19: Direito Empresarial - Falência

RECUPERAÇÃORECUPERAÇÃO DE DE EMPRESASEMPRESAS

• Objetivos:Objetivos:

• Princípios fundamentadores:Princípios fundamentadores:

1º Manter a fonte produtora;2º Manter o emprego dos trabalhadores;3º Atender aos interesses dos credores.

-Princípio da preservação da empresa;-Princípio da função social da empresa;-Princípio do estímulo à atividade econômica (art.3º, II/CF88).

Page 20: Direito Empresarial - Falência

RECUPERAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESASEMPRESAS• Requisitos para o pleito:• A) Sem empresário com inscrição regular e em

exercício há mais de 2 anos;• B) Não ter obtido recuperação judicial ordinária há

menos de 5 anos ou a menos de 8 anos (se M.E ou E.P.P).

• C) Ausência de condenação em crime previsto na Lei de falências (empresário, administrador societário e sócio controlador).

Page 21: Direito Empresarial - Falência

PLANO DE RECUPERAÇÃO

• Deverá ser apresentado pelo devedor em juízo no prazo de 60 dias contados da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência.

Page 22: Direito Empresarial - Falência

ELEMENTOS DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

• 1) Discriminação pormenorizada dos meios de 1) Discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados e seu resumo;recuperação a ser empregados e seu resumo;

• 2) Demonstração de sua viabilidade econômica;2) Demonstração de sua viabilidade econômica;

• 3) Laudo econômico-financeiro e de avaliação 3) Laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor.dos bens e ativos do devedor.

Page 23: Direito Empresarial - Falência

MEIOS DE RECUPERAÇÃOMEIOS DE RECUPERAÇÃOArt. 50. Art. 50. Constituem meios de recuperação judicialConstituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada , observada a legislação pertinente a cada

caso, dentre outros:caso, dentre outros:I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas

ou vincendas;ou vincendas;II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária

integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;legislação vigente;

III – alteração do controle societário;III – alteração do controle societário;IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos

administrativos;administrativos;V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder

de veto em relação às matérias que o plano especificar;de veto em relação às matérias que o plano especificar;VI – aumento de capital social;VI – aumento de capital social;VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos

próprios empregados;próprios empregados;VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo

ou convenção coletiva;ou convenção coletiva;IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de

garantia própria ou de terceiro;garantia própria ou de terceiro;X – constituição de sociedade de credores;X – constituição de sociedade de credores;

Page 24: Direito Empresarial - Falência

MEIOS DE RECUPERAÇÃOMEIOS DE RECUPERAÇÃO

XI – venda parcial dos bens;XI – venda parcial dos bens;XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de

qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;disposto em legislação específica;

XIII – usufruto da empresa;XIII – usufruto da empresa;XIV – administração compartilhada;XIV – administração compartilhada;XV – emissão de valores mobiliários;XV – emissão de valores mobiliários;XVI – constituição de sociedade de propósito específico para XVI – constituição de sociedade de propósito específico para

adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.

Page 25: Direito Empresarial - Falência

APROVAÇÃO, ALTERAÇÃO APROVAÇÃO, ALTERAÇÃO OU REJEIÇÃO DO PLANO.OU REJEIÇÃO DO PLANO.

ACEITAÇÃO CONCESSÃODA

RECUPERAÇÃO

PLANO DE RECUPERAÇÃO

JUDICIAL

OBJEÇÃO POR

QUALQUER CREDOR

ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES

{-Aprovação;

-Recusa.

FALÊNCIA

{ -Sem alterações

-Com alterações

Depende de anuência do

devedor.

Page 26: Direito Empresarial - Falência

Administração da empresa Administração da empresa recuperandarecuperanda

• Devedor e seus administradores Devedor e seus administradores mantidos na condução da atividade mantidos na condução da atividade (regra geral).(regra geral).

Page 27: Direito Empresarial - Falência

Convolação da recuperação judicial em Convolação da recuperação judicial em falênciafalência

Hipóteses

Deliberação da assembléia geral

de credores

Não apresentação tempestiva do plano de recuperação

Rejeição do plano de recuperação

judicial

Descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação aprovado.

Page 28: Direito Empresarial - Falência

Recuperação extrajudicialRecuperação extrajudicial

Pedido de

homologação Edital

Órgão oficial, jornal de grande circulação e estabelecimentos

do devedor

Neste prazo, o devedor deverá enviar cartas a todos os credores

sujeitos ao plano.

30 dias para impugnação

Não impugnação

Homologação do plano

Impugnação

Manifestação do devedor

Sentença

Recurso

Indeferimento

Matérias

Falta de percentual mínimo de adesãoPrática de ato de falência ou fraude para lesar credoresDescumprimento de outra exigência legal

Page 29: Direito Empresarial - Falência

FALÊNCIAFALÊNCIA

•A falência é um processo de execução coletiva, em que todos os bens do falido são arrecadados para uma venda judicial forçada, com a distribuição proporcional do resultado entre todos os credores, de acordo com uma classificação legal dos créditos.

Page 30: Direito Empresarial - Falência

HIPÓTESES DE HIPÓTESES DE DECRETAÇÃODECRETAÇÃO

Artigo 94 da Lei de falênciasArtigo 94 da Lei de falências

• A) Impontualidade:A) Impontualidade: Não Não pagamento no vencimento de pagamento no vencimento de obrigação líquida constante de título obrigação líquida constante de título executivo protestado (dívida superior executivo protestado (dívida superior a 40 salários mínimos).a 40 salários mínimos).

Page 31: Direito Empresarial - Falência

HIPÓTESES DE HIPÓTESES DE DECRETAÇÃODECRETAÇÃO

• B) Execução frustrada:B) Execução frustrada: O devedor O devedor executado não paga, não deposita, executado não paga, não deposita, nem nomeia bens suficientes à nem nomeia bens suficientes à penhora no prazo legal.penhora no prazo legal.

Page 32: Direito Empresarial - Falência

HIPÓTESES DE HIPÓTESES DE DECRETAÇÃODECRETAÇÃO

• C) Prática de ato de falência:C) Prática de ato de falência: Prática Prática de atos suspeitos, relacionados na lei, de atos suspeitos, relacionados na lei, como liquidação precipitada, negócio como liquidação precipitada, negócio simulado (art. 94, III).simulado (art. 94, III).

• D) Autofalência:D) Autofalência: Requerida pelo próprio Requerida pelo próprio (art. 97, I e 105).(art. 97, I e 105).

• E) Não apresentação de plano de E) Não apresentação de plano de recuperação no prazo legal:recuperação no prazo legal: (art. 73, I). (art. 73, I).

• F) Descumprimento do plano de F) Descumprimento do plano de recuperação:recuperação: (art. 73, IV, e 94, III, “g”). (art. 73, IV, e 94, III, “g”).

Page 33: Direito Empresarial - Falência

Esquematizando:Esquematizando:

LegitimidadeAtiva para

Pedir a falência

O cônjuge sobrevivente,

qualquer herdeiro do devedor ou o

inventariante

Qualquer credor

O quotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato

constitutivo da sociedade

O próprio empresário ou

sociedade empresária

Pedido de falência

Page 34: Direito Empresarial - Falência

Esquematizando:Esquematizando:Documento

s

que devem

Acompanhar o

Pedido de

Falência

fundado em

impontualidade

Títulos executivos

Memorial descritivo do crédito

Nome e endereço do credor e o endereço em que receberá comunicações do processoValor do crédito, atualizado até a data do pedido, sua origem e classificação

Indicação da garantia prestada pelo devedor e o respectivo instrumento

Especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor

Original ou cópias autenticadas, se juntados a outro processo

Respectivos instrumentos de protesto

Page 35: Direito Empresarial - Falência

Esquematizando:Esquematizando:

Resposta do empresário ou sociedade empresária

Pedido de recuperação judicial

ContestaçãoDepósito elisivo da falência

-Falsidade do título

-Prescrição

-Pagamento da dívida

-Obrigação ou título nulo

-Outro fato que extinga ou suspenda a obrigação

-Falta de legitimidade da cobrança

-Vício do protesto ou em seu instrumento

-Cessação das atividades

Prazo:10 dias

Page 36: Direito Empresarial - Falência

Sentença que decreta a Sentença que decreta a falênciafalência

Sentença

-Nomeia o administrador judicial;

-Convoca a assembléia geral de credores;

-Fixa o prazo para a habilitação de créditos;

-Suspende ações e execuções contra o falido;

-Permite ou não a continuação provisória das atividades do falido administrador;

-Fixa o prazo legal (período suspeito – art.99).

Page 37: Direito Empresarial - Falência

Funções do AdministradorFunções do Administrador-Arrecada e avalia todos os bens do falido;

-Elabora o auto de arrecadação;

-Verifica os créditos, a conduta e a escrituração do falido;

-Representa a massa falida, elabora o quadro geral de credores;

-Preside as reuniões da Assembléia Geral de Credores e, se houver, as do Comitê de Credores;

-Elabora relatórios e presta contas.Logo após o auto de arrecadação pode iniciar-se a venda dos bens da massa falida (caso o Juiz não tenha deferido a continuação provisória das atividades - art. 99, XI).

Verificados os créditos e elaborado o quadro-geral de credores passa-se para o pagamento destes, na conformidade da ordem legal de preferência.

Page 38: Direito Empresarial - Falência

Classificação dos Classificação dos créditoscréditos

• Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:

•         I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

•         II – quantias fornecidas à massa pelos credores;•         III – despesas com arrecadação, administração, realização do

ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

•         IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

•         V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

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Classificação dos créditosClassificação dos créditos

• Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:•         I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150

(cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;

•         II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;•         III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo

de constituição, excetuadas as multas tributárias;•         IV – créditos com privilégio especial, a saber:•         a) os previstos no art. 964 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002; •         b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo

disposição contrária desta Lei;•         c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a

coisa dada em garantia;•         V – créditos com privilégio geral, a saber:•         a) os previstos no art. 965 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002; •         b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;•         c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo

disposição contrária desta Lei;•         VI – créditos quirografários, a saber:•         a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;•         b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos

bens vinculados ao seu pagamento;•         c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que

excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;

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Classificação dos créditosClassificação dos créditos

•         VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;

•         VIII – créditos subordinados, a saber:•         a) os assim previstos em lei ou em contrato;•         b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo

empregatício.•         § 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será

considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.

•         § 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.

•         § 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.

•         § 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.