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“Carpe Diem." Horácio Quintus Horatius Flaccus 65 a.C - 8 a.C Horácio

Horacio

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“Carpe Diem." Horácio

Quintus Horatius Flaccus

65 a.C - 8 a.C

Horácio

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Poeta lírico, satírico e filósofo Quinto Horácio Flaco nasceu em Venúsia, posteriormente Venosa, Itália. Filho de um escravo liberto que recebia o dinheiro público nos leilões, graças aos recursos de seu pai, teve uma boa educação para alguém de sua origem social.

Seus estudos iniciaram em Venúsia na escola do mestre Flávio, prosseguiu em Roma e foram completados em Atenas, onde estudou filosofia em 44 a.C.

Quando ocorreu o assassinato de Julio César, Horácio e vários de seus colegas de estudos acolheram com entusiasmo o feito de Brutus, e quando foi organizado um exército republicano em 42 a.C para combater, em Filipos, o triunvirato, com apenas vinte anos ele recebeu o comando de uma legião.

Apesar da derrota dos republicanos na batalha de Filipos, pôde retornar à Roma graças a uma anistia do segundo triunvirato que permitia os adversários regressarem.

Apulia, região onde fica Venosa

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Apesar de ter conseguido anistia, Horácio perdeu o que lhe restava dos bens paternos, tendo que trabalhar em Roma como escrivão de Questor (Procurador), o que permitiu a ele poder divulgar seus primeiros versos e a fazer amizade com o poeta Vergílio.

Horácio foi apresentado por Vergílio ao ministro do imperador Augusto, Caio Mecenas, rico político e diplomata romano de descendência etrusca. Este, por apreciar as qualidades e o talento de Horácio, se tornou amigo do poeta e o incluiu nos círculos literários. Graças a amizade entre Horácio e Mecenas, o poeta pôde conseguir sua ascensão, visitando freqüentemente o palácio imperial e tornando-se também amigo do imperador.

Mecenas ainda concedeu à Horácio uma casa de campo, próxima a Tibur, hoje Tivoli a uma hora de Roma onde os imperadores descansavam nas vilas luxuosas que beiravam o vale. Daí em diante dedicou-se totalmente à poesia, chegando a recusar o pedido de Augusto para ser seu secretário particular. Dessa forma passou o resto de sua vida, se dedicando às suas obras e gozando de visitas de amigos e intelectuais que iam até sua casa onde morreu em 27 de Novembro do ano de 8 a.C., pouco tempo após a morte de seu amigo Mecenas.

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Horácio reagiu contra a escola de Catulo, procurando os seus modelos nos velhos líricos da escola lesbiana. Em seus versos, de notável perfeição formal, encontramos a moral epicurista, ou seja, não se entregue a ambição, goze com moderação dos bens da vida e não se preocupe como o futuro (carpe diem). Dentre suas características literárias, destaca-se a importância em se aproveitar o presente sem demonstrar muita preocupação com o futuro reconhecendo a brevidade da vida, uma idéia semelhante aos pensamentos do filósofo grego Epicuro, que reconhecia as necessidades surgidas a partir da idéia de aproveitar cada momento antes da morte, como o amor e outras.

Horácio é o grande inovador da poesia latina, na qual introduz novos critérios métricos e uma concepção original dos quatro gêneros que cultivava:

EPODOS – SÁTIRAS - ODES - EPISTOLAS

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Suas obras literárias:

EPODOS, ou Iambos

Uma coleção de 17 poemas escritos na mocidade, que tratavam de assuntos romanos e imitava, tanto no metro como no espírito satírico, o poeta Arquíloco, parecidos com as Sátiras, inclui-se uma das obras-primas de Horácio, o Beatus ille, canto à vida tranqüila do campo.

ODES ou Carminas

Divididos em quatro livros de longos poemas líricos sobre assuntos diversos, geralmente sobre mitologia, em hexâmetros. As Odes são a sua obra-prima. Os temas que nelas trata, muito simples, são a expressão lírica da própria vida: o amor, especialmente a amizade, a beleza da natureza independentemente da sua utilidade, os prazeres quotidianos, a passagem do tempo, a inevitável chegada da morte… Horácio tem consciência de criar um lirismo novo que lega às gerações futuras, pois escreve: “Levantei um monumento mais duradouro que o bronze. “

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CANTO SECULAR

Composta a pedido de Augusto. (20 a. C.) - hino epistolar de caráter litúrgico dedicado a Apolo e Diana;

EPISTOLAS

Coleção de cartas sobre assuntos variados: recomendações, convites e discussões filosóficas e morais. As Epístolas, cartas em verso, são também peças poéticas, se bem que nelas predomine a reflexão sobre o lirismo. A mais conhecida é a Arte Poética, em que expõe uma série de conselhos para a criação literária.

SATIRICAS ou Sermones

Baseado em assuntos literários ou morais, discute questões éticas, retrata a ironia de seu tempo dividida em dois livros escritos em hexâmetros. Nas Sátiras, o cuidado formal é mais importante que os temas, muito variados como relatos de viagens, descrição de um banquete ridículo, retrato de uma pessoa vagarosa, etc.

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Composições:

(35 a.C.) Sermonum liber primus ou Sátira I

(30 a.C.) Epodes

(30 a.C.) Sermonum liber secundus ou Sátira II

(23 a.C.) Carminum liber primus ou Odes I

(23 a.C.) Carminum liber secundus ou Odes II

(23 a.C.) Carminum liber tertius ou Odes III

(20 a.C.) Epistularum liber primus

(18 a.C.) Ars Poetica, ou A Espístola aos Pisões

(17 a.C.) Carmen Saeculare ou Canto secular

(14 a.C.) Epistularum liber secundus

(13 a.C.) Carminum liber quartus ou Odes IV

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Horácio (Roma, Séc. I a.C.), Ode XI, Livro I

Tu ne quaesieris scire nefas quem mihi quem tibi

finem di dederint Leuconoe nec Babylonios

temptaris numeros. ut melius quidquid erit pati.

seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam

quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare

Tyrrhenum: sapias vina liques et spatio brevi

spem longam reseces. dum loquimur fugerit invida

aetas: carpe diem quam minimum credula postero.

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"Não procures, Leuconoe, - ímpio será sabê-lo -

que fim a nós os dois os deuses destinaram;

não consultes sequer os números babilónicos:

Melhor é aceitar! E venha o que vier!

Quer Júpiter te dê ainda muitos Invernos,

quer seja o derradeiro este que ora desfaz

nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,

vive com sensatez destilando o teu vinho

e, como a vida é breve, encurta a longa esperança.

De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:

trata pois de colher o dia, o dia de hoje,

que nunca o de amanhã merece confiança."

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“Carpe Diem." Horácio

Quintus Horatius Flaccus

65 a.C - 8 a.C

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