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Histórico da Capela e da Irmandade de NOSSA SENHORA DAS NEVES Paróquia de São Benedito – Bairro do Buru – Salto – SP Ettore Liberalesso, 1992. Capela de Nossa Senhora das Neves, no Bairro do Buru, em Salto/SP, déc. 1970

Histórico da Capela e Irmandade de Nossa Senhora das Neves (1992)

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Page 1: Histórico da Capela e Irmandade de Nossa Senhora das Neves (1992)

Histórico da Capela e da Irmandade de

NOSSA SENHORA DAS NEVES

Paróquia de São Benedito – Bairro do Buru – Salto – SP

Ettore Liberalesso, 1992.

Capela de Nossa Senhora das Neves, no Bairro do Buru, em Salto/SP, déc. 1970

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Pouco depois da criação canônica da primeira paróquia de Salto, em 6 de março de

1886, começavam a chegar à região, em grandes levas, milhares de imigrantes italianos.

Segundo dados confiáveis, só no município de Salto seu número atingia a 3000 no ano e

1905, quando a população toda não passava de 4264 almas.

Daí talvez o fato de até cerca de 1920, quase todos os padres que tomaram conta da

paróquia de N. S. do Monte Serrat levassem sobrenomes italianos, como: Antico – que

sucedera a Bartholomeu Taddei e Gomes Reis – Fázio, Sorentino, Pepe e Seraphini.

No início da última década do século passado, um grande número de famílias

italianas se instalara nas lavouras de café do chamado bairro Buru, uma vasta área que ia

desde as margens direitas do córrego do Ajudante e do rio Tietê até as divisas do

município, deixando no meio o próprio rio Buru, que dava nome a toda aquela vasta parte

do município de Salto.

Uma família de imigrantes, contam antigos moradores do bairro, trouxe da Itália

uma imagem de N. S. das Neves, propagando o culto à Virgem Maria sob aquela

invocação. O povo da redondeza passou a reunir-se para rezar o terço, desde a época em

que, quase certamente, era pároco interino de Salto, o padre Bartholomeu Taddei, um

jesuíta que se atribuíra como principal missão fundar Apostolados da Oração pelo Brasil

inteiro. A “interinidade” do padre Taddei durou de 1892 a 7 de julho de 1889, quando

tomou posse o padre Thomaz Antico.

Desde aqueles tempos, no mês de agosto, promoviam-se novenas que eram

encerradas com a procissão da imagem venerada. E faziam-se festas populares a fim de

angariar meios para construção de uma capela.

Deve, portanto, estar fazendo um século que isso acontecia, sendo que a primeira

capela em louvor à N. S. das Neves foi construída à direita da estrada, logo depois da ponte

sobre o rio Buru, nela sendo entronizada a imagem trazida da Itália.

As grandes glebas que constituíam o Buru foram sendo, com o correr dos tempos,

desmembradas em sítios de diversas áreas menores, muitas delas adquiridas por

descendentes das primeiras famílias de imigrantes.

Até 1923, a instrução primária das crianças de toda a região era ministrada em casa

pelos próprios pais, mas o catecismo sempre foi dado na antiga capela, onde as famílias se

reuniam aos domingos para as preces em comum junto à imagem de N. S. das Neves,

escolhida por todos como padroeira do bairro.

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Naquele citado ano, os irmãos José e Maximiliano Rocchi doaram um terreno para

a construção de uma escola mista nas proximidades da encruzilhada da estrada Salto-Monte

Mor. Com isso aumentou a freqüência da antiga capela, a qual logo se tornaria pequena.

Os primeiros professores da nova escola mista do Buru nomeados pela

municipalidade foram Filomena dos Santos, que lecionava nos períodos da manhã e da

tarde, e seu marido Honório dos Santos, no noturno.

Logo depois chegavam os habitantes do Buru a cogitar da fundação de uma

associação religiosa para melhor aglutinar os católicos em torno da padroeira; na verdade

eles já pensavam que o fato iria reforçar a idéia de se construir uma nova capela, bem maior

que a existente.

Irmandade de N. S. das Neves

A idéia, porém, só se concretizaria alguns anos depois. Em 7 de fevereiro de 1932,

cerca de quarenta pessoas se reuniram sob a presidência do padre João da Silva Couto,

pároco de Salto, quando combinaram a “nomeação da diretoria para tomar conta da capela

e promover o movimento religioso do bairro”. Embora não o diga expressamente a ata

então lavrada pelo próprio sacerdote, estava fundada assim a Irmandade de Nossa Senhora

das Neves, emergindo naquela mesma reunião sua primeira diretoria e seu primeiro

conselho.

Estiveram presentes os srs. Sebastião José de Oliveira, José Paes de Oliveira, Luiz

Gonzaga do Nascimento, Joaquim Ribeiro, Victorio Bethiol, Domingos Bethiol, Florindo

Bethiol, Cesário Pauli, Leopoldo Antônio Cruz, Francisco Ribeiro, Jorge Ibraim, Jacob

Abram, Fernando Bologneze, Antonio Pittorri, Phelipe Antônio Di Siervo, Ângelo Pavesi,

Belmiro de Moura, João Baptista Oliveira, Ernesto Bethiol, Vergílio Bethiol, Christina

Bethiol, Maria Rocchi, Pascoalina Rocchi, Elvira Rocchi, Silvestre Nascimento, João Roeja,

José Rocchi, Antonio Rocchi, Ulderico Rocchi, Aristides Rocchi, Giuseppe Di Siervo,

Manoel Di Siervo, Rosa Di Siervo, Francisca Siervo, Oswaldo Rocchi, Sebastião Paula

Nicácio, Ana Rita de Oliveira, Maria Pauli.

A primeira diretoria da Irmandade de N. S. das Neves ficou assim constituída:

presidente, Sebastião José de Oliveira; vice-presidente, José Paes de Oliveira; secretário

Francisco Ribeiro; tesoureiro, Florindo Bethiol; conselheiros: Luiz Gonzaga do

Nascimento, Victorio Bethiol, Cesário Pauli, Domingos Bethiol.

A partir daí, embora só em 1937 a diretoria passasse a se reunir com regular

freqüência mensal a redação de atas naquele mesmo livro que registrou a fundação da

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Irmandade, a diretoria ia providenciando todos os atos para que fora criada, jamais

deixando de promover a festa anual de N. S. das Neves, sempre com muita freqüência do

povo da região, bem como da própria cidade.

Aqueles elementos fizeram com que o povo do Buru tivesse um dia de muita alegria

em 28 de abril de 1934, quando o buruano Pedro Paulo Salvador foi ordenado padre em

São Carlos, pelo Bispo D. José Marcondes de Mello, recebendo na Ordem Passionista o

nome de padre Basílio, o qual, depois de um excelente apostolado, faleceu na cidade de

Bebedouro, em 5 de setembro de 1963.

Doação do terreno para a capela

Atendendo pedidos do vigário da paróquia de N. S. do Monte Serrat, padre João da

Silva Couto, Maximiliano Rocchi, sua mulher Maria Sirelli e a viúva Adélia Cortis doaram o

terreno para a construção da capela a Nossa Senhora das Neves, padroeira do bairro. A

escritura foi passada no Cartório de Salto em 14 de julho de 1936, sendo registrada no

Registro Geral da Comarca (Itu) sob nº de ordem 3514. Por Maria Sirelli, assinou João

Salvador. O padre João da Silva Couto assinou em nome da paróquia. O terreno de 3000m2

começava “na encruzilhada da estrada de Monte Mor, segue pela mesma estrada até um

valo, do valo desce por uma cerca até dar em um córrego de água dividindo com José Di

Siervo daí volta pela estrada até o ponto de partida”. Esse terreno tinha sido possuído por

herança conforme escritura registrada sob nº de ordem 1988 no Registro Geral da Comarca

(Itu). Foi outorgada à paróquia de N. S. do Monte Serrat – Arquidiocese de São Paulo. A

doação era “para fim único e exclusivo de construir a capela com suas dependências, à N.

S. das Neves, patrona do bairro do Buru e da Irmandade de N. S. das Neves, com a

condição de estes bens serem inalienáveis. (A escritura da doação acima está copiada em

seu inteiro teor as pp. 62 a 65 do Livro Tombo nº 1, da Paróquia de N. S. do Monte Serrat,

de Salto e as pp. 4v, 5, 5v, 6, 6v e 7 do livro de atas nº 1 da Irmandade de N. S. das Neves).

Lançamento da pedra fundamental da capela

A segunda ata do citado livro de atas, lavrada em 9 de maio de 1937, fala da

escritura acima transcrita e da festa que se estava realizando, do lançamento da 1ª pedra da

nova capela, completando que havia mais de 1000 pessoas presentes, às quais foi lida a ata

que em seguida seria colocada no interior da pedra fundamental. Essa ata tinha a seguinte

redação:

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“FESTA DA 1ª PEDRA da nova capela de N. S. das Neves no Bairro Buru. No dia 2 [sic] de maio de 1937 houve uma missa às nove horas, pregação pelo padre João da Silva Couto e as 16 horas benta e lançada a 1ª pedra cuja ata foi a seguinte: Aos nove dias do mês de maio do ano de nascimento de N. S. J. C. de 1937, terceiro ano do governo constituído do sr. Dr. Getúlio Vargas, presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, sendo por graça de Deus Arcebispo Metropolitano de S. Paulo, o Exmo. Sr. D. Duarte Leopoldo e Silva e Governador do Estado o Sr. José Cardoso de Mello Neto, ocupando o cargo de vigário desta paróquia de N. S. M. Serrat, Arcebispado de São Paulo, o Rvmo. Pe. João da Silva Couto e sendo presidente da Câmara Municipal da cidade Arnaldo de Moraes e prefeito da cidade Francisco de Arruda Teixeira, com a presença do vigário da paróquia padre João da Silva Couto, a diretoria da Irmandade de N. S. das Neves, autoridades civis, sendo paraninfo o sr. João Scarano, arquiteto, construtor, administrador das obras e Hilário Ferrari, realizou-se a solene bênção e colocação da pedra fundamental da nova capela de N. S. das Neves do Bairro Buru, desta paróquia de Salto, cuja construção ora se inicia, ato este assistido por centenas de pessoas do bairro e de todas as classes sociais da cidade, que esta subscrevem. Tocou no ato da cerimônia a Banda Musical Saltense, fazendo eloqüente discurso congratulando-se com o povo do bairro o sr. prof. João B. Dalla Vecchia, cujas palavras foram ouvidas com religioso silêncio, encerrando a festa o Rvmo. Pe. Vigário João da Silva Couto, que agradeceu a todos e concitou a Irmandade a levar avante tão grandiosa obra, mais um melhoramento para o bairro. Colocando em seu respectivo lugar a pedra na qual achavam-se encaixada uma pequena urna oferecida pelo sr. Dante Milioni e dentro dela depositada uma cópia da presente ata devidamente assinada pela maioria presente, além de diversas moedas de prata e de níquel assim com um exemplar do jornal “O Povo” de Salto do mesmo dia, foi esta cerimônia dada por encerrada sendo lavrada a presente ata que lida em voz alta, achada conforme, vai devidamente assinada pelas autoridades civis e religiosas, diretoria da Irmandade, o encarregado da construção sr. João Scarano e demais pessoas gradas. Praça da Nova Capela de N. S. das Neves do Bairro Buru em Salto, aos 9 de maio de 1937. Eu João B. Dalla Vecchia secretário ad-hoc escrevi e o Vigário padre João da Silva Couto subscreveu. Padre João Couto. Assinaram: João Scarano, o construtor, Hilário Ferrari, Arnaldo de Moraes, presidente da Câmara, Laffayete Brasil de Almeida, presidente do Diretório, Sebastião de Oliveira, presidente da Irmandade.1

Logo depois, em 23 de maio de 1937, a Irmandade se reuniu para escolher uma

Comissão que trataria da construção do templo, cuja administração técnica ficou a cargo do

Eng. João Scarano. Essa diretoria ficou assim constituída: presidente, Sebastião de Paula

Nicácio; tesoureiro, Jacob Abrão; secretários, Joaquim Ribeiro e Florindo Bethiol

Sobrinho; conselheiros: João Zambon, Hilário Ferrari, Fernando Bolognesi, João Antônio

Di Siervo, João Stecca, Manoel Teobaldo e Luiz Bracarense.

A troca de imagens

Já há algum tempo vinha o padre João da Silva Couto achando que a imagem de

Nossa Senhora das Neves era feia e insistia para que se mandasse fazer outra. A diretoria da

Irmandade decidiu atender ao pedido do padre, cada membro contribuindo com uma

importância para aquele fim. Mas como fazer para que a nova imagem não ficasse igual 1 Essa ata não foi transcrita no livro de atas da Irmandade, mas tão somente no Livro Tombo nº 1 da Paróquia de N. S. do Monte Serrat, às pp. 71, 72 e 73.

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(feia) como aquela existente? A solução foi mais fácil do que a princípio parecia: uma

moradora do bairro, dona Maria Rita da Candelária, tinha um quadro emoldurado com uma

estampa de Nossa Senhora das Neves. Mostrada ao padre, este aprovou a estampa,

levando-a para São Paulo, onde a empresa Irmãos Romano S/A confeccionou a imagem

que ainda hoje é venerada no Buru.

Como a nova imagem, muito bonita, não era parecida com a anterior, o povo teve

alguma dificuldade em aceitá-la. Isso só foi conseguido a muito custo pelo sacerdote,

acabando por convencer-se o povo do bairro que ambas tinham o mesmo valor.

A nova imagem ficou num oratório da capela velha até que se terminasse a

construção do novo templo.

Inauguração da nova capela

No dia 11 de dezembro de 1938, com a presença de muita gente vinda de toda

parte do município e até de cidades vizinhas, deu-se a inauguração da nova Capela de N. S.

das Neves, transladando-se para a mesma as imagens existentes na antiga capelinha

próxima ao rio Buru. A solenidade ocorreu às 8h30, com a bênção solene das novas

dependências dadas pelo padre João, havendo na missa solene realizada ali pela primeira

vez, uma primeira comunhão das crianças do bairro. A festa foi abrilhantada pela banda de

música da cidade; cantou na ocasião o Coro do Círculo Católico São Francisco de Assis, da

Matriz de Salto.

Por deliberação do vigário, a imagem velha de N. S. das Neves e um crucifixo da

mesma procedência foram guardados no forro da nova capela, fato que acabaria caindo no

esquecimento geral, ninguém mais se lembrando onde estavam aquelas imagens.

Em 1936 um estabelecimento comercial que ficava ao lado do local onde se

ergueria a nova capela trocou de proprietário: denominada “venda do Turco”, ela passou

então a ser conhecida por “venda do Santinon” ou, simplesmente “venda do Buru”. Ao

novo proprietário desse estabelecimento, Guilherme Santinon, o padre João da Silva Couto

incumbiu de proceder à demolição da antiga capelinha. Em seu lugar, no entanto, aquele

elemento erigiu uma capelinha de beira de estrada, em memória de um tipo popular,

conhecido apenas por “Miro” que, segundo constava, fora encontrado morto à porta da

antiga capela de N. S. das Neves.

Embora se tivesse acordado que a diretoria da Irmandade deveria ser renovada a

cada dois anos, nem sempre esse critério foi observado, havendo épocas em que poucas

vezes os diretores se reuniam, com lavratura de atas, isto é, o faziam apenas quando julgado

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necessário tomar alguma decisão mais importante. Em algumas ocasiões passou-se ano

inteiro sem uma reunião oficial. No entanto, como já se disse, em nenhum ano deixou de

ser feita a festa em louvor à padroeira do bairro.

Aos 12 e 13 de agosto de 1939, teve-se a eleição da diretoria para os anos de 1939 e

1940, sendo eleitos: presidente, Sebastião de Oliveira; vice-presidente, João Stecca;

tesoureiro, Vitório Bethiol; secretário, Francisco Ribeiro; procurador, Guilherme Santinon;

conselheiros: Florindo Bethiol, Fernando Bolognesi, Luiz Gilberti, Hilário Ferrari,

Maximiliano Rocchi, Sebastião Nicácio. No dia seguinte a diretoria reuniu-se para levantar

um empréstimo para pagamento de débitos da capela, o qual seria pago à medida que fosse

entrando dinheiro em caixa.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 15 de setembro de 1940: presidente,

Maximiliano Rocchi; secretário, Francisco Ribeiro; tesoureiro, João Antônio Di Siervo;

procurador, João Stecca; conselheiros: Fernando Bolognesi, Florindo Bethiol, João

Zambon, Domingos Bethiol, Hilário Ferrari, Vitório Bethiol. A posse foi dada pelo padre

João da Silva Couto em 18 de dezembro.

Diretoria eleita em 26 de outubro de 1941: presidente, Maximiliano Rocchi; vice-

presidente, Fernando Bolognesi; secretário, Francisco Ribeiro; vice-secretário, Arlindo

Leme de Campos; tesoureiro, João Di Siervo; procurador, João Stecca; conselheiros:

Florindo Bethiol, Hilário Ferrari, Domingos Bethiol, João Zambon, Vitório Bethiol,

Guilherme Santinon, Emílio Bracarense e Anastácio Dias Toledo. A posse deu-se no dia 6

de janeiro seguinte.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 18 de novembro de 1945: presidente, João

Di Siervo; vice-presidente, Sebastião de Oliveira; secretário, João Pacher; vice-secretário,

José A. Stecca; tesoureiro, Fernando Bolognese; procurador, João Ivo Stecca; conselho:

Maximiliano Rocchi, Florindo Bethiol, João Zambon, Anastácio Dias Toledo, Guilherme

Santinon e Hilário Ferrari. A posse deu-se em 3 de janeiro, valendo pra 1946, 1947 e 1948.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 29 de agosto de 1948, para o triênio

1948/1951: presidente, Florindo Bethiol; vice-presidente, Sebastião de Oliveira; secretário,

José Ângelo Stecca; vice-secretário, Ângelo Stecca; tesoureiro, Fernando Bolognese; vice-

tesoureiro, Guilherme Santinon; procurador, João Ivo Stecca; conselho: Hilário Ferrari,

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João A. Di Siervo, Anastácio Dias Toledo, Florindo Bethiol, Domingos Bethiol,

Maximiliano Rocchi, Fidelis Matiuzzo, José Gobetti, Frederico Zanoni e José Matiuzzo.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 23 de março de 1952: presidente, José

Gobetti; vice-presidente, Florindo Bethiol; secretário, Genezio Bethiol; tesoureiro,

Guilherme Santinon; procurador, João Clemente Di Siervo.

Santas missões no bairro

Pela primeira vez houve missões no bairro, de 19 a 24 de abril de 1952, com muita

ocorrência de fiéis, comunhões, procissões, elevação de um cruzeiro comemorativo da

visita dos missionários. Houve, ao todo, 274 confissões, 698 comunhões, 7 comunhões de

adultos (primeiras), legitimação de 7 casamentos, 3 pregações, 11 instruções, 4 missas para

as crianças e muitas visitas a doentes.

Irmãs de São José dão catecismo no bairro

A partir das referidas missões, algumas religiosas da Congregação das Filhas de São

José, notadamente as Irmãs Pierina e Eliza, passaram a ensinar o catecismo às crianças,

com preparação para primeiras comunhões e crismas, trabalho que mais tarde passou a ser

feito por catequistas residentes no Buru.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 21 de outubro de 1956: presidente, João

Alfredo Stecca; vice-presidente, Florindo Bethiol Sobrinho; tesoureiro, Guilherme

Santinon; secretário, Genezio Bethiol; procurador, João Ivo Stecca; vice-procurador,

Clemente Di Siervo; conselheiros: Francisco Barbosa, Salvador Cardoso, Evangelista

Ferraz, Guiomar Bueno Santinon, Maurício Matiuzzo e José Bernardi.

Troca de diretoria – A diretoria supra foi confirmada em 17 de setembro de 1965,

com exceção do procurador, que foi substituído pelo vice.

Instalada a segunda paróquia de Salto: São Benedito

Salto passou a ter duas paróquias a partir de 27 de fevereiro de 1966. E a capela de

N. S. das Neves do Buru passou a pertencer à nova paróquia criada sob invocação de São

Benedito. Os limites desta foram fixados como tendo início “no cotovelo formado pelo rio

Jundiaí (Avenida dos Trabalhadores) desde a margem direita do rio, seguindo pelo par da

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Rua Rodrigues Alves até a Rua Itapiru, seguindo pelo meio desta até a Rua Quintino

Bocaiúva e descendo por esta até atingir, na Rua Sete de Setembro, um córrego, afluente do

‘Ajudante’, e descendo pela margem de ambos até o rio Tietê; descendo por este até

encontrar a margem direita do rio Jundiaí e, descendo pela margem direita deste, até

encontrar o ponto de partida no começo da Avenida dos Trabalhadores, na esquina desta

com a Rua Rodrigues Alves”.

Assim, estando a capela de N. S. das Neves dentro desse perímetro, passou a ser

parte integrante da nova paróquia. Com isso, o diretor espiritual da Irmandade de Nossa

Senhora das Neves, responsável pela conservação e funcionamento da capela do Buru,

deixou de ser o padre João da Silva Couto, para ser o pároco de São Benedito, Cônego

Gastão Oliboni; em 2 de fevereiro de 1969 ele foi substituído pelo Cônego Ivo Wells;

durante uma viagem deste, a paróquia de São Benedito teve à frente o Cônego Vicente

Formigão (seis meses); quando o Cônego Ivo foi embora, o Cônego Formigão assumiu o

cargo de Vigário. Este teve, dois meses depois, como auxiliar, o Cônego Paulo Haenraetz,

que a partir de 11 de março de 1977 foi o 4º vigário da paróquia de São Benedito.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 24 de outubro de 1971: presidente,

Guilherme Santinon; vice-presidente, Antônio Zambon; secretária, Rose Mari Ferrari;

tesoureiro, Evangelista Ferraz; zeladores, Maria Gianotto e Guiomar Santinon.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 3 de fevereiro de 1974: presidente, Antônio

de Oliveira; vice-presidente, Romeu de Oliveira; secretário, Laerson Gianotto; tesoureira,

Helena Zanoni Ognibene; procurador, Henrique Ognibene; conselho: Maria Gianotto,

Vitório Gianotto, Maria Lúcia Geada de Oliveira e Dirce Ognibene.

Crisma na capela

Embora uma anotação diga que haveria crisma na capela em 25 de agosto de 1974,

o sacramento da confirmação só foi ministrado ali no dia 1º de setembro, quando quarenta

jovens foram crismados pelo Bispo Diocesano, D. Roberto Pinarello de Almeida.

Urbanização chega ao Buru

O ano de 1974 marcou também o início da urbanização da região conhecida como

Buru. Possivelmente com a perspectiva da criação do distrito industrial. O primeiro

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loteamento residencial ocorreu com o lançamento do Condomínio Fechado de Vivendas

Piccolo Paese, em 24 de dezembro de 1974. Apareceram em seguida os loteamentos

denominados: Jardim São Judas Tadeu, Jardim Arquidiocesano, Jardim Saltense, Jardim

Elizabeth, Jardim Buru, Estância da Colina, Village João Jabour, todos até o fim de 1979.

Na década de 80 surgiram os loteamentos Chácaras Iracema, Jardim Celani, Jardim

D’Icaraí, Vila Norma, Condomínio Vivendas Haras São Luiz, Village Zulkeika Jabour,

Terras de Santa Rosa, Jardim Bom Retiro, Jardim São João etc. Com isso muitas residências

foram sendo construídas em locais mais próximos da Capela de Nossa Senhora das Neves,

que assim passou a ter um movimento maior.

A partir de 1975 a capela passou a promover, através da Irmandade de N. S. das

Neves, a reza do terço no mês de maio, via-sacra durante a quaresma e novena de Natal.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 4 de abril de 1976: presidente, Laerson

Gianotto; vice-presidente, Antônio de Oliveira; secretário, Henrique Ognibene; tesoureiro,

José Vallini; procurador, Vergílio Gianotto; zeladora, Maria Gianotto; conselho: Vitório

Gianotto, Dirce Ognibene, Helena Zanoni Ognibene, Angelina Vallini Gianotto, Luzia

Gianotto e Mário Vallini. Em julho de 1979, Henrique Ognibene foi substituído no cargo

de secretário por Maria Gianotto.

Reaparece, finalmente, a antiga imagem

Durante uma missa que o Cônego Paulo Haenraetz celebrava no ano de 1980,

desceram do forro da capela centenas de abelhas bravias que atacaram os presentes, quase

impossibilitando o sacerdote de terminar a cerimônia.

Para resolver o problema que poderia repetir-se, no dia seguinte o presidente da

Irmandade, Laerson Gianotto, e o sr. Walter Keiller, um morador das proximidades,

subiram ao forro da capela. No trabalho de exterminar as abelhas, eles acabaram por

encontrar algumas imagens velhas. Para identificá-las, convocaram outro morador do

bairro, José Ângelo Stecca (“Didi Stecca”). Este reconheceu prontamente a antiga imagem

da padroeira do bairro e também um crucifixo que sempre estivera na capela demolida.

Mesmo danificados pela ação do tempo, descoradas e descascadas, essas imagens

ficaram por algum tempo expostas na capela.

Mais tarde, o pároco Cônego Paulo Haenraetz resolveu que elas deveriam ser

restauradas, encarregando-se de levá-las para o “Conventinho” de Itu com esta finalidade.

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Terminado o restauro das referidas duas imagens, o sacerdote houve por bem

esperar por uma reforma na capela para repor o crucifixo no altar e a imagem numa

redoma, como lembrança dos velhos tempos do Buru. Mas até agora, fevereiro de 1992,

quando a paróquia de São Benedito está encerrando seu ano jubilar de criação, a devolução

das imagens não ocorreu. Elas continuam na Casa Paroquial, apesar das várias reformas

pelas quais passou a capela.

Troca de diretoria – Diretoria eleita em 21 de maio de 1983: presidente, Laerson

Gianotto; vice-presidente, José Henrique Bernardini; secretário, Amildo Marzullo;

tesoureiro, Vergílio Gianotto; zeladora, Maria Gianotto; conselho: Vitório Gianotto, Walter

Keiller, Luzia Gianotto, Aparecida Matione Bernardini, Maria Aparecida Gianotto,

Angelina Vallini Gianotto, Irmando Luiz Marzulo, Wilson Dias e Armindo Dias Coutinho.

Cinqüentenário da primeira pedra da capela

A comunidade católica do Buru comemorou condignamente a passagem do

cinqüentenário do lançamento da primeira pedra da capela de N. S. das Neves, no dia 2 de

maio de 1987, durante a missa celebrada pelo padre Paulo Haenraetz, que voltara à

paróquia como auxiliar do padre Geraldo da Cruz Bicudo de Almeida, pároco desde

23/05/1987.

Nossa Senhora da Neves visita as capelas da paróquia

No dia 3 de outubro de 1987, a imagem de N. S. das Neves foi levada à Matriz de

São Benedito, onde houve missa pelo sucesso do ano mariano. A partir dessa data, a

imagem passou a percorrer todas as capelas da paróquia de São Benedito, só voltando ao

Buru no dia 20 de agosto de 1988, por ocasião de sua festa anual.

Durante o ano de 1987 e a ausência da imagem da padroeira, a capela passou por

mais uma reforma, o mesmo se dando em março de 1989, com um novo revestimento

externo, pintura, reforma do telhado do barracão e troca de piso dos sanitários.

Incremento do movimento religioso

Desde a reforma de 1987, os membros da diretoria da Irmandade passaram a

reunir-se aos sábados, para recitação do terço. A partir de 23 de julho de 1989, o povo da

região se reúne na capela aos domingos, para participar de uma celebração litúrgica, sendo

responsável pela mesma o Ministro Extraordinário da Eucaristia Roque Pandini. Nesse

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trabalho, Pandini tinha como coordenador o presidente da Irmandade, Laerson Gianotto,

substituído por Maria Aparecida Gianotto em 5 de abril de 1990.

Em conjunto com a de Santo Inácio, a comunidade de Nossa Senhora das Neves

do Buru iniciou, a 19 de julho de 1991, na matriz de São Benedito, uma novena em

comemoração ao jubileu de prata da paróquia, e no dia 28 do mesmo mês, a imagem de N.

S. das Neves, juntamente com as imagens dos patronos de todas as capelas da paróquia, foi

levada em procissão até o Ginásio de Esportes, onde a novena foi encerrada.

De notar-se que, por terem transferido suas residências para outros pontos do

município, deixaram de fazer parte da diretoria da Irmandade, eleita em 21 de maio de

1983, os srs. Wilson Dias, Walter Keiller e Armindo Dias Coutinho.

Muitos casamentos vêm sendo realizados na capela de Nossa Senhora das Neves,

sendo que os últimos, em número de sete, aconteceram no dia 17 de fevereiro de 1991,

sendo celebrante o padre Maurício Vieira de Souza.

Texto digitalizado pelo Museu da Cidade de Salto em 28/02/2007.