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7 a SÉRIE 8 o ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Volume 2 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens CADERNO DO PROFESSOR

Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Page 1: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

7a SÉRIE 8oANOENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAISVolume 2

EDUCAÇÃOFÍSICALinguagens

CADERNO DO PROFESSOR

Page 2: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

MATERIAL DE APOIO AOCURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO

CADERNO DO PROFESSOR

EDUCAÇÃO FÍSICAENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

7a SÉRIE/8o ANOVOLUME 2

Nova edição

2014-2017

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

São Paulo

Page 3: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Governo do Estado de São Paulo

Governador

Geraldo Alckmin

Vice-Governador

Guilherme Afif Domingos

Secretário da Educação

Herman Voorwald

Secretária-Adjunta

Cleide Bauab Eid Bochixio

Chefe de Gabinete

Fernando Padula Novaes

Subsecretária de Articulação Regional

Rosania Morales Morroni

Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP

Silvia Andrade da Cunha Galletta

Coordenadora de Gestão da Educação Básica

Maria Elizabete da Costa

Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos

Cleide Bauab Eid Bochixio

Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação

Educacional

Ione Cristina Ribeiro de Assunção

Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares

Dione Whitehurst Di Pietro

Coordenadora de Orçamento e Finanças

Claudia Chiaroni Afuso

Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE

Barjas Negri

Page 4: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-

radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que

permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula

de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-

dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação

— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste

programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização

dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações

de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca

por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-

tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São

Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades

ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,

dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade

da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas

aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam

a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-

ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a

diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu

trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar

e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman VoorwaldSecretário da Educação do Estado de São Paulo

Page 5: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Os materiais de apoio à implementação

do Currículo do Estado de São Paulo

são oferecidos a gestores, professores e alunos

da rede estadual de ensino desde 2008, quando

foram originalmente editados os Cadernos

do Professor. Desde então, novos materiais

foram publicados, entre os quais os Cadernos

do Aluno, elaborados pela primeira vez

em 2009.

Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do

Professor e do Aluno foram reestruturados para

atender às sugestões e demandas dos professo-

res da rede estadual de ensino paulista, de modo

a ampliar as conexões entre as orientações ofe-

recidas aos docentes e o conjunto de atividades

propostas aos estudantes. Agora organizados

em dois volumes semestrais para cada série/

ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e

série do Ensino Médio, esses materiais foram re-

vistos de modo a ampliar a autonomia docente

no planejamento do trabalho com os conteúdos

e habilidades propostos no Currículo Oficial

de São Paulo e contribuir ainda mais com as

ações em sala de aula, oferecendo novas orien-

tações para o desenvolvimento das Situações de

Aprendizagem.

Para tanto, as diversas equipes curricula-

res da Coordenadoria de Gestão da Educação

Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do

Estado de São Paulo reorganizaram os Cader-

nos do Professor, tendo em vista as seguintes

finalidades:

incorporar todas as atividades presentes

nos Cadernos do Aluno, considerando

também os textos e imagens, sempre que

possível na mesma ordem;

orientar possibilidades de extrapolação

dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do

Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-

vidades;

apresentar as respostas ou expectativas

de aprendizagem para cada atividade pre-

sente nos Cadernos do Aluno – gabarito

que, nas demais edições, esteve disponível

somente na internet.

Esse processo de compatibilização buscou

respeitar as características e especificidades de

cada disciplina, a fim de preservar a identidade

de cada área do saber e o movimento metodo-

lógico proposto. Assim, além de reproduzir as

atividades conforme aparecem nos Cadernos

do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-

crever a atividade e apresentar orientações mais

detalhadas para sua aplicação, como também in-

cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do

Professor (uma estratégia editorial para facilitar

a identificação da orientação de cada atividade).

A incorporação das respostas também res-

peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,

elas podem tanto ser apresentadas diretamente

após as atividades reproduzidas nos Cadernos

do Professor quanto ao final dos Cadernos, no

Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-

des, elas aparecem destacadas.

A NOVA EDIÇÃO

Page 6: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Leitura e análise

Lição de casa

Pesquisa em grupo

Pesquisa de

campo

Aprendendo a

aprender

Roteiro de

experimentação

Pesquisa individual

Apreciação

Você aprendeu?

O que penso

sobre arte?

Ação expressiva

!?

Situated learning

Homework

Learn to learn

Além dessas alterações, os Cadernos do

Professor e do Aluno também foram anali-

sados pelas equipes curriculares da CGEB

com o objetivo de atualizar dados, exemplos,

situações e imagens em todas as disciplinas,

possibilitando que os conteúdos do Currículo

continuem a ser abordados de maneira próxi-

ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades

de aprendizagem colocadas pelo mundo con-

temporâneo.

Para saber mais

Para começo de

conversa

Seções e ícones

Page 7: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

SUMÁRIOOrientação sobre os conteúdos do volume 8

Tema 1 – Atividade rítmica – Manifestações e representações da cultura rítmica de outros países: o zouk 10

Situação de Aprendizagem 1 – Zouk o quê? 11

Situação de Aprendizagem 2 – O tempero do zouk: “canela”, “gengibre” e “pimenta” 14

Atividade Avaliadora 16

Proposta de Situações de Recuperação 18

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 19

Tema 2 – Ginástica – Práticas contemporâneas: ginásticas de academia 20

Situação de Aprendizagem 3 – Saúde ou beleza? 23

Atividade Avaliadora 27

Proposta de Situações de Recuperação 27

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 28

Tema 3 – Organismo humano, movimento e saúde – Princípios e efeitos do treinamento físico 29

Situação de Aprendizagem 4 – Questão de princípios 30

Atividade Avaliadora 40

Proposta de Situações de Recuperação 40

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 41

Page 8: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Tema 4 – Esporte – Modalidade coletiva: futebol de campo 42

Situação de Aprendizagem 5 – Todos jogando futebol 47

Situação de Aprendizagem 6 – A tática do futebol 54

Atividade Avaliadora 58

Proposta de Situações de Recuperação 60

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 60

Tema 5 – Organismo humano, movimento e saúde – Exercício físico, obesidade e emagrecimento, doping e anabolizantes 62

Situação de Aprendizagem 7 – Níveis de (in)atividade física 66

Situação de Aprendizagem 8 – Sinal vermelho! Substâncias proibidas 73

Atividade Avaliadora 75

Proposta de Situações de Recuperação 78

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 78

Quadro de conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 80

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ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME

Professor, este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho peda-gógico cotidiano com a 7a série/8o ano do Ensino Fundamental. Os temas deste volu-me são enfocados com base na concepção teórica da disciplina, já explicitada ante-riormente, segundo os conceitos de Cultura de Movimento e Se-Movimentar.

Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Atividade rítmica, Ginástica, Esporte e Orga-nismo humano, movimento e saúde, possibili-tem que os alunos diversifiquem, sistematizem e aprofundem suas experiências do Se-Mo-vimentar no âmbito das culturas rítmicas, gímnica, lúdica e esportiva, tanto para pro-porcionar novas experiências (permitindo aos alunos estabelecer novas significações) como para ressignificar experiências vivenciadas. Espera-se que o enfoque adotado para o de-senvolvimento dos conteúdos seja compatível com as intencionalidades do projeto político--pedagógico de cada escola.

Neste volume serão desenvolvidos os te-mas Atividade rítmica, Ginástica, Organismo humano, movimento e saúde, e Esporte. Em relação ao primeiro tema, serão abordadas manifestações e representações ligadas à cul-tura rítmica de outros países, tomando como exemplo o processo histórico e as questões de gênero presentes no zouk – dança de origem caribenha que influenciou algumas manifes-tações rítmicas brasileiras. Espera-se que os alunos possam comparar e interpretar os con-textos de manifestações do zouk em diversos países, percebendo sua relação com a cultura rítmica nacional.

Quanto ao segundo tema deste Caderno – Ginástica –, dando continuidade ao volume

anterior, as ginásticas de academia serão analisadas a partir de suas relações com a busca de padrões de beleza corporal e pa-râmetros de saúde orgânica. A intenção é que os alunos sejam capazes de construir argumentação consistente a respeito de in-teresses e motivações envolvidos na prática das ginásticas de academia, compreendendo os discursos sobre padrões e estereótipos de beleza corporal.

No tema Organismo humano, movimento e saúde, serão tratados dois subtemas: um para refletir acerca das implicações da prática da atividade física no tratamento da obesidade e nos processos de emagrecimento, para que os alunos identifiquem, de modo geral, a relação entre os próprios níveis de atividade física ha-bitual, aptidão cardiovascular e manutenção/controle do peso corporal; e outro para tratar de questões relacionadas ao doping: utiliza-ção de determinadas substâncias proibidas, no meio esportivo e fora dele, destacando-se o uso de anabolizantes. Nesse caso, o objetivo é fazer que os alunos conheçam e compreen-dam os efeitos dessas substâncias sobre o de-sempenho físico-esportivo, além dos efeitos prejudiciais à saúde.

Finalmente, o tema Esporte abordará o futebol de campo, discutindo seus princí-pios técnicos e táticos, as principais regras e seu processo histórico. A intenção é fazer que os alunos identifiquem a dinâmica bási-ca do futebol como esporte coletivo.

As estratégias escolhidas – que incluem pesquisas sobre os temas, vivência de passos de dança, dramatizações, realização de testes e programa de exercícios físicos – possibilitam aos alunos a reflexão, baseada no confronto de suas próprias experiências de Se-Movimentar,

Page 10: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

permitindo a sistematização e o aprofunda-mento dos conhecimentos no âmbito da Cul-tura de Movimento.

Os procedimentos propostos para a avalia-ção caminham na direção de uma avaliação integrada ao processo de ensino e aprendiza-gem, sem estabelecer procedimentos isolados e formais. As atividades avaliadoras devem favo-recer a geração, por parte dos alunos, de infor-mações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais e não verbais, que serão interpretados pelo professor, nos termos das competências e habilidades que se pretende desenvolver em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que favoreçam a aplicação dos conhecimentos em situações reais e a elaboração de textos-síntese relacio-nados aos temas abordados, bem como ques-tionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, visando verificar a compreensão dos conteúdos e a aquisição das competências e ha-bilidades propostas.

A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas no espaço convencional da sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, desde que com-patíveis com as atividades programadas. Al-gumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pes-quisas, produção de textos etc.).

As orientações e sugestões a seguir pre-tendem oferecer-lhe subsídios, para facilitar o desenvolvimento dos temas estudados. Não pretendem apresentar as Situações de Apren-dizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir sua criatividade, como profes-sor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.

Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado a partir do Caderno do Professor, esse material adicional não tem a pretensão de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico.

De acordo com o projeto político-pedagó-gico da escola e do planejamento do compo-nente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados dentre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na es-cola. Neste caso, a expectativa é subsidiar o seu trabalho para que as competências e habilidades propostas tanto no Caderno do Professor quan-to no Caderno do Aluno sejam alcançadas.

Para otimizar o tempo pedagogicamente necessário para a aula, o Caderno do Alu-no apresenta as Situações de Aprendizagem, também, como sugestões de pesquisa e ativi-dades de lição de casa.

Isto posto, professor, bom trabalho!

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TEMA 1 – ATIVIDADE RÍTMICA – MANIFESTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES DA CULTURA RÍTMICA DE OUTROS PAÍSES: O ZOUK

A palavra zouk significa “festa”, e a mú-sica é cantada em créole, língua que mistura predominantemente o idioma francês com dialetos africanos. É uma dança caribenha oriunda das Antilhas Francesas, com fre-quência praticada nas ilhas de Martinica, Guadalupe e Santa Lúcia, e também popu-lar em países africanos onde o português é a língua oficial, como Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Moçambique. O ritmo é mun-dialmente conhecido. Na África, porém, é chamado de kizomba.

No Brasil, popularizou-se no final da dé-cada de 1990, com movimentos diferencia-dos e associados à lambada, influenciando-a e sendo influenciado por ela. É bastante co-nhecido na região Norte do país, o que se deve à proximidade com a Guiana Francesa, parte do território ultramarino francês. O Amapá e o Pará são os estados brasileiros em que o zouk é mais popular.

Há indícios de que o zouk tenha influen-ciado alguns ritmos brasileiros, ocasionando mudanças na forma de dançar o carimbó, por exemplo, com a substituição de duplas soltas por casais abraçados. No caso da lambada, surgida no Pará durante a década de 1970, além do zouk e do carimbó, percebe-se tam-bém a influência do forró e de outros ritmos latinos, como o merengue.

Considera-se que o zouk dançado no Bra-sil não seja o mesmo dançado no Caribe. Os passos brasileiros são semelhantes aos da lambada, mas realizados mais lentamente. O ritmo dançado nos demais países é chamado

de zouk love e seus passos são diferentes, por serem mais suaves. O zouk love possui três pas-sos principais: o zouk cannelle (“canela”), o zouk gingembre (“gengibre”) e o zouk piment (“pimenta”).

Para esses passos é necessário considerar que os momentos de transferência do peso corporal ocorrem com movimentos de incli-nação e de circundução da cabeça. O passo básico chamado “canela” se dá de maneira semelhante ao caminhar, para a frente e para trás, durante o qual o homem e a mulher colo-cam-se de frente um para o outro.

Assim, o membro inferior direito de cada dançarino estará próximo ao membro infe-rior esquerdo de seu parceiro. O movimen-to é iniciado com a perna direita do homem projetando-se para a frente e, consequente-mente, a perna esquerda da mulher projetan-do-se para trás. A seguir, ambos se preparam, agrupando os membros inferiores, para “dar um passo” no sentido oposto: a mulher mo-vimenta a perna esquerda para a frente e o homem a acompanha com a perna direita para trás. Esse movimento de vaivém é contí-nuo ao longo da dança.

O passo “gengibre” envolve a semiflexão dos joelhos, seguida de extensão, asseme-lhando-se ao movimento de descer e subir. Essa movimentação, na articulação do qua-dril, é realizada à direita e à esquerda. Já o passo “pimenta” é a fusão dos anteriores (“canela” e “gengibre”), com o casal dançan-do o mais próximo possível, entrelaçando os membros inferiores. Embora algumas articu-lações tenham sido enfatizadas na descrição

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Possibilidades interdisciplinares

É possível relacionar o tema com Geografia, História, Arte e Língua Estrangeira. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas na escola. Essa iniciativa poderá facilitar a compreensão do tema pelos alunos de forma mais global e integrada.

dos movimentos, na caracterização do zouk não basta apenas dar passos para a frente,

para trás e para os lados. É necessário envol-ver todo o corpo ao dançar.

Figuras 1 e 2 – Estilo brasileiro de dançar zouk, com passos/movimentos semelhantes aos da lambada.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 ZOUK O QUÊ?

O objetivo desta Situação de Aprendiza-gem é propiciar aos alunos contato com o processo histórico do zouk, para que perce-bam semelhanças e diferenças com outras manifestações rítmicas. Os alunos pesquisarão

e apreciarão diferentes contextos do zouk. Depois, poderão compará-lo a outras ma-nifestações rítmicas, bem como identificar aspectos pessoais e interpessoais relaciona-dos à vivência da dança.

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Conteúdo e temas: cultura rítmica brasileira e de outros países; o processo histórico do zouk.

Competências e habilidades: identificar manifestações rítmicas de outros países; comparar manifesta-ções rítmicas, percebendo semelhanças e diferenças com o zouk.

Sugestão de recursos: CD, DVD e internet.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1

Etapa 1 – Danças e ritmos de “A” (de Antilhas) a “Z” (de zouk)

Sugira que os alunos realizem, antes das vivências, uma pesquisa a respeito de mani-festações rítmicas que necessariamente são dançadas aos pares. Indique um roteiro para a pesquisa, com itens como: nome da dança, local de origem e localidade geográfica, idio-ma das músicas (peça que tragam gravações e/ou letras das músicas), vestimentas (peça que tragam imagens para a aula) e principais passos ou movimentos (descrição dos passos, preferencialmente com imagens).

Questione os alunos sobre as manifestações rítmicas pesquisadas e outras que conheçam. Agrupe-os conforme as categorias comuns às danças citadas: mesmo tipo de dança, nomes semelhantes, mesma região, mesmo idioma, vestimentas parecidas etc. Solicite a cada gru-po que apresente pelo menos um passo de uma das danças pesquisadas, para que todos possam vivenciá-la. Na vivência dos passos, permita que os alunos formem pares fora do seu grupo, caso seja necessário. Separe previa-mente CDs e DVDs de alguns ritmos e utilize, se possível, músicas específicas das danças pes-quisadas pelos alunos.

Professor, coordene a pesquisa dos tipos de “dança aos pares” e solicite aos alunos que preencham o qua-dro na seção “Pesquisa individual”,

no Caderno do Aluno.

Dançando aos pares

Você já viu casais dançando juntinhos? Notou que o jeito de dançar varia confor-me o ritmo da música? Será que o modo de dançar e o tipo de música variam de acordo com as regiões? Será que as pessoas se “pro-duzem” de uma forma especial para dançar (roupas, sapatos, penteados etc.)? E os pas-sos utilizados para dançar, será que variam também?

Pesquise informações sobre um tipo de dança aos pares (dança de salão, como é co-nhecido) e preencha os espaços a seguir com o que você encontrou. Converse com adultos que dancem. Consulte sites, procure em jor-nais e traga imagens.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Resultados da pesquisa

Itens pesquisados Resultados

Nome da dança

Música e idioma da música

Origem

Vestimentas

(descreva e/ou ilustre com desenhos ou imagens)

Passos

(traga desenhos, ilustrações ou imagens – se encontrar)

Etapa 2 – Do zouk no Caribe à kizomba na África, o ABC do ritmo (“A” de África, “B” de Brasil e “C” de Caribe)

Explique o contexto histórico do zouk no mundo, relacionando-o à cultura rítmica brasi-leira. Enfatize, por exemplo, que o zouk é muito semelhante à kizomba dançada na África, e que no Brasil houve uma mescla do ritmo com a lambada. Caso algum grupo tenha apresenta-do informações sobre o zouk, valorize os dados pesquisados nessa contextualização.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apre-sentadas no texto e solicite que assinalem a alternativa correta das

questões apresentadas na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno.

A música e a dança expressam a cultura de um povo. Nos dias de hoje, geralmente as pessoas saem para dançar. Vemos as pessoas

Nesta atividade, a expectativa é que o aluno apresente resultados muito variados relacionados à dança de salão, em que podemos incluir valsa, tango, salsa, samba, gafieira, forró, lambada ou outras que integram a categoria “dança de salão”.

dançando em eventos sociais, em festas ou em encontros de amigos. Muitas vezes dan-çamos sozinhos ao ouvir uma música de que gostamos. Ao dançar, as pessoas se expres-sam, se comunicam, liberam sentimentos. Dançamos em grupos, soltinhos e aos pares. O importante é expressar-se com o ritmo da música. É, literalmente, deixar-se levar pelo ritmo. É entregar-se! Assim, quando vemos alguém dançar, sentimos a vibração e o en-volvimento da pessoa. Percebemos a soltura e a leveza.

Neste tema, falaremos um pouco sobre o zouk, ritmo caribenho dançado aos pares, cuja música, cantada em créole (língua que mistu-ra, predominantemente, o francês com dialetos africanos), é conhecida em todo o mundo.

O zouk surgiu nas Antilhas Francesas e é também muito popular em países africanos, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, en-tre outros, onde é chamado de kizomba.

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No Brasil, o ritmo se popularizou no fi-nal da década de 1990, com movimentos diferenciados e associados à lambada, in-fluenciando-a e sendo influenciado por ela. É bastante conhecido na região Norte do país, devido à proximidade com a Guiana Francesa. O Amapá e o Pará são os estados brasileiros em que o zouk é mais popular.

Há indícios de que o zouk tenha influen-ciado alguns ritmos brasileiros, ocasionando mudanças na forma de dançar o carimbó, por exemplo, com a substituição de duplas soltas por casais abraçados. No caso da lam-bada, surgida no Pará durante a década de 1970, além do zouk e do carimbó, percebe--se também a influência do forró e de outros ritmos latinos, como o merengue.

Mas, para começo de conversa, além do que já foi dito, reúna-se com seus colegas e vamos ver o que mais vocês conhecem sobre o zouk.

1. A palavra zouk significa:

a) dança.b) festa.c) alegria.d) ação.

2. O zouk brasileiro é semelhante à lam-bada. Na lambada, os movimentos são mais:

a) lentos que no zouk.b) rápidos que no zouk.c) audaciosos que no zouk.d) carinhosos que no zouk.

3. O zouk love é:

a) um ritmo.b) um movimento corporal.c) um sentimento.d) uma dupla de dançarinos.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 O TEMPERO DO ZOUK: “CANELA”, “GENGIBRE”

E “PIMENTA”

O objetivo desta Situação de Aprendi-zagem é propiciar a identificação dos prin-cipais passos ou movimentos do zouk, de acordo com sua vivência, conjugada com

reflexões sobre questões de gênero. O zouk será vivenciado em três etapas, relacionadas aos passos da dança: “canela”, “gengibre” e “pimenta”.

Conteúdo e temas: passos ou movimentos principais do zouk e suas questões de gênero: semelhanças e diferenças entre meninos e meninas.

Competências e habilidades: apreciar e valorizar manifestações rítmicas de outros países; perceber a marcação rítmica no zouk, identificando seus passos ou movimentos principais; identificar e analisar as questões de gênero que permeiam a dança no zouk.

Sugestão de recursos: CD, DVD e internet.

Não é necessário que você saiba dançar o zouk ou outra manifestação rítmica escolhida para este volume. Uma sondagem inicial com os alunos certamente lhe permitirá identificar aqueles que possuem experiência ou facilidade para aprender passos de dança.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2

Etapa 1 – “Canela”

Demonstre o passo “canela” para a turma ou solicite que algum aluno o apresente. Se preferir, exiba aos alunos um vídeo com o pas-so indicado. O zouk “canela” é um movimento contínuo com quatro tempos:

inicia-se o passo com a perna direita para a frente (primeira contagem, movimento 1);

a perna esquerda segue o mesmo passo, en-contrando-se com a perna direita na frente (segunda contagem, movimento 2);

a perna direita retorna, vai para trás (ter-ceira contagem, movimento 3);

a perna esquerda segue o mesmo passo, encontrando-se com a perna direita atrás (quarta contagem, movimento 4).

Solicite a todos os alunos que executem os movimentos, aproveitando todo o espaço dis-ponível. Utilize música e peça adequação dos movimentos ao ritmo do zouk (prefira o ritmo mais lento, o zouk love, para essa vivência, e evite usar o ritmo mais acelerado, semelhante à lambada, que pode dificultar a realização do passo). A seguir, solicite que se organizem em duplas, formadas preferencialmente por um menino e uma menina, e que, juntos, façam o mesmo movimento (os quatro tempos de forma contínua). Sugira a troca de parceiros, para que possam perceber a influência de características pessoais e interpessoais na dinâmica da dança.

Discuta, após a vivência, as impressões que os alunos tiveram do passo “canela”, da pers-pectiva masculina e da feminina. Embora os movimentos sejam os mesmos para meninos

e meninas, podem ter gerado diferentes percep-ções ou sensações.

Etapa 2 – “Gengibre”

Demonstre o passo “gengibre” para a tur-ma ou solicite que algum aluno o apresente. Se preferir, utilize um vídeo. O zouk “gengi-bre” possui três movimentos básicos:

semiflexão dos joelhos (movimento 1/“des-cendo”);

movimento lateral do quadril, para a direita ou esquerda (movimento 2/“sentando”);

extensão dos joelhos (movimento 3/“su-bindo”).

Solicite a todos os alunos que executem os movimentos individualmente, utilizando mú-sica para adequar o passo ao ritmo do zouk. A seguir, organize-os em duplas (podem ser aproveitadas as mesmas da etapa anterior) e proponha que realizem o mesmo movimento (os três movimentos de forma contínua) junto com o colega. Sugira a troca de parceiros, para que percebam a influência de características pessoais e interpessoais na dinâmica da dança.

Debata com eles a expectativa de que o ho-mem conduza/guie a mulher na dança. Adote essa mesma estratégia para as próximas etapas.

Etapa 3 – “Pimenta”

O zouk “pimenta” é a fusão dos dois pas-sos anteriores, durante o qual o casal dança bem próximo, entrelaçando os movimentos e “invadindo” o espaço um do outro com os membros inferiores. Relembre e esclareça dú-vidas sobre os passos “canela” e “gengibre”. Utilize uma música de zouk love para adequar

Solicite a esses alunos que o auxiliem nas aulas, fornecendo-lhes previamente fontes e mate-riais relacionados ao zouk. Na internet, é possível conseguir, por meio de sites de busca, acesso a vídeos com demonstrações dos passos do zouk e muitas outras manifestações rítmicas.

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os passos ao ritmo e peça que troquem de parceiro algumas vezes, para que percebam as diferenças entre os gêneros, seus aspec-tos pessoais e interpessoais ao dançar com vários colegas.

Professor, solicite aos alunos que descrevam os nomes dos passos apresentados na atividade da se-ção “Lição de casa”, no Caderno

do Aluno.

Descreva no quadro a seguir como são rea-lizados os três passos básicos do zouk. Repare que os nomes estão em francês. Isso é devido à sua origem. Caso você não conheça esses passos, pesquise na internet, consulte adultos, amigos, professores ou outras fontes que pos-sam auxiliá-lo nessa tarefa.

A intenção aqui é que os alunos pesquisem os movimentos

pelos nomes que diferenciam os três passos básicos do zouk,

que poderão ser descritos ou ter suas características exempli-

ficadas por imagens.

Ao longo das várias etapas das Situações de Aprendizagem, procure avaliar se os alu-nos conseguem relacionar o zouk com outras manifestações da cultura rítmica brasileira, considerando em especial questões geográficas e históricas.

Em relação aos passos vivenciados em duplas, procure problematizar com os alunos algumas questões:

Quais foram as maiores facilidades e difi-culdades em dançar em dupla, em cada um dos passos vivenciados?

Foi possível coordenar o ritmo próprio com o ritmo do companheiro?

Como foi a experiência de dançar com dife-rentes parceiros? Todos conseguiram coor-denar consensualmente as condutas dos rit-mos próprios com as dos colegas?

Quais as diferenças nas percepções ou sensa-ções de meninos e meninas ao dançar o zouk?

Professor, solicite aos alunos que assinalem a alternativa cor-reta das questões presentes na seção “Você aprendeu?”, no Ca-

derno do Aluno.

ATIVIDADE AVALIADORA

Nome Descrição do passo ou imagem característica

a) Zouk cannelle ou “canela”

O passo “canela” é contínuo durante toda a dança do zouk e ocorre de maneira

semelhante ao caminhar, para a frente e para trás, com os parceiros de frente um

para o outro. O movimento inicia-se com a perna direita do homem projetando-

-se para a frente e, consequentemente, a perna esquerda da mulher projetando-se

para trás. Depois, os parceiros juntam os membros inferiores e realizam o mesmo

movimento no sentido oposto: a mulher movimenta a perna esquerda para a fren-

te e o homem a acompanha com a perna direita para trás.

b) Zouk gingembre ou “gengibre”

O passo “gengibre” envolve a semiflexão dos joelhos, seguida de extensão,

assemelhando-se ao movimento de descer e subir, movimentando o quadril

lateralmente entre essas duas ações (como se fosse sentar, movimentando a

articulação do quadril para a direita ou para a esquerda).

c) Zouk piment ou “pimenta”Já o passo “pimenta” é uma combinação dos passos “canela” e “gengibre”, com

o casal dançando o mais próximo possível, entrelaçando os membros inferiores

e envolvendo todo o corpo ao dançar.

Page 18: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Curiosidade

Atualmente, existem algumas variações do zouk, como o zouk love e o soulzouk (ou freestyle), com ritmo e movimentos mais lentos ou mais rápidos, mas prevalecendo a sensualidade na movimentação do par que dança.

1. O zouk geralmente é dançado:

a) sozinho.b) aos pares.c) em grupos.

2. Zouk “canela”, “gengibre” e “pimenta” são:

a) aperitivos.b) passos da dança.c) temperos.

3. O zouk surgiu nas Antilhas Francesas e manifestou-se no Brasil primeiro nos esta-dos da região:

a) Norte.b) Sul.c) Sudeste.

4. O zouk é um ritmo de origem:

a) brasileira.b) estadunidense.c) caribenha.

Professor, para que os alunos conheçam algumas variações do zouk, solicite a leitura das considerações apresentadas na seção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

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Estilo brasileiro de dançar zouk, com passos/movimentos semelhantes aos da lambada.

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Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos e não desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário, então, que novas Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo revisitar de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em momentos diferentes, indi-vidualmente ou em pe quenos grupos, com todos ou com apenas aqueles que apresenta-ram dificuldades.

Um exemplo seria descrever os movimentos e solicitar que os alunos os realizem colocando--os também na situação de observadores. Essa

situação pode ser operacionalizada na forma de um “baile”, em que eles devem formar duplas para dançar, escolhendo pelo menos um dos movimentos principais. O objetivo é que eles re-lembrem os passos do zouk.

Outra possibilidade é solicitar que eles fa-çam uma pesquisa sobre as manifestações semelhantes ao zouk nas mídias e/ou na região em que vivem, comparando-as com as infor-mações e vivências das aulas.

Professor, solicite aos alunos que escre-vam no diagrama as palavras em destaque apresentadas na seção “Desafio!”, no Ca-derno do Aluno.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Desafio!

Escreva as palavras em destaque (negrito) no diagrama, mas respeite os cruzamentos. Atente para os significados associados a cada palavra que será colocada no espaço. Bom divertimento!

Kassav – banda pioneira do zouk, originária de Guadalupe.

Kaoma – grupo francês que se consagrou com a lambada no mundo.

Loalwa Braz – cantora brasileira, foi vocalista do grupo francês Kaoma.

Martinica e Guadalupe – berço do zouk.

Créole – língua em que normalmente é cantado o zouk (mistura de francês com dialetos africanos).

Soulzouk ou freestyle – nova maneira de dançar o zouk.

Zouk love – ritmo mais lento do zouk.

Zouk – ritmo e dança de origem caribenha.

Pará – estado brasileiro em que o zouk é muito apreciado e dançado.

Kizomba – ritmo e dança africanos originários de Angola; mistura de semba (antecessor do samba) e zouk.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

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E K A S S A V

Sites

Repositório de Conteúdo Digital – Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <http://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/910>. Acesso em: 7 fev. 2014. Apresenta em formato de áudio nove ritmos diferentes entre si e suas semelhanças. É possível ouvir os ritmos e acompanhar as explicações. O arquivo em áudio tem aproximadamente 12 minutos.

Sons do Brasil: Quilombos do Amapá. Disponível em: <http://sonsdobrasil.blogspot.com.br/2005/ 09/msica-dos-quilombos.html>. Acesso em: 11 nov. 2013. Apresenta informações sobre a influên-cia caribenha no Brasil, sobretudo no Amapá, considerado a “Guiana Brasileira”; os aspectos culturais de origem negra e indígena predominan-tes na região, transcendendo as fronteiras brasi-leiras com a Guiana Francesa e com o Suriname.

Artigos

MARQUES, Danieli A. P.; SURDI, Aguinal-do C.; GRUNENNVALDT, José T.; KUNZ, Elenor. Dança e expressividade: uma apro-ximação com a fenomenologia. Movimento, Porto Alegre, v. 19, n. 1, jan./mar. 2013, p. 243-263. Esse ensaio apresenta algumas pos-sibilidades para refletir sobre a dança, numa perspectiva fenomenológica, de infinita cria-ção e ressignificação humana.

VOLP, Catia M.; DEUTSCH, Silvia; SCHWARTZ, Gisele M. Por que dançar? Um estudo compa-rativo. Motriz, Rio Claro, v. 1, n. 1, jun. 1995, p. 52-58. O artigo apresenta informações que podem contribuir para ampliar a compreen-são sobre os motivos que levam as pessoas a dançar.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Page 21: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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O fenômeno de surgimento, proliferação e diversificação das academias de ginástica tem relação com o crescimento dos espaços priva-dos de lazer e serviços e com a simultânea re-dução e degradação dos espaços públicos – nas ruas, nas praças e nos parques estamos sujeitos à violência, à poluição, à falta de limpeza e de conservação etc. Além disso, a deficiência de políticas públicas de lazer e esporte não esti-mula convenientemente o acesso às instalações esportivas mantidas pelo poderes municipal, estadual ou federal.

As academias de ginástica surgem, então, como alternativas no chamado “mercado do corpo e do fitness”, que vende promessas de beleza e saúde por meio de produtos e servi-ços. Não sendo mais restritas à classe média alta, oferecem, em um único local, práticas de ginásticas diversificadas, o que permi-te atender a vários interesses no âmbito do Se-Movimentar.

Além de trazer para o seu interior os avan-ços técnico-científicos no campo do treinamen-to físico, as academias buscaram diversificar suas práticas, para atrair novos clientes e dimi-nuir a evasão, pois grande parte dos usuários interrompe periódica ou definitivamente a frequência às academias. Sabemos como, ao se aproximar o verão, aumenta de forma sig-nificativa o número de clientes das academias. Dezenas de diferentes práticas são oferecidas nesses locais espalhados por todo o Brasil.

TEMA 2 – GINÁSTICA – PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS: GINÁSTICAS DE ACADEMIA

Todavia, ao se beneficiarem da difusão, por parte das mídias, de um modelo de beleza corporal que se torna cada vez mais predomi-nante (caracterizado pela magreza, no caso das mulheres, e pela hipertrofia muscular, no caso dos homens), as academias, apoiadas por estratégias de propaganda e marketing, prometem “milagres” (“fique em forma para o verão em apenas um mês”, por exemplo) e, assim, atraem novos usuários, que pagam pelos serviços prestados.

Mas será que a ginástica de academia só ser-ve para emagrecer e, assim, atender a um padrão de beleza imposto pelas mídias? Não há nela, em seus diversos tipos, outros valores e sentidos como relaxamento, bem-estar, sociabilização, melhoria da condição física geral, reabilitação física? As diversas modalidades de ginástica po-dem ter também esses sentidos para as pessoas.

Por sua vez, as mídias associam a prática da ginástica com padrões de beleza corporal para homens e mulheres. As revistas voltadas ao público adolescente e jovem (em especial ao feminino) sugerem ou prometem explicita-mente: emagrecimento (em conjugação com dietas, cosméticos e cirurgias), definição e/ou hipertrofia muscular. Nota-se ainda a ten-dência de indicar a ginástica aeróbica, a ca-minhada e a corrida com o objetivo de perder calorias (e, portanto, emagrecer), e a ginástica localizada ou musculação para definição e/ou hipertrofia muscular.

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno integrando algumas propostas do Tema 3 – Organismo humano, movimento e saúde – Princípios e efeitos do treinamento físico, do Caderno do Professor.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Figura 3 – Mulher e homem em aparelho de musculação.

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Figura 4 – Mulher fazendo abdominal.

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(aminoácidos e precursores) ou anabolizan-tes, e os complementos vitamínicos e mine-rais. Entretanto, seu uso indiscriminado, em detrimento de uma alimentação convencional adequada, pode expor o organismo a situações de risco, visto que muitos produtos comercia-lizados como suplementos não possuem com-provação científica quanto à segurança ou à eficácia de seu uso.

Por vezes, a suplementação de alguns nu-trientes e substâncias, já presentes no orga-nismo em quantidades normais ou próximas do normal, eleva sua proporção em relação a outros nutrientes e substâncias, deixando o organismo suscetível a distúrbios diversos, in-cluindo doenças como diabetes.

Outra prática comum no mercado da beleza é a difusão de propagandas relacionadas a pro-gramas e/ou produtos envolvendo exercícios físicos. Em geral, eles propõem modificações nas formas corporais (hipertrofia ou definição muscular, redução de medidas) em curto espa-ço de tempo, metas difíceis de serem atingidas quando o exercício é utilizado isoladamente.

Notadamente, a região abdominal constitui um dos principais alvos desse mercado, cujo propósito, de definição muscular, impulsiona o lançamento de vários modelos de equipa-mentos e de rotinas de exercícios direcionados à aquisição de um abdome bem definido. En-tretanto, a obtenção de resultados semelhantes àqueles mostrados pelos modelos nas propa-gandas só se torna possível mediante a adoção, simultaneamente, de dietas que favoreçam a re-dução da gordura corporal total e a utilização dos equipamentos e exercícios propostos.

Percebe-se, ainda, que as matérias que sugerem programas de exercícios ou as pro-pagandas de equipamentos domésticos (para realizar exercícios abdominais, por exemplo) prometem efeitos rápidos, com pouco esforço. Raramente é apresentada a fundamentação técnico-científica coerente e adequada para validar tais promessas.

Poucas vezes, nas matérias das revistas e jornais, nos programas televisivos ou propa-gandas, a ginástica é associada ao desenvol-vimento, possível para todos, de uma boa condição física geral, ou ao bem-estar, ao re-laxamento e à sociabilização.

Em face das promessas de obtenção de rápi-das e significativas alterações na aparência cor-poral, muitos jovens passam a adotar condutas em certos casos prejudiciais à saúde, entre as quais se encontram as dietas “milagrosas”: receitas de sopas, saladas etc., associadas por vezes a laxantes e diuréticos – que permitem re-dução acentuada de peso corporal em poucos dias ou semanas.

Contudo, a perda de peso com base em dietas que preconizam a ingestão excessiva ou restrita de um ou mais macronutrientes (car-boidratos, gorduras ou proteínas) pode ser pre-judicial à saúde humana, uma vez que promove sobrecarga sobre as estruturas orgânicas du-rante a absorção e/ou excreção dos nutrientes, ou carência deles.

Uma variedade de suplementos alimen-tares encontra-se disponível no mercado do “corpo perfeito”, como os “queimadores de gorduras”, os energéticos, os construtores

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 SAÚDE OU BELEZA?

A Situação de Aprendizagem proposta bus-ca explicitar os principais motivos que levam as pessoas às academias de ginástica, motivos nem sempre ligados à saúde, mas sim rela-cionados aos estereótipos de beleza. Procura relacionar tais motivos aos discursos sobre a ginástica que circulam socialmente, com pro-messas de fácil e rápida obtenção de certo modelo de beleza corporal, explicitando uma crítica a tais discursos.

Inicialmente, os alunos informam o que gos-tariam de mudar em sua aparência corporal, se gostariam de frequentar sessões de ginástica em uma academia e por que razão ou razões. As

Conteúdo e temas: ginásticas de academia, padrões de beleza corporal e saúde.

Competências e habilidades: identificar os interesses e motivações envolvidos na prática das ginásticas de academia; perceber a associação promovida pelos discursos sobre as ginásticas de academia com a busca de padrões de beleza corporal; estabelecer relações entre as ginásticas de academia, a busca de padrões de beleza corporal e parâmetros de saúde, selecionando e interpretando informações para construir argu-mentação consistente e coerente.

Sugestão de recursos: matérias jornalísticas.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3

Etapa 1 – Às vezes, olho-me no espelho e penso que poderia ser assim!

Proponha aos alunos que respondam por escrito, em uma folha sem identificação no-minal, o que gostariam de “mudar” em sua aparência corporal, justificando o motivo. So-licite também que respondam se gostariam, ou não, de frequentar aulas de ginástica em uma academia, e por quais razões.

A seguir, reúna os alunos em pequenos grupos e distribua as folhas com as respostas

aleatoriamente. Durante aproximadamente 15 minutos, os grupos analisarão o conteúdo das respostas, procurando elencar os motivos e as justificativas apresentados por seus colegas para desejar modificações em suas aparências corporais, bem como as razões alegadas para praticar ginástica em academias.

Oriente os alunos para buscarem relações entre as modificações corporais desejadas e os motivos apresentados para frequentar academias: saúde ou “estética” corporal. Por fim, cada grupo apresentará suas conclusões.

Professor, solicite aos alunos que façam uma autoanálise da influên-

respostas são debatidas em pequenos grupos, que apresentarão suas conclusões. Na segunda etapa, os alunos analisam matérias jornalísticas que tratem das ginásticas de academia, do uso de produtos e de práticas com finalidades de emagrecimento ou hipertrofia muscular, com foco nos interesses dos usuários de academias em relação aos padrões de beleza corporal e à saúde, buscando identificar os principais ar-gumentos. Por fim, cada grupo apresentará seus resultados. Na última etapa, e depois de pesquisar sobre temas ligados às ginásticas de academia, aos padrões de beleza e à saúde, os alunos apresentarão seus resultados em forma de dramatizações (encenações).

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cia do padrão de beleza veiculado em sua vida, refletindo sobre as respostas das ques-tões na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno.

Você aprendeu, no volume anterior, sobre as ginásticas de academia e compreendeu, também, que para frequentar uma academia são importantes os conhecimentos elaborados e aprendidos nas aulas de Educação Física para optar e aderir à atividade física regular. O que você vem aprendendo ao longo dos anos nas aulas já lhe possibilita fazer algumas esco-lhas. Frequentar uma boa academia também pode ampliar seu desejo pela atividade física e

por todos os benefícios que ela proporcio-na. Mas, se você não gosta de academias ou, por algum motivo, não tem como frequentá--las, pode fazer seus exercícios em casa ou em qualquer outro lugar que seja adequado. No entanto, é preciso que você aprenda um pouco sobre as capacidades físicas, os exercícios para melhorá-las e alguns princípios básicos que regem o treinamento físico.

Então, para começo de conversa, com que objetivo você se submeteria a um programa de exercícios físicos? Você costuma ler revis-tas que tratam de dietas e de exercícios físicos na academia?

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Meninas lendo matéria de revista.

Em geral, essas revistas trazem matérias com “estratégias” que permitem alcançar o padrão de beleza veiculado em todas as mí-dias: televisão, jornais, revistas, outdoor, internet etc. E o padrão de beleza atual é o de garotas muito magras e de garotos mus-culosos. Se você lê essas revistas (e elas são muitas), já deve ter visto a dieta da sopa, a dieta dos pontos, a dieta das cores, a dieta da lua, a dieta da maçã, a dieta dos carboidratos, a dieta hiperproteica, entre muitas outras.

Pode ser que você tenha “comprado” ou soube que alguém “comprou” as pro-messas: “emagreça 8 quilos em um mês”, ou “fique lindo e malhado em 4 semanas”, “emagreça dormindo”, “defina o abdome sem fazer esforço”. Mas preste atenção: um corpo saudável e funcional requer compor-tamento alimentar equilibrado e prática regular de exercícios físicos. Dietas milagro-sas, excesso ou falta de exercícios físicos são prejudiciais à saúde.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Agora, observe as questões a seguir, reflita sobre suas respostas e faça uma au-toanálise da influência do padrão de beleza em sua vida.

1. Se você fosse aderir a um programa de exer-cícios físicos regulares, você o faria por:

a) estética.b) saúde e bem-estar.c) obrigação.Resposta pessoal.

2. Você escolhe revistas:

a) de dieta e exercício físico.b) de generalidades.c) não tem o hábito de comprar revistas.Resposta pessoal.

3. Você não falta:

a) à academia.b) a compromissos sociais.c) a uma atividade de jogo, esporte, dança

ou luta.Resposta pessoal.

4. Em relação ao seu corpo, você acredita que:

a) pode melhorar, mas está satisfeito. b) precisa emagrecer.c) precisa ganhar mais massa muscular.Resposta pessoal.

5. Considerando o texto da seção “Para co-meço de conversa” (deste tema) e as suas respostas, discuta com seus colegas e ano-te, no espaço a seguir, suas conclusões a partir da autoanálise sobre a influência do padrão de beleza em sua vida.

Professor, as respostas podem variar, pois é uma reflexão

do aluno sobre o assunto que precisa ser debatido para

ampliação da autocrítica.

Etapa 2 – Para entender os argumentos

Distribua pelos grupos textos jornalísticos previamente selecionados (por você e/ou pelos alunos) que tratem das ginásticas de academia (musculação, hidroginástica, ginástica aeró-bica etc.) e do uso de produtos e de práticas com finalidades de emagrecimento ou hiper-trofia muscular (suplementos alimentares, dietas etc.), com foco nos interesses dos usuá-rios de academias em relação aos padrões de beleza corporal ou à saúde. Solicite aos alunos que leiam as matérias, buscando identificar os principais argumentos levantados, não só com base no que está escrito, mas também nas imagens. Por fim, cada grupo apresentará seus resultados.

Você poderá apontar as semelhanças e as diferenças nas argumentações presentes em cada texto, auxiliando os alunos a identificar as relações entre prática das ginásticas de acade-mia, padrões de beleza corporal predominantes em nossa sociedade e saúde orgânica. Eviden-cie como a prática da ginástica é, na maioria dos casos, associada por seus praticantes ao atendimento de interesses “estéticos”, ligados à aparência corporal, embora às vezes justificada pelo discurso da “preocupação com a saúde”.

Etapa 3 – Tentando convencer...

Organize previamente os alunos em grupos, os quais poderão realizar uma pesquisa (em fontes indicadas ou não por você) sobre temas ligados às ginásticas de academia, aos padrões de beleza e à saúde, de modo a complementar e aprofundar os conteúdos abordados na etapa anterior. Os trabalhos poderão ser apresentados em forma de vídeos ou dramatizações (encenações).

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Sugestões de temas e dinâmicas para os trabalhos

Tema: produtos milagrosos.

Dinâmica: encenação de uma propaganda (comercial) para TV.

Os alunos farão a divulgação de um produto criado por eles, com efeito embelezador (emagreci-mento, aumento do tônus muscular, dietas, redutor de medidas e de celulite etc.), por meio da encena-ção de uma propaganda de televisão.

Tema: ginástica “turbinada”.

Dinâmica: encenação de uma entrevista para um programa televisivo de variedades.

O “apresentador” do programa entrevista “um empresário do ramo de fitness”, que falará sobre os benefícios e os incríveis resultados de um novo programa de ginástica que promete “turbinar” o prati-cante, ou seja, alcançar um grande desenvolvimento corporal em pouco tempo.

Tema: melhoria da saúde.

Dinâmica: encenação de reportagem para um telejornal.

Um “âncora” apresenta uma matéria jornalística em que entrevista “especialistas” (nutricionistas, fisiologistas, médicos, profissionais de Educação Física e a população em geral), enfocando os benefí-cios da atividade física para a saúde, os riscos dos regimes “milagrosos”, os medicamentos e os progra-mas de exercícios físicos voltados a obter mudanças corporais em curto período de tempo.

Os trabalhos com a propaganda, a entrevista e a reportagem poderão ser exibidas em forma de vídeos gravados e editados pelos próprios alunos.

Discuta com seus alunos a duração das apresentações a fim de assegurar que haja tempo disponível para posterior discussão e comen tários. Solicite a eles que fiquem atentos aos argumentos utilizados para convencer os “teles pectadores” dos benefícios ou pre juízos dos produtos e/ou serviços mostrados.

Ao final das apresentações, procure iden-tificar, com os alunos, inconsistências e erros na argumentação utilizada para valorizar o produto e/ou o serviço. O objetivo é fazer que os alunos percebam os exageros das promes-sas de emagrecimento e de embelezamento contidos nos discursos das mídias sobre a gi-nástica. Ao mesmo tempo, busque enfatizar os argumentos favoráveis à contribuição da ginástica para a manutenção e melhoria da saúde orgânica.

Possibilidades interdisciplinares

A atividade de encenação poderá ser realizada em parceria com as disciplinas de Arte e/ou Ciências. Converse com os professores responsáveis por essas disci-plinas na escola.

Deixe claro para os alunos que novas con-tribuições sobre o tema deverão ser trazidas,

configurando, dessa forma, um trabalho de pesquisa sobre os temas em questão.

Professor, após pesquisarem os textos e as imagens sugeridos, soli-cite aos alunos que elaborem um relatório ou outra estratégia que

permita responder as questões da atividade na se-ção “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno.

Para entender os argumentos

Pesquisem textos jornalísticos e/ou pro-pagandas que tratem das ginásticas de

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Durante a apresentação e discussão dos trabalhos, observe se os alunos usaram ar-gumentos condizentes com as propostas de cada dinâmica, e se apresentaram conteúdos capazes de ampliar e aprofundar o tema.

Opcionalmente, pode-se propor, em ati-vidade extra-aula, a produção de um texto argumentativo sobre os objetivos atribuídos às

ginásticas de academia, como valorização da saúde ou dos padrões de beleza corporal na so-ciedade contemporânea ou em outro período, se for o caso. Espera-se que os alunos estabe-leçam relações entre os motivos que levam as pessoas a procurar ginásticas de academia, padrões de beleza corporal e parâmetros de saúde. Observar se eles se valem das informa-ções e conclusões provenientes das aulas.

ATIVIDADE AVALIADORA

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, criar outras Situações de Aprendizagem em que o tema ginástica de academia e suas rela-ções com padrões de beleza corporal e saúde possam ser problematizados. Essas situa-ções devem ser diferentes, de preferência, daquela realizada e que gerou dificulda-de para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em

outros momentos, envolvendo todos ou ape-nas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

Pesquisar em sites ou em outras fontes para posterior apresentação à turma.

Assistir a um programa televisivo com foco em padrões de beleza, acompanhado de um roteiro de questões que auxiliem os alunos na interpretação das mensagens ex-plícitas e implícitas.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

academia (hidroginástica, step, body pump, musculação, alongamento etc.) e de produ-tos (suplementos, dietas e equipamentos) que tenham a finalidade de provocar emagrecimentos ou proporcionar hiper-trofia muscular, destinados tanto à estética quanto à saúde. Em seguida, analisem os textos e as imagens e elaborem um rela-tório ou outra estratégia combinada com o professor para responder às seguintes questões.

1. Quantas matérias vocês pesquisaram?

2. Quantas se referiam à saúde e quantas à estética?

3. Nas matérias que se referiam à saúde, as imagens eram condizentes com o tema ou tinham apelo estético? Justifique.

4. A que conclusão vocês chegaram sobre a relação entre mídia, ginástica de academia, estética e saúde?

Professor, espera-se que os alunos façam a pesquisa

conforme solicitado. As respostas dependem do en-

volvimento dos grupos e podem variar, de acordo com

as fontes consultadas, as vivências e discussões enca-

minhadas nas aulas. O esperado é que se encontre

um número maior de reportagens com apelo estético

e que possam gerar a ampliação da compreensão de

toda a complexidade que envolve o tema.

Page 29: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Livros

CODO, Wanderley; SENNE, Wilson A. O que é corpolatria. 1. ed. São Paulo: Brasilien-se, 1986. Trata da transformação do saudável hábito de cuidar do corpo em uma obsessão, em que o cuidado vira idolatria do corpo.

Artigos

ALVES, Vânia de Fátima Noronha. Corpo ideal: padrões impostos pela cultura. Orientações Pedagógicas: Educação Física – Ensino Médio (Tema 26). Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais/Centro de Referência Virtual do Professor. Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??id_objeto=23967>. Acesso em: 12 nov. 2013. Texto com finalidade didática, debate o tema do corpo na sociedade contemporânea, enfatizando a busca de padrões de beleza em suas relações com o “mercado do corpo e da beleza”.

MATTHIESEN, Sara Quenzer. Espelho, espe-lho meu... Existe alguém mais perfeita do que eu? Motriz, Rio Claro, v. 8, n. 1, jan./abr. 2002, p. 31-32, Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/08n1/Matthiesen.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. Com base na famosa frase de um personagem de conhecida fábula infantil, o artigo critica a busca desenfreada por um corpo feminino “perfeito”.

OLIVEIRA, Everton Luiz. Ginásticas de condicionamento físico e o atual currículo de Educação Física do Estado de São Paulo: ca-minhos possíveis. Revista Profissão Docente, Uberaba, v. 13, n. 29, jul./dez. 2013, p. 47-62. Disponível em: <http://www.revistas.uniube. br/index.php/rpd/issue/view/64/showTOC>. Acesso em: 10 fev. 2014. O artigo é problemati-zado a partir de uma situação de aprendizagem proposta para a 7a série/8o ano e traz possibi-lidades e outras estratégias para o professor abordar o tema ginástica nas aulas.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Page 30: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Com o avanço do conhecimento sobre os diversos fatores que contribuem para estabele-cer a condição de saúde no âmbito individual e/ou coletivo, a disseminação de informações sobre a importância de um estilo de vida fisi-camente ativo vem obtendo destaque nas últi-mas décadas. No entanto, para que a atividade física possa promover efeitos positivos sobre o

TEMA 3 – ORGANISMO HUMANO, MOVIMENTO E SAÚDE – PRINCÍPIOS E EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO

organismo, é necessário atender a princípios básicos fundamentados em estudos científicos (princípios do treinamento), os quais subsi-diam a elaboração e o desenvolvimento de programas de exercícios voltados à melhoria das capacidades físicas tanto de atletas quanto de todas as pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida.

Princípios do treinamento físico

Sobrecarga: está relacionada ao aumento da carga de trabalho físico, que deve ser gradual e progressivo, de modo a estimular o organismo a exercitar-se acima do nível ao qual está habituado, induzindo adaptações biológicas que aprimorem suas características morfológicas e/ou funcionais. Para tanto, deve-se adequar diferentes combinações entre frequência, intensidade e duração e/ou volume de treinamento, conforme a capacidade física a ser desenvolvida. A frequência refere-se ao número de sessões semanais de determinado exercício; a intensidade, ao nível de dificuldade do exercício – quantidade de peso e velocidade suportados; a duração ou volume, ao período de tempo durante o qual o programa é realizado (semanas, meses), ou o tempo gasto em uma única sessão de exercícios (minutos, horas).

Continuidade: preconiza que a melhoria na capacidade funcional depende da regularidade com que a prática de atividades físicas é realizada, e que as adaptações biológicas pretendidas resultam da adequada alternância entre esforço e recuperação.

Reversibilidade: também referido como “uso e desuso”, diz respeito ao declínio na capacidade funcional, decorrente das perdas das adaptações biológicas resultantes do programa de exercícios, que ocorre quando a atividade física é suspensa ou reduzida. Representa um reajuste do organismo ao baixo nível de solicitação das capacidades físicas, tornando evidente o caráter transitório e reversível das melhorias oriundas da prática regular e contínua de exercícios físicos, especialmente quando essa regularidade deixa de ser mantida.

Especificidade: explica que o aprimoramento e o desenvolvimento de determinada capacidade física (força, flexibilidade etc.) decorrem de adaptações fisiológicas e bioquímicas específicas para determina-dos tipos de atividades físicas, conforme diferentes combinações entre volume e intensidade de esforço. Por essa razão, a melhoria da flexibilidade requer exercícios de alongamento muscular, enquanto exercí-cios aeróbios desenvolvem a resistência cardiorrespiratória.

Individualidade: diz respeito ao modo como as diferentes características e condições de cada indiví-duo interferem nos efeitos pretendidos por um programa de exercícios. Compreende aspectos relaciona-dos às diferenças entre os sexos; ao estágio de maturação biológica; ao nível inicial de condicionamento físico; aos aspectos genéticos do praticante; aos fatores ambientais e/ou comportamentais (alimentação, hábitos de repouso e sono, existência ou não de doenças, aspectos motivacionais etc.).

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno integrando algumas propostas do Tema 2 – Gi-nástica – Práticas contemporâneas: ginásticas de academia, do Caderno do Professor.

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Considerando-se a obediência ou não a um ou mais dos referidos princípios, por ocasião da elaboração ou execução de um programa de exercícios, estes podem expor o organismo a consequências diversas, que englobam tanto efeitos positivos quanto negativos sobre a con-dição de saúde dos praticantes.

Quanto aos aspectos fisiológicos e morfo-lógicos, o treinamento físico, dependendo de suas características e das especificidades de seu estímulo, pode produzir efeitos positivos ou negativos sobre vários sistemas orgânicos: sistema metabólico/energético (modificação na quantidade e na atividade de enzimas e organelas relacionadas ao metabolismo ae-róbio ou anaeróbio); sistema cardiovascular e pulmonar (modificações nos músculos car-díacos e respiratórios, assim como em seus parâmetros durante o repouso ou o exercí-cio); sistema musculoesquelético (alterações no tônus muscular e na densidade óssea); sistema nervoso autônomo (produz relaxa-mento ou excitabilidade); sistema nervoso central (aumento da circulação sanguínea no cérebro); sistema visual (melhoria no de-sempenho visual); sistema sensorial cinesté-sico (melhora da capacidade de desempenho muscular, ou disfunção da propriocepção e surgimento de lesões); sistema imunológico (estimulado em atividades leves e de longa du-ração, mas prejudicado em treinamento mui-to intenso); e sistema endócrino (liberação

de hormônio do crescimento e melhoria do sistema regulador hormonal).

Quanto aos aspectos psicossociais, desta-cam-se como efeitos positivos da atividade física/exercício: redução de vários sintomas de estresse, da ansiedade, do nível de depres-são moderada e da instabilidade emocional; melhora da autoestima, do autoconceito, da imagem corporal e dos relacionamentos in-terpessoais. Em contrapartida, o treinamento excessivo encontra-se associado a efeitos nega-tivos tais como: transtornos psicossomáticos ou gastrointestinais; alterações de apetite e sono; desvios de comportamento; aumento da an-siedade e da agressividade; esgotamento físico e psicológico (burnout); distúrbios cognitivos (falta de atenção e concentração, esquecimento, bloqueio mental) e síndrome de “saturação es-portiva”, além da diminuição dos sentimentos de eficácia, de alegria, de realização, de com-petência e de controle.

Cabe ressaltar que a infância e a adolescência representam períodos de grande capacidade de adaptação orgânica que, apesar de diminuir com o avanço da idade, mantém-se até o fim da vida. Portanto, favorecer a percepção do aluno quan-to aos princípios e aos efeitos dos programas de atividade física/exercício possibilitará maior compreensão sobre a importância da atividade física regular na melhoria da condição física e seus benefícios sobre o estado geral de saúde.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 QUESTÃO DE PRINCÍPIOS

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é propiciar a identificação das relações entre os princípios do treinamento físico e os efeitos produzidos por um programa de exercícios. Inicialmente, os alunos farão testes para ava-liação do nível de flexibilidade e resistência muscular, registrando os resultados em fichas

individuais. A seguir, receberão orientações para a elaboração e execução de um programa de exercícios específico para a melhoria das capacidades físicas avaliadas.

As informações sobre a realização do pro-grama serão também registradas nas fichas

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 4

Etapa 1 – Flexíveis e resistentes

Após cinco minutos de aquecimento e alon-gamento, proponha aos alunos a realização de testes para avaliação do nível de flexibilidade e resistência muscular, cujos resultados serão registrados em uma ficha individual, conten-do campos para discriminar o sexo do aluno e informações sobre a prática de atividades físi-

Conteúdo e temas: princípios do treinamento físico: especificidade, individualidade, sobrecarga, continui-dade e reversibilidade; princípios de treinamento e melhoria de capacidades físicas: flexibilidade e resis-tência muscular; efeitos do treinamento físico sobre aspectos fisiológicos, morfológicos e psicossociais.

Competências e habilidades: identificar os princípios de treinamento envolvidos na elaboração de um programa de exercícios; relacionar os princípios de treinamento com um programa de exercícios para melhoria da flexibilidade e resistência muscular; identificar os efeitos do treinamento nos aspec-tos fisiológicos, morfológicos e psicossociais; relacionar os efeitos percebidos do treinamento com as características do programa de exercícios realizados.

Sugestão de recursos: fita métrica ou trena e fichas de avaliação.

individuais. Posteriormente, repetirão os testes e confrontarão os resultados obtidos nas duas avaliações, para então discutir so-bre esses resultados, relacionando-os com os princípios do treinamento. Por fim, os alunos

serão convidados a explicitar as modificações e as sensações (efeitos) percebidas ao longo do período de treinamento, relacionando--as com aspectos fisiológicos, morfológicos e psicossociais.

cas regulares (tipo, frequência semanal). Esses resultados serão confrontados posteriormente com aqueles obtidos por intermédio de uma avaliação final.

Para evitar possíveis constrangimentos na utilização dessas fichas em etapas subsequen-tes, peça aos alunos que as identifiquem com um pseudônimo.

As fichas a seguir estão presentes no final do Caderno do Aluno para realização da atividade.

FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome (pseudônimo):

Idade: Sexo:

Histórico de exercícios físicos (tipo, série, repetições/tempo, frequência semanal). Exemplos:

1. Corrida, três vezes por semana, com duração de 30 minutos.

2. Musculação, três vezes por semana, três séries de 15 repetições para cada grupo muscular.

3. Atividade rítmica, duas vezes por semana, com duração de uma hora.

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1ª_ semana/exercícios Número de séries: repetições/tempo/frequência semanal

TESTES

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Flexibilidade cm cm cm cm

Resistência muscular

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2ª_ semana/exercícios Número de séries: repetições/tempo/frequência semanal

3ª_ semana/exercícios Número de séries: repetições/tempo/frequência semanal

Dificuldades encontradas:

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Sugestões de testes: flexibilidade e resistência muscular

Teste de sentar e alcançar modificado

Registra-se a distância máxima alcançada durante a flexão do tronco sobre o quadril, na posição sentada, mantendo-se os joelhos estendidos e os pés afastados entre si 30 centímetros, posicionados sobre marcas de referência para o apoio dos calcanhares. Os dedos dos pés devem apontar para cima. Posi-ciona-se uma escala métrica (fita métrica ou trena) feita com material que não deforme, a qual deve ser fixada no solo de modo que o ponto zero fique voltado para o tronco do avaliado e a outra extremidade seja estendida na direção dos pés, passando pelo centro da distância que os separa, e fixada ao solo. O ponto da escala que coincide com a linha imaginária que liga as marcas de apoio dos calcanhares deve registrar 63,5 centímetros. Colocando uma mão sobre a outra, o avaliado deve deslizar vagarosamente as mãos sobre a escala, em direção aos pés, o mais distante possível, permanecendo nessa posição por aproximadamente dois segundos. Retorne para a posição inicial e realize mais três tentativas, registrando o melhor dos resultados obtidos nas duas últimas.

Teste de flexão e extensão dos cotovelos (apoio frontal)

a) Alunos: posicionados em decúbito ventral, com os pés e as mãos apoiados no solo, estando estas afastadas conforme a distância dos ombros. Deve-se estender e flexionar os braços, até que o tórax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco e membros inferiores. Registra-se o maior número de ciclos completos (extensão e flexão), anotando-se na ficha individual.

b) Alunas: posicionadas em decúbito ventral, com as mãos (afastadas conforme a distância dos ombros) e os joelhos apoiados no solo, estando pernas e pés elevados, mantendo um ângulo de 90° entre coxas e pernas. Deve-se estender e flexionar os membros superiores, até que o tórax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento do tronco. Registra-se o maior número de ciclos completos (extensão e flexão), anotando-se na ficha individual.

(GOBBI, VILLAR, ZAGO, 2005, p. 192, adaptado de Osness et al.)

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Figura 6 – Execução do teste de flexão-extensão por mulheres.

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Esclareça aos alunos que o objetivo dos testes não é comparar os resultados entre eles, mas obter referências individuais para futuras avaliações e verificar a evolução (ou não) dos resultados. Aproveite para explicar aos alunos que os testes são padronizados, mas que homens e mulheres podem realizar os exercícios no seu dia a dia nas duas posi-ções mencionadas.

Professor, solicite aos alunos que tomem como base os regis-tros nas fichas para responder às questões da atividade na seção

“Lição de casa”, no Caderno do Aluno.

Ao final deste Caderno há duas fichas: a primeira (de avaliação), que você utilizou para registrar os testes realizados na escola, sob a orientação do seu professor; e a segunda (pro-grama realizado fora da escola), na qual você anotou os exercícios prescritos, a frequência e o número de repetições. Utilize-as para res-ponder às questões da “Lição de casa”.

Mais flexíveis e mais resistentes

Falamos da necessidade de conhecer as capacidades físicas para desenvolvê-las, in-dependentemente de espaços privados (como as academias) e da importância de observar os princípios do treinamento, para obtermos

os benefícios advindos da prática sistematizada de exercícios físicos. Na seção “Curiosidade”, você leu a respeito dos princípios do treinamen-to. Para compreender melhor esses princípios, aplicados aos exercícios de flexibilidade e resistência muscular que executou em casa, res-ponda às questões a seguir.

1. Quais princípios do treinamento físico você utilizou durante o período de treino? Espe-cifique as etapas, conforme o exemplo:

Executei todos os treinos prescritos: Prin-cípio da Continuidade.

Na segunda semana, aumentei o número de repetições, conforme orientação do pro-fessor: Princípio da Sobrecarga.

Tive mais facilidade com os alongamentos do que com os exercícios de força: Princí-pio da Individualidade.

2. Quando repetiu os testes obteve resultados melhores? Caso tenha melhorado, ou não, a que você atribui esses resultados?

Espera-se, nas respostas das questões 1 e 2, que o aluno

perceba a importância dos princípios do treinamento

físico, a fim de atingir os resultados desejados.

Professor, para que os alunos conheçam mais sobre os princípios do treinamento físi-co, solicite a leitura da seção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

Curiosidade

Princípios do treinamento físicoImagine a prática da musculação, durante a qual, conforme a mudança provocada no organismo do

praticante, aumentam-se o número de repetições dos movimentos e o peso dos halteres, caneleiras etc.

Agora, imagine um praticante de corrida que, com o passar do tempo, suporta maiores distâncias e velocidades superiores. Por último, imagine praticantes de luta ou de atividades rítmicas que, com de-dicação, alcançam maiores amplitudes e potência para saltos e chutes. De modo geral, as meninas são mais flexíveis, enquanto os meninos são mais fortes. E todos eles, quando param de treinar, perdem as adaptações conquistadas com o treinamento. As pernas ficam pesadas e “enferrujadas”, perde-se massa muscular e, mal começam a corrida, já querem parar.

Nas situações descritas no parágrafo anterior, temos alguns princípios de treinamento. Saiba mais sobre eles:

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Sugestão de exercício para a melhoria da flexibilidade

Em pé ou sentado, com as pernas afastadas, mantendo os joelhos estendidos, o aluno desce o tron-co suavemente em direção a uma das pernas e procura trazer a testa o mais próximo possível do joelho (aproximando, assim, o abdome da coxa), conservando essa posição por 20 a 30 segundos, após o que retorna à posição inicial, repetindo o movimento por mais duas ou três vezes. Em seguida, repete o exercício aproximando o tronco da outra perna. O movimento pode ser realizado também deslizando o tronco em direção ao solo, entre as pernas afastadas, ou mesmo com as pernas unidas. Sugira aos alunos que executem essas variações em cada sessão/dia e que registrem o número de sessões trabalha-das a cada semana em sua ficha individual.

Quando aumentamos o número de repetições de um movimento, ou o tempo de execução, ou a carga (peso), ou a quantidade de dias que uma pessoa treina, temos o Princípio da Sobrecarga.

Quando não faltamos aos treinos e percebemos que com o tempo as capacidades físicas trabalha-das estão melhorando, temos o Princípio da Continuidade.

Por outro lado, se faltamos aos treinos, se o Princípio da Sobrecarga não é observado, nem damos continuidade às adaptações proporcionadas pelo treinamento, temos uma diminuição no desen-volvimento das capacidades físicas trabalhadas e aí observamos o Princípio da Reversibilidade.

Se queremos aumentar a massa muscular (hipertrofia), fazemos exercício de força; se, por ou-tro lado, queremos aumentar a flexibilidade e, consequentemente, a amplitude articular, faze-mos alongamento; se queremos aumentar a resistência aeróbia, praticamos corrida por mais tempo, percorrendo uma distância maior. Quando escolhemos um tipo de exercício específico para melhorar uma capacidade física, obedecemos ao Princípio da Especificidade.

E, finalmente, quando observamos que homens são mais fortes e mulheres, mais flexíveis, que jovens são mais fortes que crianças e idosos, que indivíduos treinados são mais resistentes que os sedentários etc., observamos o Princípio da Individualidade.

Etapa 2 – Mais flexíveis e mais resistentes

Oriente os alunos sobre quais exercícios de flexibilidade e força podem ser feitos para apri-morar seus resultados, colocando-se em prática o princípio da especificidade, indicando o núme-ro de séries e repetições/tempo de execução dos movimentos. Demonstre a forma de execução dos exercícios e peça que os executem, para que se possa fazer as devidas correções. Em segui-da, proponha esses exercícios como atividade

extra-aula, com frequência mínima de dois dias, podendo estender-se até quatro, ao longo de duas ou três semanas. Dessa forma, coloca-se em prática o princípio da continuidade. Indique também o número de séries para a realização dos exercícios, assim como a intensidade e o volume conforme o exercício executado (princípio da sobrecarga). Nos exercícios para melhoria da resistência muscular, a proposta é que cada aluno faça o maior número de repetições, con-forme determinada sobrecarga estabelecida (princípio da individualidade).

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Sugestões de exercícios para melhoria da resistência muscular

Os próprios movimentos utilizados durante o teste de flexão e extensão podem ser realizados, bus-cando-se o maior número possível de repetições em três séries por sessão, intercaladas por um a dois minutos de intervalo para descanso. Solicite aos alunos que registrem em sua ficha individual o número de repetições conseguido em cada série durante as sessões, assim como o total de sessões da semana.

Podem ser indicados também exercícios específicos para o tríceps (rosca francesa, tríceps testa etc.) e peitorais (supino), utilizando materiais adaptados (como móveis, utensílios de cozinha, sacos de manti-mentos ou garrafas PET com areia). A proposta é que os alunos executem três séries de 15 a 20 repetições, com uma sobrecarga (peso) que não lhes permita executar mais do que 25 movimentos.

Figura 7 – Mulher executando exercício de flexibilidade.

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Figura 8 – Flexão de braços, ao ar livre ou em ambiente doméstico.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Solicite aos alunos que realizem pelo menos um exercício para peitorais e um para tríceps, além do movimento específico do teste durante cada sessão, registrando o total de sessões da semana. Preferen-cialmente, a ordem de execução dos exercícios deve ser: primeiro, os movimentos empregados no teste; depois, os exercícios para peitorais e, por fim, os exercícios para tríceps.

Professor, após a realização da vivência, solicite aos alunos que respondam às questões da se-ção “Você aprendeu?”, no Ca-

derno do Aluno.

1. Que tipo de exercício executamos para me-lhorar a flexibilidade?Alongamento.

2. E para melhorar a resistência muscular?Força ou exercícios com carga.

3. Observe esta afirmação: nesta semana, mi-nha ficha de treinamento mudou. Na sema-na passada, eu fazia 10 repetições de cada exercício e agora farei 12. Qual princípio de treinamento está sendo aplicado aqui?Princípio da Sobrecarga.

4. Qual é o princípio de treinamento que leva em conta as diferenças de sexo, idade e de condicionamento que interferem no de-sempenho? Justifique.

Princípio da Individualidade. Espera-se que o aluno

perceba que as características pessoais interferem no

desempenho.

5. Após a leitura deste Tema, indique outras aplicações da ginástica, além das usadas na estética.

Resposta pessoal. Mas espera-se que tenha alguma re-

lação com saúde e bem-estar.

Etapa 3 – Reavaliando o balanço final

Após cinco minutos de aquecimento e alongamento, repita os testes aplicados para

avaliação do nível de flexibilidade e resistên-cia muscular realizados na Etapa 1, cujos resultados serão novamente registrados pe-los alunos em suas fichas individuais, para comparação com os resultados obtidos na avaliação anterior.

Recolha as fichas individuais devidamen-te preenchidas com as informações referentes aos exercícios realizados na Etapa 2 (núme- ro de exercícios por sessão e de sessões semanais).

Distribua aleatoriamente as fichas entre os alunos, que, reunidos em pequenos grupos, analisarão os dados, buscando relacionar os resultados obtidos (melhora, manuten-ção ou redução) com as informações sobre características de realização dos exercícios (sobrecarga, frequência), sexo e histórico de atividade física.

Discuta o conjunto dos dados com os alu-nos, procurando estabelecer relações entre os resultados de suas análises e a obediência ou não aos princípios do treinamento, especial-mente em relação às diferenças observadas entre os resultados encontrados. Além disso, fomente uma discussão quanto aos efeitos per-cebidos pelos alunos em si próprios ao longo do período de realização dos exercícios, dos pontos de vista fisiológico, morfológico e psicossocial.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apre-sentadas na seção “Aprendendo a aprender”, “Curiosidade”, “Para re-

fletir” e “Tome nota!”, do Caderno do Aluno.

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A importância dos carboidratos

Os carboidratos são os alimentos mais consumidos no mundo. Por serem “combustíveis” de alta qualidade, são ideais para fornecer energia ao nosso organismo. Porém, existem diferentes tipos de car-boidrato. Os mais saudáveis são chamados de carboidratos complexos (amidos e fibras alimentares), e os menos valiosos à saúde das pessoas recebem o nome de carboidratos simples ou açúcares.

Vamos conhecer melhor os amidos e as fibras alimentares?

Nosso organismo tem como fonte preferida de energia a glicose. Ela é o principal “combustível” das células do cérebro. Os alimentos ricos em amidos (carboidratos complexos) são os que fornecem mais glicose ao nosso corpo.

Quais alimentos são ricos em amidos? Os principais são: grãos (cereais) como arroz, arroz integral, trigo, cevada, centeio, aveia e milho; tubérculos como batata-inglesa, batata-doce e inhame, e raízes como mandioca e mandioquinha. Mas não são só esses: feijão, pão, bolacha, macarrão, tortas e bolos também podem entrar nessa lista.

As fibras alimentares, encontradas apenas nos alimentos vegetais, melhoram a função do intestino. Elas protegem contra o excesso de gordura e açúcar no sangue, o que é bom para todos, especialmente

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

para as pessoas com diabetes. As fibras fazem ainda que fiquemos satisfeitos por mais tempo, ajudando também a controlar nosso peso. Como? Ao passar pelo nosso sistema digestório, elas absorvem água e incham, dando a sensação de que já comemos o bastante.

Quais os alimentos mais ricos em fibras? Frutas (mamão, laranja, ameixa e manga), cereais integrais (arroz integral, pães e massas feitos com trigo integral, cevada, aveia e centeio), leguminosas (feijões, ervilhas, grão-de-bico e soja), verduras (alface e brócolis) e legumes (cenoura, tomate e beterraba).

Ao contrário dos carboidratos complexos, os carboidratos simples (como açúcar, mel, balas e doces) não contêm nenhum nutriente importante. Além disso, tiram o apetite para alimentos mais saudáveis e provocam cáries. Por isso, devemos evitá-los, ou comê-los em pequenas quantidades.

Veja como é fácil incluir os cereais integrais na sua alimentação diária.

No café da manhã

cereais matinais integrais (como aveia e granola); pães integrais (de aveia, trigo integral, centeio e semente de linhaça);

biscoitos, torradas e bolos feitos com farinhas integrais.

Nos lanches biscoitos e torradas integrais, barras de cereais e granola.

No almoço e no jantar

arroz integral, grão de trigo e milho; feijão, vagem, lentilhas, ervilhas e grão-de-bico; massas à base de farinha de trigo integral, como pão integral, macarrão integral e tortas;

farelos de aveia, de milho e de trigo também são ótimas alternativas para aumentar a quantidade de fibras.

Quantas porções devemos comer por dia? Seis porções de cereais, raízes e tubérculos. Uma porção pode ser:

1 pão francês; 2 fatias de pão integral; 1 batata média; ½ xícara (de chá) de cereal matinal; 4 torradas; 4 pães do tipo bisnaguinha;

Curiosidade

Para o intestino funcionar regularmente, devemos fazer três coisas importantes: ingerir fibras, be-ber água e praticar atividade física. A água hidrata as fibras, facilitando sua passagem pelo intestino. O exercício estimula os músculos intestinais a funcionarem melhor.

3 colheres (de sopa) de farinha de mandioca (ou mandioca cozida);

6 biscoitos simples (cream cracker, leite ou amido de milho);

2 bolachas recheadas; 4 colheres (de sopa) de arroz.

Lembre-se de que você deve comer seis porções por dia!

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Tome nota!

Agora você deve saber que:

os carboidratos complexos são a fonte preferida de energia do corpo;

as fibras ajudam o intestino a funcionar melhor, além de evitar ou controlar algumas doenças.

Procure avaliar se, ao longo da Situação de Aprendizagem, os alunos conseguem re-lacionar as características dos programas de exercícios desenvolvidos com os princípios de treinamento, bem como com seus efeitos sobre aspectos fisiológicos, morfológicos e psicossociais. Ao final, eles devem ser estimu-lados a refletir sobre questões como:

Por que algumas pessoas respondem me-lhor que outras quando realizam exercícios regulares?

Quais efeitos positivos o exercício físico

pode promover sobre o organismo? E quais características o exercício deve apresentar para atingir esses efeitos?

Que tempo, frequência e quantidade de exercícios são necessários para provocar efeitos sobre os sistemas orgânicos?

Em que circunstâncias o exercício pode tra-zer efeitos negativos para o organismo?

Essas e outras questões semelhantes poderão ser respondidas pelos alunos, individualmente ou em grupo, por escrito ou oralmente. Faça as correções necessárias nas respostas.

ATIVIDADE AVALIADORA

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, criar outras Situações de Aprendizagem em que os princípios e os efeitos do treinamento físico pos sam ser problematizados. Essas situa-ções devem ser di ferentes, de preferência, daquela realizada e que gerou dificulda-de para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em

outros momentos, envolvendo todos ou ape-nas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

Sugere-se adicionalmente a produção de um texto em que o aluno autoavalie sua participação em atividades físicas e exer-cícios físicos e o nível de desenvolvimen-to de suas capacidades físicas, utilizando conhecimentos obtidos nas Situações de Aprendizagem.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Para refletir

Quantas frutas você come por dia?

Você já experimentou pão integral?

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Livro

GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson Saranz. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Gua-nabara Koogan, 2005. Traz extensa aborda-gem sobre as diversas capacidades físicas, caracterizando sua relação com a condição de saúde e seu desenvolvimento ao longo da

vida, destacando aspectos relacionados à in-fância, à adolescência e ao envelhecimento. Contém ainda propostas de avaliação para indivíduos em diferentes idades, bem como referências a parâmetros gerais e específicos que devem ser levados em consideração ao se elaborar programas de condicionamento físico destinados ao desenvolvimento das várias capacidades físicas.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Page 43: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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TEMA 4 – ESPORTE – MODALIDADE COLETIVA: FUTEBOL DE CAMPO

O futebol, patrimônio da nossa cultura (PAZ, 2006), existe há muitos anos e, de modo semelhante a outros esportes, passou por su-cessivas mudanças. Os primeiros vestígios re-lativos à origem dessa manifestação cultural revelam evidência de algo semelhante por vol-ta de 3 000 a.C., em um jogo realizado por mi-litares chineses. Tal manifestação consistia em chutar os crânios de eventuais inimigos derro-tados, procurando acertar um alvo: o espaço entre as estacas presas ao chão. Com o passar dos anos, as formas de se jogar futebol foram diversificadas e surgiram variadas manifesta-ções desse esporte, algumas delas bem agres-sivas. Esse era o caso do futebol praticado na Idade Média – soule –, disputado por 27 jo-gadores, aos quais se permitiam chutes, pon-tapés, socos e cotoveladas para a recuperação da bola, o que levava alguns de seus pratican-tes à morte.

Figura 9 – Jogo final da Copa da Associação de com-petição de Kennington, em 1892. Xilogravura, acervo do Museu de Futebol de Preston (Inglaterra).

Após a sua “chegada” à Inglaterra, no sécu-lo XVII, o futebol passa a ter o primeiro código de regras proveniente de uma conferência re-alizada na cidade de Cambridge. Nessa tenta-tiva de sistematizar o futebol, foram definidas

algumas regras que passaram a atribuir um sentido mais claro e objetivo ao jogo, possibi-litando estabelecer funções específicas. Já no século XIX, no ano de 1871, surgiu a figura do goleiro (ou guarda-metas) como único jo-gador com o direito de tocar a bola com as mãos no jogo. Anos mais tarde, em 1891, foi introduzida a regra do pênalti, que contribuiu de forma significativa para a questão discipli-nar, já que uma falta dentro da área signifi-cava boa chance de o adversário conquistar o gol.

Podemos considerar que a Inglaterra foi um dos países mais importantes na difusão do futebol pelo mundo, influenciando, inclu-sive, a chegada e a disseminação do esporte em nosso país – foi Charles Miller (jovem bra-sileiro que na infância estudou na Inglaterra) quem contribuiu com a difusão do futebol no Brasil, tornando-se o grande protagonista dessa modalidade em terras brasileiras.

Em 1904, em virtude da quantidade de adeptos do futebol e de sua importância no meio desportivo, houve a criação da Fédération Internationale de Football Association (Fifa). Como maior entidade privada dessa modalidade esportiva no mundo, a Fifa orga-niza, dentre muitas competições, a Copa do Mundo, realizada de quatro em quatro anos, com a participação de vários países.

As regras do futebol

Considerando que boa parte dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio frequenta estádios de futebol ou acompa-nha avidamente os jogos por meio da mídia (principalmente pela TV), não há necessida-

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

de, neste momento, de um estudo profundo sobre as 17 regras da modalidade, uma vez que todos possuem algum conhecimento sobre elas. A intenção é oferecer a oportu-nidade de identificar essas regras dentro da

prática do jogo, para que se compreenda melhor o esporte estudado.

O quadro a seguir contém as 17 regras referidas:

Regras Descrição básica

I: campo de jogoTem formato retangular, apresenta no máximo 120 m de comprimento e 90 m de largura. É delimitado pelas linhas laterais e pelas linhas de fundo.

II: bolaEsférica (redonda), de couro ou material adequado proposto pela organização do campeonato.

III: número de jogadores 11 jogadores em cada equipe: 1 goleiro e 10 jogadores de linha.

IV: equipamento dos jogadores Camisa, calção, meias, caneleiras e chuteiras.

V: árbitroA partida será dirigida por um árbitro (principal), com auto-ridade plena para fazer cumprir as regras do jogo.

VI: árbitros-assistentes

Haverá dois árbitros-assistentes (bandeirinhas), que auxilia-rão o árbitro da partida no cumprimento das regras do jogo. Pode, ainda, ser escalado um quarto árbitro (árbitro-assisten-te reserva).

VII: duração da partidaDois tempos de 45 minutos, com um descanso aproximado de 15 minutos entre o término de um tempo e o início de outro.

VIII: início do jogoApós um sorteio, a equipe tem o direito de escolher seu cam-po de saída ou a opção de começar o jogo.

IX: bola fora de jogoOcorre quando a bola atravessa inteiramente a linha lateral ou a linha de fundo, seja por terra ou pelo ar.

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44

Regras Descrição básica

X: gol marcadoO gol é marcado quando a bola ultrapassa totalmente a linha entre as traves.

XI: impedimento

O impedimento ocorre quando um jogador atacante estiver mais próximo da linha de fundo do que a bola no momento que receber um passe ou lançamento. Porém, a posição do jogador será considerada regular quando:1. estiver no próprio campo;2. houver pelo menos dois adversários entre ele e a linha de fundo, mesmo que estejam na mesma linha;3. receber a bola de um tiro de meta, um escanteio, um arre-messo lateral ou bola ao chão.Caso o jogador esteja na condição de impedimento, mas não participar efetivamente da jogada, a partida prosseguirá sem ser anotada infração à regra.

XII: faltas e incorreções

São cobradas por meio de tiro livre direto ou indireto, e, caso aconteçam dentro da área, é pênalti. Como sinais de adver-tência ao jogador pela falta cometida são aplicados os cartões amarelo (o jogador permanece em campo) ou vermelho (o jo-gador é expulso da partida e suspenso na rodada seguinte). Ao receber o segundo cartão amarelo, o jogador também é expulso.

XIII: tiros livres De forma direta ou indireta (dois toques).

XIV: tiro penal ou pênalti É cobrado caso ocorra uma falta dentro da área.

XV: arremesso lateral Ocorre quando a bola ultrapassar inteiramente a linha lateral.

XVI: tiro de metaÉ marcado quando a bola sair pela linha de fundo, seja por terra ou pelo ar, por intermédio da ação da equipe atacante.

XVII: tiro de canto ou escanteioÉ cobrado quando a bola sair pela linha de fundo, seja por terra ou pelo ar, por intermédio da ação da equipe defensora.

A organização tática e as formações

Como modalidade esportiva coletiva, o fu-tebol exige organização tática dos jogadores para obter melhores desempenhos, qualidade e

resultado positivo no jogo. Não basta somente ser um bom jogador individualmente, é preciso agir taticamente de modo a valorizar o traba-lho em grupo. Daí a importância da organiza-ção tática e dos sistemas de jogo no futebol.

Page 46: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

45

Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Um dos primeiros sistemas de jogo uti-lizado nesse esporte, surgido em 1920, na Inglaterra, e anos mais tarde no Brasil, ficou conhecido como WM. No WM, existem três zagueiros, dois meias de marcação, dois meias de armação-ataque e três atacantes.

Em outra organização tática, introduzida anos mais tarde, apareceu a presença do lí-bero, jogador que protegia a zaga, mas que eventualmente podia auxiliar seus parceiros em situações de ataque. Essa função era con-siderada extremamente difícil de ser executa-da, já que exigia habilidades de defensor e de atacante-apoiador. Líbero, 2o volante, meia de ligação, ala, centroavante, fixo, ponta de lança etc., são as mais variadas denomina-ções atribuídas às funções dos jogadores e às orientações que recebem.

No decorrer dos anos, vários sistemas táti-cos e funções de jogadores foram elaborados, todos com o objetivo de alcançar o sucesso em campo e surpreender o adversário. Alguns exemplos de sistema são: 4-4-2, 3-5-2 e 4-3-3; eles possuem diferença em suas configurações e na forma como cada jogador é orientado.

Nas Situações de Aprendizagem apresenta-das a seguir, os alunos serão estimulados a verifi-car como uma equipe se comporta taticamente, se cada jogador respeita sua função inicial, se o

esquema muda em relação ao placar do jogo, se o jogador é capaz de executar diferentes funções no jogo e se o regulamento do campeonato in-fluencia a forma de jogar de cada equipe.

Futebol na escola

Ainda que a maioria das escolas não possua um campo de futebol, é importante que esse conteúdo seja abordado nas aulas de Educação Física, considerando a relevância dessa manifestação como fenômeno socio-cultural nacional e sua presença na vida dos alunos. Algumas ações características desse jogo podem ser realizadas em espaços meno-res. Além disso, é desejável que os alunos se-jam capazes de entender esse esporte a partir de suas múltiplas dimensões.

É importante que os alunos compreen-dam e reflitam sobre as diferentes formas e situações nas quais o esporte ocorre, desde o espetáculo transmitido pelas mídias, permea-do por questões de consumo e marketing, até as possibilidades de lazer, diversão e prazer pessoal, apreciando funções da modalidade que estão além dos aspectos técnicos.

Em outros Cadernos, sugerimos o estu-do das modalidades esportivas coletivas a partir das ideias de Claude Bayer (1994), que propõe o ensino com base nas semelhanças

Figura 10 – Táticas no futebol de campo.

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Page 47: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

46

estruturais. Dessa forma, são definidos prin-cípios operacionais comuns a todas as mo-dalidades que podem nortear o aprendizado, em vez do aprendizado tradicional de mo-vimentos técnicos descontextualizados da dinâmica geral do jogo.

Os princípios operacionais de Bayer (1994) propõem movimentos em situações de ataque e defesa.

Em situação de ataque:

conservação da posse da bola; progressão da bola e da equipe em direção ao alvo adversário;

finalização em direção ao alvo.

Em situação de defesa:

recuperação da posse de bola; contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo;

proteção do alvo.

Na prática do futebol, é comum a con-centração de boa parte dos alunos em torno da bola, propiciando condutas indesejáveis em alguns casos, ou mesmo certo desânimo nos estudantes menos habilidosos ou fisica-mente menos desenvolvidos que os demais, que ficam receosos de se envolver nessas si-tuações. Nesse sentido, o ensino do futebol

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Figura 11 – Futebol de rua, mostrando o “golzinho”.

nas aulas de Educação Física pode propi-ciar o entendimento da dinâmica geral do jogo. Para tanto, as funções dos jogadores podem ser apresentadas e discutidas, valo-rizando o aspecto tático e a participação de todos os alunos.

É importante que aconteçam algumas in-tervenções ou paralisações para esclareci-mento de aspectos relevantes aos alunos, como a importância dos defensores, a possi-bilidade de passar a bola a um amigo em me-lhores condições e a importância de pensar no grupo, e não somente em si mesmo.

O fato de alguns alunos conhecerem bem as formas de driblar o adversário, ação muito valorizada nas partidas de futebol, merece um destaque nas aulas. É interessante verificar com os alunos a intenção do drible, os momentos em que sua utilização é mais propícia, discutindo, inclusive, questões acerca da violência praticada por alguns jogadores em situação de drible.

As Situações de Aprendizagem aqui suge-ridas também estão relacionadas a algumas brincadeiras de rua, tradicionalmente presen-tes em diversas regiões do país, que envolvem elementos verificados tanto no futebol como em outras modalidades coletivas.

Verifica-se que, nas aulas de Educação Física, o futebol acabou sendo destinado aos

Figura 12 – O drible num jogo de futebol.

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47

Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

meninos, enquanto as meninas se afastavam das aulas ou praticavam outras modalidades. Embora isso venha sendo alterado ultimamen-te, o professor pode incentivar a prática do fu-tebol tanto para meninos como para meninas, criando estratégias para a motivação de todos. Pode haver algumas tarefas em que haja neces-sidade da separação por sexo, mas o objetivo deve ser proporcionar aos meninos e meninas o conhecimento do jogo, em todos os seus as-pectos: histórico, regras e vivência.

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Figura 13 – Futebol feminino – drible.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 TODOS JOGANDO FUTEBOL

A partir de questões que envolvem algu-mas ações do futebol, o objetivo é instigar os alunos a organizar e compreender taticamen-te o jogo, incentivando ações cooperativas.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 5

Etapa 1 – Compreendendo o futebol

Inicialmente, solicite aos alunos que de-monstrem seus conhecimentos a respeito do futebol: se praticam, onde e como jogam, se torcem por alguma equipe, se acompanham os campeonatos estadual, nacional e internacio-nal, se conhecem as regras da modalidade etc. A partir disso, dê orientações sobre o processo histórico do futebol e suas principais regras. Para além das paixões individuais por equi-pes, procure mostrar aos alunos que o futebol

Também serão apresentadas as principais características dessa modalidade: seus as-pectos táticos, processo histórico e as prin-cipais regras.

Conteúdo e temas: processo histórico do futebol; regras básicas; dinâmica do jogo (princípios operacionais).

Competências e habilidades: identificar a dinâmica do futebol e suas principais regras; conhe-cer o processo histórico do futebol e sua dinâmica.

Sugestão de recursos: bolas; corda elástica.

é uma modalidade esportiva coletiva, como o futsal, o basquetebol, o handebol, o voleibol entre outros, como tal, exige certos compor-tamentos táticos individuais e coletivos para o sucesso do jogo.

Num segundo momento, sugerimos a rea-lização do jogo “gol a gol em grupos”, tradi-cional brincadeira em ruas, praças e quadras esportivas, cuja principal intenção, indepen-dentemente de variações na dinâmica, é o ataque ao alvo contrário e a defesa da pró-pria meta. Nesse sentido, não serão incen-tivadas, por enquanto, ações de invasão ao campo adversário.

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48

Os alunos serão distribuídos em duas equi-pes, dispostas, cada uma delas, numa metade da quadra. Se a escola oferecer condições, o jogo poderá acontecer com uma grande meta, cuja medida oficial é de 2,44 metros de altura por 7,32 metros de extensão. Para isso, poderão ser estendidas duas cordas elás-ticas em ambas as extremidades da quadra, ou em outro espaço disponível, definindo a altura do travessão.

O objetivo é que, por meio de chutes, os alunos façam que a bola entre nessa meta. Todos poderão usar as mãos para defen-der o alvo. O ataque, porém, deverá ser realizado com chutes até o meio da quadra ou do espaço disponível. Independentemen-te da contagem de pontos por equipe, pro-cure organizar a ordem de chutes, a fim de que todos os alunos participem igualmente da atividade.

Nesta etapa, realize algumas pausas para que os alunos possam conversar e organizar estratégias para alcançar o objetivo do jogo.

Professor, solicite aos alunos que preencham o quadro, assinalem a alternativa correta e relacionem as questões presentes na seção “Para

começo de conversa”, do Caderno do Aluno.

O Brasil, em 2002, conquistou pela quin-ta vez a Copa do Mundo de Futebol. Mesmo quem não joga, acompanha ou aprecia fute-bol acaba envolvido, de alguma forma, pelo clima da Copa, que faz parte da cultura e da identidade brasileiras.

Será que isso se aplica também a você? Ve-jamos:

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Você joga futebol?

Onde e com quem você joga?

Tem um time do coração, para o qual torce? Qual?

Assiste aos jogos de futebol do seu time? Onde?

Acompanha jogos de outros times? Por quê?

Acompanha os jogos da Seleção Brasileira de Futebol? Masculina ou feminina? Por quê?

Conhece as regras do jogo de futebol? Descreva uma delas.

Page 50: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

49

Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Neste volume, vamos estudar um pouco mais sobre essa modalidade esportiva que tanto alegra o povo brasileiro.

Você sabia que foram encontrados vestígios que levam a crer que algo parecido com o fute-bol já existia por volta de 3 000 a.C.? Essa prática, porém, não era como o futebol que temos hoje.

A organização e a sistematização do fute-bol, com regras mais definidas, originaram--se na Inglaterra, e, em 1848, surgiu o pri-meiro código de regras para esse esporte, que foi sendo ajustado ao longo da história. A presença do goleiro só foi introduzida em 1871, mais de 20 anos após o primeiro código de regras. Em 1875, foi definido o tempo de 90 minutos para o jogo. O pênal-ti, por sua vez, surgiu apenas em 1891. E a Fédération Internationale de Football Asso-ciation (Fifa) foi criada em 1904.

A Inglaterra teve um papel importante na divulgação do futebol pelo mundo. No Brasil, tal modalidade “chegou” com um paulistano chamado Charles Miller, que fora estudar na Inglaterra, onde conhecera o futebol. Ao re-tornar ao Brasil, em 1894, trouxe uma bola e as regras do jogo. Em 1895, ocorreu a primei-ra partida em solo brasileiro.

O futebol é muito praticado por homens em todo o mundo. Mas é crescente o número de mulheres que jogam futebol de campo no Brasil e em outros países.

Vejamos se você e seus colegas estão liga-dos no futebol de hoje.

1. Os jogos de futebol da Copa do Mundo, da Copa Libertadores da América e do Cam-peonato Brasileiro, entre outros, são jogos de atletas:

( ) amadores.( X ) profissionais.

2. O técnico que comandou a Seleção Brasi-leira entre 2006 e 2010 foi:

a) Parreira.b) Zagalo.c) Dunga.d) Leão.e) Zico.

3. O Brasil conquistou seu pentacampeonato mundial em:

a) 1990.b) 1994.c) 1998.d) 2002.e) 2006.

4. Relacione os países escolhidos para a realização da Copa do Mundo de Fu-tebol Masculino, em 2010, 2014 e 2018, respectivamente:

a) Inglaterra, África do Sul e Estados Unidos.

b) África do Sul, Brasil e Catar.c) Alemanha, África do Sul e Brasil.d) África do Sul, Brasil e Rússia. e) Estados Unidos, Brasil e Canadá.

5. Relacione o ano com o país escolhido para a realização da Copa do Mundo de Futebol Feminino:

a) 1991/2007 ( c ) Estados Unidosb) 1995 ( e ) Canadác) 1999/2003 ( a ) Chinad) 2011 ( b ) Suécia e) 2015 ( d ) Alemanha

6. No jogo de futebol, os zagueiros são joga-dores de:

( ) ataque.( X ) defesa.( ) meio-campo.

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Curiosidade

Você conhece as particularidades do campo de futebol? Tem algum campo de futebol perto de sua escola ou de sua casa?

O campo de futebol é muito grande se comparado às quadras de esportes como voleibol, basquetebol, futsal, handebol ou tênis. A área do menor campo oficial de futebol (45 metros × 90 metros) equivale a mais de 20 quadras de voleibol, 9 quadras de basquetebol, 9 quadras de futsal ou mais de 10 quadras de tênis. Há cada vez menos campos de futebol nas regiões urbanas, mas podemos jogar futebol de maneira adaptada em áreas menores, como provavelmente você já jogou (em ruas, campinhos, praças, praias etc.).

Confira agora os detalhes do campo de futebol na ilustração que se segue. Eles poderão ser utiliza-dos para demarcar alguma área para jogar no entorno da sua escola:

Campo de futebol:

Largura máxima 0,12m

Linha lateral

(mínimo 90m; máximo 120m)

Bandeira de escanteio

Círculo central

(raio de 9,15m)

Semicírculo

penal

Área penal ou

grande área

Tiro penal

Área de meta

ou pequena área

Linha de meta ou linha de fundo

(mínimo 45m; máximo 90m)Ponto central

Linha de meio

de campo

Meta

7,32m

2,44m

7. Assinale o nome da jogadora brasileira que já ganhou reconhecimento mundial por sua técnica e inteligência no futebol de campo:

a) Hortência.b) Fabiana.c) Marta.

d) Maria Ester.e) Maureen.

Professor, através da ilustração, confira com os alunos os detalhes do campo de fute-bol apresentado na seção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

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51

Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

com situações de ataque e de defesa, e que, em função delas, as ações dos jogadores são siste-matizadas. No ataque, a equipe preocupa-se em conservar a posse da bola e progredir em direção ao lado adversário, para tentar a finalização da jogada, convertendo-a em um gol ou em uma cesta, por exemplo. Mas, quando a bola é do time adversário, a situação passa a ser de defesa e as preocupações mudam. A equipe tenta recu-perar a posse de bola, impedir a progressão da bola e da equipe adversária em direção ao alvo e proteger seu lado para que o adversário não consiga êxito na finalização da jogada.

Em função dessas situações, cada equi-pe busca encontrar a melhor disposição dos jogadores no campo e definir as principais funções que cada um deverá desempenhar na posição que ocupará na partida. Levam-se em conta a habilidade, a condição física e as características dos jogadores para aproveitar melhor o seu potencial e compor com o elenco uma equipe ofensiva, mas com boa defesa. O bom jogador ou jogadora de futebol, além de saber jogar bola, também precisa ter espírito coletivo, inteligência tática e preparo físico.

Dependendo do esquema (sistema tático) adotado, os jogadores desempenham funções diversas, recebendo nomes como zagueiro, ala, lateral, volante, meia-ofensivo ou defen-sivo e goleiro.

Veja o esquema tático a seguir, conhecido como esquema WM:

Etapa 2 – Minijogos de futebol

Nesta segunda etapa, procure fazer que os alunos vivenciem o futebol de uma ma-neira mais próxima à do jogo propriamente dito, mas de forma reduzida ainda. Procure estimular a realização de alguns princípios, como conservação e recuperação da posse de bola, progressão da bola e da equipe em di-reção ao alvo adversário, contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo e proteção do alvo. Divida a quadra ou espaço disponível em dois “campos” de fu-tebol, realizando um jogo em cada metade, a fim de que mais alunos participem ao mesmo tempo. Defina com os alunos a quantidade mais adequada de jogadores em cada equipe e o tempo de duração invertendo-se as funções de ataque e defesa.

Durante os jogos, estimule a inversão de algumas posições – sugira, por exemplo, que o goleiro experimente posições de ataque ou que os jogadores da defesa experimentem funções de ataque.

Nessas aulas, aproveite para comentar e de-bater com os alunos as posições táticas existen-tes no futebol. A lembrança de nomes de joga-dores profissionais poderá ajudar na discussão sobre a posição que eles ocupam em suas equi-pes. Discuta também a importância da organi-zação tática no futebol, da movimentação de cada aluno e da circulação de bola, procurando estabelecer relações com o jogo oficial.

Professor, solicite aos alunos que realizem a pesquisa e assina-lem a formação nos quadros presentes na seção “Pesquisa em

grupo”, no Caderno do Aluno.

No desenvolvimento dos esportes coletivos que você vem estudando desde a 5a série/6o ano, seu professor de Educação Física deve ter enfati-zado que, durante o jogo, as equipes deparam-se

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Page 53: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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Esse foi um dos primeiros sistemas táti-cos do futebol, surgido em 1920. No esque-ma há três zagueiros (2, 3 e 4); dois meias de marcação (5 e 6); dois meias de armação (7 e 8) e três atacantes (9, 10 e 11).

Mas há outros sistemas, que foram surgin-do com a evolução técnico-tática do futebol. Temos os sistemas: 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, entre outras variações.

Pesquise com seus colegas outros dois sistemas táticos do futebol e assinale a for-mação nos quadros a seguir, esclarecendo a posição dos jogadores (veja exemplo an-terior). Os jornais e as revistas costumam trazer esquemas táticos empregados pelas

equipes de futebol durante os campeona-tos. E também é possível encontrar muitas informações na internet.

Esses esquemas podem variar de aluno para aluno. Caso haja

dúvidas poderão consultar o professor, livros de futebol ou

sites que tratam do assunto.

O professor também poderá determinar o esquema tá-

tico que seja mais pertinente ao momento de estudo,

indicando quais sistemas devem ser pesquisados, o que

permitirá diversificar as respostas, evitando a repetição

pela grande quantidade de possibilidades que poderiam

ser encontradas.

Professor, solicite aos alunos que respon-dam e assinalem as questões presentes na se-ção “Desafio!”, no Caderno do Aluno.

Desafio!

Você e seus colegas conhecem as principais regras do futebol? No final deste tema estão relacio-nadas suas principais regras. Mas, antes de consultá-las, vejamos se conseguem responder a algumas questões relacionadas a elas.

1. Escreva abaixo das figuras o que o árbitro está sinalizando:

b) Tiro livre direto. a) Lateral.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

c) Advertência (cartão amarelo). d) Impedimento.

e) Substituição. f) Vantagem.

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2. Escreva em cada bola se ela está em jogo (EJ) ou se está fora de jogo (FJ).

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3. Qual das bolas é considerada gol? Assinale-a com X.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 A TÁTICA DO FUTEBOL

Nesta Situação de Aprendizagem, os alunos serão estimulados a compreender a estrutura táti-

Conteúdo e temas: noções de tática no futebol; apresentação das regras do futebol.

Competências e habilidades: apreciar uma partida de futebol e compreender o desempenho tático das equipes; identificar as regras do futebol e as ações dos árbitros; realizar ações táti-cas coerentes com o resultado buscado na partida.

Sugestão de recursos: DVD; televisão; bolas de futebol; apito.

ca e as regras presentes no futebol. Recursos como a análise de jogos serão de extrema importância.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 6

Etapa 1 – Você é o técnico

Apresente, aos alunos, possíveis táticas utilizadas no futebol. A seguir, proponha um debate em que eles sejam estimulados a opinar sobre as diversas formações de uma equipe. Ressalte aos alunos que eles podem agir como se fossem os responsáveis pela organização dessa equipe. Elabore algumas questões, como:

Qual formação pode ser utilizada quando se busca a vitória? Por quê?

Qual formação pode ser usada quando o time precisa apenas de um empate? Por quê?

Como um time pode jogar contra um ata-que muito rápido composto por jogadores habilidosos?

Quais são as vantagens e as desvantagens de cada sistema de jogo?

Posteriormente, assista com os alunos a um jogo previamente gravado, para que a tur-

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Análise tática – Palmeiras (1) × Botafogo (1)

Esquema tático:

Palmeiras: 4-4-2

Botafogo: 3-6-1

Postura defensiva:

Palmeiras – Jogou com dois laterais, dois zagueiros; no meio de campo com três volantes, um meia; outro meia atuou como atacante. Uma substituição realizada deslocou o meia que atuava como ata-cante para auxiliar na armação.

Destaque – O goleiro, mesmo levando um gol, teve participação importante, impedindo o adversá-rio de ampliar o placar, especialmente no início do segundo tempo.

Botafogo – Apresentou um esquema bastante defensivo, com três zagueiros e seis homens no meio de campo.

Destaques – O goleiro e a marcação individual sobre o meia dificultaram a armação do time do Palmeiras.

Postura ofensiva:

Palmeiras – Com um adversário bastante defensivo, o Palmeiras procurou jogar no ataque, utilizan-do o mesmo esquema tático das partidas anteriores.

Variações – No segundo tempo, com a entrada de outro atacante, o meia que atuava nessa posição é recuado para o meio-campo para auxiliar na armação, o que melhorou os passes do meio de campo e fez o time crescer no jogo. O time adota o sistema 4-5-1.

Destaque – Mesmo muito marcados, os meias responsáveis pela armação geraram as melhores jogadas do time. O gol marcado pelo Palmeiras aos 32 minutos do primeiro tempo deu-se a partir de uma cobrança de falta realizada no meio de campo.

Botafogo – Jogou no erro do adversário.

Variações – Substituição de um volante por outro atacante.

Destaque – O atacante que marcou o gol do Botafogo aos 23 minutos do primeiro tempo.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

ma realize uma análise técnico-tática, com su-gestões de ações desejadas.

Professor, solicite aos alunos que escolham uma partida de futebol e façam a análise do jogo, com base no exemplo da atividade na seção

“Lição de casa”, no Caderno do Aluno.

A sua tarefa agora é aplicar o conhecimento da tática de jogo do futebol na análise de uma partida que você viu na TV, na internet, no campinho perto de casa ou no estádio do seu “time do coração”. Veja a seguir um exemplo de análise do jogo “Palmeiras × Botafogo”, do Campeonato Brasileiro – Série A, realizado no dia 15 de agosto de 2009.

Page 57: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

56

Agora é sua vez. Escolha um jogo e faça uma análise com base no exemplo anterior. Re-gistre os resultados no quadro a seguir. Se você preferir, faça isso com mais um ou dois cole-gas, para vocês discutirem e trocarem opiniões

sobre a partida. Se tiverem dificuldades, peçam ajuda ao seu professor de Educação Física, a um parente, amigo, a algum adulto que goste e en-tenda de futebol ou consultem comentários em jornais, revistas, programas esportivos e internet.

Se o seu professor considerar interessante, socialize os resultados de sua análise com os colegas.

As análises dos alunos podem variar conforme os recursos

utilizados (análise de jogo transmitido pela TV ou armaze-

nado em sites). Eles poderão valer-se de análises de jogos

apresentadas em jornais ou revistas. Caso queira diversifi-

car as respostas, sugere-se que indique um vídeo ou um

sistema tático e peça ao aluno que faça essa tarefa em casa

e depois proceda a uma análise coletiva em sala de aula.

Etapa 2 – Você é o árbitro

Apresente o quadro com as principais regras de futebol e proponha jogos, na quadra toda ou em meia quadra, como os realizados na Situa-

ção de Aprendizagem anterior. Se houver con-dições, leve os alunos para um campo de futebol próximo da escola, a fim de que possam experi-mentar o jogo numa situação próxima da real.

Estimule os alunos a exercer a função de árbitro e auxiliares, para que consigam compreender e aplicar as regras do futebol em uma situação próxima da situação do jogo oficial. Permita que todos os alunos se revezem nessa função.

Professor, faça a leitura com os alunos ana-lisando algumas Regras do Futebol de Campo (páginas 43 e 44 do Caderno do Professor) e as Copas do Mundo apresentadas a seguir, no Ca-derno do Aluno.

Análise tática da equipe:

Jogo

Data

Campeonato

Esquema tático

Postura ofensiva

Postura defensiva

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57

Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

COPAS DO MUNDO (1930 – 2014)

Em que ano? Onde? Quem foi o campeão? Qual foi a coloca-

ção do Brasil?

1930 Uruguai Uruguai 6o

1934 Itália Itália 14o

1938 França Itália 3o

1950 Brasil Uruguai Vice

1954 Suíça Alemanha Ocidental 6o

1958 Suécia Brasil Campeão

1962 Chile Brasil Campeão

1966 Inglaterra Inglaterra 11o

1970 México Brasil Campeão

1974 Alemanha Ocidental Alemanha Ocidental 4o

1978 Argentina Argentina 3o

1982 Espanha Itália 5o

1986 México Argentina 5o

1990 Itália Alemanha Ocidental 9o

1994 Estados Unidos Brasil Campeão

Page 59: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

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ATIVIDADE AVALIADORA

Procure avaliar se os temas tratados foram apreendidos pelos alunos: histórico do fute-bol, principais regras, principais sistemas de jogo e estrutura tática do esporte. Para tanto, proponha algumas questões visando avaliar se esses conhecimentos foram adquiridos. Alguns exemplos sugeridos:

Como surgiu o futebol? Como chegou ao Brasil?

Quais são as principais características do futebol?

Quais são as exigências táticas para a sua prática?

Quais são as principais regras? Quais são os principais sistemas de jogo? Quais são as semelhanças e diferenças com outras modalidades esportivas coletivas?

Professor, solicite aos alunos que assinalem as informações com V ou F na atividade da se-ção “Você aprendeu?”, no Ca-

derno do Aluno.

Assinale as informações com V (verdadeiro) ou F (falso):

a) O jogo de futebol é realizado por duas equipes de 11 jogadores cada uma, com dois tempos de 45 minutos, em um cam-po de 28 metros × 14 metros. ( F )

b) Os esquemas táticos no futebol são va-riados. Os esquemas WM e 3-5-2 são exemplos deles. ( V )

c) O primeiro código de regras do jogo de futebol surgiu na Inglaterra e foi sen-do aprimorado ao longo da história. ( V )

d) Quando o árbitro-assistente levanta os dois braços segurando a bandeiri-nha nas extremidades do bastão com as duas mãos, indica o final de jogo. ( F )

e) O Brasil foi a sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014. ( V )

Professor, solicite aos alunos que escrevam no diagrama as palavras que se relacionam com o futebol, presente na seção “Desafio!”, no Caderno do Aluno.

1998 França França Vice

2002 Coreia do Sul/Japão Brasil Campeão

2006 Alemanha Itália 5o

2010 África do Sul Espanha 6o

2014 Brasil

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Desafio!

Escreva (pode ser de trás para a frente) no diagrama as palavras em destaque que se relacio-nam ao futebol, mas respeite os cruzamentos:

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3 letras

Gol

4 letras

Copa

5 letras

Falta

Campo

Trave

6 letras

Cartão

7 letras

Pênalti

Lateral

Volante

Goleiro

Árbitro

8 letras

Zagueiro

Atacante

Torcedor

Expulsão

9 letras

Escanteio

Arremesso

10 letras

Campeonato

11 letras

Impedimento

Bandeirinha

Prorrogação

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60

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas das Situações de Aprendizagem, alguns alunos podem não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário então, professor, criar outras Situações de Apren-dizagem que possibilitem maior envolvi-mento dos alunos e auxiliem seu aprendi-zado. As situações devem ser diferentes, de preferência, daquelas que geraram di-ficuldades para os alunos. Tais estratégias

podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

Reformular e refazer algumas questões contidas na Atividade Avaliadora.

Sugerir sites, jornais e revistas para maior entendimento do conteúdo proposto.

Indicar um jogo de futebol para análise tática.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros

BAYER, Claude. O ensino dos desportos co-lectivos. Lisboa: Dinalivro, 1994. Apresenta uma organização para o ensino dos jogos es-portivos coletivos a partir dos princípios ope-racionais, contrapondo o método tradicional de ensino.

BETTI, Mauro. Violência em campo: di-nheiro, mídia e transgressão às regras no futebol espetáculo. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2004. Destaca matérias jornalísticas que enfati-zam situações que acontecem no futebol e que abordam a presença da mídia e suas intervenções nos eventos esportivos dessa modalidade.

DAOLIO, Jocimar (org.). Futebol, cultura e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2005. O livro aborda o futebol e os diferen-tes aspectos que o caracterizam enquanto fenômeno cultural.

FREIRE, João Batista. Pedagogia do futebol. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2011. Apresenta princípios para uma pedagogia do futebol, enfatizando seu caráter lúdico e in-cluindo sugestões para organização de aulas.

JAL & GUAL. A história do futebol no Brasil através do cartum. Rio de Janeiro: Bom Tex-to, 2004. Reúne charges, cartuns e caricaturas a respeito do futebol brasileiro em diferentes épocas.

KUNZ, Elenor. Transformação didático-pe-dagógica do esporte. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2004. Propõe uma organização didática para as expe-riências desse esporte no ambiente escolar.

PAZ, Sérgio Miranda. O futebol como patri-mônio cultural do Brasil: um estudo explo-ratório sobre possibilidades de incentivo ao turismo e ao lazer. São Paulo: ECA-USP, 2006. Tese (doutorado). A tese aborda o fu-tebol enquanto patrimônio cultural brasilei-ro e apresenta as diversas possibilidades de compreender a contínua transformação des-sa manifestação cultural.

RODRIGUES, Nelson. Somos o Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. O livro traz crônicas de Nelson Rodrigues que abordam o futebol e as associações com as transformações culturais, sociais, políticas e econômicas ocorri-das no Brasil.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Jornal

Lance! Jornal impresso especializado em es-portes, que apresenta o futebol como destaque, trazendo os campeonatos nacionais, interna-cionais e amadores.

Revista

Placar. Revista impressa que apresenta ma-térias históricas sobre o futebol e comenta os principais campeonatos nacionais e internacio-nais. Disponível em: <http://www.placar.abril.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2013.

Sites

Confederação Brasileira de Futebol – CBF. Dis-ponível em: <http://www.cbf.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2013.

Federação Paulista de Futebol – FPF. Disponível em: <http://www.futebolpaulista.com.br>. Aces-so em: 12 nov. 2013.

Fédération Internationale de Football Association – Fifa. Disponível em: <www.fifa.com>. Aces-so em: 10 fev. 2014.

Esses sites apresentam informações sobre o andamento dos diversos campeonatos que ocorrem na atualidade, organização e a escala da arbitragem, ranking de equipes etc.

Museu do Futebol. Disponível em: <http://www.museudofutebol.org.br/>. Acesso em: 26 mar. 2014. O site traz informações do museu temático sobre o futebol, exposições e eventos.

Filmes

Cartão vermelho. Direção: Laís Bodanzky. Brasil, 1994. 14 min. 12 anos. Disponível em: <www.portacurtas.org.br/filme>. Acesso em: 10 fev. 2014. O curta apresenta o problema enfrentado por uma garota, de 12 anos, que gosta de jogar futebol com os meninos. Permi-te ao professor discutir as questões de gênero com os alunos.

Ernesto no país do futebol. Direção: André Queiroz e Thais Bologna. Brasil, 2009. 14 min. Disponível em: <www.portacurtas.org.br/filme>. Acesso em: 10 fev. 2014. Apresenta diferentes situações complicadas vividas por um menino argentino, morador da cidade de São Paulo, que adora futebol e que tem que enfrentar e resolver a rivalidade entre brasi-leiros e argentinos.

Garrincha – estrela solitária. Direção: Milton Alencar. Brasil, 2003. 110 min. 16 anos. Filme brasileiro que conta a trajetória do jogador de futebol Manuel dos Santos, o famoso Garrincha.

Pelé eterno. Direção: Aníbal Massaini Neto. Brasil, 2004. 120 min. Livre. Documentário bra-sileiro que conta a história e a trajetória de Ed-son Arantes do Nascimento, o Pelé, conhecido como o rei do futebol.

Uma história de futebol. Direção: Paulo Machline. Brasil, 1998. 21 min. Livre. Dispo-nível em: <www.portacurtas.org.br/filme>. Acesso em: 10 fev. 2014. O curta conta as histórias da infância de um menino chamado Zuza, que é amigo do rei do futebol.

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TEMA 5 – ORGANISMO HUMANO, MOVIMENTO E SAÚDE – EXERCÍCIO FÍSICO, OBESIDADE E EMAGRECIMENTO, DOPING E ANABOLIZANTES

Nas últimas décadas, dados epide miológicos registram um aumento progressivo na prevalên-cia de sobrepeso e obesidade em todo o mundo. O avanço da obesidade juvenil – termo utiliza-do para caracterizar a obesidade em crianças e adolescentes – é um agravante para tal epidemia, uma vez que é maior a predisposição de uma criança obesa tornar-se um adulto obeso ou de-senvolver diversas patologias, como resistência à insulina, diabetes tipo 2, dislipidemias, hiper-tensão, complicações ortopédicas, certos tipos de câncer, apneia do sono, baixa da autoestima, depressão e distúrbios da autoimagem. Além disso, adolescentes obesos apresentam maior risco de adquirir, na idade adulta, múltiplos pro-blemas de saúde quando comparados a adoles-centes não obesos.

Embora a obesidade possua, em qualquer idade, etiologia (causas) multifatorial, baixos níveis de atividade física associados à alta in-gestão calórica e/ou de gordura representam, atualmente, a principal razão do aumento ex-cessivo de peso a partir do acúmulo de gordu-ra nas reservas corporais. Cabe ressaltar que hábitos de vida no período entre o nascimen-to e os 16 anos de idade podem ser determi-nantes para a proliferação do tecido adiposo (desenvolvimento das reservas de gordura) em proporções normais ou favoráveis ao apareci-mento do sobrepeso e da obesidade.

Inúmeros estudos detectaram a relação entre obesidade juvenil e hábitos de vida que associam muitas horas diante do televisor, videogame ou computador; pouco envolvimen-to em atividades físicas/exercícios e maior con-sumo de alimentos. Considera-se a puberdade um período crítico para o desenvolvimento da adiposidade, visto que o risco de se tornar um adulto com sobrepeso ou obeso aumenta com

a idade. Portanto, intervenções nesse período são fundamentais e devem envolver programas sistematizados de controle do peso, os quais podem reduzir consideravelmente a incidência de sobrepeso e obesidade durante a vida adulta.

Há fortes evidências de que crianças e ado-lescentes obesos apresentam capacidade car-diorrespiratória inferior à de crianças ou ado-lescentes não obesos com a mesma idade. Além disso, o grau de condicionamento cardiovascu-lar é diretamente proporcional ao aumento de massa magra (livre de gordura) e inversamente proporcional ao aumento de massa gorda.

Figura 14 – Hábito que pode culminar com o sedenta-rismo e a obesidade.

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Figura 15 – Atividade da vida diária (AVD).

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Desse modo, informações sobre o condi-cionamento cardiovascular podem fornecer referências indiretas sobre o nível de ativida-de física, uma vez que a aptidão cardiovas-cular está relacionada a essas práticas habi-tuais, que envolvem as chamadas atividades da vida diária (AVD), como tomar banho, se vestir, rea lizar tarefas domésticas, ativida-des ocupacionais (trabalho), deslocamentos (trans porte) e atividades de lazer – incluindo esportes, danças, exercícios físicos etc. O obje-tivo deste tema é levar os alunos a perceberem que a evolução nos níveis de condicionamento cardiovascular depende de aumentos sistemá-ticos de ativi dade, isto é, o envolvimento em programas de exercícios/treinamento físico.

Figura 16 – A corrida regular pode constituir um há-bito que auxilia o condicionamento físico geral.

O incremento da atividade física pode pro-mover uma série de benefícios relacionados à composição corporal (redução da gordura e massa corporal total e/ou aumento da massa magra), à melhoria da resistência à insulina e ao aumento na movimentação espontânea (a partir da adoção de estilo mais ativo). Al-guns aspectos, contudo, devem ser levados em consideração, de modo a favorecer maior adesão/permanência (aderência) de crianças e adolescentes a programas de exercícios físi-cos voltados para o emagrecimento e contro-le do peso, conforme discriminado no qua-dro a seguir.

Características de um programa de ati-

vidade física para crianças e jovens obesos

Atividades prazerosas: a prática do exercí-cio físico deve ser direcionada ao prazer e ao bem-estar, pois a justificativa da “aquisição de saúde” não basta como fator motivacional para uma criança tornar-se ou manter-se ativa.

Envolver movimentação por longo tempo ou distância: caminhadas, jogging, ativida-des em cicloergômetros ou esteiras atendem a esse requisito, promovendo alta “queima” energética. Como essas atividades muitas ve-zes são consideradas entediantes pelas crian-ças e jovens, sugere-se, como alternativa, a prática de dança, esportes e jogos coletivos.

Inclusão de exercícios resistidos: ajudam a aumentar a massa magra (que eleva o meta-bolismo basal, auxiliando no balanço ener-gético negativo), a força muscular, a autoes-tima e a sensação de sucesso.

Ressaltar os pontos fortes da criança/jovem obeso: realizar atividades nas quais sejam al-cançados resultados melhores, como aquelas que exigem força.

Devem ser considerados como fatores igualmente importantes a regularidade na prática das atividades físicas/exercícios fí-sicos e a variabilidade nos estímulos apre-sentados, objetivando maior aderência a um estilo de vida fisicamente mais ativo e, consequentemente, maior controle sobre a variação no peso e na composição corporal.

Tão importante quanto estimular a crian-ça ou o adolescente a tornar-se mais ativo é sensibilizar seus familiares a adotar hábitos de vida que incluam alimentação/nutrição

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adequada e atividade física regular, uma vez que pais, parentes e amigos, por sugestão ou reforço, exercem influên cia positiva e direta em sua formação.

Substâncias proibidas: doping e anabolizantes

De acordo com o Ministério do Esporte, doping relaciona-se a substâncias, agentes ou métodos capazes de promover alterações no desempenho e na saúde do atleta ou no “es-pírito do jogo”, em meio a uma competição esportiva ou fora dela. Dopagem, por sua vez, diz respeito à utilização de substâncias, agentes ou métodos capazes de aumentar ar-tificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou contra o espírito do jogo, por oca-sião de uma competição esportiva ou fora dela. Portanto, os termos doping e dopagem relacionam-se especial e diretamente à busca da vitória como o objetivo maior.

De modo geral, tais substâncias, agentes e/ou métodos integram os chamados “recursos ergogênicos”, por serem considerados capazes de aprimorar a capacidade de realizar traba-lho físico, funções fisiológicas e/ou o desempe-nho em competições e treinos (MCARDLE, KATCH & KATCH, 2002). Englobam recur-sos farmacológicos, hormonais, fisiológicos e nutricionais.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pu-blica regularmente uma cartilha/livreto com

orientações aos atletas sobre o uso de medi-camentos no esporte, em que constam infor-mações sobre normas e meios de controle de dopagem, lista de substâncias e métodos proibidos, além da legislação antidoping do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O controle de doping pode ser realiza-do pelo exame de sangue ou urina do atleta em competição ou fora dela, imediatamente após o término de um evento esportivo, podendo ser efetuado a qualquer momento: durante um treinamento, na residência do atleta e até mesmo algum tempo antes ou de-pois de uma competição.

Como qualquer atleta pode ser selecio-nado para controle de doping, a qualquer momento ou em qualquer lugar, considera-se que aquele que:

ausentar-se antes do término de uma prova ou partida e do sorteio ou indicação para o controle de dopagem pode ser considerado dopado;

recusar-se a fornecer material para o con-trole de dopagem será punido com a pena maior – eliminação definitiva (banimento) de competições oficiais;

obtiver resultado positivo para o uso de substâncias e/ou métodos proibidos, sal-vo se para fins terapêuticos e atendendo às normas técnicas relativas a esse aspecto, será penalizado com suspensão de até 360 dias e eliminação (banimento), em caso de reincidência.

Exemplos de substâncias proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional

Agentes anabólicos que promovem crescimento e renovação celular. Entre eles, destacam-se os Esteroides Androgênicos Anabólicos (EAA), que podem ser:

EAA exógenos: não são produzidos naturalmente pelo corpo, por exemplo, estanozolol, nandrolona, tetrahidrogestrinona (THG) e outras substâncias com uma estrutura química similar ou efeitos biológicos similares.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

GH (hormônio do crescimento)

Função fisiológica: hormônio que estimula o desenvolvimento e o crescimento da cartilagem, o crescimento ósseo e o aumento da massa corporal magra, pelo aumento da síntese proteica.

Uso como doping: aumento no desenvolvimento muscular e da massa corporal isenta de gordura, redução da massa adiposa, melhoria da recuperação pós-lesões musculoesqueléticas.

Possíveis efeitos prejudiciais à saúde: acromegalia (crescimento e espessamento de ossos porosos) após a fusão óssea (pés, mãos e face); crescimento de órgãos internos (coração, baço, fígado); fraqueza muscu-loarticular; cardiomiopatias; intolerância à glicose, diabetes e hipertensão.

Insulina

Função fisiológica: principal regulador do metabolismo energético, esse hormônio atua no metabo-lismo e no crescimento celular a partir do transporte de glicose e aminoá cidos para o interior das célu-las, exercendo tanto efeito anabólico sobre a massa muscular (maior transporte de aminoácidos para o músculo e, consequentemente, maior síntese proteica) como anticatabólico (previne e reduz a quebra de proteínas intramusculares).

Mas também fora do meio competitivo/es-portivo, substâncias e métodos caracterizados como doping vêm sendo utilizados por não atletas, especialmente por jovens frequentado-res de academias. Nesse contexto, o principal objetivo é potencializar o aumento da massa muscular, ainda que seu uso exponha o orga-nismo a distúrbios e disfunções que compro-metem, em alguns casos gravemente, o estado de saúde do usuário.

Destacam-se os agentes anabólicos (os chamados anabolizantes) que atuam na fase

positiva do metabolismo, responsáveis pela construção e pelo reparo dos vários tecidos orgânicos, representados pelos comumente referidos “esteroides anabolizantes”, além de hormônios como GH (hormônio do cres-cimento) e insulina. Embora essas substân-cias possam ser produzidas naturalmente pelo organismo humano, elas passaram a ser sintetizadas pela indústria farmacêutica, in-clusive a testosterona sintética, indicada no tratamento de várias doenças. Seu uso como doping representa, portanto, um desvio das finalidades para as quais foram criadas.

EAA endógenos: podem ser produzidos naturalmente pelo corpo, tais como dihidroe piandrosterona (DHEA) e testosterona.

Hormônios e substâncias afins, como seus fatores de liberação: eritropoietina; hormônio do cresci-mento humano, gonadotrofinas, insulinas.

Diuréticos e outros agentes mascarantes que auxiliam na eliminação ou metabolização de subprodutos de outras substâncias proibidas.

Estimulantes: adrenalina (quando não associada a agente anestésico local ou por administração local), como anfetamina, cocaína, efedrina.

Narcóticos e canabinoides: heroína, morfina, haxixe e maconha.

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Uso como doping: recurso ergogênico (voltado à melhoria de rendimento), especialmente por fisicul-turistas e outros frequentadores das academias que buscam hipertrofia muscular e/ou maior definição muscular, em razão do efeito sobre o metabolismo proteico.

Possíveis efeitos prejudiciais à saúde: hipoglicemia (queda dos níveis de glicose sanguínea), visto que em indivíduos não diabéticos os níveis de insulina caem com o exercício, mas isso não ocorre com a administração exógena de insulina, o que favorece a hiperinsulinemia e a consequente redução na produção de glicose durante o exercício. A depender da dosagem, do horário de administração em relação às refeições, além do conteúdo nutricional/energético da dieta, pode levar à morte, caso não ocorra rápida normalização da glicemia.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 NÍVEIS DE (IN)ATIVIDADE FÍSICA

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é propiciar a identificação das implicações dos níveis de atividade física sobre a predisposição à obesidade, a promoção do emagrecimento e o controle de peso. Inicialmente, os alunos realizarão testes para avaliar seu nível de condi-

cionamento cardiovascular e confrontar os re-sultados com um levantamento individual das horas diárias envolvidas com as atividades ha-bituais. Por fim, os alunos irão relacionar os da-dos obtidos à maior predisposição ou proteção ao desenvolvimento de sobrepeso/obesidade.

Esteroides anabolizantes androgênicos

Função fisiológica: são hormônios derivados do colesterol (esteroides), capazes de promover cres-cimento corporal (anabolizantes), principalmente da massa muscular, e desenvolver características sexuais masculinas (androgênicos).

Uso como doping: aumento de massa muscular e da força, o que requer também a adoção de dietas e programas de treinamento adequados a esses objetivos.

Possíveis efeitos prejudiciais à saúde: na infância e adolescência, induzem à redução da estatura final em virtude do fechamento precoce das epífises ósseas. No organismo masculino, promovem atrofia testicular, aumento da próstata, baixa produção de espermatozoides e ginecomastia (aumento das mamas). No orga-nismo feminino, favorecem distúrbios na ovulação, na secreção de estrógenos e na menstruação, regressão das mamas, aumento do clitóris, espessamento dos pelos e voz grave. No organismo em geral, provocam prejuízo da função hepática (hepatite química, e mesmo câncer), cardiomiopatias, redução do HDL-co- lesterol (colesterol “bom”), alta agressividade e mesmo dependência.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Conteúdo e temas: obesidade juvenil: conceito, causas e períodos de desenvolvimento do te-cido adiposo; níveis de (in)atividade física e implicações sobre obesidade/emagrecimento; programa de exercícios físicos para adolescentes obesos.

Competências e habilidades: identificar a relação entre níveis de atividade física, aptidão car-diovascular e predisposição à obesidade e controle do peso corporal.

Sugestão de recursos: computadores conectados à internet; trena; cronômetro; apito; folhas de sulfite e canetas.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 7

Etapa 1 – Avaliação cardiovascular

Proponha aos alunos a realização de testes para avaliar seu nível de condicionamento/re-sistência cardiovascular, cujos resultados serão registrados em uma ficha individual. Garanta

que eles realizem previamente cinco minutos de aquecimento e alongamento. A ficha também deverá conter campos para discriminar sexo, peso e estatura (estes últimos deverão ser men-surados previamente, na própria escola ou, por exemplo, em balanças de farmácias). Para evitar possíveis constrangimentos na utilização dessas fichas em etapas subsequentes, peça aos alunos que as identifiquem com um pseudônimo.

Sugestão de teste para avaliação da resistência cardiovascular

Teste de Tanaka

Teste proposto para avaliar crianças e adolescentes, que deve ser realizado em um local com dis-tância conhecida (pista de atletismo, quadra etc.). Ao longo do local escolhido para o teste, devem ser colocadas marcações (a cada 50 metros ou distâncias menores), a partir da linha de largada, para servir de referência. Após um comando de partida, os alunos devem percorrer a máxima distância possível durante 5 minutos. Essa distância será registrada com o auxílio de uma trena, contando-se o número de voltas completas mais a distância adicional. Os alunos devem ser orientados a manter um ritmo de corrida que permita realizar o teste de forma contínua (sem parar), pois quanto maior a distância percorrida, melhor será o resultado do teste.

Fonte: TANAKA, citado em: GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 75.

Para comparar os resultados, podemos utilizar como referência os dados (expressos em metros) obtidos por Villar (apud GOBBI;

VILLAR; ZAGO, 2005, p. 77), cujos resultados são, conforme a idade, para indivíduos treina-dos e não treinados, respectivamente:

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aos 11 anos, de 1 008 e 895 m; aos 12 anos, de 1 112 e 995 m; aos 13 anos, de 1 160 e 985 m; aos 14 anos, de 1 255 e 1 085 m; aos 15 anos, de 1 343 e 1 119 m.

Esclareça os alunos que o objetivo do tes-te não é comparar os resultados entre eles, mas obter referências individuais para futu-ras comparações com os níveis de (in)ativida-de física habitual de cada um.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apresentadas no texto e, depois, solicite que respondam às ques-

tões na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno.

Neste Tema, vamos tratar de dois assun-tos atuais. Em primeiro lugar, abordaremos a obesidade e a relação do exercício físico com o emagrecimento. Depois, vamos tratar das substâncias que, embora proibidas, são utili-zadas para melhorar o rendimento esportivo.

Emagrecimento e exercícios físicos

Se você perguntar aos seus pais ou avós, vai descobrir que quando eles tinham sua idade havia menos pessoas obesas! Mesmo as crianças que eram gordinhas, com a che-gada do estirão de crescimento, adquiriam uma forma mais equilibrada. Mas veja nos dados a seguir como se configura atualmente essa questão.

Em 2005, uma pesquisa realizada na União Europeia constatou que:

a cada ano, o número de obesos aumenta em meio milhão e isso se dá principalmente entre os jovens;

quase 3 milhões de crianças estão obesas e mais de 14 milhões sofrem com o excesso de peso;

países como Portugal, Itália e Espanha têm

mais de 30% das crianças entre 7 e 11 anos com excesso de peso ou obesidade.

E no Brasil, será que isso é diferente? Veja os dados de uma pesquisa realizada em 2003 pelo Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):

o excesso de peso atinge 38,8 milhões de brasileiros adultos, ou seja, 40,6% da po-pulação. Dessa porcentagem, 10,5 milhões de pessoas são consideradas obesas;

o percentual de adolescentes com excesso de peso foi de 16,7% em 2002-2003, sendo um pouco maior em meninos (17,9%) do que em meninas (15,4%);

em ambos os sexos, esse percentual foi maior entre adolescentes de 10-11 anos (aproxima-damente 22%), diminuindo para 12% -15% no final da adolescência;

a frequência de adolescentes do sexo mas-culino com excesso de peso foi maior nas regiões Sul (22,6%), Sudeste (21,5%) e Centro-Oeste (19,3%) do que nas regiões Norte (15,3%) e Nordeste (11,8%);

entre meninas, o excesso de peso foi ligeira-mente maior nas regiões Sul (17%), Sudes-te (18%) e Centro-Oeste (15,6%) do que na Norte (13,9%) e Nordeste (11,6%).

Confira também os dados da Sociedade Brasileira de Diabetes:

os recursos anuais para a cirurgia bariátri-ca (redução de estômago) serão aumenta-dos, passando de R$ 8 milhões para apro-ximadamente R$ 20 milhões;

na América Latina estima-se que aconte-çam 200 mil óbitos anuais em decorrência de complicações da obesidade.

Observe outro dado interessante divulgado pelo IBGE:

as famílias brasileiras consomem muitos alimentos com alto teor de açúcar, princi-palmente refrigerantes, e quantidade redu-zida de frutas e hortaliças.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Dieta hipercalórica e lazer passivo

Há muitas causas que contribuem para o aparecimento da obesidade. No entanto, as pesquisas apontam que o sedentarismo e a dieta inadequada são fatores preponderantes para levar ao aumento de peso. Quanto mais sedentários somos, menor o gasto energético e menor a resistência aeróbia. A resistência menor significa uma capacidade cardiorrespi-ratória também mais baixa. Portanto, uma ca-pacidade cardiorrespiratória melhor depende de um gasto energético maior tanto nas ativi-dades diárias como no lazer, que pode ou não incluir danças, esportes etc.

Uma pessoa que vai para a escola ou para o trabalho de carro, trabalha ou estuda sen-tada e cujo lazer se resume a computadores, videogames, televisão e restaurantes fast-food dificilmente vai conseguir um gasto energético equilibrado com a alimentação e provavelmen-te engordará. Na seção “Você sabia?”, você encontrará dicas de um programa de exercícios

para crianças e jovens que estão acima do peso, e também vai entender a diferença entre sobre-peso e obesidade.

Doping e anabolizantes

O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe alguns tipos de hormônios, estimulan-tes, diuréticos (porque aceleram a eliminação de substâncias) e narcóticos. O mais comu-mente usado tanto por atletas como por usuá-rios de academia é o anabolizante. Ele pro-move aumento da massa muscular, aumento da força e reforça as características sexuais masculinas. A simples ingestão do anaboli-zante não é suficiente para obter o resultado esperado: treinos e alimentação rigorosos são necessários.

E por que os anabolizantes são proibidos? Além dos efeitos prejudiciais à saúde que va-mos relacionar, nas competições, espera-se que os adversários participem das provas ou dos jogos sem nenhum recurso externo, que as capacidades físicas tenham se desenvolvido em função do treinamento e da alimentação adequados.

Algumas pessoas que usam anabolizantes conhecem seus efeitos nocivos, no entanto, arriscam-se para tentar atingir a forma deseja-da. Confira alguns desses efeitos prejudiciais.

no homem: aumento das mamas, atrofia testicular, aumento da próstata e diminui-ção da produção de espermatozoides;

na mulher: diminuição das mamas, aumen-to dos pelos e voz grave;

em homens e mulheres: agressividade, dependência da substância, hepatite quí-mica ou câncer hepático e redução do co-lesterol bom.

De acordo com as informações do texto, responda às questões que se seguem:

Dieta hipercalórica.

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1. O número de pessoas com excesso de peso está:

a) aumentando.b) diminuindo.c) estabilizado.d) impossível concluir.

2. Comente a dieta adotada pelos brasilei-ros, apontada pelo IBGE, em relação ao controle de peso.

Dieta hipercalórica e inadequada, alta ingestão de açúcar e

gordura e pouca ingestão de frutas e hortaliças.

3. A partir dos dados do IBGE, descreva como o excesso de peso tem se manifestado entre os adolescentes brasileiros.

A frequência de adolescentes com excesso de peso foi

de 16,7%, e um pouco maior em meninos (17,9%) do

que em meninas (15,4%).

4. Na sua opinião, além da alimentação, que outra medida se pode adotar para manter o peso ou mesmo para diminuí-lo?

Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno indique

exercícios físicos.

Etapa 2 – (In)Atividade física habitual

Oriente os alunos para que realizem um levantamento individual referente ao número total de minutos envolvidos diariamente com os seguintes blocos de atividades:

dormir (durante a noite e/ou dia); assistir TV, jogar videogame, utilizar o computador;

realização de tarefas domésticas ou ativi-dades ocupacionais (trabalho);

deslocamento (transporte); atividades de lazer, incluindo esportes, danças, exercícios físicos etc.

Essas informações também deverão ser re-gistradas na mesma ficha individual utilizada na etapa anterior.

Recolha as fichas individuais e distribua-as aleatoriamente entre os alunos, para que, divi-didos em grupos, analisem seus dados, procu-rando estabelecer relações entre os resultados obtidos no teste cardiovascular, as informa-ções individuais sobre os níveis de (in)ativida-de física diária e demais dados pessoais, como sexo, peso e estatura.

Discuta o conjunto dos dados com os alu-nos, dando suporte à identificação de possí-veis influên cias dos níveis de atividade física habitual, possível sobrepeso/obesidade e os resultados do teste de resistência. Além disso, incentive uma discussão sobre quais fatores motivacionais influenciam o envolvimento dos alunos com as referidas tarefas/ocupações informadas em seus perfis, buscando eviden-ciar a predileção deles por um comportamen-to mais sedentário ou mais ativo. Finalize apresentando sugestões para um programa de exercícios físicos que melhore a condição car-diovascular e auxilie no controle do peso.

Professor, após aplicar o teste para avaliação da resistência cardiovas-cular e aeróbia nos alunos, peça que anotem o resultado na tabela

da seção “Lição de casa”, e depois que leiam o texto com recomendações de exercícios, no Caderno do Aluno.

Teste e (in)atividade física habitual

O professor vai aplicar um teste para ava-liar sua resistência aeróbia. Nas tabelas a seguir, além do resultado do teste, anote o tempo (em minutos) que você gasta nas ati-vidades descritas.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Nome (pseudônimo):

Idade: Sexo: Peso: Altura:

Faixa etária Treinados Não treinados

11 anos 1 008 m 895 m

12 anos 1 112 m 995 m

13 anos 1 160 m 985 m

14 anos 1 255 m 1 085 m

15 anos 1 343 m 1 119 m

TESTE (resistência aeróbia)

Data

Metros percorridos

ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL

Atividade Tempo

Dormir (noite e/ou dia)

Assistir à TV, jogar videogame, utilizar o computador

Tarefas domésticas ou trabalho

Deslocamento (transporte)

Atividades de lazer (incluindo atividades físicas)

Veja os resultados esperados para indivíduos treinados e não treinados, respectivamente, nas diversas faixas etárias. Lembre-se de que um teste de resistência aeróbia compara você com você mesmo, e não com seus colegas!

O professor utilizará esses dados para a pro-posta da aula com a sua turma. Mas, antes dis-

so, reflita se as horas que você dedica às ativi-dades descritas interferem no seu rendimento.

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Você sabia?

Excesso de peso: sobrepeso ou obesidade

No início do texto da seção “Para começo de conversa”, ao divulgar as estatísticas sobre obesidade, as palavras “excesso de peso” e “obesidade” apareceram algumas vezes. Qual é a diferença entre elas?

Existe uma classificação adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem o Índice de Massa Corporal (IMC) como referência. Veja a tabela a seguir:

Balança e fita métrica.

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Categoria IMC

Abaixo do peso Abaixo de 18,5

Peso normal Entre 18,5 e 25

Acima do peso Entre 25 e 30

Obesidade Grau I 30,0 – 34,9

Obesidade Grau II 35,0 – 39,9

Obesidade Grau III 40,0 e acima

O IMC é obtido dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. Se você ainda não aprendeu essa fórmula, o professor a ensinará quando o tema for novamente abordado. Observe que, na linha que diz “acima do peso”, o IMC está entre 25 e 30 kg/m2 e a pessoa está com sobrepeso (ou acima do peso), mas não está com obesidade. Esses parâmetros são atribuídos a partir de indicadores de saúde e não de estética, não se esqueça disso. Note também que há riscos para quem está “abaixo do peso”. Converse com seu professor se você tiver dúvidas.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Recomendações para um programa de exercícios visando ao emagrecimento de crianças e jovens

1. Quanto tempo você aguenta fazer uma atividade de que não gosta? Você até emagrece, mas aí larga a atividade porque não aguenta mais. Pois é, não adianta escolher uma atividade física que não lhe dê prazer. Se você gosta de caminhar no parque, faça isso. Certamente, você terá um resultado mais rápido praticando uma de que goste mais. A ideia é que ela se torne um hábito na sua vida. Lembra-se do Princípio da Continuidade?

2. A combinação de exercício aeróbio (andar, fazer um trote leve, bicicleta, esteira etc.) de longa duração (mais de 30 minutos) e exercícios de força (hipertrofia ou resistência muscular) é o mais indicado para o emagrecimento. Contudo, não se esqueça da recomendação de realizar algo de que você goste. Ou seja, se você prefere vôlei ou jogar outra modalidade esportiva, bom jogo!

3. E, principalmente: não seja tão duro consigo mesmo se estiver acima do peso! Ressalte suas habilidades. Provavelmente, você não é o mais veloz. Mas, quem sabe, não é um dos mais fortes?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 SINAL VERMELHO! SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS

O objetivo desta Situação de Aprendi-zagem é identificar a relação entre casos de doping veiculados na mídia e o uso de subs-tâncias anabolizantes dentro e fora do meio esportivo. Inicialmente, os alunos farão um levantamento nas diversas mídias sobre casos famosos de doping no esporte, atuais ou não. Do mesmo modo, devem consultar sobre: a

ocorrência do uso de anabolizantes e outras substâncias, como doping, em academias, seus pretensos efeitos sobre o treinamento físico e prejuízos sobre a saúde dos usuários. Com base nesses dados, devem elaborar e apresentar uma dramatização cujo personagem principal seja um praticante de musculação que faz uso de anabolizantes.

Conteúdo e temas: doping; hormônio do crescimento (GH); insulina e esteroides anaboli-

zantes; efeitos sobre o rendimento corporal e prejuízos à saúde.

Competências e habilidades: compreender o significado de doping; conhecer os possíveis efei-

tos positivos sobre o treinamento físico e os efeitos negativos à saúde associados ao uso de

substâncias anabolizantes (GH, insulina e esteroides anabolizantes).

Sugestão de recursos: computadores conectados à internet.

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Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 8

Etapa 1 – Doping em foco

Solicite aos alunos que, divididos em pe-quenos grupos, realizem um levantamento nas diversas mídias (a internet pode ser um meio privilegiado) sobre casos famosos de doping no esporte, atuais ou não. Peça que veri-fiquem a quais modalidades esportivas os casos levantados estão vinculados e os possíveis pre-juízos à saúde decorrentes do uso de tais subs-tâncias. Posteriormente, eles devem confrontar os dados coletados para tentar evidenciar quais são as modalidades esportivas mais associadas ao uso de doping e qual relação entre essas mo-dalidades e o tipo de substância utilizada, com destaque para o uso de anabolizantes. Os pro-dutos da pesquisa poderão ser registrados por escrito e apresentados a toda a turma. Auxilie os alunos na análise global dos dados e, por fim, apresente informações gerais sobre os possíveis prejuízos à saúde causados pelo uso de doping.

Figura 17 – Alerta contra o uso de doping.

Professor, coordene a pesquisa com os alunos organizados em grupos sobre os casos de doping no esporte, seguindo o roteiro da

atividade na seção “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno.

Doping em foco

Com a orientação do professor, façam um le-vantamento nas mídias (jornais, internet, revistas

etc.) sobre casos famosos de doping no esporte. Fiquem atentos aos seguintes pontos:

A) A modalidade esportiva dos atletas mencionados.

Há relação entre as modalidades esportivas praticadas e o tipo de doping que eles eventual-mente utilizam? Uma modalidade usa mais anabolizante do que outras? Qual é o tipo de substância utilizada em cada caso? Por quê?

O resultado dependerá das matérias que os alunos coletarem,

mas espera-se que haja maior incidência de casos de doping

em algumas modalidades (como o atletismo, por exemplo) do

que em outras. Além disso, é desejável que os alunos possam

conhecer as diversas substâncias que afetam o rendimento es-

portivo e que a escolha de uma ou outra depende da função

ou capacidade física que se pretende incrementar.

B) A ingestão de substâncias nocivas e/ou proibidas nas academias e usadas a fim de obter determinado padrão de beleza.

A intenção é fazer que o aluno reflita sobre a adoção desses

comportamentos nocivos à saúde, que também ocorrem

fora do ambiente competitivo, para atender as exigências do

padrão de beleza.

Leve para a escola a pesquisa que vocês fizeram a partir desse roteiro e construam, com o professor, uma análise global sobre os dados coletados pela turma toda.

Etapa 2 – Representação ou realidade? Doping em academias

Proponha aos alunos a elaboração e a apre-sentação, em grupos de seis a oito integrantes, de uma dramatização, cujo personagem prin-cipal seja um jovem praticante de musculação, adepto do uso de substâncias proibidas. Com o objetivo de obter melhores resultados em sua prática esportiva, o jovem acaba sofrendo efeitos colaterais prejudiciais à saúde. Outros personagens devem ser incluídos na dramati-

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

zação, representando amigos, parentes, cole-gas de academia etc.

A fim de fornecer conteúdos para o ro-teiro (você pode aproveitar o mesmo roteiro da “Pesquisa em grupo”), oriente os alunos a pesquisarem, previamente, em textos ou sites, indicados ou não por você, informações sobre a ocorrência do uso de anabolizantes em academias; seus pretensos efeitos sobre o treinamento físico; os prejuízos que podem causar à saúde dos usuários.

Peça também que retomem os conteúdos do tema padrões de beleza corporal, ginástica e saúde, desenvolvidos anteriormente, particu-larmente aqueles referentes à identificação de interesses e motivações envolvidos na prática das ginásticas de academia, e à associação entre exercício físico e busca de padrões de beleza cor-poral promovidos pelas mídias.

Os grupos devem apresentar suas drama-tizações a toda turma. Opcionalmente, os alunos poderão apresen tá-las em formato au-diovisual (vídeo). Ao final das apresentações, faça comentários, complementações e corre-ções, sempre que julgar necessário, e procure desencadear um debate que permita a eles se posicionarem pessoalmente diante do uso de anabolizantes em academias.

Professor, solicite aos alunos que respondam as questões apresen-tadas na seção “Você apren-deu?”, no Caderno do Aluno.

1. Seu lazer encontra-se associado principal-mente a que situações/ocupações?

Resposta pessoal.

2. Que fatores motivam você a adotar hábitos mais sedentários ou mais ativos?

Resposta pessoal.

3. Quais as implicações dos níveis de (in)ati-vidade física habitual sobre o controle do peso corporal?

Espera-se que o aluno estabeleça a relação entre aumen-

to da composição corporal e inatividade.

4. Alguns usuários de anabolizantes sabem dos riscos de sua utilização para o orga-nismo. Por que então fazem uso dessas substâncias?

Utilizam essas substâncias em função da competição,

da pressão por resultados ou para conseguir mais rapi-

damente o corpo que reflete o padrão de beleza.

5. Que alternativas saudáveis/naturais poderiam ser adotadas para atingir os efeitos pretendi-dos pelo uso de anabolizantes exógenos?

Alimentação adequada e exercícios físicos regulares.

ATIVIDADE AVALIADORA

Procure avaliar, ao longo da Situação de Aprendizagem 7, se os alunos conseguem re-lacionar seu histórico de (in)atividade física ao seu nível de condicionamento cardiovas-cular. Estimule-os a refletir sobre questões como:

A que situações/ocupações seu lazer en-contra-se principalmente associado?

Que fatores motivam a adoção de hábitos mais sedentários ou mais ativos?

Quais as implicações dos níveis de (in)ativi-dade física habitual sobre a predisposição ao controle do peso corporal e/ou à obe-sidade?

Na apresentação da dramatização proposta na Situação de Aprendizagem 8, procure ava-liar se os alunos conseguem relacionar as impli-cações do uso de anabolizantes sobre o desem-penho físico e/ou estado de saúde dos usuários. Estimule-os a refletir sobre questões como:

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O que motiva a utilização de substâncias ana-bolizantes dentro e fora do meio esportivo?

Os usuários de substâncias anabolizantes têm conhecimento dos riscos que sua utili-zação pode trazer ao organismo? Em caso positivo, por que optam por utilizar tais substâncias apesar dos riscos?

Quanto tempo, frequência e dosagem se-riam necessários para que o uso de anabo-lizantes promovesse vantagens no rendi-mento e/ou prejuízos à saúde?

Que alternativas saudáveis poderiam ser adotadas para atingir os efeitos vantajo-

sos pretendidos pelo uso de anabolizantes exógenos?

Essas e outras questões semelhantes pode-rão ser respondidas pelos alunos, individual-mente ou em grupo, por escrito ou oralmente. Faça as correções sempre que necessário.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apre-sentadas na seção “Aprendendo a aprender”, “Para refletir” e “Tome

nota!”, no Caderno do Aluno.

Coma mais frutas, verduras e legumes

Provavelmente, você já ouviu sua mãe ou seu professor falar que é importante comer fru-tas, legumes e verduras. Eles estão certíssimos! Existem, pelo menos, seis excelentes motivos para jamais deixar de consumir esses alimen-tos. Saiba um pouco mais de cada um deles.

Motivo 1: são ricos em vitaminas, minerais e fibras. Esses nutrientes protegem o organismo contra várias doenças: asma, bronquite, car-diopatia, pressão alta e muitas outras.

Motivo 2: apesar de serem ricos em vitaminas, minerais e fibras, possuem baixa quantidade de energia. Por isso, comer esses alimentos todos os dias ajuda a manter o peso e a evitar que a pessoa engorde.

Motivo 3: melhoram a saúde e dão mais disposição (ânimo) para as atividades do dia a dia.

Motivo 4: possuem uma grande quantidade de fibras, que ajudam o intestino a funcionar melhor.

Motivo 5: são baratos e fáceis de encontrar.

Motivo 6: apresentam uma grande variedade de tipos, cores e sabores prontos para serem experimentados. Certamente você vai gostar de muitos deles. Veja alguns exemplos.

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

Verduras: alface, acelga, agrião, almeirão, brócolis, chicória, couve-flor, couve, escarola, espinafre, repolho, rúcula, salsa e salsão.

Legumes: cenoura, beterraba, abobrinha, abóbora, pepino, pimentão e chuchu.

Frutas: acerola, laranja, abacaxi, goiaba, melancia, tangerina, banana, pera, tomate, maçã, manga, morango, mamão e uva.

Para conseguir todos esses benefícios, as frutas, as verduras e os legumes devem sempre fazer parte da alimentação. Por quê? Como o corpo humano não tem capacidade de arma-zenar muitas vitaminas, minerais e fibras, é necessário repor diariamente esse “estoque”. Só assim está garantida a quantidade necessária de nutrientes para o bom funcionamento do organismo. Para que nosso corpo receba diferentes nutrientes, é importante consumir uma variedade de frutas, verduras e legumes.

Quanto desses alimentos devemos comer todos os dias?

O ideal são três porções ou mais de frutas. De que tamanho? Três frutas médias, como ba-nana, maçã ou pera, ou três fatias de frutas como mamão, abacaxi, melancia e melão. Frutas são ótimas em sobremesas e lanches.

No caso dos legumes e das verduras, o ideal é consumir três porções diárias como parte das refeições. Cada porção equivale a uma xícara e meia (de chá) de verduras e legumes crus ou cozidos ou dois pratos de vegetais folhosos (alface, repolho, acelga etc.).

Para refletir

De que frutas você mais gosta? Já comeu alguma hoje?

De quais legumes e verduras você mais gosta?

Você experimentou alguma verdura ou algum legume esta semana? E no último mês?

Tome nota!

Agora você deve saber que:

Comer laranja e banana diminui a vontade de comer doces?

Quando nos alimentamos de brócolis, comemos o caule juntamente com as flores?

Muita gente pensa que o tomate é um legume, mas na verdade trata-se de um fruto e um dos ali-mentos mais cultivados no mundo?

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PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso, pelas várias etapas das Situações de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, criar outras Situações de Aprendizagem em que tais questões possam ser retomadas. Essas situações devem ser diferentes, de preferência, daquelas nas quais os alunos apresentaram dificuldades de entendimen-to. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,

envolver todos ou apenas aqueles que apre-sentaram dificuldades.

Uma possibilidade é a de que, a partir das informações apresentadas ao longo das etapas, os alunos façam, por meio de um texto escrito, uma avaliação do próprio es-tilo de vida, apontando hábitos favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento de uma boa condição cardiovascular e de controle de peso.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros

BOUCHARD, Claude. Atividade física e obe-sidade. São Paulo: Manole, 2002. Aborda o caráter epidemiológico da obesidade e do ex-cesso de peso, destacando suas determinantes biológicas e comportamentais, além do papel da atividade física na prevenção e no tratamen-to desse problema nas diferentes faixas etárias ao longo da vida.

GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condi-cionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. O livro tem como preocupação central explicitar as bases sobre as quais está assentado o desenvolvimento de capacidades físicas, enquanto componentes do condiciona-mento físico.

GUEDES, Dartagnan P.; GUEDES, Joana E. R. P. Controle do peso corporal: compo-sição corporal, atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998. Enfoca aspectos relacionados à orientação dietética e à práti-ca de atividade física, voltados à prevenção

e ao tratamento da obesidade, destacando o controle do peso em populações jovens.

MCARDLE, William D.; KATCH, Frank; KATCH, Victor L. Recursos ergogênicos. In: ______. Fundamentos de fisiologia do exercí-cio. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 468-501. Situa os recursos ergogêni-cos como um dos fatores que afetam a função fisiológica, a transferência de energia e o de-sempenho nos exercícios.

WEINECK, Jürgen. Doping e capaci dade de desempenho esportivo. In: ______. Biologia do esporte. 7. ed. São Paulo: Manole, 2005. p. 515-536. Trata de aspectos relacionados ao desenvolvimento histórico do doping, dos ti-pos e efeitos de seus diferentes meios, dentre os quais os esteroides anabolizantes, além da problemática relativa à sua proibição.

Artigo

SILVA Jr., Sergio H. A. da; SOUZA, Israel; SILVA, Jonas H. A. da; OLIVEIRA, Jorge W. de; SOUZA, Marcos A. de. Perfil de atletas de

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Educação Física – 7a série/8o ano – Volume 2

academia: o uso de anaboli zantes e suplemen-tos nos programas de atividade física. Revista Digital, Buenos Aires, v. 13, n. 119, abr. 2008. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd119/uso-de-anabolizantes-e-suplementos- nos-programas-de-atividade-fisica.htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Investiga o uso de anabolizantes e de suplementos alimentares em frequentadores de academia.

Sites

Associação Brasileira para o Estudo da Obe-sidade e da Síndrome Metabólica – ABESO. Disponível em: <http://www.abeso.org.br>. Acesso em: 12 nov. 2013. Disponibiliza infor-mações atualizadas sobre obesidade (fatores

etiológicos, estratégias de controle, índices em diversas regiões do Brasil e do mundo) e suas impli cações sobre a saúde, a partir de artigos acessados em sua página principal e contidos no periódico on-line da ABESO, a Revista Abeso.

Comitê Olímpico Brasileiro – COB. Uso de me-dicamentos no Esporte (Cartilha do Comitê Olímpico Brasileiro). Disponível em: <http://www.cob.org.br/movimento-olimpico/antido ping>. Acesso em: 10 fev. 2014. Aborda infor-mações sobre doping; relação das substâncias proibidas em competição, associadas ou não a modalidades esportivas específicas; normas básicas de controle da dopagem nas partidas, provas ou equivalentes no esporte.

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QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano 8a série/9o ano

Vol

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1

Jogo e esporte: competição e cooperaçãoJogos populares Jogos cooperativosJogos pré-desportivosEsporte coletivo: princípios gerais– Ataque– Defesa– Circulação da bola

Organismo humano, movi-mento e saúdeCapacidades físicas: noções gerais (agilidade, velocidade e flexibilidade) – A importância do alonga-mento e do aquecimento

EsporteModalidade coletiva: futsal– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movi-mento e saúdeCapacidades físicas: noções gerais (força e resistência)– A importância da postura adequada

EsporteModalidade individual: atletismo (corridas e saltos) – Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Atividade rítmicaManifestações e representações da cultura rítmica nacional– Danças folclóricas/regionais– Processo histórico– A questão do gênero

Organismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas: aplicações no atletismo e na atividade rítmica

EsporteModalidade coletiva: basquetebol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas e aplicações no basquetebol

EsporteModalidade individual: atletismo (corridas, arremessos e lançamentos)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

LutaModalidade: caratê.– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movi mento e saúdeCapacidades físicas: aplicações no atletismo e na luta

EsporteModalidade coletiva: a escolher– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo– Noções de arbitragem

GinásticaPráticas contemporâneas– Princípios orientadores– Técnicas e exercícios

LutaModalidade: capoeira– Capoeira como luta, jogo e esporte– Princípios técnicos e táticos– Processo histórico

Atividade rítmicaManifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance– Coreografias– Diferentes estilos como expressão sociocultural– Principais passos e movimentos

EsporteModalidade coletiva: futebol de campo– Técnicas e táticas como fato-res de aumento da complexida-de do jogo– Noções de arbitragem– Processo histórico– O esporte na comunidade escolar e em seu entorno: espa-ços, tempos e interesses– Espetacularização do esporte e o esporte profissional– O esporte na mídia– Os grandes eventos esportivos

Vol

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2

EsporteModalidade individual: ginás-tica artística – Principais gestos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movi-mento e saúdeAparelho locomotor e seus sistemas

EsporteModalidade coletiva: handebol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movi-mento e saúdeNoções gerais sobre ritmo:jogos rítmicos

EsporteModalidade individual: ginástica rítmica– Principais gestos– Principais regras– Processo histórico

GinásticaGinástica geral– Fundamentos e gestos– Processo histórico: dos métodos ginásticos à ginástica contemporânea

EsporteModalidade coletiva: voleibol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

LutaPrincípios de confronto e oposição– Classificação e organização– A questão da violência

Atividade rítmicaManifestações e representações de outros países– Danças folclóricas– Processo histórico– A questão do gênero

GinásticaPráticas contemporâneas: ginásticas de academia– Padrões de beleza corporal, ginás-tica e saúde

Organismo humano, movimento e saúdePrincípios e efeitos do treinamento físico

EsporteModalidade individual ou coletiva (ainda não contemplada)– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Organismo humano, movimento e saúdeAtividade física/exercício físico: implicações na obesidade e no emagrecimentoDoping: substâncias proibidas

EsporteJogo e esporte: diferenças conceituais e na experiência dos jogadores – Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol– Princípios técnicos e táticos– Principais regras– Processo histórico

Atividade rítmicaOrganização de festivais de dança

EsporteOrganização de campeonatos

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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERALNOVA EDIÇÃO 2014-2017

COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB

Coordenadora

Maria Elizabete da Costa

Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva

Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF

Valéria Tarantello de Georgel

Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escolaValéria Tarantello de Georgel

Coordenação Técnica Roberto Canossa

Roberto Liberato

S el Cristina de lb er e o

EQUIPES CURRICULARES

Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos

Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli

Ventrella.

Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria

Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,

Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto

Silveira.

Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula

de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro

e Neide Ferreira Gaspar.

Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria

Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos

Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,

Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli

Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.

Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,

Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio

Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira

Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione.

Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth

Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e

Rodrigo Ponce.

Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,

Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e

Maria da Graça de Jesus Mendes.

Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos

Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata

Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da

Luz Stroeymeyte.

Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Roseli Gomes de Araujo da Silva.

Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira.

Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.

História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas Otheguy Fernandez.

Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani.

PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO

Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.

Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bom m, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero.

Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres.

Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,

Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes.

Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves.

Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati.

Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghel Ru no, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi.

Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.

Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.

Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano.

História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.

Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir.

Apoio:Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE

CTP, Impressão e acabamentoEsdeva Indústria Grá ca Ltda.

Page 89: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.

* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).

* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.

Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação física, ensino fundamental anos nais, a série / 8o ano / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. - São Paulo: SE, 2014.

v. 2, 88 p.

Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Pro ssional CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.

ISBN 8-8 - 84 - -

1. Ensino fundamental anos nais 2. Educação física . Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Neto, Luiz Sanches. V. Betti, Mauro. VI. Título.

CDU: 1. :80 . 0

S2 m

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís

Martins e Renê José Trentin Silveira.

Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu

Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e

Sérgio Adas.

História: Paulo Miceli, Diego López Silva,

Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e

Raquel dos Santos Funari.

Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza

Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,

Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina

Schrijnemaekers.

Ciências da Natureza

Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.

Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo

Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene

Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta

Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,

Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso

Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.

Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,

João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,

Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida

Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria

Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo

Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,

Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,

Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.

Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,

Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo

de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,

Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell

Roger da Puri cação Siqueira, Sonia Salem e

Yassuko Hosoume.

Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse

Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe

Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa

Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda

Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.

Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de

Felice Murrie.

GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-201

FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI

Presidente da Diretoria Executiva Mauro de Mesquita Spínola

GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO

Direção da Área Guilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão Editorial Denise Blanes

Equipe de Produção

Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida.

Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Bianco e Vanessa Leite Rios.

Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Design Grá co e Occy Design (projeto grá co).

CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira

CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini (coordenadora) e Ruy Berger (em memória).

AUTORES

Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.

Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.

LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.

LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González.

Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.

Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.

Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli.

Page 90: Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II

Valid

ade: 2014 – 2017