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Introdução à História da África

Introdução à história da áfrica

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Introdução

àHistória

da África

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A diversidade Africana:são muitas as “Áfricas”

• O continente africano é múltiplo. É diverso. Nele, na verdade, existem várias “Áfricas”.

• Vários povos, etnias, línguas, tradições, religiões, economias, enfim, várias sociedades compõem o mosaico africano e possuem características próprias que, quando tornadas homogêneas, empobrecem a compreensão do que é a África.

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• A África é, também, uma terra de contrastes. Considerada o continente mais pobre do mundo, possui riquezas naturais e humanas inesgotáveis.

Não podemos deixar de considerar, da mesma forma, sua diversidade religiosa, suas múltiplas formas de expressão artística, suas festas, seus sons e sabores

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I-Uma história de resistências

• Todos os modelos de dominação colonial impostos à África sofreram resistências de Variadas formas.

• De norte a sul, chefes tradicionais e guerreiros pegaram em armas para enfrentar a praga “branca”, vinda do norte e que aparentemente não cessava nunca.

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• Para levar a cabo a conquista da África, os europeus foram muito criativos e se utilizaram de todas as vias possíveis que estivessem ao seu alcance: fosse por meio da guerra; por meio de alianças não compreendidas pelos chefes africanos como o estabelecimento de acordos diplomáticos duvidosos, fosse utilizando-se da velha política do “dividir para dominar” com intensa utilização de africanos contra africanos, num curto período de tempo, a maior parte do continente estava em suas mãos.

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• Num curto período de tempo, a maior parte do continente estava em suas mãos. A rigor, apenas duas unidades políticas mantiveram se completamente independentes na África,

a Libéria e a Etiópia.

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Monrovia, Liberia (Oeste da Africa)

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Libéria – Processo de independência

• O estado da Libéria teve as suas origens no outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos da América

• Em 1821 a Sociedade Americana de Colonização, uma entidade privada, adquiriu propriedades numa área então vinculada a Serra Leoa e deu início ao projeto de “repatriação” de ex-escravos. O local escolhido inicialmente recebeu o nome de Monróvia, uma homenagem ao presidente norte-americano James Monroe.

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• O projeto foi apenas parcialmente bem sucedido, se assim podemos dizer, uma vez que relativamente poucos negros retornaram para a África e os que lá chegaram encontraram grandes dificuldades de entrosamento com as populações autóctones e com as condições locais, uma vez que muitos padeceram sob o impacto da malária e de outras doenças tropicais.

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• Mesmo assim, em 1847 foi proclamada formalmente sua independência e fundada a República da Libéria, conseguiu manter-se independente, mesmo no período áureo de expansão do colonialismo europeu, graças a relativa proteção dos Estados Unidos.

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Joseph Jenkins Roberts (1809-1876) – Foi eleito,em 1848, o primeiro presidente da Libéria.

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Addis Ababa, capital da Etiópia

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Nazret

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Mekele

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Dire Dawa

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Aldeia etíope

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Etiópia- processo de independência

• A chegada dos europeus e as disputas entre eles e comerciantes árabes e asiáticos, sobretudo na busca pelo controle do comércio no Índico, associado a fatores internos, deixou a Etiópia um tanto fragilizada e em processo de relativa decadência.

• No final do século XIX, com a chegada ao trono do Imperador Menelik II, as coisas começam mudar

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• Menelik II consegue consolidar o seu reinado e toma atitudes que levaram à modernização do estado Etíope.

• A Itália, que havia passado por um processo de unificação nacional tardio (década de 1860), e entrou na corrida colonial estabelecendo seus objetivos territoriais entre eles conquistar também os territórios etíopes

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• Já tendo enfrentado investidas britânicas, o desafio colocado pela Itália foi aceito e o Imperador Menelike II, ao invés de fugir ou capitular, lançou seu exército e frustrou os planos de uma vasta área colonial italiana no chifre da África.

• Em 1906, por meio de acordos diplomáticos, Inglaterra, França e Itália reconheceram formalmente a independência e as fronteiras da Etiópia.

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Milhares de etíopes, como Jagama Kello, no centro da foto e na época contando com apenas quinze anos, alistaram-se para lutar contra os invasores italianos.

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• Vale lembrar que sob o regime fascista de Benito Mussolini, a Itália voltou a invadiu a Etiópia em 1936 e por lá permaneceu até 1941. A dominação fascista não se deu, contudo, sem que houvesse uma forte resistência dos etíopes, naquele momento liderados pelo imperador Hailé Sélassie.

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• Os italianos, com um exército muito superior, levaram cerca de oito meses para conseguir estabelecer de fato o controle sobre o território da Etiópia.

• Com a resistência interna, com a ajuda dos ingleses e depois de sucessivos desastres militares italianos em várias frentes durante a Segunda Guerra Mundial, a Etiópia retomou a condição de independência após a expulsão dos italianos e o Imperador retornou ao trono.

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Tropas coloniaisbritânicas naÁfrica do Sul (1879)

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• A presença européia na África, embora concentrada no litoral, era antiga. No entanto tudo começou a mudar profundamente com a penetração em direção ao interior do continente por parte dos europeus.

• Nos relatos que ficaram daquele tenebroso período, fica evidente que os africanos eram obrigados a muitas humilhações e regimes severos de trabalho-

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• Exemplos: trabalho forçado, obrigatoriedade de fornecimento de víveres (mesmo que para isso aldeias inteiras tivessem que passar fome), atividades de transporte, ou carrego, na qual os africanos eram obrigados a transportar pesados equipamentos e materiais do interesse dos europeus (seja em direção ao interior ou em direção ao litoral), pagamentos de impostos e taxas, dentre outros. Tudo isso forçou os africanos a uma adaptação nada fácil de aceitar e que só foi obtida por meio de muita brutalidade e violência.

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Congo – exploração, racismo e violência

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• No Congo, por exemplo, o sistema de dominação imposto pelos belgas foi um verdadeiro pesadelo para os africanos.

• Houve o confisco de terras e o monopólio das atividades econômicas mais rentáveis, além da coação das populações locais que foram obrigadas a participar, a contragosto, da exploração das riquezas do território

• Aqueles que se negavam a trabalhar para os belgas eram severamente punidos com chicotadas, castigos diversos, assassinatos, mutilações e, ainda, tinham suas aldeias e casas queimadas para servir de exemplo.

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O Estado Livre do Congo foi definido,durante a Conferência de Berlim,como um domínio colonial belga,ou melhor, como uma propriedadeprivada do próprio Rei dos Belgas,Leopoldo II. Assim, o Congo foi administrado de forma privada até que, em 1908, o território foi formalmente transferido para a administração direta do estado belga. Os maus tratos, a violência e a brutalidade exercida pelos colonizadores levaram ao primeiro movimento internacional pelos direitos humanos. Ver HOCHSCHILD,Adam. O fantasma do reio Leopoldo – uma história de cobiça, terror eheroísmo na África Colonial. São Paulo:Cia das Letras, 1999

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Hereros – Namíbia – O povo herero quasefoi exterminado pelo colonialismo alemão

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• Levou tempo para que os africanos se organizassem em termos políticos para combater o colonialismo. Antes que isso acontecesse, a religião foi um meio de resistência muito utilizado na África, seja de forma consciente ou inconsciente.

• Depois, veio o período de uma incipiente organização sindical, resultado do processo de urbanização e da transformação gradativa do trabalho dos africanos nas atividades laborais nas cidades que iam se formando. A fase seguinte, e que promoveu

• Uma mudança substancial nas modalidades de resistência ao colonialismo, foi o surgimento de partidos políticos que tinham como fundamento a luta pela liberdade.

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Tradicionais guerreiros zulus

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II - Descolonização eindependência

• Dentre os principais fenômenos que envolveram as relações internacionais nas décadas de 40 e 50 do século XX, como a guerra fria, a bipolarização do poder, a questão da energia atômica e da possibilidade da guerra nuclear, a descolonização apareceu com destaque devido à importância que assumiu no decorrer desses anos.

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• Dentre os fatores que levaram à descolonização, destacaram-se, dois tipos de influências que atuaram positivamente:

1) As internas: os movimentos pela independência no interior da África;

2) As externas, como: o referido abalo sofrido pelas potências colonialistas durante a Guerra; a política externa adotada tanto pela URSS quanto pelos EUA; a ação da ONU que, desde a sua fundação, trabalhou pela autodeterminação dos povos e pelo fim do sistema colonialista.

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A II Guerra desgastou expressivamente as metrópoles, o que se traduziu num abalo moral, econômico e humano e repercutiu nas áreas colonizadas, uma vez que estas logo foram chamadas a ajudar no esforço de guerra. A contribuição se deu com:

• Aumento na produção de alimentos e matérias-primas que eram enviadas como suprimentos para os exércitos aliados

• Organização de tropas oriundas das regiões colonizadas que se dirigiram ao front para combater junto aos aliados (milhares de africanos foram mobilizados para lutar contra o nazismo)

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A ONU foi um foro privilegiado para o debate sobre a descolonização

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A ONU se tornara a principal tribuna para as reivindicações de autodeterminação dos

povos colonizados. Naquela arena, a ideia de independência foi bem aceita pela maioria dos seus membros e a Organização se constituiu

numa forte aliada dos estados que demandavam pela emancipação. Nela, as nações colonialistas sofreram as mais pesadas críticas contra o domínio e a exploração dos povos colonizados

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A Negritude e o Pan-Africanismo

Foram dois movimentos de notada importância para a resistência africana.

• Ao destacar a personalidade e realçar os valores negros, a Negritude atuou como resposta ao racismo e assumiu forte sentido de resistência à política de assimilação, ambos alicerces ideológicos do colonialismo.

• O Pan-Africanismo, por sua vez,catalisou forças Políticas e acirrou o debate sobre a descolonização, renovando as esperanças e fortalecendo a luta política dentro e fora da África.

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IV A África hoje e suainserção internacional

• São diversas as regiões da África que vivenciaram ou ainda vivenciam conflitos armados e falência de estados, com um alto custo social.

• Os estados africanos ainda hoje lutam contra toda sorte de adversidade no sentido de encontrarem soluções próprias e conjuntas para a superação do subdesenvolvimento e, acima de tudo, para melhorarem o seu pífio desempenho econômico e social, o que só será conseguido se primeiro atingirem a paz e conseguirem promover um ciclo virtuoso que possibilite crescimento econômico minimamente sustentado.

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Guerrilhas e instabilidade ainda persistem em algumas partes do continente africano

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A situação em Darfur, no Sudão, continua crítica

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O Continente Africano, apesar de sua grande diversidade e das particularidades dos seus estados e regiões, apresenta alguns elementos que lhe dão nexo no que diz respeito à sua inserção internacional:

• Grande déficit tecnológico;• Não conseguiram alcançar um perfil industrial e

alguns estados se ressentem da falta de infraestrutura básica para o seu desenvolvimento;

• No setor agrícola há defasagens gritantes no Continente. Nesse sentido, a África é o único continente que não conseguiu autossuficiência na produção de alimentos.

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Africanos arriscando a vida para chegar à Europa. O desemprego no Continente acaba servindo como estímulo para que milhares de africanos tentem deixar a África todos os anos.

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lideranças africanas se esforçam para conseguir superar dificuldades Além dos processos de integração econômica em

andamento no continente, existem propostas que valorizam a democratização das sociedades africanas e um renovado sentimento de respeito aos direitos humanos

• A ideia de Renascimento Africano (African Renaissance)• O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e

os credores mais ricos já sinalizaram com o perdão de parte da dívida externa de vários países africanos e da revisão de seus procedimentos com relação à África.

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A copa do mundo de futebol ajudou a projetar a imagem internacional do Continente

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O Apartheid

• Apartheid (significa "vidas separadas" em africano) era um regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos

• Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948 e perdurou até 1994

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• No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais.

• Este sistema vigorou até o ano de 1990, quando o presidente sul-africano tomou várias medidas e colocou fim ao apartheid. Entre estas medidas estava a libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar com o regime de segregação. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país

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Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:

1949- Proibição de casamentos entre brancos e negros ; 1950- Obrigação de declaração de registro de cor para

todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço), Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades; 1951 - Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) 1953 Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) 1953 - Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões -

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"INVICTUS" - William E. HenleyTradução de André C. S. Masini

Do fundo desta noite que persiste A me envolver em breu - eterno e espesso,A qualquer deus - se algum acaso existe,Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,Sob os golpes que o acaso atira e acerta,Nunca me lamentei - e ainda tragoMinha cabeça - embora em sangue - ereta.

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Além deste oceano de lamúria,Somente o Horror das trevas se divisa; Porém o tempo, a consumir-se em fúria,Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,Nem por pesada a mão que o mundo espalma;Eu sou dono e senhor de meu destino;Eu sou o comandante de minha alma.

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"Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

Nelson Mandela