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Florilegio de trovas n. 16 2a. quinzena de outubro

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Ó Deus, que nos deste a flor, e as crianças e as estrelas,

dá-nos agora, Senhor, a graça de merecê-las!

A. A. de Assis Maringá/PR

É nossa alma uma criança que nunca sabe o que faz; quer tudo que não alcança,

quando alcança não quer mais...

Adelmar Tavares Recife/PE, 1888 – 1963, Rio de Janeiro/RJ

O meu eu sofreu mudança,

uma mudança sem fim. Só não mudou a criança

que eu fui e que vive em mim!

Ademar Macedo Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN

Uma criança encantada, nascida do nosso amor, é como a trova rimada no seio do trovador.

Alayde Margarida Juiz de Fora/MG

Olhando fotografias, revivi terna lembrança, das brincadeiras sadias

dos meus tempos de criança!

Alberto Paco Maringá/PR

Uma boneca deixada

de lado, qual esquecida. A lembrança assinalada

do quanto passa essa vida.

Ana Bailune Petrópolis/RJ

Se alimentas a esperança

De habitar o paraíso, Torna-te como criança

Conserva puro o sorriso.

Ana Lúcia Finazzi São João da Boa Vista/SP

Abraçadas, as crianças

que contemplam o infinito, representam esperanças

de um futuro sem conflito!

Angelica Villela Santos Taubaté/SP

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A primavera da vida vi morrer, o peito em ânsia,

naquela calça comprida que encurtou a minha infância!

Antonio Carlos Teixeira Pinto Brasília/DF

Criança alegre brincando

se afigura, aos olhos meus, um lírio desabrochando

nas mãos sagradas de Deus.

Antonio Juraci Siqueira Belém/PA

Ah, minha vida..., que bela! - Ainda sinto a fragrância das flores que dei a ela

no tempo da minha infância.

Ari Santos de Campos Balneário Camboriú/SC

Infância é brinquedo usado que um dia a vida resolve

tomar um pouco emprestado e nunca mais nos devolve.

Arlindo Tadeu Hagen Juiz de Fora/MG

Entre risos e carinhos, num lar de mil esperanças, eu e meus quatro filhinhos formamos cinco crianças...

Benny Silva Belo Horizonte/MG

Cansei de crer em sereia,

cansei de crer em cegonha; mas deixe, meu Deus, que eu creia

na criança que ainda sonha!

Bruno P. Torres Niterói/RJ

De dia o pobre operário trabalha, luta, se cansa,

e à noite tem, por salário, o beijo de uma criança!

Calixto de Magalhães Barra do Piraí/RJ

Criança, bem comparando, (depois, de pensar a fundo) é o lenço branco enxugando o eterno pranto do mundo.

Cândido Simões Canela Montes Claros/MG

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Minha filha, em tenra idade, querendo ser como eu...

e eu morrendo de saudade da criança que cresceu!

Carolina Azevedo De Castro Recife/PE, 1909 – 1977, Curitiba/PR

Não deixes que o pranto ronde Teus olhos verdes, criança… É triste ver que se esconde Numa lágrima a esperança!

Carolina Ramos Santos/SP

A mãe que sorrindo beija o rosto de seu filhinho, é gratidão que sobeja

no mais arguto carinho.

Cidinha Frigeri Londrina/PR

Enquanto a gente recorda

os males que a guerra traz, fraldas branquinhas na corda, lembram bandeiras de paz.

Colbert Rangel Coelho Pitangui/MG, 1925 – 1975, Rio de Janeiro/RJ

Eu vivo pura magia, trago comigo esperança, pulo com tanta alegria!...

Sou assim... eu sou criança...

Cristina Cacossi Bragança Paulista/SP

Crianças de rua à espera

De que o porvir lhes sorria, Semeiam grãos de quimera Nos campos da fantasia..

Darly O. Barros São Paulo/SP

A comparação que faço alguma beleza encerra:

Aves - crianças do espaço; Crianças - aves da terra.

Décio Vilela Cavaca Santos Dumont/MG

Num circo de pano roto,

minha infância se escondeu. - Em todo circo há um garoto

e esse garoto sou eu...

Denancy Mello Anomal Campos/RJ

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Eis o que lembra a criança no seu bercinho a sorrir:

lindo cheque de esperança contra o "Banco do Porvir".

Dieno Castanho Santos/SP, 1901 – 1972, São Paulo/SP

No meu tempo de criança,

bati “pelada” na areia… Saudade, doce lembrança da minha bola de meia.

Djalma Mota Caicó/RN

Serpente. Adão indeciso. Eva. Maçã que balança. Medo. Pecado. Juízo.

Dor. Prazer. Amor. Criança.

Dormevilly Nóbrega Juiz de Fora/MG

Alguém bate de mansinho... Mamãe pergunta: - Quem é?

E uma cegonha, baixinho: Onde fica a chaminé ?

Durval Mendonça Rio de Janeiro/RJ, 1906 – 2001

Joga o teu pião, menino, aproveita a brincadeira, que a fieira do destino

vai jogar-te a vida inteira.

Edgar Barcellos Cerqueira Rio de Janeiro/GB, 1913 – ????

Criança muito levada,

que corre, chuta e sacode… Que disciplina, que nada: – Casa da vó tudo pode!

Eliana Jimenez Balneário Camboriú/SC

Quando criança eu queria crescer dez anos num mês e, agora, o que não daria

pra ser criança outra vez!...

Elton Carvalho Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1994

Contemplar, risonha, a face de uma criança contente, é como se o céu cantasse para a ternura da gente.

Fernando Burlamaqui Recife/PE, 1898 – ????

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Criança és flor, és bonança espargindo luz e amor,

porque trazes a esperança de um futuro promissor.

Filemon F. Martins Itanhaém/SP

Eu não me sinto esperança e é mentira de quem diz, que é direito da criança ter direito a ser feliz!

Francisco José Pessoa Fortaleza/CE

Criança, jóia preciosa, às vezes até chateia,

mas é linda, carinhosa… e que Deus nos presenteia!

Glória Tabet Marson São José dos Campos/SP

A infância é coisa tão doce, tão grandes encantos tem, que até Deus humanizou-se

pra ser criança também.

Guiomar Machado Juiz de Fora/MG

Com que ironia, o destino pôde este quadro pintar:

de um lado, um lar sem menino; de outro, um menino sem lar.

Hegel Pontes Monte Santo de Minas/MG, 1932 – 2012, Juiz de Fora/MG

Criança “não tem juízo”

mas tem, em dobro, a emoção… Por isso, sempre é preciso conquistar seu coração!

Hermoclydes Siqueira Franco Niterói/RJ, 1929 – 2012, Rio de Janeiro/RJ

Revela orgulho, esperança nos olhos cheios de brilho, quem aponta uma criança,

dizendo ao mundo: - É meu filho!

Iraci do Nascimento Silva Natividade/RJ, 1913 – ????, Rio de Janeiro/RJ

Se me dessem o direito de um só pedido fazer,

pediria , então sem jeito: ser criança até morrer!

Istela Marina S. Gotelipe Lima Bandeirantes/PR

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Ser adulto é viver sem esperança: Séria, inibida de olhar feio. Queria voltar a ser criança,

Brincar, pular, sorrir sem freio…

Ivone Vebber Caxias do Sul/RS

A paz e o amor rechaçam

a crença em que há sonhos vãos, quando crianças se abraçam numa corrente de irmãos!...

Jaime Pina da Silveira São Paulo/SP

Quando criança, eu queria

ser grande - que insensatez! O que eu hoje não daria

para ser criança outra vez?

João Costa Cambé/RJ

Criança! O medo, me invade, ao ver, ingênuo e profundo, o teu olhar sem maldade, ante a maldade do mundo.

João Rangel Coelho Juiz de Fora/MG, 1897 – 1975, Rio de Janeiro/RJ

Fui na casa da titia comer bolinho de chuva; tanta fome eu sentia... caíram como uma luva.

Joarez de Oliveira Preto Bragança Paulista/SP

Nos meus tempos de criança,

brincadeiras sem cansar… Foi-se o tempo da balança, dos castelos feitos no ar!

José Feldman Maringá/PR

Crianças em doce anelo,

fitando, além, o horizonte, sonham que um dia mais belo vai nascer por trás do monte!

José Lucas de Barros Serra Negra do Norte/RN, 1934 – 2015, Natal/RN

As crianças, no falar,

inventam frases tão belas, que a gente fica a pensar

que é Deus, quem fala por elas.

José Maria Machado de Araújo Vila Nova de Famalicão/Portugal, 1922 – 2001, Rio de Janeiro/RJ

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Não anda, só se equilibra. Não fala, só balbucia.

É neste esforço que vibra a mais humana alegria.

José Valeriano Rodrigues Belo Horizonte/MG

Pelos jardins da lembrança, eu procuro em meu viver,

aquela feliz criança que eu vivi sem perceber.

Lila Ricciardi Fontes Ribeirão Preto/SP

Quando fui fazer xixi, corri, corri num auê, mas tropiquei e caí

que nem saci-pererê.

Lóla Prata Bragança Paulista/SP

Se a criança de hoje em dia

quer ser homem sem tardança, muito adulto gostaria

de voltar a ser criança.

Luiz Otávio Rio de Janeiro/RJ, 1916– 1977, Santos/SP

Senhora Dona Cegonha, sei com que sonha, confesse!

- Uma filhinha risonha, que outra cegonha trouxesse! ...

Manuel Martins de Oliveira Costa Juiz de Fora/MG

Da tapera... me encantava o luar, visto à distância...

E o riacho murmurava cantigas da minha infância!

Maria Lua Nova Friburgo/RJ

Sonho um mundo colorido,

flores perfumando a estrada, sem um ai, sem um gemido

de criança abandonada.

Marina Valente Bragança Paulista/SP

A chuva é tela remota

onde a saudade é o pincel, que desenha a minha frota de barquinhos de papel!...

Mário Peixoto Rio de Janeiro, 1926 – 1991

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Pensava que nessa vida só me faltava partir

mas esqueci a partida, vendo a criança a sorrir!

Messody Ramiro Benoliel Rio de Janeiro/RJ

Inda guardo na lembrança Os momentos de alegrias Que vivi quando criança…

Fui feliz naqueles dias.

Moreira Lopes Maranguape/CE

Criança,sempre criança,

em qualquer lugar do mundo. Ela é luz!… Esperança,

de país melhor, fecundo!

Nadir Nogueira Giovanelli São José dos Campos/SP

Quando sinto-me criança, revivendo aquela idade,

sinto mais que uma lembrança… Vivo um sonho em realidade!

Nei Garcez Curitiba/PR

Por moldura, a natureza, tendo ao fundo o anil do céu,

vejam só quanta beleza: crianças brincando ao léu!

Nemésio Prata Fortaleza/CE

Por toda essa minha vida

desde os tempos de criança conservo fé aguerrida, no coração, esperança.

Olga Maria Dias Ferreira Pelotas/RS

Reconquista a esperança e vive alegre e contente quem faz sorrir a criança

que mora dentro da gente.

Olympio S. Coutinho Belo Horizonte/MG

Com crianças tagarelas,

em meu rancho alegre e lindo, até portas e janelas

vivem cantando e sorrindo!

Orlando Brito Niterói/RJ, 1927 – 2010, São Luís/MA

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Às vezes, na velha idade, minha infância sobressai, e eu peço colo à saudade

fingindo que é o teu, meu pai.

Otávio Venturelli Nova Friburgo/RJ

Sorrisos de criancinha,

caindo, nas minhas dores, semelham gotas de orvalho sobre a secura das, flores.

Pe. Manuel Albuquerque Manaus/AM, 1906 – ????, Rio de Janeiro/RJ

Sinto no silêncio mudo,

da criança que se abraça, esperança em quase tudo de tudo que a vida traça!

Prof. Garcia Caicó/RN

Mamãe, só quero brincar de roda ali na pracinha: girando sempre a cantar pra completar a voltinha!

Regina Maria Zanini Damázio Bragança Paulista/SP

Voltei a ter confiança neste mundo tão ruim ao descobrir a criança

que ainda habitava em mim!

Renato Alves Rio de Janeiro/RJ

Serás sempre lenitivo

para os país, no seu afã. Criança - recado vivo

do ontem para o amanhã.

Renato Vieira da Silva Nova Friburgo, 1908 – 1965, Rio de Janeiro/RJ

No peito do poeta brinca Uma criança pequenina

Que sai pintando de tinta As metáforas e as rimas.

Ricardo Evangelista Belo Horizonte/MG

Longe agora a infância vai... E nos caminhos que trilho,

que triste é dizer "meu pai", sem que respondas "meu filho"!

Sérgio Bernardo Nova Friburgo/RJ

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Em minha infância, eu fazia meu sonho ser tão real, que uma fazenda cabia

no fundo do meu quintal !

Sérgio Ferreira da Silva São Paulo/SP

Como um jardim de esperanças, das sementes brotam flores… Assim crescem as crianças,

com seus dons e seus louvores.

Sônia Vasconcellos Campos dos Goytacazes/RJ

Meu filhinho, eu mal exerço a arte do verso e dou prova!

- Se cabes dentro de um berço, não te enquadro numa trova.

Sylvio Machado Juiz de Fora/MG

Proclamo, num tom de prece:

há sempre maior bonança no lar em que transparece um sonho azul de criança!

Valdir Salviatti Limeira/SP

Recordo, ao passar das horas, do meu tempo de criança… alegre, cantando auroras,

tecendo a doce lembrança!

Vanda Alves Curitiba/PR

Força e coragem criança,

a vida sorri lá fora…! O estudo será a poupança

e há de chegar sem demora!

Vânia Maria Souza Ennes Curitiba/PR

A gatinha só miando

xeretando lá na esquina e diz a mãe ronronando: – volte aqui sua traquina!

Wadad Naief Kattar Bragança Paulista/SP

Diz a criança ao adulto:

- Protege-me contra o mal!... E jamais serei o insulto de um infeliz marginal.

Wagner Marques Lopes Pedro Leopoldo/MG

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Um casal de periquitos sempre está a trocar carinhos, mesmo com pequenos gritos

mostra o amor dos passarinhos.

O caracol leva a casa, de mansinho caminhando feliz, pensa que tem asa,

pensa até que vai voando...

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Atrás da porta escondido, gato com rabo de fora, sequer parece perdido

quando o encontro, sem demora.

Gato pardo e belicoso

arqueia o corpo robusto, projeta as unhas, raivoso,

vira um puma no seu susto.

Gatos à noite são bardos, miam versos para a lua,

dizem que então ficam pardos parecem da cor da rua...

Toda girafa é elegante,

busca os brotos mais em cima, nos dá um exemplo constante quando de nós se aproxima.

Pode dormir um bom sono se velado por seu cão:

– todo cão protege o dono ladra assustando o ladrão...

Passarinho na gaiola

o que quer mesmo é fugir – cavalinho com bitola

quer da carroça partir...

Para fazer o seu mel,

a abelha tanto trabalha de flor em flor, no vergel,

colhe o pólen, nunca falha!

A trombinha do elefante tanto serve pra pegar

ou beber água no instante em que a sede quer matar...

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Acordei de uma soneca, com uns gritos de socorro; era o "Ricardão", de cueca, correndo do meu cachorro!!

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A fúria da natureza, que pode arrastar um trem, nos faz sentir, com clareza,

que somos simples ninguém...

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3 A garota desfilava,

numa saia tão justinha, que na estação onde estava,

até o trem saiu da linha... 4

Aos poucos vão se acalmando minha tristeza e ansiedade

e o tempo vai transformando a tua ausência em saudade.

5 Basta olhar com muito amor,

para se ver tudo assim: em cada rosto uma flor

e o mundo um grande jardim! 6

Da juventude saudosa, que ficou no meu passado,

ainda conservo a rosa que hoje murcha do meu lado...

7 Elas prometem prazer,

porém, quem crê não tem sorte; não vamos "pagar pra ver" as drogas - vírus da morte!

8 Em ser feliz eu me empenho,

por isso vivo a cantar

e assim me esqueço que tenho mil razões para chorar.

9 Em teus braços recupero

a minha serenidade; és refúgio quando quero

fugir da realidade. 10

Esqueço os males da vida e os sacrifícios que fiz, quando vejo reunida

minha família feliz ! 11

Eu não tenho ouro nem prata, mas meu casebre na serra, cercado por verde mata, é meu céu aqui na Terra!

12 Lá no velório eu pensei: a morte até faz sentido;

pelo menos me livrei do "mala" do meu marido!!!

13 Levando um coice da mula, minha sogra se mandou! A mulinha nem calcula

o galho que me quebrou...

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14 Minha cidade é de paz,

aqui nem se pensa em guerra, porque lá só o bem se faz:

Natividade da Serra ! 15

Na política sou novo, porém, aprendi ligeiro:

antes de cuidar do povo, vou cuidar de mim primeiro...!

16 O homem, pelo poder,

perde o rumo, sai da linha; não percebe ou não quer ver que para as trevas caminha.

17 Ontem fui à uma festa,

houve um fuzuê danado! Com uma bala na testa, regressei todo melado !

18 O pobre pai é vencido

pela angústia que o consome, vendo o filho desnutrido,

sem poder matar-lhe a fome. 19

Para não se ver omissa, com tantos injustiçados,

é que a estátua da Justiça tem os seus olhos vendados.

20 Pode o mundo desabar,

a treva vencer a luz, mas nada vai abalar

minha fé no Bom Jesus. (BOM JESUS, de Tremembé)

21 Por mais que seja pesada, não desprezes tua cruz,

pois verás, no fim da estrada, a grande e divina luz!!

22 Quando penso em desistir ao ver tantas desventuras,

sinto Deus me conduzir e a fé me leva às alturas !

23 Queria gritar ao mundo as injustiças que sei,

mas por um medo profundo, o silêncio é minha lei.

24 Saio de cabeça erguida, depois de tua traição, pois encontrei a saída: renúncia é a solução.

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25 Santo Antonio, por favor,

me escute só um segundo: quero lhe pedir o amor

que está faltando no mundo. 26

São tantos os erros meus, que de coração contrito

me entrego nas mãos de Deus, ao Seu perdão infinito.

27 Teu retrato pendurado

na parede à minha frente, me faz voltar ao passado,

sem que eu saia do presente.

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1º Lugar Vive em completo abandono,

sem ter sido abandonado, quem no universo do sono vive sonhando acordado.

José Paulo Corrêa de Souza Juiz de Fora/MG

2º Lugar

Ante o universo da vida, entre o ocaso e uma alvorada,

há uma curta despedida e uma eterna caminhada!

Prof. Garcia Caicó/RN

3º Lugar

Pôr do sol... a lua bela... e estrelas, das quais me farto.

Se deixo aberta a janela,

o universo entra em meu quarto!

Therezinha Dieguez Brisolla São Paulo/SP

4º Lugar

Não há riqueza que valha o meu universo agreste: A minha rede de malha

e os coqueirais do nordeste.

Rita Mourão Ribeirão Preto/SP

5º Lugar

Dúvidas já não persistem, em minha alma atormentada.

Dois universos existem: - um é tudo e o outro é nada.

Messias da Rocha Juiz de Fora/MG

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MENÇÕES HONROSAS

Os desejos que carrego

são profundos, são diversos, são galáxias de alter ego, explodindo em Universos!

Delcy Canalles Porto Alegre/RS

Nesse universo de loucos, indago as contradições:

– Por que muito pra tão poucos e pouco para milhões ?

José Valdez de Castro Moura Pindamonhangaba/SP

Cansado, enfim, de habitar

mundos reais mas tristonhos,

o Poeta põe-se a vagar pelo universo dos Sonhos!!!

Maria Madalena Ferreira Magé/RJ

Somos frutos das sementes das floras universais!...

Para os jardins, diferentes, para Deus, todos iguais!

Prof. Garcia Caicó/RN

Sempre que o tédio me aflora, nas asas do sonho eu parto, rompendo o universo afora e sem sair do meu quarto!

Wanda de Paula Mourthé Belo Horizonte/MG

MENÇÕES ESPECIAIS Na infância, em meio à lavoura,

no universo do sertão, era um cabo de vassoura o meu cavalo alazão...

Edmar Japiassú Maia Nova Friburgo/RJ

Eu já nem sei por onde ando, perdido, assim aos pedaços... Só retorno o meu comando, no universo dos teus braços.

Hélio Castro São Paulo/SP

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Quando o Universo parece conduzido à revelia,

vem de algum ponto uma prece e recompõe a harmonia!

José Ouverney Pindamonhangaba/SP

No universo a lua cheia, de esplêndida dimensão, me lembra luz de candeia

no quarto de um barracão. José Paulo Corrêa de Souza

Juiz de Fora/MG

Não há ser neste universo, eu te afirmo, sem engano, mais traiçoeiro e perverso

do que o próprio ser humano! Magnus Kelly

Natal/RN

1º Lugar Toda a beleza do mundo, todo o brilho do universo, o poeta, em um segundo,

põe na moldura de um verso.

Antônio Francisco Pereira Belo Horizonte/MG

2º Lugar

Ao ver o Universo penso, com amor no coração...

Deus existe: isto é consenso.

Não tem outra explicação!

Claudio de Morais Taubaté/SP

3º Lugar A vastidão do universo

e a amplidão do sistema não são maiores que um verso:

tudo cabe num poema.

Tatiana Alves Soares Caldas Rio de Janeiro/RJ

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4º Lugar De esplendor até perverso, o firmamento me espanta.

Você, sim, é o universo que me basta e que me encanta.

José El-Jaick Nova Friburgo/RJ

5º Lugar A poesia entrelaça

dois mundos, dois universos, um mundo invisível passa

por trás do mundo dos versos.

Francisco Bandeira Lima Junior Fortaleza/CE

Em longínquos universos meu pensamento repousa. Neles vejo, a fazer versos,

a poetisa Mara Souza.

Julimar Andrade Vieira Aracaju/SE

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Trovadores A. A. de Assis ; Agenir Leonardo Victor ; Alberto Paco ; Angela Ramalho ; Antonio Mário Manicardi ; Arlene Lima ; Cônego Benedito Telles ; Dari Pereira ; Hulda Ramos Gabriel ; Ivana Martins ; Jeanette Monteiro de Cnop ; Jorge Fregadolli ; José Feldman ; Maria Cristina Vieira ; Maria Eliana Palma ; Nilsa Alves de Melo ; Olga Agulhon ; Pedro Aparecido de Paulo ;

Escolinha de Trovas

Mestra: Maria Eliana Palma Alan Miguel de Freitas ; Cleiton ; Letícia Arruda ; Maria do Carmo Couto Costa ; Maria Vergínia Gonçalves dos Santos; Rose Oriolli; Wellington Paulino; Diana Hernandes; Vinícius Frares

Dia 01 de outubro foi realizada a reunião mensal da UBT/Seção Maringá, no Bristol Hotel, piso L, espaço gentilmente cedido pela trovadora Eliana Palma, iniciada com a Escolinha de Trova ministrada por Eliana Palma, e após, a reunião da UBT local. Na reunião tivemos a presença de Eliana Montechiari e Silva, de Nova Friburgo/RJ, que agora está em Maringá. Além das discussões, leituras de emails e da ata da reunião anterior, entre outros, foram lidas as trovas da "lição de casa", cujos temas eram: Líricas/Filosóficas ou Humorísticas: Tolerância As reuniões da UBT Seção de Maringá são realizadas no primeiro domingo do mês, as 18h30 no Bristol Hotel.

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O “Lilinha” homenageia o trovador mais premiado em todo o Brasil no ano anterior, daí a sua excepcional importância. O Prêmio “Lilinha”, habitualmente citado como “Oscar da Trova”, foi instituído em 1988, por iniciativa da UBT Porto Alegre.

2015 1º lugar Arlindo Tadeu Hagen – 1.350 pontos 2º lugar Wanda de Paula Murthé – 1.100 pontos 3º lugar Antonio Augusto de Assis – 1.050 pontos

2016 1º lugar Antonio Augusto de Assis – 1.500 pontos 2º lugar Carolina Ramos – 1.000 pontos 3º lugar Messias da Rocha – 900 pontos Os ganhadores, anteriores a 2015, foram os seguintes: 1988 – Edmar Japiassú Maia 1989 – Waldir Neves 1990 – Edmar Japiassú Maia

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1991 – Edmar Japiassú Maia 1992 – João Freire Filho 1993 – Sérgio Bernardo 1994 – Izo Goldman 1995 – Sérgio Bernardo 1996 – Edmar Japiassú Maia 1997 – Sérgio Bernardo 1998 – Heloísa Zanconatto 1999 – Heloísa Zanconatto 2000 – Therezinha Brisolla 2001 – José Tavares de Lima 2002 – Izo Goldman 2003 – A. A. de Assis e Izo Goldman 2004 – Edmar Japiassú Maia 2005 – José Tavares de Lima 2006 – A. A. de Assis 2007 – Marina Bruna

2008 – Neide Rocha Portugal 2009 – Marina Bruna 2010 – A. A. de Assis 2011 – Edmar Japiassú Maia 2012 – Therezinha Brisolla 2013 – A. A. de Assis 2014 – Wanda de Paula Mourthé Entrega de troféus, dia 28 de outubro de 2017. A partir de 2017, os concursos internacionais em língua portuguesa (ou seja, promovidos por representações da UBT em outros países) também passarão a contar pontos. Fonte: A. A. de Assis e Revista Calêndula da UBT Porto Alegre, de

outubro de 2017.

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Existe um tipo de trovas de duração relativamente efêmera, às quais não se pode atribuir grande valor literário ou artístico, mas que nem por isso deixam de ser interessantes e dignas de menção. São as trovas de circunstância, que assim denominamos por se basearem em ocorrências ou costumes ocasionais. Neste aspecto estão incluídas as trovas de propaganda, as que

utilizam gírias, as de brincadeira, visando determinado fato ou pessoa, as de exaltação a personalidades famosas (excetuamos desta categoria as trovas sobre Jesus Cristo), as que abordam temas como o petróleo, nomes de cidades, realizações governamentais, nomes de livros, etc. De um modo geral, não gostamos de trovas laudatórias, mas isso é apenas um ponto de vista

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pessoal, proveniente talvez do grande respeito que temos por todos os gêneros de Poesia, mormente pela Trova. Com o advento dos Jogos Florais e dos frequentes concursos de trovas, cujas festividades de encerramento reúnem um grande número de trovadores, esses encontros passaram a ser um campo fértil para as trovas de circunstância. Vejamos alguns exemplos. O poeta João Rangel Coelho (pai de Colbert Rangel Coelho, muito embora o velho Rangel faça questão de dizer que Colbert é que é filho dele) é um dos grandes campeões da trova no Brasil. Além disso, quando lhe dá na veneta, torna-se tão mordaz que, junto dele, a famosa "boca de inferno" de Gregório de Matos seria uma mísera boca de fogareiro. Não menos ágil de pensamento é o poeta e trovador Aristheu Bulhões, residente em Santos. Sendo excelente repentista, o Aristheu, mal acaba de declamar uma trova que vem de improvisar, e já está mentalmente compondo outra quadrinha para dizer em seguida. Certa vez, no ônibus que nos levava para um dos Jogos Florais de Nova Friburgo, João Rangel Coelho estava conversando com a queridíssima (de nós todos) trovadora Magdalena Léa, que, segundo o A. A. de Assis, é o único broto com mais de cinquenta aninhos. Na ocasião, Magdalena mostrava ao Rangel uma fotografia de suas filhas (dela). De repente, o Aristheu interrompe a conversa para dizer ao Rangel a centésima trova que havia improvisado. Este, que escutara pacientemente as

outras noventa e nove, não aguentou mais. Virando-se para Magdalena e apontando a fotografia, saiu-se com esta:

As tuas filhas são belas, são uns primores de Deus. Eu adoro os ares delas,

mas detesto os aris...teus!

Ainda em Friburgo, nos I Jogos Florais daquela cidade, em 1960, calhou de ficarem no mesmo hotel as trovadoras Helena Ferraz, Cléa Marina e Augusta Campos. A expansividade era natural, contrastando com o silêncio reticencioso de uma velha reprodução da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, ali pendurada à guisa de ornamentação. Augusta Campos, poetisa cearense residente no Rio, verdadeiro azougue em matéria de trovas de circunstância, lançou ao quadro um olhar desconfiado e no dia seguinte comentava:

Na parede, a Mona Lisa, vendo a nossa animação,

fica assim meio indecisa, sem saber se ri ou não.

Anos depois, a mesma poetisa estava assistindo a uma reunião da antiga seção da Guanabara do Grêmio Brasileiro de Trovadores, quando entra na sala, triunfalmente, uma trovadora cujo vestido causaria complexo de Inferioridade ao mais rutilante dos arco-íris. Na

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mesma hora, Augusta Campos sapecou esta quadrinha:

Margarida vai passando no seu traje original.

Pensa que está abafando, parece um pavão real...

Naturalmente, mudamos o nome da poetisa

"homenageada", para evitar embaraçosas acareações. Vamos a mais um exemplo de trova de circunstância. Nosso querido amigo e confrade Adalberto Dutra de Rezende, mineiro de Cataguases, radicado no Paraná, trovador de alto nível e advogado ilustre, é, sem sombra de dúvida, um homem decidido. Imaginem que, alguns dias antes da semana santa do ano de 1962, deixou a paisagem plácida de Bandeirantes (onde reside)e veio ao Rio apenas para comunicar-me e também ao Colbert Rangel Coelho, Zálkind Piatigorsky e José Maria Machado de Araújo, que havia organizado em Bandeirantes, sob os auspícios do Lions e do Rotary Club, uma Noite de Autógrafos, na qual deveríamos autografar nossos livros, para o público local. A festa seria... no sábado de aleluia! Chantageados pela amizade, não houve como alegar a exiguidade do tempo. Fomos. Em lá chegando — como diriam os puristas — notamos que o Zé Maria estava meio preocupado, e até mesmo arredio. É que sua esposa estava nos preparativos

finais para a chegada do primeiro herdeiro do casal. Sabendo disto e aproveitando a deixa proporcionada por uma das melancólicas e solitárias caminhadas do trovador lusitano, compusemos esta quadrinha, de parceria com o nosso anfitrião e também com Zálkind Piatigorsky;

Lá se vai o Zé Maria, cabisbaixo, andando a pé,

pensando: será Maria? cismando: será José?

Pouco tempo depois nascia Maria Lúcia, primogênita do casal Machado de Araújo. Censurando os três jotas (Juscelino, Jânio e João Goulart) e fazendo alusão às letras iniciais de seus respectivos sobrenomes surgiu certa vez, entre o povo, uma trova muito bem feita, embora bastante ferina. Além de ser de circunstância, é também anônima, pois não se sabe quem a compôs. Ei-la:

Em três anos — quase nada! — os três jotas: K — Q — G, fizeram da pátria amada esta coisa que se vê.

Em vez de coisa, a palavra era outra, que preferimos não publicar. Aliás, nosso interesse peia quadrinha é simplesmente trovadoresco, sem qualquer inclinação política.

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Certa vez, minha esposa (ainda éramos namorados), quando lecionava num Grupo Escolar, em Minas, viu-se às voltas com um singelo problema: devia conseguir uma trova que falasse em alimentação, para ser recitada por um dos seus alunos. Não conseguindo encontrar logo a tal trova, ela mesma fez esta oportuna quadrinha, que salvou a situação, e cuja autoria modestamente atribuiu a um "poeta desconhecido". Eis a trova, perfeitamente caracterizada como "de circunstância", que um de seus pequenos alunos recitou com a ênfase e os gestos de praxe:

Gosto muito de legumes, verdura e frutas também. Como tudo sem queixumes, sou forte como ninguém!

No dia 21 de novembro de 1965, como parte das festividades dos Primeiros Jogos Florais da Guanabara, foi oferecido aos trovadores um almoço no "Vale do Paraíso Campestre Clube", localizado em Jacarepaguá. Surgiu então a ideia de se fazer entre os presentes um concurso-relâmpago, tendo como tema o nome do clube. Cada um improvisou a sua trova e a poetisa Lourdes Povoa Bley alcançou o 1.° lugar com esta trova de circunstância:

Esta soberba mansão tem tudo de que preciso. Deixo, pois, meu coração no "Vale do Paraíso".

Quando, no Ceará, desmoronou a barragem do açude de Orós, fazendo inúmeras vítimas, as circunstâncias me inspiraram esta quadrinha, que dediquei ao bravo povo cearense;

Se a Desgraça conhecesse a fibra que existe lá,

já teria desistido de vencer o Ceará!

Certa vez, conversavam alguns trovadores quando notaram que um pouco adiante, dois padres trocavam ideias sobre o controvertido assunto do celibato sacerdotal. Imediatamente, o trovador A. A. de Assis aproveitou a circunstância para ironizar;

Parece incrível, de fato: – os padres, neste momento, lutam contra o celibato,

e nós — contra o casamento!

Não há poeta ou trovador que alguma vez não tenha sido perseguido por um pai ou mãe, pedindo versos para os seus rebentos. Certa vez tive que improvisar, para um cartão de aniversário, esta quadrinha de circunstância, horrivelzinha como ela só, mas que o orgulhoso papai achou uma beleza:

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Hoje eu completo um aninho e estou contente, porque vou repartir meu bolinho, dando um pedaço a você.

Em outra ocasião, Colbert Rangel Coelho, integrando um grupo de trovadores que viajavam para participar de uns Jogos Florais, teve a sorte de, no ônibus, sentar-se ao lado de uma moça muito bonita, mas calada e compenetrada. Colbert ficou quietinho mas, na primeira parada, ao descer para um cafezinho, piscou o olho e nos segredou:

Eu sentado na beirada, ela junto da janela.

— Graças às curvas da estrada, vou sentindo as curvas dela...

Em Pouso Alegre,MG, fiz uma trova de circunstância que passou a figurar no cardápio da Cantina Uirapuru, e que me valeu uma refeição de graça:

Se você está com fome, não faça como um zulu! — Civilizado só come

na Cantina Uirapuru!... Em 1969, na cidade mineira de Juiz de Fora, quando do encerramento de um concurso de trovas promovido pelo Lions Clube local, estiveram presentes duas grandes poetisas

portuguesas; Maria Helena e Maria Amélia Novais. No banquete oferecido aos trovadores, Elton Carvalho, que é um excepcional "fazedor" de trovas de circunstância, sentou-se entre as duas referidas poetisas. Lá pelas tantas, dirigindo-se aos demais trovadores, que se haviam localizado na outra extremidade da mesa, saiu-se com esta belíssima trova, onde há uma oportuna alusão ao rio Tejo, que banha a capital portuguesa:

Amigos, não os invejo, tão distantes, isolados: – estou feliz como o Tejo,

com Portugal dos dois lados.

O Desembargador Dr. Luís Antônio de Andrade, uma das maiores culturas jurídicas de nosso país, certa vez ofertou ao poeta Manuel José Lamas um exemplar de nossa coletânea “Trovadores do Brasil", dedicando-o com esta trova de circunstância, cujo último verso é o seu próprio nome, um setissílabo perfeito:

Ai vão, meu caro Lamas, como prova de amizade,

as trovas que tanto amas! Luis Antônio de Andrade.

Eis uma trova de circunstância laudatória, feita por Inês Gaspar Palácio, homenageando a cidade de Maringá {PR):

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Maringá! Quanta esperança se contempla em teu caminho, pois teu lema é segurança, trabalho, fé e carinho!

O poeta Ary de Andrade refere-se a um esperto motorista de caminhão que, ao longo das estradas, "aplicava" sempre esta trova, a qual servia tanto para comover os credores como para as suas conquistas amorosas de Romeu perambulante:

Você não tem coração! Se tivesse, não faria

que um chofer sem um tostão vivesse nesta agonia!

Uma das mais conhecidas trovas deste que escreve estas linhas é a seguinte:

Parti do Norte chorando! Que coisa triste, meu Deus!...

Eu vi o mar soluçando e o coqueiral dando adeus!

Em 1968, após uma ausência de vários anos, voltamos ao Rio Grande do Norte, em gozo de férias. O poeta José Amaral, parodiando a nossa quadrinha, na homenagem que nos foi prestada pela Academia de Trovas do Rio Grande do Norte,

recebeu-nos com esta linda trova de circunstância:

Voltaste ao Norte sorrindo, nós te abraçamos cantando;

— o coqueiral te aplaudindo, o verde mar te beijando.

Exemplo da vivacidade dos trovadores sucedeu quando Hebe Camargo entrevistou Anis Murad e Zálkind Piatigorsky, em seu programa na televisão, cujo nome era "O Mundo é das Mulheres". Anis foi cavalheiresco, saudando Hebe desta forma:

Terás, mulher, se quiseres, o mundo inteiro a teus pés,

porque o mundo é das mulheres que forem como tu és,

Lisonjeada, Hebe voltou-se para Zálkind, indagando: "Você também concorda que o mundo é das mulheres?", ao que Piatigorsky rebateu na hora:

Seja, pois, como quiseres, que dá certo, felizmente: - este mundo é das mulheres

.. .e as mulheres são da gente!

No ano seguinte, houve o 1.° Encontro Nacional de Trovadores, realizado ainda na cidade de

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Natal, O general Umberto Peregrino, então diretor do Instituto Nacional do Livro, convidou alguns dos trovadores visitantes para almoçarem na famosa "Carne Assada do Marinho". Tão gostosa se prenunciava a carne e tão grande era o apetite, que o silêncio reinou na faminta expectativa. Considerando que a poetisa Magdalena Léa não é muito dada a estes silêncios, improvisei esta quadrinha:

Inacreditável cena!

Diante da carne assada, até mesmo a Magdalena

resolveu ficar calada!...

Certa vez deparamo-nos aqui no Rio com um mendigo que pedia esmola declamando esta quadrinha:

Ajude este aleijadinho,

mais tem Deus para lhe dar. Mesmo que seja pouquinho,

eu não posso recusar.

Perguntamos-lhe se o expediente dava resultado e ele respondeu que sim, mesmo porque tinha "bolado" vários outros versinhos para substituição, quando a trova declamada não estivesse rendendo o esperado. Por solidariedade de classe, demos uma esmola melhorada ao "confrade" mendigo, prometendo que o seu nome —

Lourival de Jesus Gonçalves — figuraria em nosso livro. Por ocasião de um dos Jogos Florais de Pouso Alegre, homenageando o magistrado e poeta Jorge Beltrão, Adalberto Dutra de Rezende "aplicou" este improviso:

Tua palavra correta

te põe da glória na crista, como brilhante poeta, como eminente jurista!

Há também os casos em que as trovas de circunstância são também trovas de propaganda. Várias delas aconteceram, por exemplo, em dezembro de 1962, quando, a convite da escritora Mariazinha Congílio, vários trovadores estiveram na cidade de Jundiaí e foram convidados a visitar a famosa fábrica de doces Cica. Essa fábrica é de fato algo de notável, pela limpeza e pelo requinte de perfeição que se traduz na qualidade de seus produtos. Diante disto, vários trovadores improvisaram suas quadrinhas. Eis algumas delas:

De Zálkind Piatigorsky

Um bom paladar se indica às vezes num simples nome:

- quando ouço falar de Cica, na verdade sinto fome!

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De Admerval Silva de Souza:

Que doces apetitosos

neste lugar se fabrica! Que seria dos gulosos,

se não existisse a Cica?

De Colbert Rangel Coelho:

Suporta melhor a carga, que bem mais leve lhe fica,

quem na vida tão amarga saboreia doces Cica!

De Luiz Otávio:

É a mais pura realidade:

- a pessoa — pobre ou rica — se tem gosto de verdade, só prefere o doce Cica!

De Ivo dos Santos Castro:

Verias, meu bem, se fosses

comigo até Jundiaí: - Cica é a fábrica de doces mais completa que já vi!

De Raul Serrano:

A vida seria pura e de alegrias mais rica, se nela houvesse a doçura dos doces de marca Cica!

De Aparício Fernandes:

Com tanto carinho é feito,

que logo se verifica: – é sempre mais que perfeito qualquer produto da Cica!

Quando já nos despedíamos, fui brindado com o sorriso amável de uma linda operária, o que deu motivo a mais esta trova:

Que dúvida extraordinária

seu sorriso comunica! Quem é mais doce: – a operária,

ou o doce que ela fabrica?

Guimarães Barreto cita uma trova-propaganda de Olavo Bilac, promovendo os fósforos "Brilhante". Bilac cobrou cem mil réis pela trova — o que, na época, era um bom dinheiro. Eis a quadrinha:

Aviso a quem é fumante:

- tanto o Príncipe de Gales como o Dr. Campos Sales usam fósforos Brilhante.

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E outra, curiosíssima, de um bicheiro fazendo propaganda do seu jogo:

Jogadores avisados,

o meu palpite, hoje, é cercar por todos os lados

o macaco e o jacaré.

Aliás, esta tese foi apresentada no Congresso de Trovadores realizado em Nova Friburgo em 1969 — a Trova, pela sua comunicabilidade e sendo fácil de se decorar, é um elemento de extraordinário valor publicitário, que surpreendentemente ainda não despertou nos especialistas do assunto (sempre à cata de "idéias geniais") a atenção de que é merecedora. Naturalmente, para que uma trova alcance êxito como fator de promoção publicitária, é necessário que seja feita por um verdadeiro trovador. Versinhos forçados e de "pé-quebrado" jamais adiantariam... Muito úteis me foram também as trovas de circunstância quando, no mês de abril de 1970, a convite do Dr. Domingos Vieira Filho, diretor da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, e do meu caro amigo, o dinâmico poeta e trovador Carlos Cunha, Presidente da Academia Maranhense de Trovas, fiz uma palestra na capital maranhense. Os maranhenses são um povo cuja tradição de cultura é algo de muito sério. Sua hospitalidade não fica atrás. Por isso, até banda

de música havia na Academia Maranhense de Letras, para a minha palestra. Minhas primeiras palavras foram estas trovas de circunstância:

Minhas senhoras, senhores

presentes à reunião, meus irmãos, os trovadores

do Estado do Maranhão,

Não espereis um tribuno de palavras colossais,

pois sou um simples aluno que aqui veio aprender mais.

Na terra em que Assis Garrido deu lições de inteligência, não quero ser presumido, para fazer conferência.

Por isso, em linguagem destra,

mas sem nada de genial, vou fazer uma palestra

muito simples e informal.

A trova são quatro versos, que nos dão muito prazer. Os assuntos mais diversos pode uma trova conter.

Mas antes quero dizer, com toda sinceridade,

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do meu imenso prazer por estar nesta cidade.

São Luís, em toda parte,

como um sol que se irradia, será sempre um baluarte da cultura e da poesia.

Seu próprio nome comprova esta grandiosa missão:

– pois é um verso de trova São Luís do Maranhão.

No Rio Grande do Norte,

no Encontro dos Trovadores, tornou-se muito mais forte minha amizade aos senhores.

Pois em Natal viu-se o brilho do Maranhão que se impunha: - Virgílio Domingues Filho ao lado de Carlos Cunha!

Quando o Nordeste deixei, para tentar vida nova, minha saudade cantei

dizendo em forma de trova:

– Parti do Norte chorando, que coisa triste meu Deus!

Eu vi o mar soluçando

e o coqueiral dando adeus!...

Hoje eu digo aos maranhenses, já saudoso e emocionado: - não partirei totalmente desse Estado abençoado.

À sombra de uma palmeira,

deixarei meu coração. E, na hora derradeira, ao tomar a condução,

Minha esposa e eu diremos,

com imensa gratidão: – nós jamais esqueceremos

São Luís do Maranhão!

Após vos haver falado estes versos incolores, vamos ao mundo encantado da Trova e dos Trovadores.

E fiz então a minha palestra, que, aliás, continha vários aspectos da Trova abordados neste livro. Como se vê, a trova de circunstância desempenha um importante papel na animação dos encontros trovadorescos. Pena que a quase totalidade delas se perca ao sabor do improviso ocasional. Fonte: Aparício Fernandes. A Trova no Brasil: história & antologia. Rio de

Janeiro/GB: Artenova, 1972

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Prazo (sistema de envelopes): 30 de outubro de 2017

Homenagem ao LIONS CLUBE, em seu CENTENÀRIO Tema geral e obrigatório na trova "NÓS SERVIMOS" ÂMBITO ESTADUAL- para todo o Estado de São Paulo (com exceção dos trovadores de Bauru) Endereço para remessa das trovas

A/C de Arlindo Tadeu Hagen Rua José Gustavo do Nascimento, 594

Bairro Santa Lúcia JUIZ DE FORA - MG

36087-100 ÂMBITO MUNICIPAL - para trovadores residentes em Bauru-SP

Endereço para remessa das trovas

A/C de Therezinha Dieguez Brisolla Rua Costa Carvalho 351 A apt. 54

São Paulo-SP 05429-130

Máximo de duas trovas. Sistema de envelopes. Identificação completa e assinatura . O lema "Nós servimos" abrange todo o trabalho do Lions Clube, entidade internacional, presente em mais de 200 paises, visando a prestação de serviços humanitários e comunitários, a paz e a compreensão mundial.

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Prazo (sistema de envelopes ou email): 31 de outubro de 2017

REGULAMENTO: TROVA CLÁSSICA é uma composição poética de quatro versos de sete silabas, rimando o 1º verso com o 3º e o 2º verso com o 4º, rima ABAB. Expressando um pensamento completo. A rima deve ser consonante, contando até a última sílaba tônica. A) Cada Trovador/a poderá enviar, no máximo (2) duas trovas, inéditas e de sua autoria. Não, poderão ser publicadas em nenhum lugar, até que se deem os resultados dos Juízes. B) Cada Trova deverá ir em Arial 12 pontos sem espaço. (Se for possível) C) As Trovas concursantes deverão ser Líricas ou Filosóficas.

D) não serão aceitos arquivos adjuntos E) TEMAS:

NACIONAL: Ternura ESTADUAL: Amor

HISPÁNICO: Pasión F) A palavra tema deverá constar na trova, e sem sair do tema, o ponto é desenvolver o tema proposto. Lançamento do concurso: 1 º de Agosto 2017 Data prazo: 31 de Outubro 2017 As festas serão em março de 2018, em Balneário Camboriú/SC Em língua portuguesa, colocar o tema acima da trova, tanto o tema Nacional, como Estadual, enviar, por

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E-mail, para a Fiel Depositária:

Elizabeth Souza Cruz E-mail: [email protected]

Com os dados completos de cada concursante: Nome: Cidade: País: E-mail: Ou pelo sistema de envelopes, correio postal, para:

Gledis Tissot Rua 2600-Nº 50 – Ap. 1703

Centro-Balneário Camboriú/ SC CEP: 88330-385

Obs: O júri será composto por integrantes com grande experiência em literatura hispânica e portuguesa. Os membros do júri avaliarão de maneira cega e independente, isto é, sem conhecer os nomes dos autores nem dos outros membros e também se eximem de participar no concurso. PRÊMIOS Serão concedidos os seguintes prêmios: 5 Vencedores 5 Menção Honrosa 5 Menção Especial Diplomas para todos os Classificados. Presidente de Balneário Camboriú: Gledis Tissot: [email protected] Coordenadora final: Gislaine Canales: [email protected]

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Prazo (sistema de envelopes ou email): 31 de outubro de 2017

Tema: BELA (a palavra-tema deve constar na trova). • Uma trova, lírica ou filosófica Deve ser enviada via email para:

[email protected] • Pelo sistema de envelopes, a trova deve ser enviada

a/c de Gislaine Canales

Rua Duque de Caxias, 707, AP. 203 CEP 90010-282 – Porto Alegre – RS.

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Prazo (sistema de envelopes ou e-mail): 31 de janeiro de 2018

Realização UBT- Seção de Maringá-PR 1. Tema: ACHADO (L-F), devendo a palavra-tema constar do corpo da trova. 2. Poderão participar exclusivamente trovadores filiados a seções e/ou delegacias da UBT, exceto os da Seção de Maringá. 3. Enviar apenas uma trova, com indicação da delegacia ou seção a que pertence o concorrente. 4. Na remessa pelo Correio (sistema de envelopes), usar Luiz Otávio como remetente, e o mesmo endereço do destinatário. 5. Na remessa via internet, escrever a trova e o nome e endereço completo do concorrente no corpo do e-mail. 6. Prazo: até 31/01/2018.

7. – Endereços para remessa: Pelo Correio: Nilsa Alves de Mello Rua Santos Dumont, 2544 – Ap. 1401 CEP. 87013-050 – MARINGÁ-PR __________________________ – Por e-mail: José Feldman (fiel depositário) [email protected] 8.– Serão premiadas 04 (QUATRO) trovas, sendo 01 (UMA) VENCEDORA e 3 (TRÊS) MENÇÕES HONROSAS. Troféu ou medalha para a Vencedora e diplomas para as demais. 9. – A Seção ou Delegacia a que pertencer o vencedor deverá promover o concurso subsequente. 10. – Caberá à Comissão Organizadora resolver os casos omissos e suas decisões serão definitivas e irrecorríveis.

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11. – A remessa das trovas significa total conhecimento e completa aceitação deste Regulamento.

ALBERTO PACO – Presidente da UBT – Seção Maringá A.A. DE ASSIS – Coordenador Obs.: Outras informações poderão ser solicitadas pelo e-mail: [email protected]

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José Feldman nasceu em São Paulo/SP, em 1954. Radicou-se em Maringá/PR, em 2011. Iniciou-se nas trovas com o Magnífico Trovador Izo Goldman, na cidade paulistana. Estudou romance com Mário Amato e Ficção Científica na literatura e no cinema com o escritor de renome internacional, falecido em Curitiba, André Carneiro, tornando-se amigos. Neste tempo fez amizade com o escritor Artur da Távola, que lhe deu orientações para o desenvolvimento de seu trabalho no mundo da literatura, época em que era Diretor, Árbitro e Organizador de Torneios de Xadrez em diversos clubes da capital paulistana e Diretor Musical.

Em 1995 casou-se com a escritora e tradutora, professora de literatura inglesa Alba Krishna Topan e mudou-se para o Paraná, onde foi, pela União Brasileira dos Trovadores, Delegado de Ubiratã, membro da UBT Maringá e depois auxiliar de delegado em Arapongas/PR. Divorciou-se em 2017.

Premiado em alguns concursos de trovas, como Ribeirão Preto, Nova Friburgo, Curitiba, Santos, etc. Escritor, poeta, trovador, gestor cultural, orientador, criou o blog http://singrandohorizontes.blogspot.com.br em 2007, Idealizador e editor dos ebooks Chuva de Versos com mais de 400 números, O Encanto das trovas, Florilégio de Trovas e O Voo da Gralha Azul.. Pertence a diversas academias de letras, foi vice-presidente da Associação de Literatos de Ubiratã e presidente estadual do Paraná da Academia de Letras do Brasil, tendo por patrono Paulo Leminski, medalha de mérito cultural Euclides da Cunha da Academia de Letras em Berna/Suiça e membro desta Academia, tendo por patrono Mário Quintana, Conselheiro Internacional do Movimento União Cultural, acadêmico correspondente de Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, da Academia Formiguense de Letras/MG e Academia Rotary de Letras, Artes e Ciências de Taubaté/SP, membro da Sociedade Mundial de Poetas, Unión Hispanomundial de Escritores, Casa do Poeta Lampião de Gaz, Medalha de Mérito Cultural da Academia Pan Americana de Letras e Artes, Mérito Cultural da Academia Brasileira de Trovas e Medalha Heitor Stockler de França, da UBT Paraná, Prêmio “Mahatma Ghandi” de Liderança pela Paz.

Livro publicado na Coleção Terra e Céu, em 2016 com trovas de sua autoria e de seu mestre Izo Goldman. Poesia na Edição comemorativa de 35 anos do Movimento Poético em São Paulo e Café com Letras, da Academia de Letras de Teófilo Ottoni. Crônica em coletânea organizada por Isabel Furini, de Curitiba. Prefácio em livros de Isabel Furini e Átila José Borges. Trovas em livros de Vânia Ennes, de Curitiba e da UBT Nacional. Referência no livro A Trova, de Carolina Ramos, e em

boletins nacionais. Seu nome foi citado nos Anais da Academia de Letras Maçonicas.

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Nota sobre a Revista

O download (gratuito) dos números anteriores, em formato e-book, pode ser obtido em

http://independent.academia.edu/JoseFeldman

As trovas foram obtidas na internet, em jornais, revistas e livros, ou mesmo colaboração do trovador.

Este Almanaque tem a intencionalidade de divulgar os valores literários de ontem e de

hoje, sejam de renome ou não, respeitando os direitos autorais.

Seus textos por normas não são preconceituosos, racistas, que ataquem diretamente os meios religiosos, nações ou mesmo pessoas ou órgãos específicos.

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