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XVI Ciclo do Imaginário - 2011Recife - PE
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XVI CICLO DE ESTUDOS DO IMAGINÁRIOO IMAGINÁRIO E AS DINÂMICAS DO SEGREDO
Congresso Internacional18 a 21 de outubro 2011 – Recife – Brasil
Fórum IV – O imaginário da Comunicação Digital
Hermes no Ciberespaço
Claudio C. Paiva UFPB
Hermes na Idade MídiaAntropologia filosófica da comunicação digital• Exploração
interdisciplinar da comunicação
• Reflexão filosófica• Etnografia da cultura da
convergência• Uma antropologia
interpretativa• Hermes-Mercurio-
Trismegistus• Hermenêutica da
comunicação digital
Convergência Midiática e Ciberativismo
• Comunicação Colaborativa e Convergência sociotecnológica
• como vetor de empoderamento coletivo
• Internet e sistemas hipermídia:
• uma nova realidade social eletrônica
• Mídia Cidadã: • interação colaborativa:
Paradoxos da sociedade midiatizada
• Os desplugados, os “sem banda larga”;
• Desafios do século 21: democratização da informação, facilidade de acesso, conexão ágil, banda larga para todos. Cidadania e Inclusão Digital
• Estratégias globais da comunicação em rede:
• Chiapas, • Gênova, • Seattle, • Primavera Árabe,• América Latina
A dimensão visível dainteligência coletiva conectada
• O correio eletrônico, • webjornalismo, • informatização bancária,• medicina computadorizada, • voto eletrônico, • GPS, enciclopédias ,
bibliotecas virtuais, teleconferências,
• educação mediada pela tecnologia
• O chat, blog, MSN, Facebook, Twitter ,
• YouTube
Complexidades da cultura de convergência
• De um lado, o complexo midiático massivo controlado pelo sistema global de produção capitalista, meramente comercial e lucrativo
• Do outro lado, o complexo pós-massivo: “sistemas sociais de resposta”, estratégias de distribuição e socialização da informação
Conteúdos Digitais e Convergências Tecnológicas
• Distinção entre:• Tecnocultura (domínio
técnico da vida social) e• Cibercultura
(socialização dos saberes técnicos)
• André Lemos• A convergência de
formas, conteúdos e linguagens
• Etnologia das formas de vida mental inclui o mito e o logos,
• técnica e magia, desde um estágio pré-moderno da civilização.
• A techné e a epistème interligadas na sabedoria antiga e
• na era da comunicação digital
A hermenêutica como estratégia leitura de leitura e mediação
• O paradoxo da comunicação
• que se quer aberta, transparente, democrática ,
• mas impulsionada pelas forças econômicas, políticas, institucionais em direção contrária
• Uma perspectiva antropo-filosófica da comunicação para decifrar o mistério das conjunções, a coincidência dos opostos:
• Virtual e presencial• Academia e mercado• Capital e trabalho
A sabedoria de Hermes e o poder da comunicação em rede
• Filosofia, antropologia, sociologia, psicanálise e crítica literária.
• Hermes, como o intérprete e mediador diante das causas da humanidade.
• Homero, Petrônio, Dante, Shakespeare, Proust, Dostoievsky
• Hermes e a leitura do grande livro do mundo.
• gestor perspicaz no enfrentamento da conjunção dos contrários.
• convergências e complexidades da cultura na era da comunicação digital.
Hermes-Mercúrio-TrismegistusO poder da interpretação
• Hermes é Mercúrio (na acepção latina):
• cogito matemático, saber pragmático, dedução e contabilidade do mundo
• Hermes Trismegistos (Thot egípcio): a imaginação mítico-racionalista
Significado e atualidade do culto de Hermes
• A complexidade do discurso como:
• doxa (opinião vivenciada no senso comum),
• techné (expressão da arte e dos saberes práticos),
• epistème (saber especulativo, ciência, filosofia).
• O métier dos engenheiros de comunicação, criadores do soft, técnicos, inventores;
• cyberpunks, hackers, phreakers modificam o comando dos computadores, telefones, mídias locativas;
2011: O ano de Mercúrio e da Comunicação
• Mercúrio: atividades ligadas ao comércio: merces é mercado, mercadoria; liga-se - portanto - a um nível de conhecimento cerebral, contábil, pragmático.
• Discernimento para os negócios; • Vigorosa imaginação criativa no mundo da
propaganda e do marketing, a sua marca no imaginário do consumo tem grande receptividade.
Hermes e a Galáxia de McLuhan
• Paradoxos, oximoros, provocação sistemática:
• a arte de aproximar os contraditórios.
• Previsão das convergências sócio-tecnológicas do século 21.
• “o meio é a mensagem” ; • “os meios são as
massagens”
• Mistério das conjunções entre o cérebro e a mente, o sensorial e o tecnológico, as redes neurais e os estímulos eletrônicos, a percepção cognitiva e a tactilidade das mídias.
Mitologias antigas, modernas e recentes
• A simbologia dos anjos. Asas do Desejo.
• No sincretismo místico religioso brasileiro: traduz na figura emblemática de Exu, do candomblé.
• A grife Hermès• Ícone da velocidade: • A Nike e as asas de
Mercúrio
• As imagens de Hermes e a civilização: Boticelli, Rubens, Turner, Celine, De Vries, e na
• imaginação poética de escritores como Dante, Goethe, Oscar Wilde e Fernando Pessoa.
Iconicidades do Multiculturalismo
• Nossa Senhora dos Navegantes (e da Boa Viagem), São Cristovão (padroeiro dos motoristas), São Rafael (padroeiro dos motociclistas), São Francisco Sales (padroeiro dos jornalistas), Santo Antonio (protetor dos feirantes e dos namorados), Santo Isidoro de Sevilha (padroeiro dos internautas).
As dimensões diurna e noturna do imaginário
• Linguagens e experiências advindas de interesses e motivações distintos;
• Força simbólica da internet e hipermídia
• Lazer, diversão e entretenimento (o e-comerce, o marketing digital, as compras on line são sua expressões mais evidentes) e
• Trabalho e Educação (como o e-learning, as teleconferências, as publicações virtuais).
As bases empírico-analíticas
• YouTube, blogs, Bibliotecas Virtuais, Jornalismo Digital, sistemas de geolocalização, Cinema e realidade virtual, transmidia, cross mídia.
• Análise de conteúdo e interpretação da complexidade cultural na era da comunicação compartilhada
Etnografia e hermenêutica da cultura de convergência• Games interativos (O Inferno de Dante);• videologia de Harry Potter, • ambientes imersivos e sensoriais como o Second Life, • website pornotube.com, • dispositivos de art-net minimalista (PPS, Slideshare) • epifanias cibermístico-astrológicas (site Porto do Céu),• posts comemorativos (morte de Bin Laden no YouTube)• comentários dos ciberativistas no Orkut, • “Segredos de polichinelo” no wikileaks.
Leituras imersivas e Hermenêutica Digital
• A inteligência coletiva conectada
• grande hermenêutica digital • Máquina sociotécnica
provedora de leituras do mundo:
• o poder de transformar o discurso em ação
• A comunicação compartilhada é atravessada por poderes em conflito
• O Estado, o Capital e a Sociedade Civil disputam o ciberespaço com interesses e objetivos distintos
• O êxito da inteligência em rede depende da geração de estratégias coletivas de informação, comunicação e interpretação do mundo
Hermenêutica e Theatrum Philosoficum
• As bases filosófico-científicas para o pré-entendimento:
• Exploração antropo-filosófica da cibercultura:
• Hermenêutica (PALMER), • Questões fundamentais
da hermenêutica (CORETH,) e
• Interpretação e Ideologias (RICOEUR);
• Capturar o sentido da engrenagem sociotécnica que agrega a máquina de escrever, o rádio, o telefone e o video. Justaposição de produtos de eras tecnológicas distintas e formas de percepção diferenciadas.
Kant e o imperativo categórico;Bruno e o imperativo da visibilidade
• Kant (1724-1804):• antecipou McLuhan,
nunca saiu da sua “aldeia” e – reza a lenda – almejou decifrar o mundo forjando filosoficamente uma “globalização” avant la lettre, através das extensões de uma razão pura e transcendental.
• “Imperativo da visibilidade”:
• Fernanda Bruno (2010); • As estratégias de
visibilidade, conexão e mobilidade como pré-requisitos para a entrada do ser na ordem da cultura;
Padrões de Linguagem e ecologia da comunicação
• Schleiermacher : • sistema de
padronização da linguagem digital como estratégia de construção dos efeitos de verdade. (Antecipação de Baudrillard e a crítica do simulacro).
• Dilthey (1833-1911):• abre caminho para as
futuras reflexões, no sec.21,
• o espírito do tempo, a inteligência cognitiva e a ecologia da comunicação (Bateson, e Escola de Chicago).
Fenomenologia e interpretação da comunicação colaborativa
• Husserl (1859-1938), fenomenologia do Ser diante do número, antecipação da idéia da automação, conexão e comunicação numérica.
• Pragmática da comunicação ( Austin, Searle e Peirce séc. 20).
• Heidegger (1889-1976), filosofia crítica da técnica, norteador da tradição crítica da tecnocultura.
• Interpretações nietzscheanas de Foucault, Deleuze, Guattari apresentam instrumentos para entender o ethos midiatizado.
Gadamer, Ricoeur e a interpretação das culturas
• Gadamer (1900-2002), o estudioso do belo,
• a exploração dos “enigmas, segredos e mistérios” da realidade sensível estetizada pelas tecnologias audiovisuais compartilhadas.
• Paul Ricoeur (1913-2005): “filósofo do sentido”, “Interpretações e ideologias” “O conflito das interpretações”
• Para entender os paradoxos e complexidades da comunicação digital
• Durand, Maffesoli, Machado da Silva, Rocha Pitta
• Sodré, Santaella, Lemos, Amaral, Morais, Antoun, Silveira
• Interpretação da cultura do ciberespaço.
Para concluir
• A questão que se colocam os filósofos é a de distinguir entre uma natureza mágica e uma natureza racional
• Os sistemas lógicos evoluem e mudam, os sistemas de crenças religiosas são recriados paralelamente à evolução da materialidade e das relações humanas e é sob essas leis que a Natureza vai se transformando
• (MILTON SANTOS, 1994)