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Economia Política do Bem Público Teoria do autor James Buchanan Prêmio Nobel de Economia -1986

Economia política do bem público

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Economia Política do Bem Público

Teoria do autor James BuchananPrêmio Nobel de Economia -1986

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Pressupostos

Toda decisão política é pública porque afeta todos por inteiro

Indivíduos tem opiniões, interesses, preferências e convicções diversas não só sobre o bem privado mas também sobre o bem público

Há divergências sobre a forma, a cor, o lugar, etc desse bem público, mesmo que ele seja uma necessidade absoluta

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Pressupostos

Tendo em vista a conflitividade, surge necessidade de regras, princípios e critérios para racionalizar os processos institucionais

Norma= unidade de estruturas Regra-estrutura determinante Princípios=estruturas pensantes Critérios= estruturas praticantes

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Pressupostos

A ordem coletiva ou pública surge ou pela ação unilateral de uma elite ou pela participação da maioria

Entretanto, existe sempre em cada contexto real o dilema: centralizar ou descentralizar o poder? A solução varia

Além disso, existem vários graus de utilidade das normas e das instituições como um todo – com a sua burocracia

Podem ser superutilizadas, utilizadas, subutilizadas ou mesmo não utilizadas

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Pergunta fundamental

Como se produz bem público se cada um tem interesse privado

Os agentes econômicos querem sempre lucrar e defendem seu bem-estar

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Resposta racional

A transformação é possível através da oferta ou distribuição de incentivos positivos e negativos

Tipo positivo: normas, transparência, democracia, informação, elogios, prêmios, acessibilidade aos bens

Tipo negativo: censura, difamação pública, força, punição, prisão, multas

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Conceito ontológico

Racionalidade Liga os fins com os meios através do

critério da eficiência A pessoa avalia que é mais lucrativo

ou maximizar os ganhos ou minimizar prejuízos

É um comportamento utilitarista e maximizador

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Racionalidade

Duas características 1-transitividade-ou seja, reorganiza

as opções do ambiente numa escala de preferências

2-troca ou trade off =através desse comportamento, ele realiza as suas demandas

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A metodologia da racionalidade

Considera Adm Smith que o homem econômico deseja liberdade para pesquisar preços e trocar produtos e serviços

Nessa linha, o individualismo metodológico deve ser relevante, ou seja, as pessoas vão transformar a sociedade ou instituição como meios ou tecnologias da racionalidade, portanto, a sociedade não é mais um fim, mas um meio, uma conjuntura que flui livremente de acordo com a realidade dos interesses

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A metodologia neoliberal

Reformas institucionais devem ser descartadas, ou então acontecer em último caso

Porque: existe uma mão invisível que vai aperfeiçoando as instituições, refletindo um processo de aprendizagem social das pessoas, com erros e acertos

Exemplo: alguns cientistas políticos não defendem a reforma do sistema eleitoral porque ele vai se ajeitando pouco a pouco de acordo com a realidade dos indivíduos e não como pensa um grupo de elites- é o laissez-faire de hoje, do tipo institucional

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Metodologia

Por tudo que foi dito, o agente racional não é um ratinho branco de laboratório

Ele sempre transforma, avalia, otimiza, minimiza, maximiza, adapta os limites e não é objeto puro do poder, mas também sujeito

A obediência para ele é uma forma de ganhar benefícios e compensações – é um meio

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Axiologia= crenças e valores

Para o indivíduo racional o ideal é o sistema da anarquia.

Ele quer máximo de liberdade, autonomia, poder

Que sejam assegurados seus direitos individuais

Que as trocas sejam cooperativas, num jogo de soma positiva – todos ganham algo em conjunto

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Paradoxalidade

Entretanto, esse mesmo agente quer limites, fiscalização, regras, intervenção do Estado quando a mão invisivel do Mercado falha

Ele chama o Estado para lhe dar aposentadoria; calçadas públicas; policiamento; justiça; escolas; pontes;

Ou seja, ele quer ser livre mas ao mesmo tempo reconhece que precisa de limites

Quando o Estado atrapalha seus interesses – ele o odeia

Quando lhe favorece= ele o invoca e o valoriza

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Espaço moral

Na realidade, todo agente racional vive numa comunidade moral – que é um BEM PÚBLICO FINAL

Aqui existem valores e seus atos serão interpretados como morais, ou imorais, lícitos, e legais

Essa realidade coloca freios na sua ambição Nesse quadro, o capital moral deve ser preservado

como bem público maior A erosão desse K incentiva negativamente o

individualismo possesivo As pessoas perdem o senso cívico, e o voluntarismo

por assunto universais da comunidade A COMUNIDADE TRATA DO TODO, TEM SOBERANIA

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Espaço moral

Agentes racionais vivem também no cotidiano uma ordem moral- QUE É UM BEM INSTRUMENTAL

Eles não conhecem todo mundo da comunidade, mas estão virtualmente inclinados a respeitá-las e tratá-las com respeito e não como se fossem coisas instrumentais.

Essa ordem facilita negociações, a paz, a tranquilidade, por isso é um bem público instrumental

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ESPAÇO MORAL

N cotidiano também existe a anarquia imoral ou ilícita, que é um MAL PÚBLICO

Porque: não existe respeito, confiança, todos são violentos, guerra civil; contratos são fraudados; não são cumpridos; não existe boa-fé; promessas não cumpridas

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Espaço moral

Também existe a anarquia moral ou lícita, que é um BEM PÚBLICO pois ajuda o Estado a manter a ordem com custo zero de intervenção e protecionismo

Aqui as pessoas se respeitam, fazem obras sociais sozinhos, usam o capital moral

Mutirões, vender fiado, conciliação, mediação e arbitragem extrajudicial, fora dos padrões jurídicos e judiciários, são exemplos de que ela funciona livremente e é bem vinda

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Questões teóricas

O método da economia politica constitucional se baseia num recurso epistemológico chamado ANALOGIA

Observa certos fatos que acontecem de maneira semelhante e interligada

Racionalidade, custos e benefícios são o centro do nosso estudo

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Teoria

Custos e benefícios Custos são barreiras ao consumo, é

o preço, o prejuízo que não se deseja pagar

Podem ser positivos e negativos Positivos quando trazem

compensações ou vantagens Negativos quando trazem prejuízos e

nada de lucro

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Na ciencia econômica

A teoria prognóstica diz que o homem racional vai preferir mercadorias mais baratas e investimentos que geram expectativas futuras de ganhos materiais

Entretanto, suas opções ficam no ambiente de incerteza, então ele faz trocas, e nesse momento, abdica, sacrifica, corta, gerando o custo subjetivo ou de oportunidade ou psicológico segundo Buchanan

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Para lerEconomia ortodoxa

Na economia objetiva, o custo real é medido diretamente através dos gastos monetários, indivíduos assim não escolhem no sentido filosófico do termo e comportam-se de modo previsível em resposta às mudanças mensuráveis, objetivamente, em seu ambiente. A conversão de dados objetivos que reflitam os gastos monetários previstos nas avaliações subjetivas feitas pelos indivíduos que decidem, não são entretanto, alvo de preocupação para os adeptos da teoria prognóstica ortodoxa. O custo de produção de um bem na economia ortodoxa pode ser representado, por equivalência, pela quantidade de um outro bem que poderia ser produzido em seu lugar. Assim, o custo existe independentemente do processo de escolha subjetiva. Não há lugar para a psicoanálise, apenas medições externas e relações espaciais (físicas) entre valores de mercadorias.

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Para lerEconomia recente

Começando com o fato de quen o escolhedor realmente escolhe e que faz assim dentro de restrições que atingem também o comportamento de outros, o economista pode fazer significativas avaliações sobre os resultados que emergem da interação entre muitos escolhedores. A análise não faz tentativa de especificar quais são as preferências ordenadas para um agente particular. A “lei” da escolha declara que o decisor seleciona aquela alternativa que fica no alto de sua escala subjetiva (a partir de um comportamento transitivo).

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Teorias econômicas

Teoria do bem público Diferente do bem privado, não é

excludente nem divisivel Falhas na produção de bem público

geram males públicos Bem público pode ser não estatal Existem razões racionais ou

econômicas para se produzir bem público

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Razões racionais

Ao trocar o estado de natureza pelo estado civil, o cidadão espera benefícios ou bens públicos como

Segurança Garantias Informação Previsibilidade Fiscalização Justiça Soberania nacional etc

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O problema do free ridero carona

Certos indivíduos sentem e avaliam que quanto mais aumenta o tamanha do grupo, diminui o valor do seu voto e de sua participação e de sua contribuição. Além disso, ele avalia que o valor de seu sacrifício sendo menor nos grandes grupos, não faz falta

Resultado: ele se aproveita do grupo, principalmente se o bem público em questão é puro, ou seja, não é excludente e indivisivel

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Solução

Precisamos do lider ou governo para monitorar o comportamento do grupo

Solução é distribuir incentivos paralelos ou especiais para esse tipo de gente

Uma barreira são os custos sociais, políticas e jurídicos que tornam-se custos proibitivos com a exclusão de cidadãos em alguns casos

Exemplo: numa greve professores nem todos os professores participam, mas todos ganham o aumento salarial decorrente da greve- fica impossivel excluir neste caso

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Outro problema

Existem bens públicos que são semi-públicos

Ou seja, estabelecem limites de uso, com taxas, normas especiais, restrições diversas, exemplo são as concessões públicas de ônibus, parcerias público-privadas com pedagios, ou mesmo o acesso a Fernando de Noronha ou o uso de certos parques nacionais

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Teoria dos custos sociais

Toda participação coletiva tem custos operacionais e de transação.

Esse custos são externalidades coletivas

Que podem ser positivas e negativas Positivas quando geram lucro Negativas quando não geram lucro Racionalmente, a pessoa sabe que no

grupo terá sacrifícios contra o egoísmo = é um custo de oportunidade

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Custos sociais ou de interdependencia

Concretamente, esses custos aparecem através das regras de decisão

Existem 2 tipos comuns na democracia: regras de maioria e unanimidade

Regra são estruturas determinantes dizem o que pode ou não pode

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Maioria

Muito comum, pode porém, criar uma ditadura da maioria, calando sempre as demandas da minoria.

Maiorias são idealmente são voláteis na democracia, mas na prática são volúveis ou vulneráveis ao encantamento do poder, ou seja, podem ser as mesmas pessoas fazendo sempre a mesma maioria em todas as assembléias

Isso é um mal público=porque gera injustiça, por ex

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Unanimidade

Essa regra diz que todos devem aceitar e concordar com a decisão

Demanda negociações, barganhas, gasta muito tempo principalmente nos grandes grupos formados por ideologias diferentes

Esse processo é custoso e algumas vezes causa frustração racional

Acreditava-se que grupos pequenos seriam bem sucedidos com unanimidade, porém, dada a variedade da vida moderna, duas pessoas podem nunca se harmonizar, enquanto um grupo de 300 da mesma classe sim

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Unanimidade e barganhaspara ler

Quando a regra de unanimidade é aplicada em organizações não voluntárias, há um aumento radical nos custos de tomada de decisão. Quando a unanimidade é aplicada como um processo de barganha, o investimento em negociação é racional mas os custos impostos por tais barganhas serão provavelmente mais altos. Com a regra de decisão mais inclusiva, a unanimidade, cada votante é parte necessária e indispensável do acordo. Cada votante tem o monopólio de um recurso essencial (seu consentimento) e cada pessoa pode obter o benefício inteiro do acordo. Na organização voluntária, regra de unanimidade traz pouco incentivo para investir recursos em barganhas estratégicas. Barganha é um investimento que gasta tempo e recurso e não é considerada produtiva do ponto de vista social porque os benefícios adicionados para um indivíduo representam a redução do estoque de benefícios potenciais para outras partes.

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Reduzindo custos sociais

Uma forma é delegar todos os poderes para um grupo, uma pessoa, ou seja centralizar o poder

A regra da ditadura é a melhor solução No dia a dia, pessoas preferem dar

poder de mais para um chefe, um representante de turma, etc

Razão econômica: gastar menos tempo e energia com assembléias

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Preço a ser pago

Aceitar tudo o que foi decidido de forma unilateral

Não desobedecer Considerar que não existe maioria

nem minoria, todos são iguais Imaginar que existe uma vontade

geral como sugere Rousseu

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Prejuízos

Custos negativos quando parte da população começa a sentir que as decisões prejudicam seu bem-estar

Quando o líder começa a errar algo, ele deixa de ser super-herói e cai na desgraça popular

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Observação importante

Muitas vezes o ditador não é o vilão da História e sim vítima

Vítima da sua base, do seu povo, de sua turma de aula, que não sendo competente para se autogovernar democraticamente delega tudo para o líder, o chefe, o representante

Enquanto ele acerta, é digno de louvor e poder

Ao contrário: ele é o vilão!!!!!!!

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Lucro

No cenário do estado de natureza hobbesiano, é racional uma ditadura (da lei, de uma pessoa, de uma instituição, etc)

As decisoes fluem mais rápidas; menos gastos com barganhas;

Exemplo: medidas provisórias do Executivo evitam o estado de natureza do Congresso brasileiro

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Teoria da escolha pública

A semelhança com a política tem diferenças também

Na política, o indivíduo não sabe com precisão o efeito de seu voto, nem se ganha, nem como será o futuro governo

Na política, ele escolhe mas está limitado pelo monopólio do Estado da força, e violência, e lei

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Escolha pública

Muitos votantes podem nunca fazer escolhas no Mercado porque são mais dificultosas envolvendo custos que não poderiam ser assumidos efetivamente pelo indivíduo isolado. Entretanto, instituições coletivas e decisões individualistas de Mercado apresentam estruturas limitantes para atingir a plenitude da eficiência racional. Na votação, o indivíduo não escolhe entre alternativas que exijam a crença de que o voto favorável contará positivamente para o consumo de certos bens e serviços. O indivíduo pode entretanto, perder seu voto e ser colocado no lado da oposição quando comparado com a alternativa dominante da maioria. No final, o indivíduo pode ser compelido então a aceitar um resultado contrário a sua preferência original. Esse tipo de coerção não caracteriza a escolha individual do Mercado do consumidor, mas constitui um traço marcante das escolhas públicas onde existe pressão visando à conformidade ou unidade social.

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Práticas diárias

No mundo, ou cooperamos ou conflitamos

Nesses dois processos sociológicos, existe uma economia política

Ou seja, custos, benefícios, racionalidade, riscos e incentivos

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Cooperação

Se pudéssemos oferecer ao agente racional 3 opções – ficar sozinho, agir com regra de maioria, ou com regra unanimidade, o que ele escolheria??????

Resposta = dependendo do seu contexto real, ela vai escolher aquela que maximiza benefícios e minimiza custos

Mas como é racional, ele vai RACIONALIZAR essas opções

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COOPERAÇÃO

Ao ficar sozinho, não há cooperação e isso é mais vantajoso pois não há custos sociais de tomada de decisão, nem sacrificios pensando nos outros

Se eu posso fazer sozinho meu negócio, eu faço

Se eu posso sozinho fazer uma estrada, eu faço

Se eu posso sozinho morar, evito condomínio

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Sozinho

Ficar sozinho garante o bem privado absuluto

autonomia máxima Liberdade de escolha

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Em grupo com maioria

Neste caso, existe custo social, mas é melhor assim pois a união faz a força

Melhora a minha participação no mercado

Traz mais bem estar Resolve coisas coletivas de modo

democrático Idealmente respeitando a opinião

democrática de todos

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Maioria

Tem custos de transação – muita conversa, barganha

Tem custos operacionais= lugar, papelada, secretaria, burocracia, salários dos líderes

Gasta tempo

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Unanimidade

Organização coletiva que favorece todos, um por todos e todos por um

Se o grupo for pequeno, é mais tentadora

Se o grupo for grande, ou seja, as pessoas não se olham, não se tocam, não ficam cara a cara, pode ser perigoso demais

Uma meia solução seria a maioria absoluta ou quase unanimidade

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Unanimidade e custos

Exige que todos tenham tempo para discussão

O modelo é totalmente descentralizado, é um modelo da anarquia pura ou lícita ou ordenada

Entretanto, tem risco do fracasso e da lentidão

Isso vai depender do capital moral das pessoas, aqui fundamentalissimo

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Cooperação e suas possibilidades LÓGICAS

O agente racional faz escolhas transitivas, e os valores são colocados em escala decrescente de utilidade

vejamos

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Opção 1ª

A > B > C  

A organização isolada apresenta uma preferência dominante e custo menor ou mesmo igual a B. Na última opção do tipo C não há um forte motivo para realizar acordos voluntários, por isso deve existir um agente público ou coletivo coordenador dos interesses gerais. B assume uma posição secundária e é mais interessante quando comparado com a ação coletiva C, porque o arranjo cooperativo voluntário não traz externalidades coletivas sobre qualquer participante visto que todos atuam de forma unânime e não há imposição de preferências coletivas sobre o indivíduo, como deve acontecer na última opção do ordenamento.

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Opção 2ª

A > C > B   A preferência dominante é ficar isolado, implica não

incorporar custos de organização coletiva. Neste ordenamento, os custos coletivos de organização voluntário da opção B são mais altos provavelmente devido às dificuldades de se atingir acordos conjuntos gratuitamente ou espontaneamente (a desconfiança e a falta de credibilidade entre os participantes pode constituir, por exemplo, um reforço para manter essa posição extrema na escala da escolha individual. A melhor alternativa depois da ação isolado (A) seria assumir, na segunda hipótese, a ação coletiva monitorada, embora traga custos externais de negociação e de fiscalização sobre os participantes.

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Opção 3ª

B > A > C Neste ordenamento, a expectativa é que os custos de

organização voluntária sema menores que a ação isolada ou coletiva. A organização deste arranjo pode ser lucrativa relativamente para todos os envolvidos mas se as externalidades coletivas que são internalizadas por cada um forem altas e exigirem muito sacrifício, o meio mais eficiente para organizar as atividades econômicas, em substiutição, é optar pelo setor privado que assegura a liberdade para se fazer contratos que seria uma forma mais compensadora do que passar para a ação coletiva, onde a exigência é assumir externalidades maiores. No mundo real, este ordenamento inclui muitas atividades incorporadas na estrutura institucional do Mercado e de negócios econômicos. As firmas são o melhor exemplo de um arranjo ou instituição que têm como propósito promover a internalização das externalidades.

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Opção 4ª

B > C > A  Este tipo de ordenamento descreve a avaliação do indivíduo

que prefere a ação cooperativa garantindo que os custos da ação voluntária serão menores que os custos da ação coletiva e privada. O ordenamento sugere que o indivíduo opta pelo arranjo voluntário, na ausência da ação pública.Tomadas de decisão coletivas são esperadas em segundo lugar para impor um custo baixo de interdependência sobre os participantes, certamente menor do que os custos de decisão isolada individualmente. Exemplo é a construção de um shopping em uma área suburbana de forma voluntária. Inicialmente, muitas parcelas de terra são apropriadas por indivíduos isolados, por este motivo as externalidades individuais são esperadas (alguém pode construir um edifício na frente de outra propriedade, por exemplo).

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Opção 5ª

C > A > B O indivíduo, no momento de decisão, escolherá fazer decisões

coletivas somente quando as externalidades da ação individual sejam esperados e portanto, o meio mais eficiente para eliminar ou reduzir estes efeitos é a organização através do processo governamental. Arranjos contratuais voluntários não são esperados neste ordenamento. A comparação relevante aqui é entre os custos esperados da ação coletiva e aqueles esperados que resultam do comportamento puramente privatista. Muitas das atividades regulatórias do governo parecem ficar neste tipo de ordenamentos. É importante notar que este tipo de atividade pode incluir regras de tomada de decisão que necessariamente não correspondem à unanimidade. A redução dos custos esperados para uma mudança de arranjo voluntário para as organizações governamentais é esperada somente se os custos de barganha forem grandes e o prejuízo que é esperado da decisão coletiva fosse grande. O ordenamento tenderá portanto, a ser característico de qualquer racionalidade, escolhendo atividades coletivas que em sua operação normal, não exercem significantes efeitos na rede de valores do indivíduo.

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Opção 6ª

C > B > A  Descreve as atividades do comportamento individualista,

descompassado entre as pessoas que irão criar importantes efeitos negativos. Tais atividades são similares para aqueles descritos no ordenamento B > C > A. Se não existe ação coletiva, o acordo voluntário emergirá para reduzir ou evitar as externalidades individuais. O indivíduo, capaz de fazer comparação entre os custos esperados, muda para o setor publico todas as suas atividades neste ordenamento. Este tipo inclui atividades do governo. A produção de verdadeiros bens coletivos cai nesta categoria geral. por exemplo, se nenhuma proteção policial for produzida coletivamente ou pelo governo, os acordos voluntários serão trabalhados para assegurar alguma cooperação na organização de uma força policial particular em cidades que não apresentam proteção pública contra o fogo, e deste modo, organizam voluntariamente uma associação contra o incêndio