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1 do estudante Núm. 32 - ANO III 1ª quinzena - Maio/2014 Folhetim do estudante é uma publicação de cunho cultural e educacional com artigos e textos de Professores, alunos, membros de comunidades das Escolas Públicas do Estado de SP e pensadores humanistas. Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br Sugestões e textos para: [email protected] Marca d´água “A Bússola e o Mapa” Carta ao Leitor... pág. 3 Opinião... pág. 2 Resenhas... págs. 4 e 5 EDITORIAL Do Cavalo às nuvens... “No mundo antigo o cavalo representava para os homens o que hoje a tecnologia virtual representa para o mundo contemporâneo” Essas foram as palavras do professor de Filosofia na escola Domingos Mignoni, trocar o cavalo pelas nuvens de armazenamento e navegação (termo usado pela área de tecnologia da informação para definir o que é a internet) não é errado, pelo contrário, é algo bem proveitoso. Mas tudo que vem fácil tem seus problemas, certo? E é deles que poucos falam e que quero lhes mostrar. A internet traz a facilidade de muitas atividades que antes exigiam muito trabalho para o ser humano, hoje em dia o que se é procurado é justamente aquilo que não é nada trabalhoso, o que causa certo sedentarismo nas pessoas. A distância e o tempo foram diminuídos, mas os prazeres que são vividos no dia a dia com novas experiências também se tornaram mínimos, pelo encantamento com o rápido e pouco complexo. Atualmente, ler um livro postado na internet é mais proveitoso de se ler do que pegar um monte de folhas, folhea- las e cheira-las com prazer. É nesta tecla que insisto em bater, a tecnologia virtual separa até mesmo os velhinhos da sua vida real, que dirá os jovens que se levam por exemplos alheios. Somos incentivados a todo momento a fazer o maior número de coisas possíveis ao mesmo tempo, se não tivéssemos um meio com que pudéssemos contar com as facilidades tudo seria triplamente mais difícil, mas é tanta vontade que temos de nos livrarmos das tarefas que utilizamos o recurso virtual até para aquilo que é mais fácil de ser resolvido do que acertar a senha de uma das suas redes sociais. É por isso que ocorre também o sedentarismo, desejamos tanto não ter que sair de nossas casas confortáveis, que criamos uma vida inútil focada sempre na dependência da internet, colocando em nossas cabeças que é mais legal ficar em frente a uma tela que transmite imagens do que sentir o calor do sol. Como o próprio ser humano, a tecnologia virtual vem evoluindo, aliás é o que se espera de todas as coisas, e cada vez mais ela toma conta da vida de cada um que tem acesso a ela, fazendo até com que essas pessoas se tornem servos dela. Os benefícios que ela nos traz podem até ser maravilhosos, mas o próprio ser humano não consegue controlar seu uso, o que em excesso causa até doenças como stress, depressão, vista cansada, problemas psicológicos que até podem causar, uma espécie de vicio. Ninguém que ficar doente por aproveitar o que esta época tem de melhor à nos oferecer, mas não pensamos nos riscos quando colocamos essas relações virtuais em primeiro plano. Meu caro leitor, não peço que deixe de usar essas ferramentas modernas mas, os prazeres da vida não podem ser resumidos em ficar teclando em um smartfone com o dedo rolando para cima e para baixo, viver ultrapassa esses limites que o mundo digital e virtual lhe impõe, e sentir a brisa que bate no rosto andando pelo rua é mais refrescante e verdadeiro que isso. Procure saber utilizar tudo àquilo que lhe é oferecido, porém com moderação, pois tudo em excesso se torna ruim, a tecnologia não surgiu para nos destruir e sim para nos completar. Fabíola Santos 2ºB E. E. Domingos Mignoni Folhetim

Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 32

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1

do estudante Núm. 32 - ANO III

1ª quinzena - Maio/2014

Folhetim do estudante é uma

publicação de cunho cultural e

educacional com artigos e textos de

Professores, alunos, membros de

comunidades das Escolas Públicas

do Estado de SP e pensadores

humanistas.

Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br

Sugestões e textos para:

[email protected]

Marca d´água “A Bússola e o Mapa”

Carta ao Leitor... pág. 3

Opinião... pág. 2

Resenhas... págs. 4 e 5

EDITORIAL

Do Cavalo às

nuvens...

“No mundo antigo o cavalo

representava para os homens o

que hoje a tecnologia virtual

representa para o mundo

contemporâneo” Essas foram as

palavras do professor de Filosofia

na escola Domingos Mignoni,

trocar o cavalo pelas nuvens de

armazenamento e navegação

(termo usado pela área de

tecnologia da informação para

definir o que é a internet) não é

errado, pelo contrário, é algo bem

proveitoso. Mas tudo que vem

fácil tem seus problemas, certo? E

é deles que poucos falam e que

quero lhes mostrar.

A internet traz a facilidade de

muitas atividades que antes

exigiam muito trabalho para o ser

humano, hoje em dia o que se é

procurado é justamente aquilo que

não é nada trabalhoso, o que causa

certo sedentarismo nas pessoas. A

distância e o tempo foram

diminuídos, mas os prazeres que

são vividos no dia a dia com

novas experiências também se

tornaram mínimos, pelo

encantamento com o rápido e

pouco complexo. Atualmente, ler

um livro postado na internet é

mais proveitoso de se ler do que

pegar um monte de folhas, folhea-

las e cheira-las com prazer. É

nesta tecla que insisto em bater, a

tecnologia virtual separa até

mesmo os velhinhos da sua vida

real, que dirá os jovens que se

levam por exemplos alheios.

Somos incentivados a todo

momento a fazer o maior número

de coisas possíveis ao mesmo

tempo, se não tivéssemos um

meio com que pudéssemos contar

com as facilidades tudo seria

triplamente mais difícil, mas é

tanta vontade que temos de nos

livrarmos das tarefas que

utilizamos o recurso virtual até

para aquilo que é mais fácil de ser

resolvido do que acertar a senha

de uma das suas redes sociais.

É por isso que ocorre também o

sedentarismo, desejamos tanto

não ter que sair de nossas casas

confortáveis, que criamos uma

vida inútil focada sempre na

dependência da internet,

colocando em nossas cabeças que

é mais legal ficar em frente a uma

tela que transmite imagens do que

sentir o calor do sol.

Como o próprio ser humano, a

tecnologia virtual vem evoluindo,

aliás é o que se espera de todas as

coisas, e cada vez mais ela toma

conta da vida de cada um que tem

acesso a ela, fazendo até com que

essas pessoas se tornem servos

dela. Os benefícios que ela nos

traz podem até ser maravilhosos,

mas o próprio ser humano não

consegue controlar seu uso, o que

em excesso causa até doenças

como stress, depressão, vista

cansada, problemas psicológicos

que até podem causar, uma

espécie de vicio. Ninguém que

ficar doente por aproveitar o que

esta época tem de melhor à nos

oferecer, mas não pensamos nos

riscos quando colocamos essas

relações virtuais em primeiro

plano.

Meu caro leitor, não peço que

deixe de usar essas ferramentas

modernas mas, os prazeres da

vida não podem ser resumidos em

ficar teclando em um smartfone

com o dedo rolando para cima e

para baixo, viver ultrapassa esses

limites que o mundo digital e

virtual lhe impõe, e sentir a brisa

que bate no rosto andando pelo

rua é mais refrescante e

verdadeiro que isso. Procure saber

utilizar tudo àquilo que lhe é

oferecido, porém com moderação,

pois tudo em excesso se torna

ruim, a tecnologia não surgiu para

nos destruir e sim para nos

completar.

Fabíola Santos – 2ºB

E. E. Domingos Mignoni

Folhetim

2

do estudante ano III maio/2014

OPINIÃO

A Necessidade

Humana

O homem, desde os primórdios,

tenta melhorar sua condição de

vida e o período de sua existência.

Com fome buscou alimento,

tornou-se nômade para obter

segurança, se junto em bandos,

depois viveria de maneira

sedentária além de desenvolver

uma cultura e uma civilização, para

se locomover mais rapidamente e

para o trabalho adestrou animais.

Muito tempo se passou sem

mudanças significativas, pois a

ideologia dominante, de cunho

religioso, restringia ou anulava o

progresso científico (não havia

permissão para se contestar os

dogmas da igreja), tal período foi

denominado Idade Média (alguns

historiadores chamam esse período

de Idade das trevas em referência

ao pouco avanço da época).

Predominava uma sociedade

estamental dividida em nobreza,

clero e servos. Tal período só

findou com a tomada de

Constantinopla, capital do Império

Bizantino, em 1453, pelos Turcos

Otomanos.

Inaugurou-se a Idade Moderna, o

que viria a mudar a ideologia do ser

humano; a medicina avançou no

ocidente devido ao contato cultural

com os povos do oriente, a Igreja

não era a mesma instituição

poderosa de antes, ocorreu a

difusão do conhecimento, pois o

homem passou a usar a razão.

Dentre os avanços ocorreram as

navegações e o descobrimento de

novas terras em mares distantes.

Na sequência da Modernidade teve

inicio a Idade Contemporânea que

desencadeou a Era Digital carac-

terizada pela instantaneidade e

fluidez, tanto no tráfego de

informações quanto de merca-

dorias. Essa necessidade de

acelerar fluxos advém da

Revolução Industrial que visava a

diminuição do tempo de produção,

transporte e contato entre as

pessoas, para tal foram utilizadas

novas fontes de energia (vapor,

carvão, gasolina) e invenções

(máquinas, locomotivas, embarca-

ções, veículos automotores). A Era

digital compõe a terceira fase da

Revolução Industrial com os

avanços nas áreas da tecnologia da

informação e na medicina.

Contudo, após tantos séculos, tanta

evolução e descobertas o homem

continua com o mesmo objetivo de

seus ancestrais, seja com invenções

que diminuíram distâncias e

reduziram o tempo gasto (ferrovias,

embarcações, balões, planadores,

aviões, automóveis, etc.) ou com

redes e sistemas que diminuíram a

demora na comunicação entre

longas distâncias (entregadores á

cavalo, aves de correio, código

Morse, telegrafo, telefone, internet,

etc.), o objetivo de melhorar,

estender e otimizar a sua própria

existência.

Lucas Barbosa – 2ºA

E. E. Domingos Mignoni

A Fase da Tecnologia

Estamos vivendo a terceira fase da

Revolução Industrial onde o que

está em alta é a tecnologia e a

informática. O objetivo disso tudo é

ganhar tempo, derrubar barreiras e

fazer com que haja facilidade em

tudo. A Tecnologia deixou de ser

algo bom (em partes) e passa a ser

uma necessidade para o ser

humano, ou seja, algo que pode se

tornar ruim.

De fato ela nos trouxe inúmeros

benefícios, o ser humano e a

tecnologia estão sofrendo uma série

de mudanças e, é claro, evoluindo.

Como seria se ainda estivéssemos

usando o cavalo como meio de

comunicação? Difícil é imaginar

como a população da idade

medieval usava esse meio de

comunicação e transporte já que é

bem mais fácil usar o aplicativo

whatsapp? Facilidade e tempo é o

que nós precisamos e é o que a

tecnologia nos trouxe. O problema

surge quando deixamos nossa vida

de lado e nos prendemos em um

mundo virtual, quando deixamos de

nos divertir e ficamos presos á

aparelhos e dispositivos.

Um grande problema que vemos

atualmente é a falta do contato

pessoal, onde a pessoa possa ter

amigos próximos a ela, para que

possa sair, ir ao parque ou ao

shopping. Conhecer mais lugares,

novas culturas é muito mais

positivo e produtivo do que ficar

em casa, sentado, em frente a um

computador conhecendo o mundo

através de um monitor quadrado de

17 polegadas, a vida real pode nos

oferecer muito mais que isto.

Por outro lado a quem defenda as

vantagens dessa tecnologia, pois

ela ajuda com a comunicação de

longa distância e nos trás inúmeros

conhecimentos sobre variados

assuntos. Usa-la com esse

propósito é saudável, agora se

prender ás tecnologias pode nos

trazer consequências ruins.

Viver para o mundo virtual não nos

trás fatores positivos, o mundo real

nos oferece diversos lugares e

atividades para serem explorados.

A tecnologia pode ser sim um

recurso muito bom, desde que seja

utilizada de maneira correta.

Daniele Soares – 2ºB

E. E. Domingos Mignoni

folhetim

3

do estudante ano III maio/2014

CARTA AO

LEITOR

Gira Mundo

Uma das necessidades vitais do ser

humano é a comunicação, tanto

verbal como visual. É através dela

que expressamos nossas ideias e

interagimos entre nós. Ela esteve

presente desde os tempos remotos,

sofrendo alterações e evoluindo ao

longo dos tempos, e não duvido

que o modo de comunicação que

conhecemos e utilizamos

atualmente ainda vá evoluir mais e

passar por novas modificações. Os

próprios avanços tecnológicos têm

nos dado acesso a novos

horizontes, facilitado nossa

comunicação e economizado nosso

tempo, e eles continuam sendo

aprimorados desenfreadamente.

Em outras palavras, se hoje

podemos nos beneficiar de tal

praticidade proporcionada pela

tecnologia, amanhã poderemos

utilizar-nos do dobro desta

praticidade.

Entretanto, o período que antecede

a Era Digital não dispunha dos

mesmos privilégios.

Exemplificando, o homem nômade

transitava de um território para

outro á pé, pois este não tinha

sequer conhecimento de que algo

como uma facilidade de transporte

pudesse existir. Não digo

facilidade no sentido de tecnologia,

referindo-me à informática, mas

sim a todos os tipos de

mecanismos revolucionários

descobertos pelo homem.

Um marco muito importante na

história foi a invenção da roda. Ela

permitia que o homem se

deslocasse mais rápido, de um

lugar para o outro, além da facilitar

o transporte de objetos, como suas

ferramentas e os alimentos que

cultivava, pois ele não precisava

mais carregá-los nas mãos ou nas

costas, já que todo o trabalho duro

de carregar ou puxar as carroças

era da tração animal, o que

evidenciou a era do cavalo.

Hoje em dia tudo é instantâneo

graças á tecnologia. O transporte, a

produção, a troca de informações

são dinâmicos e fáceis de realizar.

Um dos fenômenos mais

extraordinários dos dias de hoje é a

democratização de basicamente

tudo, e acredito que isso seja

apenas o começo, pois a tecnologia

continua a ser cada vez mais

aprimorada, afinal são ideias novas

que colocam esse mundo pra girar.

Larissa Russo – 2ºA

E. E. Domingos Mignoni

Razão e Revolução

O termo razão expressa o

acúmulo de conhecimento que o

individuo possui sobre os

aspectos que constituem a vida

humana, propondo explicações e

formulando ideologias que,

consequentemente , podem aca-

bar provocando as chamadas

“Revoluções”.

Na atualidade, a razão é

bastante empregada no campo das

“ciências”. Isto porque o home

tendo a posse de inúmeras

informações sobre o universo,

acaba formulando teses que

visam promover melhorias ou até

mesmo explicações para tudo o

que nos rodeia. Os remédios e

tratamentos, por exemplo, surgem

através do estudo dos animais e

seres humanos com o intuito de

prolongar a vida, identificando

possíveis curas para as inúmeras

doenças existentes.

Ainda podemos citar

outros exemplos que derivam das

ciências como os aparelhos

eletrônicos desenvolvidos para

suprir as necessidades do

individuo ou até mesmo para

facilitar a vida deste,

revolucionando os meios de

comunicação e produção, as

previsões meteorológicas que

consistem em avaliar as

condições climáticas, evitando os

prejuízos causados por enchentes

ou outros desastres naturais; a

astronomia para compreender a

natureza do universo; dentre

outros benefícios propiciados

pelo conhecimento cientifico.

Assim, podemos concluir

que a razão é aplicada no

cotidiano e, é de fato, um

elemento essencial para o

desencadeamento das

transformações que caracterizam

as revoluções em um contexto

social.

Juan Marcco Lino Cruz – 2ºC

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim

4

do estudante ano III maio/2014

RESENHAS

Lutero

O filme Lutero retrata a trajetória

de Martinho Lutero durante sua

passagem pela Igreja Católica, suas

contradições a respeito das Leis

imposta pela Igreja e as

consequências que todos esses

fatos acarretaram.

Lutero era um homem que havia

decidido entregar sua preciosa vida

a Deus por meio do sacerdócio,

porém essa não era sua única

vontade. Martinho buscava um

Deus que o amasse

incondicionalmente, um Deus

capaz de perdoá-lo e absolvê-lo de

qualquer pecado ou influência do

demônio.

Na época de Lutero a Igreja

Católica possuía grande influência

social e começava a demonstrar

atos que demonstravam o seu

interesse no poder acarretando

grande corrupção. Por esses e

outros motivos, Lutero chegou a

criticar a Santa Sé e o Papado,

principalmente pela venda de

indulgências. Após inúmeras

criticas em relação às leis da Igreja,

o Papa Leão X o excomungou,

trazendo à tona, várias revoltas

manifestadas por Lutero. Ele

começou a pregar um cristianismo

puro, sem as intervenções

existentes entre os homes e Deus.

Com todas as manifestações

envolvendo o Lutero muitas

pessoas ser converteram ao

luteranismo, o que causou a

divisão da comunidade católica

em: católica e protestantes.

Lutero foi alguém que mudou

radicalmente a história da igreja.

Mas a crítica do filme se dá

quando o diretor propõe discutir,

através das imagens, o poder da

igreja e sua capacidade de

determinar o tempo dos fieis no

purgatório, sobre pecar em nome

de Cristo, sobre Deus ser o bem e o

mal, o que fere gravemente a figura

de Deus, que é o único a ter poder

sobre todo o universo, porém nos

dá a liberdade de escolher qual

caminho queremos trilhar em

nossa vida terrena.

Ficha técnica:

Lançamento 26/setembro/2003(112min)

Dirigido por Eric Till

Gênero Histórico , Biografia

Nacionalidade Alemanha , EUA

Grazieli Lisboa – 2ºA

E. E. Com. Miguel Maluhy

LUTERO, um outro

olhar!

Lutero, o filme, retrata da

forma mais minuciosa possível os

acontecimentos que marcaram o

século XVI, aprofundando-se em

aspectos delineados nos livros de

história, como as práticas ilegais

da Igreja Católica e a estruturação

de uma reforma protestante.

No filme, as motivações de

Martinho Lutero são enfatizadas de

forma excepcional, levando o

expectador a sentir uma empatia

por suas ideologias. Isto porque no

início do filme, vemos que o

protagonista possui plena

convicção em sua fé, o

catolicismo, porém, ao visitar

Roma, sua perspectiva sobre a fé

católica é alterada de forma

drástica presenciando a corrupção

do clero religioso.

Insatisfeito com as práticas

do clero religioso, Lutero elabora

alguns conceitos baseados no

verdadeiro ensinamento da Bíblia

e, em seguida, formula 95 teses

que vão contra as doutrinas

empregadas e difundidas pela

Igreja Católica, onde, posterior-

mente começam a ser divulgadas

em todas as partes. É a partir daí

que o filme começa a tomar um

rumo eletrizante, pois o pensa-

mento de Martinho Lutero passa a

ter inúmeras consequências na

sociedade, inclusive revoluciona-

rias, além de distorção de suas

ideias, o que acarretaria na morte

de milhares de pessoas, e as

atitudes da Igreja Católica com o

intuito de conter a propagação das

ideias e da reforma protestante.

Portanto, podemos afirmar

que a trama do filme é inteligente,

profunda e cheia de dilemas, além

de possibilitar inúmeros momentos

de reflexão ao expectador,

podendo ser utilizado até como

fonte de conhecimento. É

importante destacar que apesar de

ser um filme alemão e do ano de

2003, os cenários condizem

perfeitamente com a temática

proposta no longa metragem.

Juan Marcco Lino Cruz – 2ºC

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim

5

do estudante ano III maio/2014

RESENHAS

A Outra

No começo do filme já pude

estabelecer uma forma de enxergar o

inicio da modernidade, onde a mulher

ainda era vista como moeda de troca,

situação recorrente desde os tempos

remotos, e também vista como uma

maneira de enriquecer a família

através de casamentos por interesse.

Mas também, com ela, pode se trazer

desonra para o nome da família, que

poderia ficar manchada e descartada

em termos sociais. Se o casamento

com algum soberano, ou alguém da

nobreza, elite da época, ocorresse, o

pai da noiva teria poder e agregaria

status e renome à família. Enfim, o

foco principal dessa análise é

conseguir extrair elementos que me

permitam enxergar os conflitos

causados pela reforma protestante.

O Rei Henrique VIII era católico e,

sendo assim, todo o povo da

Inglaterra seguia a religião oficial do

estado, do rei e de sua rainha.

Envolvido em uma relação

extraconjugal com Ana e, ela com seu

poder de persuasão e ambição, o rei

foi manipulado e levado a separar-se

da rainha. A separação tinha como

objetivo uma nova união, o intuito era

casar-se com Ana Bolenna. Todavia,

por ser católico, e seguindo a tradição

e os sacramentos, sabia-se que aos

olhos de Deus isso não seria, pois se

você se separa, na tradição católica,

não pode de maneira alguma se casar

na Igreja outra vez a não ser que a

primeira união seja anulada ou você

fique viúvo(a).

Pois bem, a única opção que ele teria

era converter-se à outra religião que

espalhava-se rapidamente entre os

cristãos, e o rei decidiu assumir o

protestantismo e se afastar da Igreja

Católica. Por ele ser o Rei da

Inglaterra isso acabaria influenciando

toda a sociedade e assumir uma nova

prática religiosa fez com que uma

grande parcela da população também

se adequasse a essa nova ordenação

social. Isso tudo gerou uma convulsão

social, trouxe revolta, e os paradoxos

religiosos vieram á tona além de

modificar os dogmas que estavam

presentes a várias gerações. Esse

rompimento com a Igreja Católica

acabou trazendo grandes perturbações

políticas e sociais para a Inglaterra

não contando mais com o apoio de

Roma e nem de seu soberano, o Papa.

Foi uma época muito delicada para a

Inglaterra sem apoio e ainda por cima

os cidadãos se revoltando, entre si,

com essa mudança brusca de valores.

O que pude observar também é que a

religião desde o inicio dos tempos foi

importante para sustentar o poder em

uma civilização ou nação e, de certa

forma, auxiliando na obtenção de

lucros e aliados. O filme também

aborda o poder que um rei tinha

naquele período, momento no qual

predominava o regime de governo

Monárquico Absolutista.

Ficha Técnica:

Lançamento 13/ junho/ 2008 (115min)

Dirigido por Justin Chadwick

Gênero Drama , Histórico

Nacionalidade EUA , Reino Unido

Bruna Vieira – 2ºE E. E. Com. Miguel Maluhy

A Rainha Margot

A história se passa no ano de 1572,

enfatizando de forma clara o que a

França enfrentava em termos

religiosos e de divisão da sociedade.

Inicia-se com a divulgação do acordo

de casamento de Margot (princesa e

irmã do rei católico da França) e

Henrique (príncipe e futuro rei de

Navarra). É possível ver a reação do

povo contra o casamento, ao qual o

objetivo até parecia fazer com que os

protestantes se aliassem aos católicos,

porém sabemos que não era apenas

isso. Fora o romance, que está

presente em dramas históricos ou não,

esse casamento não era por amor e

sim um jogo de interesses e poder, e é

o que vemos no decorrer da história

em que personagens ocultos de órgãos

políticos secretos vão sendo revelados

juntamente com seus interesses.

É possível ter uma noção do

massacre, da guerra, envolvendo

protestantes e católicos, a morte era

certa quando ambos habitavam uma

mesma região; porém, é possível

notar que a ignorância é deixada de

lado quando um católico salva um

protestante ferido, o que nos faz

refletir sobre se existia tanto ódio por

que não acabou com a vida daquele

homem? Seria drama de consciência?

Ainda não entendo o que leva alguém

a tirar a vida de outro, simplesmente

pelo fato de acreditarem em coisas

diferentes ou por terem pensamentos

que se contrariam...

Bom, o filme relata diversos conflitos

em suas cenas, mas no fim o povo se

divide novamente, após milhares de

mortes, e o Rei Henrique passa a

governar Navarra. Margot, apesar de

tudo, viveu em Navarra, não como

rainha, até os 68 anos, porém como

cristã protestante.

Ficha técnica:

Lançamento 13/maio/1994 (159min)

Dirigido por Patrice Chéreau

Gênero Histórico , Drama

Nacionalidade França , Alemanha , Itália

Ellen de Souza – 2ºE

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim

6

do estudante ano III maio/2014

OBSERVATÓRIO

Caminhos Cruzados...

Trabalho Duro e

diversão... Em um sábado de Abril, enquanto

todos descansavam do trabalho e

dos estudos da semana, alguns

jovens estiveram na escola, não

para estudar, mas sim para um

ensaio fotográfico, estranho isso,

não? Nem tão estranho assim,

pois essa atividade era para o

projeto “Caminhos Cruzados” que

envolve um intercâmbio entre

estudantes de algumas escolas do

Brasil e do Mali, país situado no

continente Africano, nesse projeto

eles teriam que tirar fotografias

mostrando o seu jeito, como

estavam se sentido e o que

queriam passar para os jovens das

outras escolas através das

fotografias, algo que parecia bem

complicado, mas com a ajuda de

alguns profissionais tudo foi

ficando mais fácil e todo o pessoal

começou a se soltar e entrar no

clima.

O dia na escola começou bem

cedo, lá pelas nove horas, com

todo mundo reunido em um único

grupo no pátio escolar, esse foi o

momento de todos se conhecerem

e apresentarem o que imaginavam

que iria acontecer ali, alguns

pensando que seria um dia parado

e monótono, até que o fotógrafo

levantou e começou a fazer uma

brincadeira indicando que todos

os alunos eram profissionais e

tinha uma função muito clara e

definida naquela produção de

fotos que iríamos fazer. Ninguém

estava entendendo nada, achavam

que era uma brincadeira, mas ele

falava a verdade, todos tinham

uma função em uma etapa da

produção, alguns viraram

estilistas, outros maquiadores,

etc., e assim foi, alunos que iriam

posar para fotos virando

participantes de todo o processo

de produção do trabalho. Todos

entraram no clima, se separaram

em áreas para começar trabalho,

não um trabalho sério, na verdade

era sério, mas todo mundo estava

se divertindo muito, o que deixou

o dia mais agradável do que o que

todos imaginavam que seria.

Toda essa empolgação deixou o

pessoal faminto, então paramos o

serviço e começamos um belo

piquenique com as comidas que

todos levaram. Bolos, salgados,

tortas, refrigerantes, sucos e, tudo

mais foi sendo colocado nas

mesas do jardim lotando aquele

espaço onde todos comeram e,

mesmo comendo, foram se

descobrindo, se divertindo, como

se todos fossem os melhores

amigos a muitos anos e nem se

importando com nada que pudesse

atrapalhar aquele momento de

confraternização. Satisfeitos e

com mais energia recomeçamos o

trabalho, mais maquiagem, mais

roupas, mais fotos, mais alegria.

O dia foi tão bom que até passou

rápido, quando olhamos no

relógio já se aproximava das

quatro horas da tarde, então

começamos a organizar tudo,

deixar a escola como encontramos

e novamente fazermos uma

discussão sobre aquele dia de

trabalho e nossa expectativa com

o andamento do projeto.

“Bom do projeto, espero tudo de

melhor, ter mais conhecimento e

encontrar pessoas novas... agora

pra mim esse sábado foi algo

totalmente diferente do que eu

imaginei, to feliz por tudo o que

foi realizado lá, melhorou minha

autoestima, aprendi melhor

como trabalhar em equipe e a

sentir com a alma cada

momento, fora que, agora, pra

onde olho, eu vejo tudo de vários

focos”

Fabíola Santos fez esse

comentário dentre tantos outros

similares que colhi, mostrando o

que esse projeto despertou e pode,

ainda, despertar em tantos outros

estudantes como nós.

Leonardo Monteiro – 2ºB

E. E. Domingos Mignoni

folhetim

7

do estudante ano III maio/2014

Álbum de Figurinhas

ensina boas lições!!!

Integração com os amigos,

comemoração por conquistas,

aprender a negociar e mais!

Por Ana Kessler 13/mai/2014

Especial para o MSN

Na minha infância, álbum de

Copa era coisa de menino. Eram

tempos bem mais sexistas, eu sei.

Nós, meninas, nos limitávamos a

figurinhas da Moranguinho, do

Bem-Me-Quer, dos Ursinhos

Carinhosos e outras em que os

desenhos remetiam a garotas em

longos vestidos florais

campestres, corações brilhantes e

bichinhos fofinhos. Já meus

irmãos e a turma de garotos

destemidos do prédio saiam pelas

redondezas a andar pelo meio-fio,

chutando entulhos, metendo a

mão em bueiros a catar

embalagens de chicletes

descartadas muitas vezes em

situação pra lá de precárias. O que

chiclete tem a ver com o assunto?

Nos anos 1980, os jogadores

vinham estampados nos

invólucros das gomas de mascar

Ping-Pong e os

cromos, disputados feito pepitas

de ouro em garimpo, brotavam

das canaletas amassados,

rasgados, enlameados, fedorentos,

um nojo só de olhar. Mas nada

impedia a meninada de sair

naquelas verdadeiras caças ao

tesouro. Quanto mais limpa e em

melhor estado a figurinha, mais os

peitos se enchiam de orgulho por,

junto com o prêmio, ganharem

também a admiração dos

adversários. Era uma catarse de

mútuos reconhecimentos, tapinhas

nas costas, cobiças.

A disputa do Mundial começava

aí, bem antes da Copa

oficialmente começar. Quase

ninguém da turma tinha dinheiro

para comprar chicletes novos e,

quando algum sortudo arranjava

um troquinho extra de mesada por

ter varrido a casa, lavado o carro,

a louça ou ajudado os pais em

alguma tarefa, lá ia a cambada

feito time de futebol, aos brados

com seus hinos, abraçados na

irmandade, rumo à vendinha do

Português.

Eu e minha turma de amigas

ficávamos sentadas na frente do

prédio só esperando-os voltar da

missão para participar: era nossa a

gloriosa tarefa de empilhar os

chicletes desembalados uns em

cima dos outros, dezenas deles,

formando uma espécie de tijolo-

troféu que em breve se dissiparia

em um campeonato de

bolotas: ploc. Ploc de Ping Pong

(quem viveu entenderá o

trocadilho).

Às vezes, quando um ou outro

cromo raro cruzava nosso

caminho, nossa ala feminina

chantageava a ala masculina na

preferência do pátio para

jogarmos caçador ou vôlei. A

hegemonia futebolística era,

então, rebaixada à segunda

divisão, ou seja, o bando de

jogadores virava torcida.

Também colecionávamos as figu-

ras da Copa para participar dos

campeonatos de bafo, que

adorávamos e dos quais nos

excluíam se não tivéssemos um

arsenal próprio. Ganhar dos

meninos era o ápice da vitória

daquela guerra dos sexos mirim e,

por isso, só por isso, amávamos o

tal álbum da Copa.

Eis que agora, mãe, me surpreendi

quando minha filha quis

colecionar o atual álbum do

mundial. “Sério, Bia? Você nem

gosta de futebol!”, exclamei

perplexa. Então lembrei de tudo o

que vivi, das alegrias

compartilhadas, das disputas e

reuniões, do aprendizado da

negociação, das irmandades

criadas, de todos os detalhes que

se camuflam atrás de um álbum

de figurinhas, e nos fascinam, e

pensei: por que não? “Pode fazer,

filha, eu te ajudo”. Que folia!

Deixo aqui, então, 5 (bons)

motivos para você entrar

na onda verde e amarela e,

junto com seu filho,

colecionar:

folhetim

8

do estudante ano III maio/2014

Integração e sentimento de

pertencimento ao grupo - Ana Bia

não gosta de futebol, mas como ela

disse: “Até a minha professora está

fazendo”. A criança quer interagir,

participar, se sentir parte do todo e ser

aceita pelos amigos como igual. Ter

um álbum estimula a desinibição, o

saber se apresentar a um outro grupo

(para trocar figurinhas), o vibrar junto

quando alguém completa ou tira um

cromo raro, o jogar, trocar, brincar. Rir.

E, em tempos de Copa, também exalta

certo patriotismo. Quem não quer saber

o time do Brasil na ponta da língua?

E dos nossos adversários (que com

certeza derrotaremos!)?

Proximidade com os pais – Nós,

mães, estamos sempre às voltas com

álbuns de figurinhas de mil e um

motivos e personagens. O ano inteiro.

O da Copa é um dos únicos que os pais,

homens, vibram e colecionam com os

filhos, se empolga de verdade. É bonito

de ver. E como faz bem essa

proximidade e sintonia, não?

Educação financeira – É uma ótima

oportunidade para as

crianças entenderem o valor do

dinheiro, a ensiná-las a economizar a

mesada para comprar figurinhas, terem

foco, meta, sonhar e realizar. Para os

pequenos também ajuda a desvendar os

números, a contar e entender ordem de

numeração.

Aprender a negociar - Na troca das

repetidas, quem nunca tirou aquela

figurinha rara e cobiçada e a trocou por

mais de uma? Negociar é uma arte.

Colecionar um álbum é uma chance e

tanto de praticar.

Conhecer os países – Bandeiras

diferentes, países dos quais eles

nunca ouviram falar, biótipos diversos,

o álbum do mundial desperta a

curiosidade das crianças e os faz correr

para os mapas mundi e para a Internet.

Os professores de Geografia

agradecem.

TIRINHAS

Fonte: [email protected]

Beatriz Silva e Amanda Rocha – 3ºC

E.E. Com. Miguel Maluhy

Talita dos Santos, Larissa Basso e Thainara Bispo – 3ºD

E.E. Com. Miguel Maluhy

folhetim