23
VERSIFICAÇÃO Ensino Médio

Gênero Lírico

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Gênero Lírico

VERSIFICAÇÃO

Ensino Médio

Page 2: Gênero Lírico

NOÇÕES BÁSICAS

Verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter sentido completo ou não.

Estrofe ou Estância: conjunto de versos; as estrofes encontram-se separadas por um espaço em branco.

Estrutura Estrófica: as estrofes podem ser classificadas consoante o número de versos que a constituem.

Page 3: Gênero Lírico

ESTRUTURA ESTRÓFICA

Número de de versos Classificação das estrofes

1 Monóstico2 Dístico3 Terceto4 Quadra5 Quintilha6 Sextilha7 Sétima8 Oitava9 Nona

10 DécimaMais de 10 Irregular

Page 4: Gênero Lírico

 MÉTRICA é a medida ou quantidade de sílabas métricas que um verso possui.

ESCANSÃO é a divisão e a contagem das sílabas métricas de um verso, que não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de sílabas normais, pois, segundo a Versificação:

 1) Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até a

última sílaba tônica desse verso. Ex: Es| tou | dei| ta| do | so| bre| mi| nha| ma| la 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10   1 2 3 4 5 1 2 3

Page 5: Gênero Lírico

COMO SE FAZ ESSA CONTAGEM?

Conta-se até à última sílaba tônica da última palavra do verso.

ex.: Pa la vras não e ram di (tas) O ca va lei ro a che gar

No interior do verso, a sílaba terminada em vogal une-se à sílaba seguinte, se esta também começar por vogal.

ex.: Um/ cor/ po a/ ber/ to/ co/ mo os/ a /ni/ mais/

Page 6: Gênero Lírico

Estrutura MétricaNúmero de sílabas Classificação dos versos

123456789101112

MonossílaboDissílaboTrissílaboPentassílaboPentassílabo ou redondilha menorHexassílabo Heptassílabo ou Redondilha maiorOctossílaboEneassílaboDecassílaboHendecassílaboDodecassílab Ou Alexandrino

Page 7: Gênero Lírico

RITMO é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas e átonas de um verso. Para os gregos, ele é um elemento melódico tão essencial para o poema quanto para a Música.

  VERSOS LIVRES são versos que não seguem as

normas da Versificação quanto à métrica e/ou ao ritmo.

SOM ou RIMA também é para os antigos um elemento essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a palavra final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe.

Page 8: Gênero Lírico

• Foneticamente, uma rima pode ser: PERFEITA - se houver identidade entre as

terminações das palavras que rimam (neve/leve).

IMPERFEITA - se houver apenas semelhança (estrela/vela).

• Morfologicamente, a rima é: POBRE - quando as palavras que rimam pertencem

à mesma classe gramatical (coração/oração). RICA - quando as palavras que rimam pertencem a

classes gramaticais diferentes (arde/covarde).

Obs: A classificação é assim mesmo. Pobres – mesma classe gram. E Ricas, classe gram, diferentes.

Page 9: Gênero Lírico

Quanto à posição na estrofe, as rimas podem ser classificadas como:

a)emparelhadas ou paralelas (aabb) “Vagueio campos noturnos a Muros soturnos a Paredes de solidão b Sufocam minha canção.” b (Ferreira Gullar)

Page 10: Gênero Lírico

b) cruzadas ou alternadas (abab)

“Se o casamento durasse a Semanas, meses fatais b Talvez eu me balançasse a Mas toda a vida... é demais!” b ( Afonso Celso)

c) intercaladas ou interpoladas (abba) “Não sei quem seja o autor a Desta sentença de peso b O beijo é um fósforo aceso b Na palha seca do amor!” a (B. Tigre)

Versos brancos: são versos que não possuem rimas.

Page 11: Gênero Lírico

FIGURAS DE EFEITO SONORO

Page 12: Gênero Lírico

ALITERAÇÃO É a repetição de uma consoante ao longo de um verso

ou ao longo do poema.

Consiste na repetição do mesmo fonema consonântico, de forma a obter um efeito expressivo.

Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas(Violões que choram... - Cruz e Sousa)

Auriverde pendão de minha terra que a brisa do Brasil beija e balança

(Castro Alves)

Page 13: Gênero Lírico

ASSONÂNCIA

É a repetição de vogais iguais ao longo de um verso ou de um poema.

"Sou Ana, da cama

da cana, fulana, bacana

Sou Ana de Amsterdam”

(Chico Buarque)

"Sou um mulato nato no sentido latomulato democrático do litoral.”

(Caetano Veloso)

Page 14: Gênero Lírico

Quando numa mesma sentença temos o emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia, figura de linguagem que consiste no emprego de palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando uma espécie de trocadilho.

PARANOMÁSIA

Ex.: Houve aquele tempo... (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!)

(Ribeiro Couto)

Page 15: Gênero Lírico

PARALELISMO

«Se não fosse o rei! é a desculpa invariável dos ministros que não governam, dos oradores que não falam, dos jornalistas que não escrevem, dos intrigantes que não alcançam.» (Eça de Queirós)

Em poesia, paralelismo é o termo que designa, habitualmente, a correspondência rítmica, sintática e semântica entre as estruturas.

Há uma repetição da estrutura da frase com as mesmas palavras como outras diferentes. O paralelismo aparece associado muitas vezes à anáfora e à antítese.

Page 16: Gênero Lírico

A ideia (Augusto dos Anjos)

De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! 

Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! 

Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas do laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica ... 

Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No mulambo da língua paralítica

Page 17: Gênero Lírico

A estrela ( Manuel Bandeira )Vi uma estrela tão alta,Vi uma estrela tão fria!Vi uma estrela luzindoNa minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!Era uma estrela tão fria!Era uma estrela sozinhaLuzindo no fim do dia.

Por que da sua distânciaPara a minha companhiaNão baixava aquela estrela?Por que tão alta luzia?

E ouvi-a na sombra fundaResponder que assim faziaPara dar uma esperançaMais triste ao fim do meu dia.

Page 18: Gênero Lírico

Andorinha (Manuel Bandeira)

Andorinha lá fora está dizendo:- “Passei o dia à toa, à toa!”

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!Passei a vida à toa, à toa…

Page 19: Gênero Lírico

A onda (Manuel Bandeira)a onda andaaonde anda a onda?a onda aindaainda ondaainda anda aonde?aonde?a onda a onda

Page 20: Gênero Lírico

Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz (Otávio Roth)

Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.

Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.

Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.

Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.

Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.

Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.

Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.

Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.

Page 21: Gênero Lírico

Espelho (Mário Quintana)

Por acaso, surpreendo-me no espelho:

Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (...) 

Parece meu velho pai - que já morreu! (...)

Nosso olhar duro interroga:

"O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste.

Lentamente, ruga a ruga... Que importa!

Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre

E os teus planos enfim lá se foram por terra,

Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra!

Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste..."

Page 22: Gênero Lírico

Ensinamento  (Adélia Prado)

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: "Coitado, até essa hora no serviço pesado". Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo.

Page 23: Gênero Lírico

Proposta de Redação ( Entregar próxima aula)

O convívio entre gerações tem lugar privilegiado no ambiente familiar.

Instruções:

1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a morar com os avós.

2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relação aos avós e as dificuldades de convívio com essa outra geração.

3. Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.