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OS DOIS USOS DA RETÓRICA Persuasão e Manipulação

Grupo 5

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OS DOIS USOS DA RETÓRICA

Persuasão e Manipulação

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Bom uso da retórica: A persuasão

A persuasão é a influência de um orador sobre as opiniões edecisões de um receptor, sem intenção de o iludir ou prejudicar.Fala-se de persuasão, retórica branca, uso ético ou bom uso daretórica, a propósito da argumentação que permite aosconstituintes do auditório ajuizarem, expressarem-se e decidiremde modo consciente e crítico.

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Processos mentais e facilitadores da persuasão

A persuasão é então um mecanismo psicológico mais ajustado para convenceras pessoas.Persuadir não é desqualificar o ouvinte, mas reclamar a sua participação noprocesso argumentativo.Efectuando-se uma análise ao fenómeno da persuasão, detecta-se umasequência de processos mentais que interferem na sua ocorrência.São eles:

1. Exposição à mensagem;2. Atenção à mensagem;3. Compreensão da mensagem;4. Aceitação ou rejeição;5. Persistência e mudança;6. Acção.

Destes seis aspectos, os três primeiros correspondem à recepção ecompreensão da mensagem, enquanto os três últimos se relacionam com asua aceitação.

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Princípios da Persuasão

De acordo com pensadores como Paul Grice, Van Eemeren e Walton,qualquer diálogo argumentativo configura uma situação em que ocumprimento de certos princípios éticos.São 8 os princípios éticos:

1. Princípio da cooperação: visa o compromisso e respeito;2. Princípio da quantidade: evitar omissões e exageros;3. Princípio da qualidade: sinceridade dos assuntos tratados;4. Princípio da precisão: precisão e clareza do que é dito;5. Princípio da coerência: não ser contraditório;6. Princípio do modo: evitar ambiguidades;7. Princípio de livre expressão: ter o poder de intervir;8. Princípio da prova: exigência de justificar e argumentar.

Estes princípios éticos permitem supor que os participantes estão a agirde boa fé.

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Mau uso da retórica: A Manipulação

A manipulação é a utilização indevida da argumentação com ointuito de levar os interlocutores a aderir acrítica einvoluntariamente às propostas do orador.Previamente munido de ideias que não apresenta para seremdiscutidas, o orador concentra os seus esforços nodesenvolvimento de técnicas adequadas à sua imposição.

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A manipulação ocorre em situações de vida quotidiana, assumindo umaimportância privilegiada nas técnicas demagógicas e agressivas de venda ede propaganda eleitoral.No primeiro caso, o discurso publicitário visa influenciar as pessoas,induzindo-as ao consumo de produtos. O objectivo é a caça ao dinheirodos consumidores.No segundo caso, o discurso político induz as pessoas ao consumo deideologias. O objectivo é a caça ao voto dos eleitores.

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Erro, mentira e engano

Estas três palavras, apesar de diferentes, têm uma coisa em comum: afalsidade das afirmações.

• O erro: erra-se por desconhecimento ou por incapacidade, mas nãopor má fé, ou seja, aquele que erra faz uma afirmação falsa, estandoconvencido de que é verdadeira. Daí a expressão “Errar é humano.”• A mentira: o sujeito que mente sabe que aquilo que está a dizer nãocorresponde à realidade, isto é, tem a intenção de enganar alguém.• O engano: o engano é o resultado da mentira, ou seja, o interlocutordeixa-se enganar e acredita naquilo que lhe é dito.

Em suma, o erro não presta a manipular ninguém; a mentira é umatentativa de manipulação; o engano ocorre quando há, defacto, manipulação.

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A sedução

Ao admitirmos que os seres humanos se deixam seduzir não estamos a por emcausa a sua racionalidade, mas a evidenciar o facto de o marketing e apublicidade serem peritos na construção de discursos envolventes e cujainfluência é difícil de resistir. A este mau uso da retórica damos o nome desedução, fenómeno inerente aos discursos publicitário e político.

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• O discurso publicitário

Qualquer que seja o meio de comunicação que utilize, a publicidade serve-se sempre de uma linguagem de sedução, isto é, faz promessas aoencantamento e à necessidade de prazer dos espectadores.

A aquisição de um produto faz-se, não apenas por ele satisfazernecessidades básicas, mas sim por ser apresentado como uma mais valia. Asua actuação é posta na simbologia das coisas, atribuindo-lhes uma cargasimbólica sensual.

O discurso publicitário não descreve, apenas atrai, seduz e sugere. Por trásdo aspecto visível dos anúncios escondem-se ideias e valores que, de formacamuflada se dirigem ao inconsciente das pessoas. Trata-se então de umainformação propagada por estímulos não percepcionadosconscientemente, mas que o inconsciente capta e armazena.

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A estrutura da mensagem- o slogan

O discurso publicitário é concebido para ser endereçado aologos e ao pathos, ou seja, para fazer apelar à inteligência e àemoção. A publicidade faz por isso uso do logos e abuso dopathos.O slogan é uma expressão curta, muitas vezes com rima eritmo. Soa bem e é facilmente memorizável. As imagens que oacompanham são de rápida apreensão, de fácil compreensão ede leitura agradável.

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• O discurso político

No âmbito da política, o mau uso da retórica acontece quando:Os políticos não olham a meios para fazer acreditar na suamensagem; Ridicularizam e discordam infundadamente das opiniões quejulgam ser tanto ou mais credíveis que as suas; Insistem na optimização dos seus pontos de vista, silenciando atodo o custo propostas válidas dos seus adversários ouinterlocutores.

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Os eleitores contribuem também para o mau uso daargumentação. Este é reforçado quando os eleitores: Avaliam a qualidade das propostas apenas em função da corpartidária daqueles que as subscrevem;Manifestam ignorância e impreparação quanto à participaçãoem debates políticos; Se deixam aprisionar pela comodidade de atitudes passivas elaxistas.

Estas condições contrariam as regras do diálogoargumentativo, fazendo autênticos atentados à ética.

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Filosofia 11º ano

Trabalho elaborado por:

• Catarina Ribeiro, nº 6• Inês Gomes, nº 9

• Filipe Liberato, nº 1011º A