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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ARTES VISUAIS – LICENCIATURA JANAINA MARTINS DE SOUZA IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE TUBARÃO: O COMEÇO DE UMA HISTÓRIA CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010

Implantação do ensino da arte na educação

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Page 1: Implantação do ensino da arte na educação

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ARTES VISUAIS – LICENCIATURA

JANAINA MARTINS DE SOUZA

IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE TUBARÃO: O COMEÇO DE

UMA HISTÓRIA

CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010

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JANAINA MARTINS DE SOUZA

IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE TUBARÃO: O COMEÇO DE

UMA HISTÓRIA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de licenciada no curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador(a): Prof. (ª) MSc. Édina Regina Baumer

CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010

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JANAINA MARTINS DE SOUZA

IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE TUBARÃO: O COMEÇO DE

UMA HISTÓRIA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Licenciada, no Curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Educação e Arte.

Criciúma, 03 de dezembro de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Prof. (ª) MSc. Édina Regina Baumer- (UNESC) - Orientador

Prof. (ª) Maria Aparecida Francisco Fernandes (UNISUL)

Prof. (ª) Maria Marlene Milaneze Just - Especialista(UNESC)

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Dedico este trabalho a todos os envolvidos

na luta para o reconhecimento da Arte,

principalmente às crianças e educadores

que fazem parte da Educação Infantil.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço antes de tudo e de todos a Deus, que nas horas mais difíceis era a

Ele que eu chamava, pois sem a presença Dele eu jamais teria feito uma linha

sequer. À minha família que sempre esteve ao meu lado em todas as minhas vitórias

e minhas derrotas, mas em especial meu marido Adriano que soube ser amigo,

companheiro e paciente nas horas em que mais precisava. Ao meu filho Lui Gabriel,

me desculpo por ter me ausentado de sua vida durante quatro anos, sendo mãe pela

metade, agradeço a cada dia por fazeres parte da minha vida e muito obrigada pela

paciência.

Ao Lídio e a Carmen, pais maravilhosos que me educaram para o bem,

estando sempre ao meu lado. Aos meus irmãos Sabrina e Daniel que sempre me

proferiram palavras de apoio. A minha amada tia Márcia, ou melhor, Dada, que

sempre esteve ao meu lado, dando colo, carinho e apoio, cuidando do meu filho

enquanto eu estudava.

Agradeço os amigos que fiz durante essa jornada acadêmica, em especial a

Aline, Franciele, Renata Rubia, Bia Quevedo, Estefânia, Sol, Karina e Jaqueline.

Agradeço também ao corpo docente da escola Geraldina Maria Tavares em especial

a diretora Ângela e a professora Samile que me ajudaram muito no desenrolar deste

trabalho.

À minha orientadora Édina, agradeço por ter me ajudado muito, me

orientando, incentivando e puxando a orelha, quando necessário. Agradeço à

Secretária de Educação de Tubarão Rosimeri da Cunha Galvani, por ter me recebido

de braços aberto e às coordenadoras da Educação Infantil, Lucimara e Mª

Aparecida, pelo apoio.

Enfim, agradeço a todos que de alguma maneira fizeram parte da realização

deste meu trabalho.

Page 6: Implantação do ensino da arte na educação

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A educação, qualquer que seja o nível em

que se dê, se fará tão mais verdadeira

quanto mais estimule o desenvolvimento

desta necessidade radical dos seres

humanos, a de sua expressividade.

F. Ostrower

Page 7: Implantação do ensino da arte na educação

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RESUMO

A Rede Municipal de Educação de Tubarão implantou o ensino de arte na Educação Infantil no ano de 2010, como componente curricular oportunizando aos educadores e estudantes de arte da cidade, a reflexão sobre as necessidades para a qualidade desse ensino. Surge então o problema desta pesquisa que investiga de que forma os professores da Rede Municipal de Tubarão estão trabalhando o ensino da arte no momento da inclusão desta disciplina como componente curricular na Educação Infantil? Parti então para uma pesquisa de campo através de entrevistas com gestores na Secretaria de Educação do município e questionários para as professoras de arte com o objetivo de investigar como está acontecendo à implantação da disciplina de arte. Os dados foram analisados sob uma abordagem qualitativa, com base na pesquisa bibliográfica que trouxe questões referentes à criança na escola, falando do papel do professor e da instituição escolar perante o ensino da arte na Educação Infantil. Este estudo aborda também o histórico da Educação Infantil no Município de Tubarão destacando o surgimento da idéia da implantação do ensino de arte nesse nível. Ao analisar os dados percebe-se a grande dificuldade que ainda se tem em relação ao ensino de arte para a criança e a necessidade de investir na formação continuada dos profissionais da educação. Palavras-chave: Arte. Ensino. Criança.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

PMT – Prefeitura Municipal de Tubarão

RCNEI – Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil.

SME – Secretaria Municipal de Educação

RME – Rede Municipal de Educação

Page 9: Implantação do ensino da arte na educação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09

2 A CRIANÇA E A ARTE NA ESCOLA ................................................................... 11

3 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO .................................. 15

3.1 O ensino de arte como componente curricular...............................................16

4 INVESTIGANDO A PRÁTICA ............................................................................... 18

4.1 Metodologia ...................................................................................................... 18

4.2 Dados ................................................................................................................. 19

5 PROJETO ............................................................................................................. 22

6 CONCIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 22

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 27

APÊNDICE ............................................................................................................... 28

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1 INTRODUÇÃO

Ao chegar à quinta fase do curso de Artes Visuais na disciplina de

estágio, precisava obrigatoriamente construir um projeto de docência para a

Educação Infantil. Com isso me deparei com um caminho pouco ou nada trilhado por

mim, até aquele exato momento. Pesquisei diversos autores, que escreveram sobre

o assunto, li alguns projetos já construídos. Percebi então a importância da arte

nessa fase da vida da criança e que esse poderia ser o tema para meu trabalho de

conclusão de curso. Aprendi que o ensino da arte é de extrema importância no

desenvolvimento intelectual da criança, tornando as crianças mais sensíveis ao

mundo que as cercam, por isso é importante integrar a criança aos aspectos lúdicos,

expressivos e prazerosos que se apresentam nas atividades artísticas. Essa atitude

pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo da criança, já que a arte gera

conhecimento. Então, por que não se estar trabalhando a arte desde os primeiros

anos da criança na escola?

Partindo deste pressuposto de que a arte é reconhecida como um

componente importante para a formação cognitiva da criança, assim como as

demais áreas do conhecimento, a Prefeitura Municipal de Tubarão incluiu, no ano de

2010, essa linguagem como componente curricular na educação infantil. Com a

inclusão do ensino da arte na rede municipal, senti a necessidade de conhecer

alguns aspectos acerca dessa implantação, junto às instituições e aos profissionais

da área, e assim surgiu o problema desta pesquisa: de que forma os professores da

rede municipal de Tubarão estão trabalhando o ensino da arte no momento da

inclusão desta disciplina como componente curricular?

Desta forma o objetivo da pesquisa foi investigar como está

acontecendo à implantação da disciplina de arte na educação infantil da Secretaria

Municipal de Educação de Tubarão. Para alcançar esse objetivo realizamos uma

pesquisa de campo por meio de entrevistas para analisar a forma como estão sendo

desenvolvidos os planejamentos das atividades, buscando saber qual a visão dos

profissionais sobre essa linguagem como componente curricular e quais

capacitações tiveram. A análise dos dados foi feita gerando interpretações de caráter

qualitativo contemplando as falas dos sujeitos pesquisados, com informações que

não podem ser quantificadas. A fundamentação teórica trouxe autores como Pilloto

(2007), Melo (2003), Cunha (2006) entre outros que trazem visões diversas sobre o

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ensino da arte, mas que juntos buscam o mesmo objetivo de melhorar o ensino de

arte; em questão neste estudo, o ensino da arte na Educação Infantil.

No segundo capítulo abordo a relação da criança com a arte na escola,

partindo das idéias dos autores já citados e incluindo o Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (1998), refletindo também sobre o relacionamento

do professor e da própria instituição com a criança e com o ensino da arte. A seguir

trago um pouco da história da Educação Infantil em Tubarão com base em dados

cedidos pela SME. Já no quarto capítulo, investigo a prática de ensino das

professoras de arte, por meio do questionário, obtendo e analisando dados que

serviram de subsídio para, no capítulo seguinte, sugerir um projeto de curso. Ao final

faço algumas considerações, propondo reflexões sobre a qualidade do ensino da

arte na educação, em especial na educação infantil da rede municipal de Tubarão.

Marcando assim o começo de uma nova história.

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2 A CRIANÇA E A ARTE NA ESCOLA

O ensino da arte passou por diversas mudanças, e ainda se transforma

desde que foi implantado. Estudos são realizados no campo educacional, a fim de

aprimorar o ensino em arte. Mesmo com todos esses estudos, resta ainda um

grande caminho a percorrer, pois, em geral, não há o reconhecimento da arte, como

uma disciplina capaz de gerar conhecimento tornando as crianças mais sensíveis ao

mundo que as cerca e que contribui para um desenvolvimento cognitivo. Em nosso

cotidiano o que percebemos é que muitos dos que estão ligados à escola tem uma

visão de que arte é desenhar e pintar. Segundo Pillotto (2007, p.18), “essa história

está atrelada a paradigmas conceituais relacionados a contextos políticos,

econômicos, social e cultural” e cabe a cada um de nós, professores de arte, buscar

alternativas para mudar essa realidade.

Contudo, considerando toda a trajetória do ensino da arte no Brasil

muito já se conseguiu e hoje o ensino da arte é um componente curricular obrigatório

nas diversas etapas da educação básica. “Isso pede do professor uma reflexão

maior sobre sua prática pedagógica, que o leve a valorizar os conteúdos,

preocupando-se e compreendendo o ensinar e aprender em arte” é o que ressalta

Melo (2003, p. 52).

Esse é o pensamento que a escola deveria considerar, mas o que

muitos pensam é que a arte na Educação Infantil não passa de um momento onde a

criança trabalha a coordenação motora com recortes, colagens, rasgar e pintar

simplificando assim o ensino da arte. Porém o ensino da arte tem seus objetivos

específicos e vai muito além. Efland (1998) apud Melo (2003, p. 49), “relatou que as

crianças precisam das artes para capacitá-las a compreender e comunicar-se com

os termos de sua sociedade, para que elas possam ter um futuro nessa sociedade”.

Melo (2003) ainda completa que, assim, as crianças poderão atuar de maneira

crítica e criativa ao desempenharem seu papel social.

Muitos professores acomodam-se deixando de valorizar a riqueza da

linguagem artística, principalmente nessa fase da vida onde as crianças se

expressam pelo desenho e pintura. Ouvimos durante o curso de graduação em Artes

Visuais que Picasso, com todo seu conhecimento artístico, disse que passou a vida

tentando desenhar como as crianças. Talvez o artista valorizasse um desenho que

surgisse da espontaneidade, quando as crianças não têm ainda uma visão

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estereotipada que começa a surgir, segundo Cunha (2006, p. 9) “por volta dos 7 ou

8 anos, quando vai para a escola que valoriza a linguagem verbal (falada e escrita)” .

Nessa situação reduz-se, portanto as formas de se expressarem, limitando-se a

desenhar casinhas, céu azul, arvorezinhas com maçãs e assim por diante. Há os

professores que ainda incentivam questionando: por que a árvore não está pintada

de verde? Cobram ainda os braços as pernas, fazendo com que as crianças se

ajustem desde cedo aos estereótipos, deixando assim de formar sua própria

(composição) linguagem.

Observamos no cotidiano de nossas escolas, que o professor interfere

muito na produção das crianças, que vêem nele um portador da verdade, da

sabedoria, por isso segundo Cunha (2006, p. 10), “é imprescindível que o adulto

rompa seus próprios estereótipos, a fim de que consiga realizar intervenções

pedagógicas no sentido de trazer a tona o universo expressivo infantil”. Isso não se

restringe somente a produções visuais, mas também a outras linguagens como a

cênica, a musical, a oral e a escrita.

O professor é um exemplo para a criança nessa fase e é a partir da

convivência escolar, além de outros meios sociais que ela vai construindo seu

caráter, sua identidade. Pillotto (2007, p. 23), ressalta ainda “que as crianças estão

abertas para a vida, sem preconceitos; são receptivas a novas experiências”, mas no

nosso cotidiano o que percebemos é que, infelizmente muitos professores acabam

desconsiderando algumas características pessoais de cada criança. Porém, temos

que aprender a conviver com as diferenças preservando a característica de cada

sujeito, isto é, dando-lhes a possibilidade de amadurecimento e desenvolvimento da

autonomia nas suas produções assim como nas suas vidas.

Há ainda um grande caminho a se percorrer e para Pillotto (2007, p.

24) o primeiro deles “é possibilitar as crianças experiências com linguagens da arte,

desenvolvendo, consequentemente, a imaginação, a percepção, a intuição, a

emoção e a criação”. Faz-se necessário então buscar atividades que contemplem

essas questões, pois as crianças que estão nessa fase, possuem uma grande

facilidade de aprendizado por ainda não se encontrarem presas aos estereótipos,

partem para uma produção expressiva, de sua própria autoria, vinculada ao lúdico,

as brincadeiras, relacionando com a fantasia, com o faz de conta que faz parte de

sua vida.

Page 14: Implantação do ensino da arte na educação

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Temos que estar preparados para propor situações que busquem o

interesse das crianças “propondo ações que permitam o inesperado, a surpresa, o

movimento, as interações socioculturais”, é o que diz Pillotto (2007, p. 25),

convergindo para o que propõe o RCNEI (1998, p. 13), quando diz que toda criança

deve ter “acesso aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento

das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao

pensamento, à ética e à estética”. Por isso temos que estar bem cientes do nosso

papel na educação infantil, para errarmos o mínimo possível, sabendo que cabe as

instituições escolares garantirem que as crianças tenham experiências prazerosas,

pois segundo RCNEI (1998, p. 22), “o conhecimento não se constitui em cópia da

realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e

ressignificação”.

Sendo assim, devemos considerar que o papel das instituições e dos

profissionais é conhecerem, e compreenderem cada criança em particular. De

acordo com Melo (2003, p. 48), “enquanto forma de vivência do lúdico e de exercício

da criatividade, o ensino da arte respeita a criança na criação e recriação de

conceito e vivências, na afirmação e construção da individualidade e na interação

dos sujeitos envolvidos no contexto social”. Diante disto, os professores devem estar

a par do currículo para poderem propor situações que tenham sentido e despertem o

interesse dos educandos da educação infantil. Nesse sentido Ferreira (apud Pillotto,

2007, p. 25), afirma que,

observar o mundo com uma atitude requer olhar para além do que é estritamente liberal ou utilitário. No trabalho com artes, as crianças aprendem um modo diferente de ver a vida, que as leva a superar os limites impiedosos do prosaico e da praticabilidade e a apreciar as qualidades estéticas presentes nos objetos.

Nesse cenário, cabe a nós, profissionais, pensarmos e repensarmos o

que é relevante e quais caminhos devemos percorrer, pois “ao optarmos pelo

caminho centrado na expressão do ser humano, ampliamos a visão de arte

educação para além das técnicas, através de atividades compartimentadas”, é o que

ressalta Conegundes e Souza (apud Pillotto, 2007, p. 25). As crianças têm como sua

principal atividade, a brincadeira e é através dela, que se aproximam de conteúdos

pertinentes a arte, assim como os das demais linguagens como a oral e escrita.

As atividades lúdicas são indispensáveis à criança para a apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, pois possibilitam o exercício e o desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de

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sentimentos. O brincar nas aulas de arte pode ser uma maneira prazerosa de a criança experienciar novas situações e ajudá-la a compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético. Ferraz (1993) apud Melo (2003, p. 60)

Mediar essas brincadeiras na educação infantil oportuniza o

aprendizado, ao contrário de deixar a criança entregue às brincadeiras não

planejadas. Segundo o RCNEI (1998, p. 27):

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.

Diante disto, vemos a importância que o ensino da arte tem na

formação da criança da Educação Infantil e com essa conscientização trago no

próximo capítulo, informações sobre a disciplina de arte na Rede Municipal de

Ensino de Tubarão no momento de sua implantação.

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3 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO

A educação vem passando por diversas mudanças, o que não é diferente no

Município de Tubarão, principalmente na Educação Infantil que segundo a Proposta

Curricular de Tubarão (2008), surgiu no ano de 1955, com a iniciativa do padre da

paróquia, Raimundo Gizoni que fundou uma instituição sem fins lucrativos,

conhecida como a ACIT, hoje intitulada de APROET. Porém suas atividades com

crianças só iniciaram em 1956 com a criação dos Centros Catequéticos. Em 1958

surge o Centro de Educação Infantil Santo Afonso destinado a crianças pequenas.

Já em 1959, 1961 e 1963 são criados mais três centros de Educação Infantil

mantidos até hoje pela entidade: Centro de Educação Infantil Pio XII, Centro de

Educação Infantil Santa Tereza e Centro de Educação Infantil São Judas Tadeu.

Surge então em 1964 a instituição Lar da Menina, mantida pela Congregação

Irmã Sacramentina de Bergman atendendo crianças carentes. Já em 1976, surgem

então os Jardins de Infância, CEBEM com atendimento integral e parcial, tendo

como instituição mantenedora a FUCABEM. Os CEBEM foram fundados em

diversos bairros da cidade de Tubarão, contando com uma coordenadora e

estagiária que atendiam as turmas. Como esse atendimento era assistencialista,

surge então nesse momento a preocupação com a educação das crianças segundo

a Proposta Curricular do Município (2008).

Somente em 1979 é que foi realizado um convênio com a Prefeitura

passando a administração dos Jardins de Infância para a FUNDESCO. Em 1982,

são criadas as Creches Domiciliares para atender as crianças de 0 a 3 anos

suprindo a necessidade da mãe trabalhadora. As creches tinham como responsável

a proprietária da casa, chamada de “mãe crechera”. Essa tinha a casa reestruturada

para poder atender as crianças tendo uma equipe multidisciplinar para auxílio. As

creches passaram a ser mantidas pela Prefeitura que ainda na época eram

chamadas de Jardim de Infância, mais tarde de Escola Infantil e hoje recebe o nome

de Centros de Educação Infantil.

Na época da publicação da Proposta Curricular em 2008, a Rede Municipal

de Ensino de Tubarão dispunha de 24 Centros de Educação Infantil e 18 escolas de

Ensino Fundamental para atender as crianças de 0 a 6 anos e cerca de 250

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educadores e de 90 estagiários trabalhando diretamente com essas crianças.

Atualmente conta com 25 Centros de Educação Infantil e 20 Escola de Ensino

Fundamental.

3.1 O ensino de arte como componente curricular

O ensino da arte na Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de

Tubarão surgiu de uma conversa entre a coordenação do Ensino de Ed. Infantil com

a coordenação de Artes no ano de 2009. Ambas as coordenações entenderam que

a arte, como disciplina, era algo importante para as crianças nessa fase. A partir

dessa conversa foram em busca de leis, documentos e propostas para essa nova

realidade. Partiram então, a princípio, para a alteração da lei, tentando assim incluir

a arte como disciplina no município, porém isso é algo que ainda não foi aprovado.

Do mesmo modo, continuaram com a idéia e iniciou-se no ano de 2010 a arte como

disciplina somente na Pré-escola.

Embora haja muitos profissionais na área da educação, poucos são os

com habilitação em arte; ainda há uma grande dificuldade de se encontrar

profissionais formados nessa área. Essa é a realidade não só da cidade de Tubarão,

mas de outras cidades. Diante desse quadro, de falta de profissionais, a alternativa

foi trabalhar a arte, com as crianças de 0 à 4 anos, como forma de linguagem e não

como disciplina, destinando para esse trabalho, uma hora aula relógio por semana,

realizado por pedagogos.

Ao iniciar o ano de 2010, a coordenação de Educação Infantil juntamente

com a de Artes promoveram um encontro com todas as professoras que elaboraram

um planejamento e decidiram que esses encontros seriam trimestrais. Elencaram

também eixos temáticos que iriam trabalhar durante o ano. No decorrer destas

reuniões, as conversas informais revelam que muitos professores consideram que o

ensino de arte nessa faixa etária, é o mesmo independente do fato de ser ministrado

por pedagogos ou por professores de arte, pois se trabalha muito desenho, pintura e

outras técnicas. Foi uma opção da Secretaria Municipal de Educação contratar

professores graduados em arte para atuar no pré-escolar tendo então uma aula por

Page 18: Implantação do ensino da arte na educação

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semana.

A proposta para o ensino da arte na Educação Infantil está sendo

elaborada, não constituindo ainda um documento oficial, sendo que os dados que

apresentei neste capítulo foram todos cedidos por uma das coordenadoras da

Educação Infantil. Diante desta realidade optamos por investigar somente a prática

do ensino da arte no Pré-escolar que conta hoje com uma aula semanal de artes.

Page 19: Implantação do ensino da arte na educação

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4 INVESTIGANDO A PRÁTICA

4.1 Metodologia

Segundo Minayo (2000, p.17), “entende-se por pesquisa a atividade básica da

Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a

atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo.” Então pesquisar

significa busca soluções para problemas - comuns ou não. É ter vontade de

aprender de conhecer e, partindo de problemas, ir em busca de respostas às

indagações, para contribuir então, com a transformação da sociedade, do mundo em

que vivemos.

Partindo desse conceito e tendo como tema a Implantação da arte na

educação infantil na rede municipal de Tubarão: O começo de uma história,

perguntamos na pesquisa sobre de que forma os professores da rede municipal de

Tubarão estão trabalhando o ensino da arte no momento da inclusão da disciplina

como componente curricular na educação infantil? Tive então por objetivo,

investigar, como está sendo a implantação da disciplina de arte como componente

curricular na educação infantil da Rede municipal de Tubarão.

Este estudo está dentro da linha de pesquisa: Educação e Arte, do Curso de

Artes Visuais da UNESC. Opto por uma pesquisa de caráter qualitativo onde os

dados obtidos provocaram interpretações que não podem ser quantificados,

delineando assim a abordagem qualitativa. Segundo Minayo (2000, p. 21-22), “a

pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas

ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado”.

O objeto de pesquisa foi a prática do ensino da Arte na RME, na etapa da

educação infantil, com o objetivo de perceber a importância atribuída à educação em

arte no momento de sua implantação. Mais precisamente, busquei compreender

como está sendo o desenvolvimento dos conteúdos em sala de aula e analisar se a

Secretaria de Educação do Município está dando apoio aos professores.

Para contemplar meus objetivos, parti inicialmente para uma pesquisa

bibliográfica, que segundo (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p. 60) “procura

explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros,

dissertações e teses”. Tem caráter exploratório, pois buscou o maior número

possível de informações por meio da coleta de dados através de questionários e

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entrevistas, na pesquisa de campo. O primeiro passo foi ir a SME pedir a

autorização da Secretaria Rosemeire Cunha Galvani para poder realizar a pesquisa

junto aos professores e coordenadores da rede. Em seguida conversei com as

coordenadoras da Educação Infantil Lucimara Pontes e Mª Aparecida Fernandes

onde consegui dados referentes ao ensino da arte na Rede Municipal. Após essas

conversas fui às escolas entregar os questionários, para sete professoras: três

graduadas e quatro em formação em Artes Visuais Licenciatura.

4.2 Os Dados

Foram entregues sete questionários a professoras que lecionam a

disciplina de artes no pré-escolar do município de Tubarão, tendo o retorno de

somente cinco questionários, que identificaremos com os números 1, 2, 3, 4 e 5.

O questionário continha sete perguntas abertas que buscavam colher

dados referentes à implantação do ensino da arte no pré-escolar da RME.

A primeira questão tratou das dificuldades encontradas pelas professoras

ao trabalhar arte com o pré-escolar. Duas professoras (1 e 2) responderam que a

maior dificuldade é a hiperatividade e a falta de concentração das crianças. Outras

duas (3 e 4) apontaram para a dificuldade de materiais. A professora 5 afirmou ‘ a

falta de preparação especifica para trabalhar a disciplina’, concordando com a

professora 3 que indicou como dificuldade, a falta de conhecimento. Destacamos

nessa questão a fala da professora quatro que apontou como maior dificuldade ‘a

falta de aceitação por parte de outros professores’. Sobre isso, Melo (2003, p. 60)

nos diz que,

mesmo apontando as características e conhecimentos que o professor deve ter para atuar como mediador do processo ensino aprendizagem da arte na Educação Infantil, não desconhecemos os obstáculos que se interpõem para a conscientização dessa prática. Ultrapassar tais obstáculos depende de um efetivo investimento na formação e na capacitação continua do professor.

Na segunda questão perguntamos se as professoras sentem

necessidade de aperfeiçoamento. Todas as professoras afirmaram sentir essa

Page 21: Implantação do ensino da arte na educação

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necessidade alegando que a formação continuada faz falta na vivencia da sala de

aula (professora 3). Segundo Iavelberg (apud Melo 2003, p. 61),

a necessidade de investimento na formação de professores de arte é uma decorrência dos novos contextos educativos. O trabalho de capacitação não é simples, mas não podemos deixá-lo de desenvolvê-lo, pois precisamos de práticas educativas que garantam a criança o direito ao fazer artístico e de conhecer arte.

A seguir perguntamos sobre as orientações dadas pela coordenação

da RME para trabalhar arte na Educação Infantil. Três professoras (1, 2 e 5) afirmam

que as orientações são satisfatórias pois possibilitam trocas de idéias e sugestões

dando ‘ o direcionamento necessário para a realização das atividades’ ( professora

5). Uma professora diz que essas orientações são mais que satisfatórias e completa:

‘os planejamentos, as atividades dadas como sugestão estão nos ajudando muito’

(professora 4). Apenas uma professora não está satisfeita com as orientações

justificando que ‘em sala de aula a realidade é muito diferente’ (professora 3).

Nessa direção o RCNEI (1998, p. 41) diz que a “implantação de uma

proposta curricular de qualidade depende, principalmente dos professores que

trabalham nas instituições. Por meio de suas ações, que devem ser planejadas e

compartilhadas com seus pares e outros profissionais da instituição”, e ainda

ressalta que “é preciso ter professores que estejam comprometidos com a prática

educacional, capazes de responder às demandas” (RCNEI, 1998, p. 41).

Na quarta questão colocamos: Quais linguagens da arte você trabalha

em sala com seus alunos? Duas professoras (2 e 4) afirmaram trabalhar apenas a

linguagem visual por meio da pintura escultura e elementos da linguagem visual

como cor, linha e texturas. Outras duas professoras responderam: ‘teatro, dança,

música, pintura entre outras’ (5) e linguagens ‘visuais, corporais e plásticas’ (3). Uma

das respostas não consideramos para esta análise, por haver erro na interpretação

da pergunta. Pillotto e Schramm (2001, p. 15), ao refletir sobre o ensino da arte,

citam as várias linguagens da arte e ressaltam que o conhecimento é mediado não

somente pela professora mas também pela interação entre colegas, com “o livro, a

imagem, a música, a dança, o teatro, o cinema, as mídias”.

Em seguida perguntamos sobre os materiais que utilizam em suas

aulas. Uma professora (3) afirma que não possui na escola materiais diversificados.

Outras duas professoras também fazem essa afirmação, mas, se diferenciam

quando dizem ‘ não tanto’ (1) e ‘não muito’ (4). Elas mesmas citam massa de

modelar, tinta, giz de cera, folha e lápis. Duas professoras (2 e 5) dizem que usam

Page 22: Implantação do ensino da arte na educação

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materiais diversificados como: sucatas, papéis diversos, tinta, cola, massa de

modelar, revistas e lápis de cor.

Na questão seguinte perguntamos se elas têm em seu domínio alguma

lista de conteúdos referente ao ensino da arte. Duas professoras (1 e 2) colocaram

que seguem a Proposta Curricular do Município, ressaltando ainda (a professora 2),

que utiliza também livros e CD’s de arte e que ‘as vezes, se necessário

acrescentamos idéias para enriquecê-las’(professora 1). Outra professora (4) afirma

que pessoalmente segue o planejamento feito bimestralmente na SME. A professora

5 nega ter alguma lista em seu domínio e já a professora 3 diz seguir a seguinte

listagem ‘desenho , pintura, recorte, colagem, dança e teatro’.

Por fim a última questão pedia para relatar qual foi o trabalho realizado

junto às crianças, em sala de aula, que lhe trouxe mais satisfação. Duas professoras

referiram-se à expressão corporal, sendo que a professora (5) descreveu uma

atividade com a dança, justificando que nesse momento seus alunos se

expressavam livremente. A professora 3 se referiu ao teatro, pois, para ela foi

marcante ‘ a expressão do corpo, da fala, crianças se entregando de corpo e alma a

um objetivo’, convergindo para o que diz o RCNEI (1998, p. 46) quando diz que “o

domínio progressivo das diferentes linguagens que favorecem a expressão e

comunicação de sentimentos, emoções e idéias das crianças, propiciam a interação

com os outros e facilitam a mediação com a cultura e os conhecimentos

constituídos”.

A professora 4 fala da satisfação dela quando vê que seus alunos

compreenderam o que ela ensinou e quando se divertem. Outras duas (1 e 2) citam

o trabalho com tintas, reciclagens e colagem, ressaltando a professora 1 que as

produções das crianças são surpreendentes. Isso vai ao encontro, novamente, ao

que orienta o RCNEI (1998, p. 29 e 30):

a organização de situações de aprendizagens orientadas ou que dependem de uma intervenção direta do professor permite que as crianças trabalhem com diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos professores, mas, essencialmente, na escuta das crianças e na compreensão do papel que desempenham a experimentação e o erro na construção do conhecimento.

Especificamente nessa questão, podemos observar a disposição das

professoras de arte do município de Tubarão, para desenvolver um processo de

ensino e aprendizagem a partir das necessidades das crianças. No entanto, diante

Page 23: Implantação do ensino da arte na educação

22

da análise dos dados coletados em toda a pesquisa, percebo que ainda temos,

como educadores em arte, um grande caminho a percorrer em busca de

aprimoramentos que nos levem a melhores condições no desenvolvimento do ensino

de Arte na Educação Infantil. Nesse sentido, apresento uma proposta para a

realização de um curso de formação continuada para as professoras de arte do

município de Tubarão.

Page 24: Implantação do ensino da arte na educação

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6 PROJETO

Introdução/ Justificativa

O ensino da arte na Educação Infantil é algo muito recente, principalmente na

Rede Municipal de Educação de Tubarão. Após pesquisar sobre a implantação da

arte no Pré-escolar do Município, senti a necessidade de propor um curso

direcionado as professores de arte da rede, pois segundo a pesquisa, a maioria das

professoras sente a necessidade de um curso de aperfeiçoamento ou formação

continuada.

Por esse motivo vê-se como um ponto relevante a organização de um curso,

onde as professoras possam ter a oportunidade de aliar a teoria com a prática a fim

de refletir sobre as possibilidades de aprimorar o ensino em arte. Salienta-se a

importância da proposição de novos cursos para professores, pois, há uma grande

dificuldade de encontrar cursos direcionados a área de arte, além da graduação

oferecida em nossa região. Destaca–se ainda, que a disciplina é composta de

objetivos que vão além do que muitos pensam e que esses devem ser alcançados

por meio de metodologias específicas, conteúdos e avaliação própria.

Objetivo Geral

Proporcionar aos professores de arte um curso de capacitação, onde teoria e

prática possam provocar uma reflexão sobre as possibilidades de oportunizar um

melhor aprendizado aos educandos, especificamente da educação infantil por meio

da prática do educador.

Objetivos Específicos

· Conhecer conceitos referentes ao ensino da arte;

· Trocar experiências com outros professores de arte;

· Experimentar novas técnicas;

· Aperfeiçoar técnicas já conhecidas.

Page 25: Implantação do ensino da arte na educação

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Proposta de Carga Horária

O curso poderá ter a carga horária de 20 h. Sendo que 4h de teoria e 16h de

prática, tendo como público alvo os professores de arte da Rede Municipal de

Tubarão.

Ementa: Arte Educação. Linguagens artísticas. Metodologias do ensino da arte.

Desenvolvimento:

No primeiro dia de curso os profissionais terão 4hs de teoria onde serão

abordados temas sobre a Arte educação e Linguagens Artísticas, trazendo conceitos

e questões relevantes acerca desses conteúdos, assim como autores e seus

estudos a fim de contribuir para um melhor entendimento do ensino da arte e suas

linguagens.

Nas outras 16hs, o curso trará uma abordagem prática onde os profissionais

terão a oportunidade de trocar as experiências práticas de sala de aulas, assim

como conhecer novas técnicas podendo adaptá-las a sua realidade escolar.

Poderão também conhecer maneiras de trabalhar diferencialmente com materiais

específicos, que possam contribuir de forma positiva em sala.

Referências

CUNHA, Susana Rangel V.(Org.) Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. 6ª edição Porto Alegre: Mediação 2006. 132 p.

PILLOTTO,Silvia Duarte Sell. Linguagens da Arte na infância. Joinville: Ed. Univille, 2007.

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7 CONSIDERAÇOES FINAIS

Ao fazer a pesquisa bibliográfica constatou-se a grande importância que a

arte tem no papel do desenvolvimento da criança nos primeiros anos de sua

existência, assim como a importância de um profissional qualificado para mediar a

disciplina de arte na escola. Para tanto, faz-se necessário que os mesmos se

coloquem em busca de aprimoramento, para desenvolver com eficácia este trabalho.

Através da história inicial da implantação da Educação Infantil no

município de Tubarão, observou-se que houve um grande desenvolvimento e uma

grande preocupação em transformar um atendimento que era assistencialista para

as crianças, em uma educação voltada para a cognição.

Diante desse novo contexto a preocupação da coordenação com o

desenvolvimento da criança como um todo, foi buscar novos caminhos para

programar e transformar esse atendimento em algo inovador. Assim a implantação

do ensino da arte na Educação Infantil, foi uma forma de contribuir para essa

inovação, além de cumprir com determinações estabelecidas pela legislação

educacional. No entanto, antes desses fatores relevamos que a arte é para a criança

uma forma de expressão do prazer, da realidade, da criatividade, dos sentimentos e

tem a capacidade de contribuir para que se tornem muito mais sensíveis ao mundo

que as cerca.

Pôde-se então perceber, por meio deste estudo que a arte na Educação

Infantil da RME apresenta-se em fase de construção, e a insegurança dos

educadores frente a essa nova realidade é compreensível, pois tudo que é novo

assusta e ao mesmo tempo desafia, instigando a ir em busca de aprimoramentos.

Diante das dificuldades surge a necessidade de participar de cursos, onde possam

existir trocas de experiências contribuindo assim para maior segurança do educador

no desenvolvimento de seus trabalhos.

É importante citar que a criança desde a mais tenra idade se desenvolve

de acordo com o meio onde está inserida. A criança reproduz os comportamentos e

ensinamentos do seu meio social através de desenhos, de brincadeiras, de

imitações, etc, por isso a importância de ter um modelo de educação que possa

proporcionar um aprendizado voltado também para o ensino em arte, onde se possa

partir da vivência da criança proporcionando assim um aprendizado prazeroso.

Assim, a qualificação do professor torna-se indispensável para que esse

Page 27: Implantação do ensino da arte na educação

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desenvolvimento aconteça da melhor forma possível, garantindo a qualidade na

educação.

Acreditamos que com profissionais capacitados e comprometidos, os que

mais ganham são os educandos, mas todos serão contemplados, tendo prazer em

aprender, discutindo novas idéias, novos conhecimentos e novas maneiras de fazer

o aprendizado acontecer, de forma mútua entre educadores e educandos.

Page 28: Implantação do ensino da arte na educação

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. CERVO, Amado Luiz. BERVIAN, Pedro Alcino. DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientifica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CUNHA, Susana Rangel V.(Org.) Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. 6ª edição Porto Alegre: Mediação 2006. 132 p. MELO, Christianne P. O. O papel mediador do professor no processo de ensino-aprendizagem da arte na educação infantil. In: PILLOTTO, Sílvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting. Reflexões sobre o ensino das artes. Joinville: Ed. Grafville Impressos, 2003 MINAYO, Maria Cecília de Souza. DESLANDES, Suely Ferreira. NETO, Otavio Cruz. GOMES, Romeo. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade.16. ed. Petrópolis RJ, 2000. PILLOTTO,Silvia Duarte Sell. Linguagens da Arte na infância. Joinville: Ed. Univille, 2007. PILLOTTO, Sílvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting. Reflexões sobre o ensino das artes. Joinville: Univille, 2001.

Page 29: Implantação do ensino da arte na educação

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APÊNDICE

Page 30: Implantação do ensino da arte na educação

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

UNIDADE ACADÊMICA HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO

CURSO DE ARTES VISUAIS - LICENCIATURA

Este questionário é parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna

Janaina Martins de Souza, acadêmica da 7ª fase do Curso de Artes Visuais –

Licenciatura, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. A pesquisa

constará do trabalho intitulado: “IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DA ARTE NA

EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE TUBARÃO: O COMEÇO DE

UMA HISTÓRIA”, tendo como orientadora a professora Édina Regina Baumer.

Com base em seu trabalho como professor (a) de artes, responda:

1. Você trabalha a disciplina de arte no Pré escolar no município de Tubarão.

Quais as maiores dificuldades que você encontrou até este momento?

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2. Você sente a necessidade de participar de cursos de aperfeiçoamento ou

formação continuada?

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3. As orientações dadas pela coordenação para trabalhar arte na educação

infantil estão sendo satisfatórias? Justifique.

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4. Quais linguagens da arte você trabalha em sala com seus alunos?

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5. Você possui na escola materiais diversificados? Quais materiais você mais

usa em sala?

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6. Existe em seu domínio alguma lista de conteúdos referente ao ensino da arte,

que você segue? Comente.

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7. De todos os trabalhos que você realizou junto às crianças até o presente

momento, qual o que lhe deu mais satisfação? Comente.

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Obrigada por colaborar com a realização desta pesquisa!

Solicito ainda que você conclua sua participação assinando no espaço reservado

abaixo, para que as informações por você fornecidas possam ser utilizadas no

desenrolar deste trabalho.

Nome:__________________________________________________________

Assinatura:______________________________________________________