Agrupamento de Escolas de São João da Talha

Ano Lectivo 2015/2016

Trabalho Realizado por: Alexandra Mouco nº 1

Madalena Fernandes nº 10

Disciplina: Sociologia

Prof. Leonor Alves

Famíli

Introdução

Existem vários tipos de famílias e ao longo dos anos o conceito de família tem vindo a evoluir de diferentes formas, consoante cada tipo de família (cada uma evoluiu à sua maneira). Com este trabalho pretendemos explorar um pouco a evolução que levou à existência de várias e novas formas de vida familiar, não só no geral mas também em Portugal, bem como o que a família representa e a estrutura da mesma. A acompanhar com as informações iremos também analisar alguns gráficos dos principais indicadores demográficos em Portugal.

Conceito de família

A família é uma das instituições sociais mais antigas e o grupo social primário. Na família estabelecem-se sempre relações de parentesco, que podem ser baseadas em laços de sangue, casamento ou adopção. A casa é o espaço comum partilhado por todos os elementos da família, o que quer dizer que a família é um grupo social doméstico; é a partir deste lugar comum que gira a organização e constituição da família, e onde os seus membros realizam algumas das suas funções básicas, nomeadamente reprodução, socialização, produção e consumo.

Estrutura da família

Podemos falar em família extensa ou consanguínea quando esta é constituída por irmãos que estão ligados uns aos outros por terem pais comuns, ou seja, marido e mulher, que consequentemente estão ligados pelo casamento; temos ainda o caso dos primos, que estão ligados pois o pai/mãe de um é irmão de um dos pais do outro; existem também os parentes por afinidade que se ligam uns aos outros porque um se casou com o filho/irmão do outro.

Quando pensamos em família, é usual termos em conta um grupo mais restrito, isto é, o marido/pai, a mulher/mãe e os filhos biológicos ou adoptivos; a esta chamamos família conjugal ou nuclear.

Em qualquer um dos casos, a família normalmente partilha uma residência comum e os seus membros tentam cooperar para que as necessidades de todos sejam satisfeitas da melhor forma possível.

Evolução da família ao longo do tempo

Ao longo do tempo, o termo “família” tem vindo a sofrer diversas alterações, bem como os indivíduos constituintes da mesma e suas respectivas funções. Antigamente, era considerada uma família aquela que fosse composta por uma mãe, um pai, e os respectivos filhos (normalmente eram no mínimo 2 ou 3, muitas vezes mais que isso, devido sobretudo à falta de métodos contraceptivos); em que a mãe era encarregue das tarefas domésticas incluindo cuidar dos filhos, o pai era quem trabalhava para o sustento da família, e os filhos iam à escola mas por um curto espaço de tempo, pois iam também trabalhar quando ainda eram muito jovens.

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Actualmente, torna-se cada vez mais normal ver-se uma família constituída apenas por um progenitor e o seu filho, por exemplo, pois o divórcio tem-se vindo a tornar cada vez mais frequente ou até cada vez menos os casais decidem casar-se, pelo menos tão cedo como antes. Desta forma, o futuro das crianças é então tido mais em conta na medida em que estas são agora obrigadas a frequentar a escola até determinada idade ou ano de escolaridade. Por outro lado, as tarefas de cada progenitor também evoluíram: a mulher tem um papel cada vez mais ativo na sociedade, daí a não poder ficar em casa só para cuidar dos filhos, e, assim, o homem é muitas vezes quem fica encarregue desta tarefa; esta questão faz com que o numero de filhos em cada família seja então cada vez mais reduzido, não ultrapassando os dois na maioria. Com a legalização do casamento entre casais do mesmo sexo, esta nova forma familiar ainda está no início da sua integração na sociedade em vários países.

Tal como os vários tipos de família foram evoluindo, também o casamento sofreu alterações com o passar dos séculos. Para a nossa sociedade (ocidental), existe apenas o casamento monogâmico e onde existe liberdade de escolha, em que há um homem para uma mulher; no entanto, sabe-se que nem sempre foi assim, pois no tempo dos reis apesar do casamento ser monogâmico o marido e a sua esposa eram impostos por motivos da realeza. A maioria das sociedades do mundo já conheceu a família composta, isto é, a família que se baseia no casamento polígamo, que permite a pluralidade de conjugues. Como já referimos anteriormente, o processo de casamento mudou ao longo do tempo mas varia também de sociedade para sociedade; por exemplo, ainda hoje em algumas sociedades tribais a esposa é comprada pelo marido.

Novos tipos de família

A família é algo que está em constante mudança e, como consequência disso, vemos novas tipos de família aparecerem ao longo dos anos. Actualmente podemos falar em 4 novos tipos de família, são eles os seguintes:

o Monoparental: Este tipo de família é constituído por um individuo adulto (pai ou mãe) e os respectivos filhos. Isto acontece em casos em que os pais se separam ou quando algum dos cônjuges morre. Pode-se verificar o aumento do nº de famílias monoparentais devido à taxa de divórcio relativamente elevada desde a guerra (68% em Portugal, em 2014) e à idade média do primeiro casamento ser cada vez mais tarde (em Portugal, é de 32.1 para os homens e 30.6 para as mulheres, em 2014).

o Recomposta: Este tipo de família, que também pode ser designado de reconstituída, é constituído por um casal que já tem filhos de casamentos anteriores e que se volta a casar. São nestes casos que surgem as madrastas e os padrastos. Como o nº de divórcios tem vindo a aumentar supõem-se que também o nº de famílias recompostas tem vindo a crescer. Não há dados concretos de anos anteriores, apenas de 2011 onde se verifica que os núcleos deste tipo de família correspondem a 6.55% do total de famílias em Portugal.

o Homossexual: Este tipo de família é constituído por 2 pessoas do mesmo sexo, estando casadas e a partilhar casa. O casamento homossexual foi aceite há pouco tempo em Portugal pelo que ainda não há dados.

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o Coabitação: Este tipo de família é constituído por pessoas sem qualquer tipo de laço familiar ou conjugal, que podem ou não ter um objectivo comum; isto é, podem ser, por exemplo, estudantes universitários ou emigrantes, ou um casal que ainda não se casou mas que já vive na mesma casa. Entre 1991 e 2001 o nº de coabitantes quase duplicou, tendo passado de 4% para 7%, respectivamente.

Funções da família

A principal função da família é a socialização, isto é, transmitir os valos regras e cultura necessária. Outra função também ela muito importante é claro, a de cuidar e proteger a própria família, ou seja, os pais devem tentar dar aos filhos as necessidades básicas em termos de alimentação, condições de habitação, etc.

Desenvolver os laços afectivos e sociais (amor, carinho, afecto) também constitui uma função importante da família pois é com esta que temos os primeiros contactos que vão moldar a nossa personalidade e a forma como nos relacionamos com o resto das pessoas fora do nosso agregado familiar.

Evolução dos principais indicadores demográficos em Portugal

Com base no gráfico, o valor total de famílias monoparentais foi aumentando entre 2000 e 2015, passando de 270588 e 424308, respectivamente. Também o número de famílias monoparentais femininas e masculinas aumentou, mantendo-se sempre as femininas bastante mais elevadas; como observamos em 2010, em que o valor de famílias monoparentais femininas era de 302676, enquanto que de masculinas era de 41832.

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Total Feminino Masculino0

50000100000150000200000250000300000350000400000450000

Famílias monoparentais

2000200520102015

Com base no gráfico, observamos que o número de casamentos celebrados entre 1995 e 2013 diminui visivelmente, passando de 65776 para 31693. Como já falamos anteriormente, e apesar das famílias recompostas terem aumentado devido ao aumento também do número de divórcios, o número de famílias monoparentais aumentou bastante tal como o número de casais que estão juntos mas não por matrimónio.

Observando o gráfico, verificamos que entre 1974 e 2014 os valores do índice sintético de fecundidade têm vindo a diminuir, mantendo-se relativamente estáveis em entre 1994 e 2004 (1.45 e 1.41,respectivamente) e voltando a diminuir um pouco em 2014 (1,23). Este factor deve-se ao que já foi referido anteriormente, face à evolução da família e consequente integração da mulher no mercado de trabalho, por exemplo.

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Casamentos celebrados (sexo oposto)

199520052013

Índice sintético de fecundidade

1974

1984

1994

2004

2014

Neste gráfico, podemos verificar que o número de famílias com 2 e 3 pessoas são as que mais predominam em Portugal, seguidas pelas famílias com 4 elementos. As famílias monoparentais ainda ocupam um maior espaço na estrutura das famílias (em Portugal, entre 2000 e 2006) do que as famílias numerosas (5 e mais pessoas). Verificamos que cada vez as famílias tendem a ter menos elementos devido a vários factores, como a falta de poder económico para sustentar a família, entre outros.

Conclusão

Com este trabalho, concluímos que o conceito de família já foi muito diferente daquele que existe actualmente, sendo que isto se ficou a dever à evolução da família ao longo das décadas o que consequentemente levou à existência de cada vez mais novas formas familiares. Vimos que a família é o principal elo de ligação com a sociedade e que sem o que aprendemos na vida familiar não seriamos capazes de lidar com a vida social. Com os vários gráficos conseguimos analisar a evolução de vários índices demográficos relativos a Portugal, nos últimos anos; e assim conseguimos verificar ainda melhor o que foi apresentado em relação à estrutura e evolução da família.

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 20060%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

15.1 15.3 15.3 16.2 16.8 16.6 16.8

26.9 27 27.4 27.2 27.7 28.1 28.9

26.6 26.4 25.8 26.6 26.5 27.3 27.1

21.2 21 21.4 20.8 20.5 19.7 19.4

10.3 10.3 10.1 9.2 8.4 8.2 7.8

Estrutura das familias (por dimensão média, em Portugal)

5 e mais pessoas4 pessoas3 pessoas2 pessoas1 pessoa