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Dos
Pré-Socráticos
aos Medievais
"É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou
dela se aproxima"
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO...??
• O Mito pretende narrar como as coisas eram ou tinham sido no passadoimemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes quetudo existisse tal como existe no presente.
• O Mito aceita contradições e mesmo assim, era tido como
verdadeiro.
• A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, nopassado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), ascoisas são como são; Não admite contradições – exige explicação
coerente e racional.
• A Ciência Moderna não mostra a verdade das coisas em si mesmas; aciência apresenta apenas modelos teóricos provisórios que tentamexplicar a realidade. Essas ‘verdades’ que a ciência apresenta duramenquanto não surgirem outros modelos teóricos melhores
Os Pré-socráticos
Os primeiros Filósofos/Cientistas: Filósofos da Natureza. Cerca de 550 a.C..
Interesse:
Desvendar os fenômenos da natureza, as transformações da natureza.
Estudar o Cosmos e o surgimento da vida.
Tales de Mileto,
Pitágoras de Samos,
Anaximandro de Mileto
Anaxímenes de Mileto
Heráclito de Éfeso
Parmênides
Demócrito
> Investigação cosmológicas (racionais)
>Investigavam a natureza e os processos naturais
>perceberam o dinamismo das mudanças queocorrem na physis - realidade primeira, origináriae fundamental (natureza).
>procuravam uma substância básica, umprincípio primordial (arché) causa de todas astransformações da natureza
OS PRÉ-SOCRÁTICOS FILÓSOFOS DA NATUREZA
(NATURALISTAS) OU FISICISTAS
• Encontraram respostas diversas.
• Não queriam recorrer ao mito.
• Os primeiros a dar um passo na formacientífica de pensar.
• A palavra grega Physis pode ser traduzida por natureza, mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve, o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna.
• Para os filósofos pré-socráticos, a arché ou arqué (ἀρχή; origem), seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser.
Os três primeiros
filósofos que
surgiram foram da
cidade de Mileto
Tales de Mileto (624 – 546 a.C)
Queria descobrir um elemento físico que
fosse constante em todas as coisas.
Água
• Observando a vida animal e vegetal concluiuque a água, ou o úmido, é o princípio detodas as coisas.
• somente a água permanece basicamente amesma, em todas as transformações doscorpos, apesar de assumir diferentesestados.
Anaximandro de Mileto(610-547 a.C.)
• Introduziu o conceito de arché para designar oprimum, a realidade primeira e última das coisas.
• A arché para ele é algo que transcende os limitesdo observável.
• Denominou-o apeíron, termo grego que significa“indeterminado”, “o infinito”
• O ápeiron seria a “massa geradora” dos seres,contendo em si todos os elementos contrários.
Anaxímenes de Mileto(588-524 a.C)
• Admitia que a origem é indeterminada, mas nãoacreditava em seu caráter oculto.
• Tentou uma possível conciliação entre asconcepções de Tales e as de Anaximandro.
• concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas.
O Ar
• o ar é a própria vida, a força vital, a divindadeque “anima” o mundo, aquilo que dátestemunho à respiração.
Heráclito de Éfeso544-484 a.C
• Concebia a realidade domundo como algo dinâmico,em permanentetransformação.
• A vida era impulsionadapela luta das forçascontrárias.
• É pela luta dessas forçasque o mundo se modifica eevolui.
Origem do Cosmos:
• FOGO
• O fogo é um elemento natural que gera transformações nos seres, nesse sentido, o fogo está presente em todo o cosmos pois tudo está em constante transformação.
O SER É e NÃO É
• Tudo está numa infinita transformação. Por isso, não podemos entrar em um rio duas vezes, o rio muda no passar de um segundo, assim como nós mesmos.
• O ser é e não é.
• Devir: Eterna Transformação.
“Devir” - vir a ser
• “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmorio”, pois na segunda vez não somos osmesmo, e também o rio mudou.
Luta dos contrários• Belo e feio Alegria e a tristeza
• Bem e mal
• só a mudança e o movimento são reais
• identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória
• Nessa dualidade, que é uma guerra, no fundo éharmonia entre os contrários
• O que mantém o fluxo do movimento é a luta doscontrários, pois “a guerra é pai de todos, rei de todos”
Doutrina dos contrários
• O ser é múltiplo, por estar constituído deoposições internas.
• a forma do ser é devir pelo qual todas as coisassão sujeitas ao tempo e à sua relativatransformação
• Heráclito chamou seu princípio de logos, quesignifica regra segunda a qual todas as coisas serealizam e lei comum que a todos governa –incluiu racionalidade e inteligência.
Escola itálica
• Pitágoras de Samos
• Filolau
• Arquitas de Tarento.
Pitágoras de Samos(570-490 a.C.)
• Fundador de poderosasociedade de caráter religiosoe filosófico - Sociedadepitagórica
• As contribuições da escolapitagórica são encontradasmatemática, música eastronomia.
Πυθαγόρας
Número• a essência de todas as
coisas reside nos números, os quais representam a simetria ordem, harmonia, limitado e ilimitado.
Fundamento de tudo é o NÚMERO !!!
# não abstrato,
# elemento essencial da realidade,
# dimensão espacial,
# par, ímpar e par-ímpar,
# harmonia.
• Acreditava na divindade do número.
• O um é o ponto, o dois determina a linha, o três gera a superfície e o quatro produz o volume.
• Os números constituem a essência de todas as coisas segundo sua doutrina, e são a verdade eterna.
Filolau
• Discípulo de Pitágoras, segue a doutrina pitagórica.
Arquitas de Tarento
• Representante da escolapitagórica de grande destaque
• um dos responsáveis pormudanças fundamentais namatemática do quinto séculoantes de Cristo.
Escola Eleata
• Parmênides de Eléia
• Zenão.
Parmênides de Eléia: o ser é imóvel(540-470 a.C.)
• o principal expoente dachamada escola eleática.
• critica a filosofiaheraclitiana.
• ao “tudo flui”, contrapõea imobilidade do ser.
• Arché- “o ser é”
Defendia a existência de dois caminhos para acompreensão da realidade – expressou essepensamento no poema Sobre a Natureza.
• caminho da razão, que permite encontrar aVerdade, imutável e perfeita (épistêmê)
• o dos sentidos, ou da Opinião (doxa) que sónos permite conhecer as aparências dascoisas, confusas e contraditórias
O ser e o não ser
O caminho da verdade nos leva acompreender que:
• “o ser é” - e o “não ser não é” - o não ser nãopode ser conhecido.
• O ser, portanto, é e deve ser afirmado, o não-ser não é e deve ser negado, e esta é averdade
• o ser é a única coisa pensável e exprimível
• o ser é único, imutável, incriado e eterno.
Mundo sensível e mundo inteligível
• o movimento existe apenas no mundosensível, e a percepção pelos sentidos éilusória.
• Só o mundo inteligível é verdadeiro, pois estásubmetido ao princípio que hoje chamamosde identidade e de não-contradição.
• Uma das conseqüências dessa teoria é a identidade entre o ser e o pensar:
o que não conseguir pensar não pode ser na realidade.
Penso, logo sou!
Descartes
Adendo• Pode-se também pensar que a filosofia de Parmênides, isto é, a do
imobilismo universal ou teoria do repouso absoluto, foi usada pelas tradições religiosas (principalmente a cristã) para descrever Deus e o
céu. Notem que, em geral, os mortos são enterrados com máximas que dizem: “Aqui jaz (repousa) fulano...”. Deus seria esse princípio Uno e Todo sem partes divididas ou vazias que deveria ser compreendido, através do pensamento, como princípio de todo o conhecimento. É
também interessante notar como a identidade entre SER e PENSAMENTO e LINGUAGEM, de Parmênides também associa-se com a
tradição do Antigo Testamento. Neste, Deus se revela como o VERBO. Em grego, o verbo é o LÓGOS, é palavra, discurso e razão. E se para
Parmênides o lógos é também o pensar e o ser, então é a divindade que fala e que fornece a base para conhecermos, isto é, a via da verdade é a
razão, o lógosdivino. Por isso, Parmênides concebe o ser de forma circular, pois é, entre os gregos, a forma da perfeição.
Zenão
• o que se move sempre está nomesmo agora
• Tenta demonstrar que a próprianoção de movimento era inviávele contraditória
• paradoxo de Zenão, que se refereà corrida de Aquiles com umatartaruga
Aquiles e a tartaruga• Zenão sabia que Aquiles
pode alcançar a tartaruga ele pretendia demonstrar as conseqüências paradoxais de encarar o tempo e o espaço como constituídos por uma sucessão infinita de pontos e instantes individuais consecutivos
Isso demonstram as dificuldades por quepassou o pensamento racional paracompreender conceitos como :
• movimento, espaço, tempo e infinito
Escola pluralista
• Empédoclis de Agrigento: água, fogo, ar e terra.
• Anaxágoras de Clazómena
• Leucipo de Abdera
• Demócrito de Abdera
Empédoclis de Agrigento
• arché: água, fogo, ar e terra.
• elementos são movidos emisturados de diferentesmaneiras em função de doisprincípios universais opostos
• Amor (philia, em grego) – responsável pelaforça de atração e união e pelo movimento decrescente harmonização das coisas;
• ódio (neikos, em grego) – responsável pelaforça de repulsão e desagregação e pelomovimento de decadência, dissolução eseparação das coisas.
• Aceitava de Parmênides a racionalidade queafirma a existência e permanência do ser
• procurava encontrar uma maneira de tornarracional os dados captados por nossossentidos.
Anaxágoras de Clazómena
• propôs, um princípio queatendesse tanto às exigênciasteóricas do "ser" imutável, quantoà contestação da existência dasmúltiplas manifestações darealidade.
• faz da multiplicidade o principalobjeto do seu pensamento,
• manifestando-se acerca danatureza do múltiplo:
Arché: nous
• Nous:a força motriz que formou o mundo a partir do caos original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.
é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre as homeomerias (sementes) ordenando-as e
constituindo o mundo sensível
• Homeomerias: sementes que dão origem a realidadena pluralidade de manifestações
Leucipo de Abdera
• Primeiro professor daescola atomista.
• Não se tem muitoinformação sobre ele.
Demócrito de Abdera(430-370)
• Responsável pelo desenvolvimentodo atomismo
• todas as coisas que formam arealidade são constituídas porpartículas invisíveis e indivisíveis
(Δημόκριτος)
"Tudo que existe no universo é fruto do acaso e da necessidade"
Tudo o que existe é composto por
elementos indivisíveis chamados Átomos
Demócrito avançou também com o conceito de um
Universo Infinito, onde existem muito outros mundos
como o nosso.
Uma coisa nasce quando se produz um
certo agrupamento de átomos; desaparece
quando esse grupo se desfaz, muda
quando muda a situação ou a disposição
desse grupo ou quando uma parte é
substituída por outra. Cresce quando Ihe
são acrescentados novos átomos. Toda
ação de uma coisa sobre outra se produz
pelo choque dos átomos.
• Para ele, o átomo seria o equivalente aoconceito de ser em Parmênides.
• Tudo tem uma causa. E os átomos são a causaúltima do mundo.
Os SOFISTASOs mestres da argumentação
• NOVA FASE FILOSÓFICA
caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações políticas do homem com a
sociedade.
• Eram professores viajantes que, por
determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia.
• Levando em consideração os interesses dosalunos, ensinavam:
ELOQÜÊNCIA E SAGACIDADE MENTAL, HABILIDADE RETÓRICA..
Ensinavam conhecimentos
úteis para o sucesso nos negócios públicos e privados.
Objetivo:
desenvolvimento da argumentação,
da habilidade retórica,
• Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias
democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam necessidade de aprender
a arte de argumentar em público para conseguir persuadir em assembleias e, muitas
vezes, fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.
mundodafilosofia.com
Protágoras de Abdera: o homem como medida de todas as coisas;
• Aprofundou o subjetivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.
• Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como principio básico de sua doutrina a idéia de que o homem é a medida de tudo que existe.
• Todas as , coisas são relativas aos homem, isto é, o mundo é o que o homem constrói e destrói.
• Por isso não haveria verdades absolutas. A verdade seria relativa a determinada pessoa, grupo ou cultura.
Protágoras de Abdera
Górgias
Górgias de Leontini: o grande Orador
• Aprofundou o subjetivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.
• Afirma que: a) nada existe;b) se existisse, não poderia ser conhecido; c) mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.
• Essas características dos ensinamentos dos sofistasfavoreceram o surgimento de concepções filosóficasrelativistas sobre as coisas.
• o relativismo de suas teses fundamenta-se numaconcepção flexível sobre os homens, a sociedade e acompreensão do real.
• Para os sofistas, as opiniões humanas são infindáveis,diversas e não podem ser reduzidas a uma única verdade.Assim, não existiriam valores ou verdades absolutas.
• o termo sofista significa “sábio”. Entretanto, com o decorrer do tempo,
ganhou o sentido de “impostor”, devido às críticas de Platão.
• Considerou-se a sofística - a arte dos sofistas - apenas uma atitude viciosa do
espírito, uma arte de manipular raciocínios, de produzir o falso, de iludir
os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade.
•A verdade, em grego – aletheia - amanifestação daquilo que é, o não-oculto, seopõe a pseudos que significa o falso, aquiloque se esconde, que ilude.
Os sofistas parecem não buscar a aletheia, se contentam com pseudos. Tanto assim, que se usa a palavra sofisma, derivada de sofista, para designar um raciocínio aparentemente correio,
mas que na verdade é falso ou inconclusivo, geralmente formulado com o objetivo de
enganar alguém.
Quem foi Sócrates?
• Local:Atenas.
• Nascimento:470 a.C.
• Falecimento:339 a.C.
• Escola/tradição:Filosofia Grega.
• Principais interesses:Ética, Epistemologia, Virtude.
Sócrates
Quem foi Sócrates?
• Idéias notáveis:Ironia, Método Socrático.
• Influências:Anaxágoras, Parmênides, Pródigo.
• Influenciados:Platão, Aristóteles, Aristipode Cirene, Antístenes, Filosofia Ocidental.
Método Socrático
• Sócrates é considerado o “Pai da Filosofia” por procurar atingir a verdade a partir da prática filosófica do diálogo.
• Para ele a busca pelo conhecimento verdadeiro passava pelas questões humanas, pela reflexão sobre o Homem.
• Diferencia-se dos filósofos anteriores que procuravam refletir sobre a natureza ou praticar a retórica.
Método Socrático
Diálogo Teeteto de Platão:
Filósofo como sendo uma parteira: seu objetivo era dar à luz Idéias!
MAIÊUTICA:
A verdade é acessível a todos e o filósofo (como a parteira) auxilia o encontro com a verdade, por meio
das perguntas, do diálogo!
Sócrates e a Maiêutica
• Quando se diz que a maiêutica é a
arte de dar à luz as idéias, está se
subentendendo que o conhecimento
está dentro da pessoa e por meio
maiêutica ela vai “parir” o
conhecimento.
Método SocráticoO primeiro passo para se chegar a verdade era reconhecer a própria
ignorância!
Só sei que nada sei!
Conhece-te a ti mesmo!
Usava a Ironia nos diálogos para abalar as crenças e expor a fragilidade das argumentações.
Sócrates e a Maiêutica
• Maiêutica: método para chegar ao conhecimento.
• Para Sócrates o papel do filósofo fazer com que as
pessoas chegassem ao conhecimento e para isso criou
a maiêutica.
• Sócrates tinha um método de diálogo para levar o seu
interlocutor (pessoas com quem estava debatendo) a
perceber por si só sua própria ignorância sobre os
assuntos tratados.
Sócrates
• Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a
essência da natureza da alma humana.
Sócrates
• Para viver bem (de acordo com a virtude) é preciso ser sábio.
• Como atingir a sabedoria?
• Para Sócrates a sabedoria é fruto de muita investigação que começa pelo conhecimento de si mesmo.
• Segundo ele, deve-se seguir a inscrição do templo de Apolo: conhece-te a ti mesmo.
• À medida que o homem se conhece bem, ele chega à conclusão de que não sabe nada.
• Para ser sábio, é preciso confessar, com humildade, a própria ignorância. Só sei que nada sei, repetia sempre Sócrates.
• Por meio da ironia, fazendo perguntas e
respondendo as perguntas com outras
perguntas, levava o interlocutor a cair em
contradição, Sócrates o conduzia a
confessar a própria ignorância.
• Uma vez confessada a ignorância, o
interlocutor estaria disposto a percorrer o
caminho da verdade.
• A ironia pode ter um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria,
mas no grego, quer dizer “interrogação”, e Sócrates fazia isso e no decorrer do
dialogo
O Destino de Sócrates
• A maior arte de Sócrates era a
investigação, feita com o auxílio de
seus interlocutores. Aquele que
investiga, questiona. Aquele que
questiona, perturba a ordem
estabelecida. Isso faz surgir muitos
inimigos de Sócrates.
• Sócrates é acusado de corromper a
juventude e de desprezar os deuses da
cidade. Com base nessas acusações
ele é condenado a beber cicuta (veneno
extraído de uma planta do mesmo
nome). Segundo testemunho de Platão
em Apologia de Sócrates, ele ficou
imperturbável durante o julgamento e,
no final, ao se despedir de seus
discípulos, ele diz:
Já é hora de irmos; eu para a morte, vós para
viverdes. Quanto a quem vai para um lugar
melhor, só deus sabe.
Platão
Platão
• É filho de uma nobre família ateniense e seu nome
verdadeiro é Arístocles. Seu apelido de Platão é devido à
sua constituição física e significa “ombros largos”. Ele
foi discípulo de Sócrates e após a sua morte, fez muitas
viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões.
• Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola
de filosofia, nos jardins construídos pelo seu amigo
Academus, o que deu à escola o nome de Academia. É
uma das primeiras instituições de ensino superior do
mundo ocidental.
• Platão, diferentemente se Sócrates, tinha o hábito de
escrever sobre suas idéias. Foi ele quem resgatou boa
parte do pensamento de seu mestre Sócrates.
• Platão não andava promovendo debates pelos locais
públicos como seu mestre, mas ao contrário, fundou uma
academia de filosofia.
• Devido a isso, Platão era mais restrito, pois para chegar a
ele somente quem pudesse entrar na academia, ou seja,
os filhos dos aristocratas da época.
Platão
• Do mundo sensível das opiniões ao mundo inteligível das idéias.
• Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das sombras da verdadeira realidade, e através deles só
conseguimos ter opiniões.
• O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, que é a arte de colocar à prova todo
conhecimento adquirido, purificando-o de toda imperfeição para atingir a verdade.
Platão e a
Teoria das ideias
• Ele procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. O processo de
conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras
e aparências para o mundo das idéias e essências.
• Para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas “amor às opiniões”, precisa
possuir um “amor ao saber”.
• Platão, assim como seu mestre Sócrates, acreditava que o conhecimento era inato ao ser humano, ou seja, todo o conhecimento estava na pessoa, bastava exercitar ou refletir para “relembrar” as respostas dos questionamentos.
Mito da Caverna
Mito da CavernaExplicação:
• As sombras que os homens enxergam no fundo da caverna representam as aparências da realidade e não a realidade em si. Mas aqueles homens que foram, desde a infância, acostumados a crer que as sombras eram a realidade, não podiam imaginar que a realidade verdadeira estava lá fora.
• Quando um desses homens consegue escapar da caverna e tem contato com o mundo verdadeiro, ele percebe que as projeções na parede nada mais são do que uma ilusão, pois a realidade das coisas era outra. O homem cai em si e entende que sempre foi enganado pelas sombras.
O mito da caverna representa as etapas da educação de um filósofo, ao sair do mundo das sombras (das aparências) para alcançar o conhecimento verdadeiro.
Após essa experiência ele deve voltar à caverna e para orientar os demais e assumir o governo
da cidade.
Dois pontos de vista a analise da caverna:
• O político: com retorno do filósofo-político que conhece a arte de governar;
• Epistemológico: quando o filósofo volta para despertar nos outros o verdadeiro.
Platão distingue dois tipos de conhecimento:
O sensível e o inteligível.
• Na ilustração da caverna vemos:
1. As sombras: a aparência sensível das coisas;
2. As marionetes: a representação de animais, plantas...;
3. O exterior da cave;rna: a realidade das ideias;
4. O Sol: suprema ideia do bem.
O muro representa a separação de
dois tipos de conhecimento:
O sensível
As duas primeiras realidades
O inteligível
As duas últimas
Platão e o Mundo das Ideias- Idealismo
• Explicou o mundo das idéias através do Mito da Caverna contido em A República.
Mundo dos Idéias
Mundo Sensível
Real; supra-sensível; causa o
mundo sensível; contém idéias,
o verdadeiro ser das coisas;
possui hierarquia; a idéia de
Bem e Uno ocupa o ápice.
Part
icip
a d
o
Não se explica a si mesmo; cópia
imperfeita do mundo das idéias;
existe por participação.Cf. Mito da Caverna.
Platão e a Alma
A alma é composta de 3 partes;
*Vegetativa ou apetitiva: desejo de prazer sensível.
*Irascível: superação do prazer sensível para obter o bem árduo.
*Racional: corresponde ao cérebro: superior deve subjugar todas as outras.
Platão: Sociedade, Política e Arte
Constrói um modelo de sociedade Justa.
Conceito de justiça para Platão: “a cada um faça o que lhe compete fazer”
A justiça só existe exteriormente se existir antes interiormente na alma.
O Estado deve ser governado por Filósofos, que seriam as pessoas mais prudentes e honestas para
alcançar o bem da cidade.
Platão: Sociedade, Política e Arte
Modelo da Sociedade Justa, onde cada um deveria desempenhar
uma função social.
Filósofos: mente do Estado. Deveriam possuir a
virtude da sabedoria.
Guerreiros : o peito, o coração da sociedade;
encarregados da defesa; não teriam direitos
políticos. Deveriam possuir a virtude da
fortaleza
Trabalhadores ou operários: encarregados
da subsistência, não teriam nenhum direito
político. Exercitariam a virtude da
temperança.
Aristóteles
Ἀριστοτέλης
“Aristóteles representa o apogeu do pensamento filosófico grego, e o mesmo se pode dizer para a filosofia do direito.
Após sua morte, durante toda a Antiguidade e a Idade Média, suas reflexões jusfilosóficasforam tidas como o mais alto patamar de ideias sobre o direito e o justo já construídas”.
ALUNO DE PLATÃO.
A acentuada tendência platônica a uma construção filosófica ideal passa a ser amenizada no pensamento de Aristóteles, na medida em que a experiência é elemento fundamental de sua reflexão.
Filho de médico, desde a infância em contato com a empiria nos casos clínicos, Aristóteles construiu sua filosofia tendo por base as realidade que se apresentavam ao seu estudo”.
Professor de Alexandre – o Grande.
Foi ao mesmo tempo......
- Filósofo;
- Físico;
- Biólogo;
- Músico;
- Professor;
- Político;
CONHECIMENTO
• Aristóteles discorda de Platão e procura uma outra forma de definir o conhecimento.
• Antes de qualquer coisa, ele rejeita a proposta de que existem dois mundos, o sensível e o inteligível.
• Para ele podemos obter o conhecimento através de observações concretas, feitas no mundo real.
Para Aristóteles, o verdadeiro conhecimento é o conhecimento das causas, que pode superar o engano e explicar as mutações que ocorrem no mundo.
Ele utiliza a noção de substância como o suporte de todos os atributos, como “aquilo que é em si mesmo”.
O SER E A SUBSTÂNCIA
O conceito de ser não pode ser reduzido a um gênero, menos ainda a uma espécie.
As várias coisas que são ditas exprimem significados diversos do ser, mas, ao mesmo tempo, todas elas implicam a referência a algo uno, que é a substância.
Portanto, o centro unificador dos significados do ser é a substância (ousía). A substância, é o princípio em relação ao qual todos os outros significados
subsistem.
Dentre os atributos que compõem uma substância, podemos destacar:
a) aquilo que é ESSENCIAL;
b) aquilo que é ACIDENTAL.
Se tomarmos o homem como exemplo, veremos que ele tem propriedades que são acidentais, isto é, que podem variar (altura, peso, idade, aparência) e uma propriedade que não varia, ou seja, que é essencial: o homem é um ser racional.
Ainda para explicar a questão do movimento, Aristóteles propõe os conceitos de
ATO e POTÊNCIA.
Potência significa ausência de perfeição, a capacidade de se tornar alguma coisa.
Por exemplo: - A semente de laranja lançada na terra tem a potência de tornar-se uma laranjeira.- O filhote de gato guarda em si a capacidade de tornar-se adulto e procriar.
Os ciclos que compõem a vida de cada ser vão se atualizando, isto é, a potência dentro deles
vai se realizando.
O que Aristóteles chama de ATO constitui cada uma das etapas pelas quais a potência vai se
atualizando.
Todo ser tende a tornar atual a forma que tem em si mesmo como potência.
Portanto, o movimento é a passagem da potência para o ato.
• As Quatro Causas
•
• Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo:
• - Causa material: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
• - Causa formal: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
• - Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa feita como, por exemplo, as mãos de um ferreiro.
• - Causa final: seria a função para a qual a coisa foi feita como, por exemplo, cortar carne.
• Exemplo 1: A ESTÁTUA
- A causa material é o mármore (isto é, do que a coisa é feita);
- A causa eficiente é o próprio escultor (aquilo com que a coisa é feita);
- A causa formal é a forma da estátua, seus contornos, sua aparência (aquilo que a coisa vai ser)
- A causa final envolve a finalidade da estátua (aquilo para o qual a coisa é feita)
• Formas de governo, retórica
(argumentação), etc.
• Em suma, ele organizou ou sistematizou
praticamente todo conhecimento
acumulado até então.
• Principais obras de Aristóteles:• - Ética e Nicômano
• - Política
• - Órganon
• - Retórica das Paixões
• - A poética clássica
• - Metafísica
• - De anima (Da alma)
• - O homem de gênio e a melancolia
• - Magna Moralia (Grande Moral)
• - Ética a Eudemo
• - Física
• - Sobre o Céu
Afinal O que é Filosofia
FILOSOFIA
Philo / Philia
Sophia
grego
= amizade,
amor fraterno
= sabedoria
O que é Filosofia
FILOSOFIAAmizade pela sabedoria
Amor e respeito pelo saber
Indica um estado de espírito
Pessoa que ama, deseja o conhecimento
O que é Filosofia
FILÓSOFO
Aquele que ama a
sabedoria
Tem amizade pelo saber
Deseja saber
O nascimento da Filosofia
• Pitágoras = filósofo grego (séc.V a.C.)
– responsável pela invenção da palavra “Filosofia”
– Sabedoria plena e completa pertence aos deuses
– Homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
Pitágoras
JOGOS OLÍMPICOS
Comerciante
Atletas
Artistas
Público
Satisfação da
própria cobiça
Sem interesse
pelas disputas
Assistir os jogos e torneios
Avaliar o desempenho e julgar
o valor dos que competiam
O Filósofo
• Não é movido por interesses comerciais ou financeiros;
• Não coloca o saber como propriedade sua;
• Não é movido pelo desejo de competir;
• Não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores;
O Filósofo
• É movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar a vida;
• É movido pelo desejo de saber.
A Verdade
• Não pertence a ninguém;
• Não é um prêmio conquistado por competição;
• Está diante de todos nós;
• É algo a ser procurado;
• É encontrada por todos aqueles que a desejarem, que tiverem olhos para vê-la e coragem para buscá-la.
O surgimento da Filosofia
• Gregos– Começaram a fazer perguntas e buscar respostas
para a realidade;
Mundo
Natureza
Ser humano
Podem ser conhecidos pela razão humana
O surgimento da Filosofia
• Pensadores gregos:
– Verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso;
– Verdade podia ser conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio;
– Linguagem respeita as exigências do pensamento;
– Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos e ensinados a todos.
Características
• Tendência à racionalidade
• Recusa de explicações preestabelecidas
• Tendência à argumentação
• Capacidade de generalização
• Capacidade de diferenciação = análise
Legado filosófico grego
• Conhecimento = leis e princípios universais
– Verdade = provas ou argumentos racionais
– Conhecimento não se impõe aos outros
– Conhecimento deve ser compreendido por todos
– Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os seres humanos
– Conhecimento só é verdadeiro quando explica racionalmente seus objetos
Legado filosófico grego
• Natureza segue uma ordem necessária
– Opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais;
– Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento.
• Surgimento da cosmologia
• Surgimento da física
Legado filosófico grego
• A razão (ou o nosso pensamento) também opera obedecendo a princípios, leis, regras e normas universais e necessários.
– Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;
– Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da contradição e da alternativa.
Legado filosófico grego
• O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e de liberdade
– As práticas humanas não se realizam por imposições misteriosas e incompreensíveis (forças secretas, invisíveis, divinas e impossíveis de serem conhecidas)
Legado filosófico grego
• Seres humanos naturalmente aspiram:
– Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres racionais)
– À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)
– À felicidade (pois são seres dotados de emoções e desejos)
Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas
vidas e às suas ações.
Períodos da História da Filosofia
Filosofia Medieval Escolástica
Patrística
Renascimento
Período: queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV.
Guerras, a fome e as grandes epidemias.
O cristianismo propaga-se por diversos povos. Crenças e
superstições.
A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos .
Aspectos gerais
Correntes da filosofia medieval e principais representantes: Patrística(séc. II-V), com Agostinho de Hipona, e Escolástica(séc. IX-XV), com Tomás de Aquino.
A herança da filosofia antiga pagã foi adaptada à tradição cristã pelos teólogos da patrística, os chamados Padres da Igreja.
Os textos antigos foram preservados pelos monges medievais.
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Castelo medieval de Cascassone, na França, em 2011
Patrística
Os apologistas adaptaram os textos platônicos, mais adequados à nova fé.
Principais temas: a natureza de Deus e da alma, a vida futura, o confronto entre o bem e o mal, a noção de pecado e de salvação, a questão do tempo.
Agostinho de Hipona redigiu: Confissões, De magistro, A cidade de Deus, Sobre a trindade, entre outras obras.
Santo Agostinho, quadro de Piero della Francesca, século XV
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•Período: do século I até o século VII•a criação do mundo por Deus,•pecado original,•Deus e a trindade una,•encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição,•origem do mal, já que tudo foi criado por Deus.
Filósofos:Santo Ireneu, Tertúliano, Justino, Clemente de Alexandria,
Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio Magno, Gregório de Nissa
Destaque: Santo Agostinho.
Agostinho foi o primeiro a usar o conceito de livre-arbítrio, como faculdade da razão e da vontade.
Para ele, o mal não tem uma existência real, mas é uma carência, a ausência do Bem.
Desenvolveu a teoria da iluminação, segundo a qual possuímos as verdades eternas porque as recebemos de Deus.
O tempo é percebido pela nossa consciência, na qual o passado existe como memória e o futuro, como expectativa.
Ao discutir sobre as relações entre política e religião, refere-se às duas cidades, a “cidade de Deus” e a “cidade terrestre”.
Agostinho de Hipona
Escolástica
A escolástica sofreu influência decisiva do aristotelismo.
Principal representante da escolástica: Tomás de Aquino, século XIII, auge da escolástica.
As universidades foram importantes como foco de fermentação intelectual.
Principais temas: prova da existência de Deus, criação do mundo, verdade, ética, imortalidade da alma, política.
São Tomás de Aquino, pintura de Adam Elsheimer, século XVI
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•Período:do século XIII ao século XIV
•a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia. •As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica •a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal
Filósofos:Boaventura. Alberto Magno. Mestre Eckhart. Nicolau de Cusa. Santo
Anselmo. Pedro Abelardo
Destaque: Santo Tomás de Aquino
A questão dos universais
O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas.
A questão era: os universais seriam realidades, ideias ou apenas palavras?
Principais respostas: realismo (Anselmo), realismo moderado (Tomás de Aquino), nominalismo (Guilherme de Ockham) e conceptualismo (Pedro Abelardo).
Tomás de Aquino
A grande síntese aristotélico-tomista expressa-se na obra Suma Teológica.
Aquino prioriza a fé, mas valoriza a importância da razão.
Na teoria do conhecimento, reconhece a participação dos sentidos e do intelecto.
Diferentemente de Aristóteles, destaca a imortalidade da alma.
Aquino segue de perto a ética aristotélica, mas, segundo ele, pela revelação e pela fé, pode-se alcançar uma felicidade mais alta.
Provas da existência de Deus
As “cinco vias” são baseadas nas provas aristotélicas sobre a causa primeira, o Primeiro Motor Imóvel.
São elas: o movimento, a causa eficiente, a contingência, os graus de perfeição, a causa final.