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A escravidão africana foi um dos pilares da estrutura social e econômica do Brasil colonial e imperial, junto com o latifúndio e a exclusão da população pobre da política.
Portugal aboliu a escravidão na metrópole em 1761, entretanto, usou mão de obra escrava em suas colônias até os anos de 1800. Qual a razão disso?
O português que veio para a colônia veio como um “empresário”, não um trabalhador braçal. Seu objetivo era tomar a terra, produzir pelo menor preço possível e vender para Portugal.
Outro motivo que com a quantidade de terras devolutas, ou seja, sem donos, se a mão de obra fosse livre, qualquer um poderia sair e pegar um pedaço para si. Deixar de ser empregado e se torna um camponês.
Inicialmente, os portugueses tentaram a escravização dos índios, mas a resistência deles, as doenças que os dizimaram e a fuga para o interior impediram essa escravidão.
Diante do insucesso da escravidão indígena, até mesmo pelos índios desconhecerem o trabalho obrigatório e contínuo – embora, estejam longe de ser preguiçosos – ,os portugueses adotam os africanos como escravos.
O suprimento de escravos africanos era garantido por um lucrativo (e legal) comércio, o tráfico negreiro, onde os escravos transportados nos navios negreiros (ou tumbeiros).
Os navios negreiros eram conhecidos como tumbeiros por causa do alto índice de mortandade no navio, causada por doenças, calor excessivo, repressão de rebeliões dos escravos ...
... a partir de 1845, quando o tráfico se tornou ilegal, a “carga” era jogada ao mar para evitar a apreensão do navio pela marinha inglesa.
Estima-se que quase 5 milhões de pessoas morreram nos navios negreiros.
Um filme que trata sobre o tráfico negreiro: “Amistad”.
O tráfico negreiro era realizado em três etapas: a compra de prisioneiros de guerras de outras tribos africanas, o transporte pro Brasil e a venda em mercados de escravos.
Os portugueses compravam os prisioneiros de tribos africanas (que já conheciam a escravidão) em troca de armas, dinheiro e outros produtos.
Muitas tribos se fortaleceram graças ao tráfico e se tornaram poderosos reinos. O mais famoso deles foi o reino de Daomé.
Atenção: Nessa época não existiam construções como o “Pan-africanismo” ou “Negritude” (ideia de que os negros tem que se unir e superar o racismo), portanto, não era uma luta de “negros contra negros”, era uma guerra entre tribos. Como as guerras da Europa são apenas guerras entre países!
Os escravos aqui exerciam diversas funções: nas lavouras de café e de cana, nos serviços domésticos, na mineração ...
Existiam diversas modalidades de escravos:
Os escravos das lavouras e engenhos eram os que sofriam com as piores condições de vida e trabalho;
Existiam escravos urbanos, que andavam pela cidade exercendo funções como barbeiros, sapateiros, quituteiras ... Ao final do dia entregavam parte dos seus ganhos ao seu dono. Eram os “escravos de ganho”.
Existiam os escravos domésticos, os que viviam na casa do senhor o servindo e servindo sua família, criando seus filhos ... Eram as mucamas, amas de leite e etc.
As péssimas de vida e trabalho eram, entretanto, a tônica da escravidão no Brasil. Carga horária de 15 a 16 horas, péssimas condições de habitação, alimentação e saúde precárias e castigos ...
Os castigos serviam como “exemplos” aos escravos “preguiçosos”, os que fugiam, os que se revoltavam ...
As péssimas condições de vida levaram as resistências a escravidão: aborto das escravas, suicídio, sabotagem ao trabalho e da produção, quebra das máquinas e ferramentas, ataques aos senhores, locais de fuga e reunião dos escravos fugitivos, os quilombos ...