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GUILHERME DALTO
INVENTRIO DE PROJETOS CAETANO CASARETTO
PATRIMNIO ARQUITETNICO URBANO EM PELOTAS / RS
(1862-1942)
1 edio
Pelotas
Edio do Autor 2015
Copyright 2015 Guilherme Dalto
Reviso: Guilherme Dalto
Capa, Projeto grfico e Diagramao: Guilherme Dalto
Formatao digital: Guilherme Dalto
Tiragem: Obra digital distribuio gratuita.
Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)
D152i Dalto, Guilherme
Inventrio de projetos Caetano Casaretto: patrimnio
arquitetnico urbano em Pelotas/RS (1862-1942). / Guilherme
Dalto Pelotas: 2015.
798 p.; il. color
ISBN: 978-85-920189-1-7
1. Arquitetura urbana. 2. Ecletismo. 3. Inventrio. 4.
Pelotas. I. Ttulo.
CDD: 720.098165
Bibliotecrio responsvel: Nilson Tibrcio - CRB9/1750
1 edio: novembro de 2015
A responsabilidade dos contedos desta obra do autor.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro, sem autorizao prvia do
autor, poder ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados:
eletrnicos, mecnicos, fotogrficos, gravaes ou quaisquer outros.
SUMRIO
INTRODUO .............................................................................................. 02 PARTE 1. METODOLOGIA ..........................................................................
06
1.1 PESQUISA NA CIDADE DE PELOTAS ................................................. 06 1.2 CONSIDERAES METODOLGICAS ................................................ 09 1.3 INVENTRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA ............................... 11 PARTE 2. BIOGRAFIAS .............................................................................. 16 2.1 DADOS HISTRICOS SOBRE A FAMLIA CASARETTO ..................... 16 PARTE 3. INVENTRIO DAS OBRAS ENCONTRADAS ........................... 27 PARTE 4. INVENTRIO DAS OBRAS ATRIBUIDAS ................................. 32 BIBLIOGRAFIA E FONTES CITADAS
INTRODUO
A cidade de Pelotas/RS se destaca pelo conjunto arquitetnico edificado referente ao
final do sculo XIX e incio do XX. Nessa poca, o pas desenvolveu uma arquitetura
cuja linguagem utilizava elementos variados originados de pocas e lugares distintos.
Para Pelotas, esse ecletismo, que ocorreu, sobretudo nas fachadas das edificaes,
coincide com um momento histrico de apogeu econmico possibilitado pela
fabricao do charque.
Esse passado permitiu que na cidade tivesse o desenvolvimento de um nmero
considervel de construes de valor artstico e histrico. Hoje, possui construes
tombadas em nvel municipal, estadual e federal, alm de quase 2000 inventariadas.
A arquitetura do perodo analisado j foi estudada por vrios pesquisadores, tanto
ligados rea da histria como da arquitetura e urbanismo:
A pesquisadora Heloisa Assumpo do Nascimento reuniu seus artigos sobre os
acontecimentos relevantes e as pessoas importantes de Pelotas em uma obra
intitulada Nossa cidade era assim (volume um publicado em 1989 e volume dois em
1994).
O historiador Mrio Osrio Magalhes em Histrias e tradies de cidade de
Pelotas, publicado pela primeira vez em 1979, apresentou pequenos textos sobre
assuntos variados, desde a fundao da cidade at os fatos do sculo XX. Em
Opulncia e cultura na Provncia de So Pedro do Rio Grande do Sul: um estudo
sobre a histria de Pelotas (1860-1890), publicado em 1993, tambm sobre
assuntos diversos, focou uma poca que o autor classificou como sendo o apogeu do
desenvolvimento local, oriundo da produo charqueadora. Em Pelotas sculo XIX,
de 1994, Magalhes aprofundou os estudos publicados no livro anterior. O mesmo
autor tambm elaborou em 1994 o que chamou de Guia histrico das ruas de
Pelotas com o nome de Os passeios da cidade antiga, onde contou um pouco a
histria das ruas da cidade, suas antigas denominaes e os acontecimentos que
foram responsveis pela alterao dos nomes.
Em sua dissertao de mestrado, de 1993, o arquiteto e urbanista Andrey Rosenthal
Schlee escreveu sobre O ecletismo na arquitetura pelotense at as datas de 30 e
40, nesta obra o autor classificou, segundo a linguagem utilizada, os diferentes
perodos da arquitetura pelotense, esclarecendo o desenvolvimento ocorrido nas
edificaes.
O historiador de arte Carlos Alberto vila Santos em Espelhos, mscaras, vitrines
Estudo iconolgico de fachadas arquitetnicas. Pelotas, 1870 1930,
apresentada como dissertao em 1997, elaborou um estudo sobre as decoraes do
exterior das edificaes transformadas e adaptadas segundo as possibilidades
econmicas de seus proprietrios, a disponibilidade de materiais e a capacidade
tcnica e criativa de seus construtores. O autor faz o leitor compreender a histria da
arquitetura como integrante da histria econmica, social e cultural de um povo.
A arquiteta e urbanista Ceres Chevallier publicou em 2002 o livro intitulado Vida e
obra de Jos Isella, fruto do seu estudo no mestrado. Este trabalho trata da
arquitetura desenvolvida por este imigrante italiano em Pelotas, na segunda metade
do sculo XIX e tambm narra os acontecimentos da vida pessoal deste construtor.
A professora Ester J. B. Gutierrez em 1993 publicou um estudo detalhado sobre a
regio de Pelotas e a formao do ncleo charqueador. Negros, charqueadas e
olarias: um estudo sobre o espao pelotense foca as charqueadas a faz referncia
s olarias existentes nas mesmas propriedades que lidavam com o gado, assim,
salienta a importncia da mo de obra escrava no s na produo do charque como
tambm de elementos cermicos (tijolos e telhas). Em Barro e Sangue, de 2004,
resultado de sua tese de doutorado, defendida em 1999, a autora procurou dar corpo
e rosto aos construtores dos objetos arquitetnicos e urbanos originais da cidade de
Pelotas, bem como definir as solues que adotaram. Nesta pesquisa falou da
relao entre desescravizao e urbanizao.
Apesar das publicaes existentes, ainda h muito para se desvendar sobre as
especificidades da arquitetura da cidade. A obra de Caetano Casaretto pouco
conhecida de maneira geral. Este profissional foi um dos mais importantes arquitetos-
construtores de sua poca e ainda bastante lembrado por algumas construes da
cidade. Entretanto a pouca publicao existente mostra o quanto ainda temos para
aprender sobre a arquitetura de Pelotas.
O nome de Caetano Casaretto, quando citado, mais para divulgar a pessoa
responsvel pela construo de obras representativas para a cidade do que a
produo do profissional como um todo. Sua obra quando aparece, raramente
detalhada.
O estudo da obra do construtor Caetano Casaretto (1862-1942) tem como objetivo
conhecer esta arquitetura, com influncia italiana, que foi desenvolvida na cidade de
Pelotas no perodo compreendido entre 1893 e 1920. Neste perodo o profissional
produziu quase uma centena de prdios.
Alm do trabalho de pesquisa sobre a vida particular de Caetano Casaretto, o estudo
tambm composto pelo inventrio dos projetos do profissional Caetano Casaretto,
com o qual foi possvel quantificar e comparar os dados obtidos. Este inventrio est
dividido em duas partes, a primeira referente aos projetos encontrados no arquivo
municipal (74 unidades) e a segunda sobre as construes cujos projetos no foram
encontrados, mas possuem documentos que comprovam sua autoria (dez
construes). Os registros das obras foram feitos nas fichas desenvolvidas pelo
Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN) e em uma ficha
desenvolvida para esta pesquisa, que trata especificamente da linguagem da fachada.
Alm disso, o preenchimento deste inventrio de bens culturais tambm pode vir a dar
suporte a outras pesquisas e auxiliar nas tomadas de decises das polticas pblicas
de preservao, programas de educao patrimonial e de turismo cultural. Vale
lembrar que o conhecimento da produo de Caetano Casaretto, com marcante
atuao profissional, tambm possibilita, de certa forma, a reconstituio da imagem
do ambiente urbano em Pelotas no final do sculo XIX e incio do XX.
Levando-se em conta o nmero considervel de obras que permaneceram, oportuno
a sua integrao aos planos de gesto patrimoniais. O patrimnio faz referncia a
conceitos universais, que se transmitem apesar dos cmbios sociais. Mas
certamente necessrio que haja o reconhecimento dessa manifestao humana
dentro de um sistema cultural. A valorizao nasce a partir desse reconhecimento.
[...] S se preserva o que se ama, s se ama o que se
conhece, [...] possibilitar-se- s geraes futuras a
subsistncia dos elos que estabelecem a continuidade da
corrente civilizadora e que do ao homem, diante das
mudanas bruscas da sociedade, a sensao de segurana
necessria a seu contnuo evoluir. [...] (Carta de Pelotas de
1975 cit. por PERES, 2008, p.29)
O contato com civilizaes e grupos sociais que viveram em espaos e tempos
diferentes do nosso, nos auxilia no sentido de apreendermos que as formas de
produzir a sobrevivncia variam na histria. Graas ao estudo do passado, podemos
entender o processo de transformao da natureza realizado pelo acmulo de
conhecimento dos homens, e que possibilita mudanas substanciais no modo de vida
da humanidade, alm de abrir horizontes de transformao em nossa sociedade.
PARTE 1. METODOLOGIA
1.1 PESQUISA NA CIDADE DE PELOTAS
A escolha do tema da pesquisa acabou determinando o nmero de unidades a serem
estudadas, as quais, por sua vez, acabaram delimitando uma rea de abrangncia
dentro do municpio de Pelotas. O municpio de Pelotas (Figura 1) est localizado no
sul do estado do Rio Grande do Sul. Os principais acessos se do pela BR 116, BR
392 ou BR 471, j que a cidade situa-se na confluncia destas rodovias. Localiza-se
ao sul de Porto Alegre, capital do estado, distante 250 Km pela BR-116, apenas 47 Km
de Rio Grande, cidade com o maior porto da regio e 135 Km da fronteira com o
Uruguai. (PELOTAS, 2011)
Figura 1: Mapa do estado do Rio Grande do Sul com a localizao da cidade de Pelotas.
Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.
Sete municpios fazem limite com Pelotas alm da lagoa dos Patos ao leste, so eles:
Turuu ao nordeste, So Loureno ao norte, Canguu ao noroeste, Morro Redondo ao
oeste, Capo do Leo e Rio Grande ao sul, alm do municpio de Arroio do Padre que
est inserido dentro dos limites do municpio. (PELOTAS, 2011)
Atualmente, o Plano Diretor da cidade divide o ambiente urbano (Figura 2) em onze
reas de Especial Interesse do Ambiente Cultural (AEIAC). O espao de abrangncia
representado pelas construes selecionadas neste estudo est contido dentro da
rea mais antiga da cidade, chamada Zona de Preservao do Patrimnio Cultural
ZPPC.
Figura 2: Mapa da zona urbana da cidade de Pelotas.
Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.
Pelotas hoje uma cidade de mdio porte, encontra-se em terceiro lugar estadual em
nmero de habitantes, aproximadamente 390.000. A principal atividade econmica o
comrcio lojista. (PELOTAS, 2011)
O perodo de atuao do construtor Caetano Casaretto na cidade remete a poca na
qual a prpria rea urbana comeava a se expandir para alm do que hoje
conhecido como Zona Preservao do Patrimnio Cultural (Figura 3). S isto j seria
relevante para que se preze e mantenha os exemplares que ainda resistem ao tempo.
Alm disso, inseridos na ZPPC existem os Focos de Interesse, reas onde a
necessidade por manter as caractersticas originais se faz mais importante devido as
especificidades do local. Sendo assim, mais relevante torna-se preservar as
edificaes que nelas se encontram.
Figura 3: Mapa da rea central da cidade de Pelotas.
Fonte: Google mapas. Acesso em 13.set.2010.
As obras encontradas esto compreendidas entre os anos de 1893 e 1920. A pesquisa
no acervo da Secretaria Municipal de Urbanismo e a elaborao do inventrio se
deram da seguinte forma:
Pesquisa, separao e arquivamento dos projetos encontrados no arquivo da
prefeitura, que tivessem a assinatura de Caetano Casaretto como construtor,
ou seja, responsvel pela construo.
Escolha do inventrio desenvolvido pelo IPHAN com o intuito de colaborar
para o enriquecimento do cadastro unificado de bens culturais nacionais.
Modificao da ficha M303 do inventrio existente para inserir dados
pertinentes referentes especificamente tipologia residencial.
Levantamento fotogrfico tanto de imagens antigas em acervos pblicos e
particulares como imagens atuais, dos imveis que ainda se encontram nos
lotes identificados.
Reproduo das plantas baixa e de situao tomando como referncia os
desenhos de cada projeto.
Preenchimento das fichas do inventrio com base nos projetos, fotografias, e
croquis de reproduo das plantas.
Elaborao e preenchimento das fichas destinadas anlise da linguagem da
fachada.
Preenchimento da segunda parte do inventrio, referente s obras cujos
projetos no foram localizados.
Quantificao dos dados inseridos nas fichas do inventrio.
Verificao de semelhanas das obras dos projetos com as publicaes do
arquivo da famlia e que pertenceram ao construtor.
Interpretao dos resultados (textos, tabelas, grficos) e comparaes entre as
obras.
1.2 CONSIDERAES METODOLGICAS
A cidade de Pelotas conhecida por possuir um conjunto arquitetnico ecltico
considervel. Nesse ambiente merece destaque o nome do construtor Caetano
Casaretto. A atuao deste profissional reconhecida atravs das relevantes
construes cuja responsabilidade sobre a obra foi dele. Entretanto, Caetano no
executou apenas essas edificaes pelas quais ficou conhecido.
O nmero considervel de citaes sobre o construtor Caetano Casaretto, como
responsvel por significativos exemplares arquitetnicos na cidade de Pelotas, instigou
conhecer melhor este profissional da construo. Por melhor que possa ser uma
pessoa na funo em que exerce, dificilmente ir executar apenas os maiores e/ou
melhores trabalhos em sua profisso. Geralmente o reconhecimento de sua obra
que o torna compatvel com uma contratao para trabalhos de maior vulto. Ento,
como Caetano pode ser to comentado quando o assunto arquitetura, j que poucos
so os que conhecem seu legado?
Sempre so os mesmos prdios citados quando o assunto Casaretto, os
importantes, os de vulto: biblioteca, clube, asilo etc. Entretanto, para chegar a receber
a confiana para executar essas obras certamente construiu outras, provavelmente
mais simples. Mas quais?
A busca de dados referentes a Caetano Casaretto para esta pesquisa teve incio
atravs das citaes encontradas na bibliografia existente. Para tal foram utilizados
Vida e obra de Jos Isella de Ceres CHEVALLIER (2002), j apresentado; 100
Imagens da arquitetura pelotense dos arquitetos e urbanistas Rosa MOURA e
Andrey SCHLEE (2003), no qual mostram a evoluo da linguagem arquitetnica da
cidade e como as mudanas comeam primeiramente na parte externa, principalmente
fachada principal; Arquitetos e construtores no Rio Grande do Sul 1892/1945 do
arquiteto e urbanista gacho Gnter WEIMER (2004) onde apresenta, em forma de
500 verbetes, a vida e a obra de profissionais arquitetos e construtores que
trabalharam no estado na poca compreendida entre 1892 e 1945; Legado da
tecnologia construtiva de imigrantes italianos ao patrimnio arquitetnico de
Pelotas da arquiteta e urbanista Rosilena PERES (2008) referente sua tese de
doutorado em engenharia civil, trabalho sobre as tcnicas construtivas utilizadas pelos
imigrantes italianos na cidade; e a pesquisa, Caetano Casaretto em Marcucci,
Zanotta e Casaretto Constroem o sul do Novo Mundo de BARCELLOS et al.
(2008), desenvolvida por um grupo de, ento, graduandos em arquitetura e urbanismo,
com base em obras monogrficas, neste trabalho os autores deram um panorama
geral sobre alguns dos principais construtores de origem italiana que trabalharam em
Pelotas e suas obras.
Ainda em busca de informaes histricas, pelo mtodo de pesquisa oral, realizou-se
entrevistas com Paulo Bianchi Casaretto e sua filha Giane Casaretto, respectivamente
terceira e quarta geraes da famlia do imigrante italiano Jernimo Casaretto, pai do
profissional estudado nesta pesquisa. Atravs da famlia teve-se contato com parte da
bibliografia utilizada pelo construtor, alguns documentos e cartas trocadas entre os
familiares quando parte destes estava morando na Itlia.
Sob posse de Giane Casaretto encontrou-se: um Auto de justificao de solteiro de
Jernimo Casaretto de 1853; duas cartas enviadas de Chiavare para os familiares no
Brasil em julho de 1885, uma assinada por Giuseppe Casaretto e outra sem
assinatura, que provavelmente deva ser de Jernimo Casaretto, o filho; uma carta de
Jernimo Casaretto enviada da localidade de Serro Chato para o Sr. Onofre de Freitas
Gomes na cidade de Herval; um livro com ttulo O thesouro da familia brasileira;
doze exemplares de uma publicao peridica de Barcelona chamada Carpintaria
Artstica; o manual francs Petite Construtions Franaises de 1884; o manual
alemo Der Modern Ausbau publicado em data desconhecida; e, quatro manuais
italianos, dois exemplares da Le Construzione Moderne In Itlia e outros dois da
Larchitettura Italiana.
Foi analisado o inventrio de morte de seu pai que se encontra no Arquivo Pblico do
Estado do Rio Grande do Sul (APERGS, n 167, M9, E28), na cidade de Porto Alegre.
Aps conhecer os aspectos da vida particular do construtor, a pesquisa passou a ser
feita no arquivo de projetos da construo civil da Secretaria Municipal de Urbanismo
(SeUrb). Analisou-se a totalidade de projetos arquivados correspondentes ao tempo
de vida do construtor, entre 1862 (nascimento de Caetano Casaretto) e 1942 (morte
do arquiteto). A fidelidade da autoria das edificaes foi creditada assinatura do
profissional como construtor em cada projeto selecionado.
O arquivo municipal possui projetos armazenados desde o ano de 1885. Os cinco
primeiros anos esto arquivados em quatro antigas pastas em formato horizontal. Do
ano 1890 em diante as plantas esto arquivadas em caixas arquivo de papelo, sendo
que at o ano de 1945, o registro existente no qual as plantas esto catalogadas ainda
em meio fsico (fichrios) e a partir de 1945 at os dias atuais, as plantas arquivadas
possuem registro digitalizado.
Para facilitar a catalogao e compreenso das informaes levantadas nos projetos e
para que fosse possvel quantific-las, compar-las e inter-relacion-las foi utilizado
um inventrio. O inventrio um sistema de padronizao j consagrado para
trabalhos com grande nmero de dados. Foram encontrados 74 projetos na SeUrb que
compuseram a primeira parte do inventrio de projetos. As obras de interesse da
pesquisa e cuja autoria de Caetano, mas no tiveram seus projetos encontrados,
foram tambm inventariadas e, igualmente, compem a parte dois do inventrio.
Alm disso, o trabalho esteve voltado ao conhecimento dos conceitos e referncias
que fazem parte da obra do profissional. Para tal, foram elaboradas revises
bibliogrficas sobre as linguagens arquitetnicas por ele utilizadas: ecletismo e
protomodernismo, alm de uma reviso conceitual sobre tipologia.
Por fim, fez-se a comparao entre as informaes do inventrio e o material tcnico
de arquitetura guardado pela famlia, com objetivo de conhecer a produo profissional
do construtor pelotense de origem italiana Caetano Casaretto.
1.3 INVENTRIO COMO METODOLOGIA UTILIZADA
Devido ao grande nmero de obras a ser analisado optou-se pelo mtodo de
inventrio. Para inventariar os projetos de Caetano Casaretto foram utilizadas as
fichas desenvolvidas pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional
IPHAN para o Sistema Integrado de Conhecimento e Gesto SICG. Este processo
de catalogao um instrumento que possibilita o cadastro unificado dos bens
culturais para que seja construda uma base de dados sobre patrimnio. Estes bens
so classificados conforme sua categoria, recortes temticos e territoriais pesquisados
em cada estudo. O sistema est focado nos bens de natureza material, reunindo em
uma base nica informaes sobre cidades histricas, bens mveis e integrados,
edificaes, paisagem, arqueologia e outras ocorrncias do patrimnio cultural do
Brasil. (IPHAN, SICG, 2010)
O sistema composto por trs mdulos de fichas e tabelas, totalizando quinze fichas e
trs tabelas. Sendo estas distribudas da seguinte maneira: trs fichas no primeiro
mdulo chamado Conhecimento, cinco fichas e duas tabelas no segundo mdulo
Gesto, e cinco fichas e uma tabela no terceiro e ltimo mdulo Cadastro. As fichas
mais adequadas para o tema da pesquisa e, portanto, aplicadas neste trabalho so as
trs primeiras fichas do mdulo 03 (M301, M302, M303). Com intuito de preservar o
catlogo desenvolvido pelo IPHAN as fichas foram mantidas sem alteraes, com
exceo da M303, a qual foi adaptada para melhor servir a pesquisa.
Todas as fichas do SICG iniciam com os mesmos campos de preenchimento, so as
lacunas destinadas ao cabealho de identificao do bem correspondente. Esta rea
est subdividida em trs sub-campos, o primeiro referente ao recorte territorial cuja
base para resposta Pampa Gacho foi o mapa de biomas do Instituto Brasileiro de
Geografia a Estatstica IBGE. A variante bioma foi escolhida por caracterizar melhor
a regio de largas extenses de terras planas e cobertas por gramneas, a variante
estado ou unidade federal no caracteriza o tipo de stio j que esta possui diversos
ambientes distintos. (IBGE, 2011)
A segunda lacuna requer a identificao do tema, que neste caso so as obras de
arquitetura cuja responsabilidade foi de Caetano Casaretto, na cidade de Pelotas. O
terceiro e ltimo espao deste cabealho se refere especificamente identificao de
cada bem, neste caso a escolha foi pelo endereo. Quando se identificou mudana de
nome das vias ou praas ou ainda alterao da numerao das construes foram
feitas as atualizaes para a localizao atual.
Assim como o cabealho padro, todas as fichas so finalizadas com um campo
especfico destinado identificao do responsvel pelo preenchimento dos mdulos
e pela veracidade das informaes, neste caso o prprio autor.
CADASTRO DE BENS
A primeira ficha (M301 - anexo A) utilizada especificamente para o cadastro da
edificao e traz informaes sobre a localizao do objeto no universo (item dois),
contendo estado, municpio, localidade, endereo, cdigo postal e coordenadas
geogrficas. (IPHAN, M301, 2010) Os projetos encontrados foram concebidos para
que estivessem dentro do que hoje podemos chamar de centro histrico da cidade de
Pelotas. O endereo utilizado neste campo o existente no projeto, sem alteraes
para o nome atual. Apenas foram georreferenciados os prdios ainda existentes, para
tal utilizou-se o programa de computador Google Earth e o ponto escolhido para fazer
a medio foi o centro da testada, local que delimita a rea de propriedade pblica da
privada e est equidistante das propriedades laterais.
Sobre a identificao do proprietrio, optou-se por inserir o nome do primeiro
proprietrio, j que este foi o cliente responsvel pela contratao que resultou o
imvel e tambm porque uma das formas de pesquisar no arquivo municipal, uma
vez que as construes mais antigas foram identificadas apenas com o nome da rua e
do proprietrio, sem constar numerao. Quanto natureza do bem e o contexto no
qual o bem est inserido, todos so bens imveis e esto localizados na ZPPC.
As lacunas destinadas ao estado de preservao contam com ntegro, pouco alterado,
muito alterado e descaracterizado. ntegro corresponde s edificaes que conservam
todas as caractersticas originais da fachada; pouco alterado corresponde s fachadas
que modificaram at aproximadamente 30% de sua rea; muito alterado corresponde
s fachadas que tiveram mais de 30% de sua rea alterada; e descaracterizado
corresponde queles prdios onde no mais possvel reconhecer a sua linguagem
original. Tambm so considerados descaracterizadas as construes que apesar de
no terem sofrido alteraes em mais de 30% da fachada, encontram-se em difceis
condies para a compreenso da linguagem original.
Para o estado de conservao: bom, precrio, em arruinamento e arruinado so as
opes disponveis. As edificaes classificadas como boas so aquelas que esto em
adequadas condies de apresentao, ou seja, no deterioradas, bem pintadas e
limpas. As construes em estado precrio so aquelas que se encontram com a tinta
descascando e possuem alguns pontos em deteriorao no reboco. Em arruinamento
foi o termo utilizado para os prdios que j perderam alguma parte, como por exemplo,
parte da fachada ou telhado. As edificaes arruinadas so aquelas que j tiveram a
maior parte demolida.
Depois, nos campos destinados s imagens optou-se por inserir fotografia de parte do
projeto contendo informaes como: proprietrio, construtor, endereo e data, para
servir de comprovao da obra. Foram colocadas, tambm, fotografias antigas e
atuais das edificaes localizadas. Por fim, no espao destinado s informaes
histricas foi adicionada a data de aprovao do projeto pela prefeitura municipal.
CARACTERIZAO EXTERNA
A segunda ficha (M302 - anexo B) inicia com o campo destinado implantao da
construo no lote. (IPHAN, M302, 2010) Neste campo foram inseridos desenhos de
parte da malha urbana, retirados e adaptados do Mapa Urbano Bsico (MUB, 2007) da
Prefeitura Municipal de Pelotas onde foram demarcados, quando possvel, o lote em
azul e a implantao da edificao marcada com hachura. No desenho tambm foram
adicionados a indicao de orientao solar e uma escala grfica.
Esta ficha traz tambm espao para a imagem das fachadas, tipologia, poca da
construo, uso original e atual, topografia do terreno, nmero de pavimentos,
medidas gerais da edificao, observaes, fotos de detalhes, descrio arquitetnica
e informaes complementares quanto diviso da fachada. O espao destinado s
fotos de detalhes foi preenchido com imagens atuais dos prdios ainda existentes. Por
fim, a ficha termina com a enumerao dos desenhos do projeto, levantamento
fotogrfico e possveis fontes bibliogrficas e documentais.
CARACTERIZAO INTERNA
A terceira ficha (M303 - anexo C) foi modificada para melhor se adequar a pesquisa, a
ficha resultante foi denominada M303_modificada (anexo D). Os campos removidos
foram aqueles destinados caracterizao interna e quanto ao tipo de material
utilizado, visto que o estudo de materiais est fora do recorte da pesquisa. (IPHAN,
M303 e M303_modificada, 2010)
Entre as informaes inseridas esto aquelas referentes ao tipo de interveno feita
pelo profissional. Os prdios foram classificados como projeto novo quando se trata de
uma construo inteiramente nova; acrscimo de pavimento, quando se trata de uma
construo sobre algum piso existente; acrscimo de planta, quando for referente
um aumento de rea construda; e, fachadismo, quando o projeto se trata de alterao
da linguagem da fachada principal.
Por serem as mais frequentes, as residncias foram classificadas quanto forma e
quanto disposio interna dos compartimentos da edificao. Para o subitem forma,
foram utilizadas as variantes trrea, sobrado e poro-alto. Quanto distribuio
interna, as divises so em corredor central, corredor lateral, compartimentos corridos
e com sala de distribuio.
O espao destinado ao croqui da planta baixa foi aumentado para melhor
compreenso da disposio dos cmodos, facilitando a anlise da circulao nas
residncias. Foram inseridas informaes como a posio solar e legendas que
indicam as partes a demolir e a construir quando os projetos foram elaborados visando
reformas. Referente implantao, a construo pode ter sido disposta no
alinhamento predial, com recuo frontal, com recuo lateral, com recuo frontal e lateral,
ou ainda disposta isolada no lote.
Sobre a linguagem da fachada, leva em considerao as denominaes ecltica,
protomoderna e linguagem no observvel. Ainda, em relao as fachadas foi
elaborada uma ficha para especificar os elementos compositivos das mesmas
(Apndice 1).
Finalmente, aps o preenchimento do inventrio foram desenvolvidas tabelas para
sistematizar as informaes das fichas e foram elaborados grficos de porcentagem
sobre os dados que poderiam colaborar com as comparaes propostas. Por fim, foi
desenhado um mapa (Apndice 2) definindo os lotes onde foi possvel identificar que
h ou houve obras de Caetano Casaretto.
PARTE 2. BIOGRAFIAS
2.1 DADOS HISTRICOS SOBRE A FAMLIA CASARETTO
Os Casaretto foram arquitetos, engenheiros e acima de tudo construtores que
ajudaram a erguer a cidade de Pelotas durante a segunda metade do sculo XIX e
primeira metade do sculo XX.
A origem mais distante que se tem conhecimento sobre a histria da famlia Casaretto
contada pela pintora Benette Casaretto para o trabalho intitulado Vida e Obra de
Jos Isella (CHEVALLIER, 2002) e confirmado em parte pela arquiteta e urbanista
Giane Casaretto para este trabalho.
Segundo Giane CASARETTO, Jernimo Casaretto nasceu em 1814 na regio da
Ligria (Figura 4), mais precisamente na provncia de Gnova, cidade de Zoagli
(Figura 5). Saiu de sua terra natal em 1853 com seus pais e irmos e desembarcou na
capital argentina Buenos Aires. Alguns tempo depois, viajou para o Brasil, aonde
chegou pelo porto de Rio Grande. (CASARETTO, 2010).
Figura 4: Regio da Ligria, dividida nas provncias de Imperia, Savona, Genova e Spenzia.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Liguria_Provinces.png
Acesso em 07.12.2010
Na cidade de Rio Grande, casou com Clarabella Valle (segundo Benette, para Vida e
Obra de Jos Isella) e com Elisabet Benedicta Valle segundo Giane, mas
independente do equvoco dos nomes, sabiam ambas entrevistadas que a esposa de
Jernimo tambm se tratava de uma imigrante italiana, nascida na cidade de Chiavare
(Figura 6), localizada na mesma regio da Ligria. Logo aps, mudaram-se de Rio
Grande para Pelotas.
Figura 5: Cidade de Zoagli, Gnova, Itlia.
Fonte: Google hearth (44o2019 N) (9
o1613 L). Acesso em 07.dez.2010
Figura 6: Cidade de Chiavare, Gnova, Itlia.
Fonte: Google hearth (44o1721 N) (9
o1924 L). Acesso em 07.dez.2010
Ambas cidades, Zoagli e Chiavare, esto localizadas numa faixa de terras entre as
montanhas e o mar, mas diferem-se no traado urbano. Em Chiavare onde h uma
rea plana em torno da foz de um rio, a cidade assumiu um desenho regular. Na
cidade de Jernimo, Zoagli, a topografia mais acidentada conduziu uma urbanizao
mais orgnica.
Entre os documentos encontrados no acervo pessoal de Giane Casaretto, est uma
declarao de 19 de maro de 1853, assinada por Joo Baptista Domingues, ento
Presbtero Senhor Vigrio da Vara, Juiz dos Casamentos e Justificao da Comarca
Eclesistica da cidade de Pelotas, por proviso do Excelentssimo Reverendo Senhor
Bispo Conde Capelo Mor. Este documento comprova que Jernimo (Figura 7)
chegou a Pelotas em 1853, mas no veio diretamente da Itlia, na declarao dos
autos de justificao de solteiro nota-se claramente que j se havia passado quase 16
anos desde a partida de sua terra natal.
[...] foram por mim julgados e sentenciados uns autos de justificao
de solteiro a favor de Jernimo Casaretto. [...] Diz Jernimo
Casaretto, natural de Genova, filho legtimo dos finados Jos
Casaretto e de sua mulher Maria Magdalena Casaretto, todos
naturais de Genova, morador desta freguesia de So Francisco de
Paula de Pelotas, que quer justificar que j h dezesseis anos, pouco
mais ou menos, saiu de sua ptria natal para a de Buenos Aires,
onde residiu doze anos e seis meses, dal para Montevidu onde
esteve por trs anos, veio para Rio Grande logo para Pelotas, tendo
sado de sua ptria solteiro, assim como de Buenos Aires e
Montevidu, e assim se conserva. Por tanto pede a Vossa Senhoria
o admita a dita justificao [...] (Joo Baptista Domingues, 1853,
pp.1-4)
O Juiz de Casamentos e Justificao, Domingues, concluiu dois dias depois, em 21 de
maro de 1853, dizendo que seu despacho j havia sido transcrito, e em cumprimento
do qual prestou o justificante seu depoimento e apresentou trs testemunhas
contestes, finalmente concluiu assim: [...] visto estes autos, depoimentos do
justificante, e das testemunhas, que fazem suficiente prosa, julgo o mesmo por
solteiro, livre desimpedido da ptria de Buenos Aires e outra aparente.
Figura 7: Benedita, Jernimo e Paulino Casaretto.
Fonte: Acervo Giane Casaretto.
Os nomes dos filhos foram confirmados no inventrio de falecimento de Jernimo e
Beneditta, nos documentos do Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul
(APERGS, n 167, M9, E28), do ano 1886, sendo o inventariante seu filho homem
mais velho, de mesmo nome, Jernimo Casaretto.
Atravs do inventrio sabe-se que Jernimo teve pelo menos sete filhos: Aurlia,
Jernimo, Joo, Jos, Isabel, Caetano e Paulino. A entrevistada afirma que ainda
houve outro filho de nome Carlos, falecido aos seis anos. A mais velha, Aurlia (Figura
8), teria nascido em sete de maro de 1854 e foi casada com Jernimo Canavarro; o
segundo filho (Figura 9) e primeiro homem foi Jernimo Casaretto, de vinte de maro
de 1855; o terceiro, Joo (Figura 10) de trs de maro de 1858; depois veio Jos
(Figura 11) no dia vinte e nove de outubro de 1859; Isabel Casaretto (Figura 12), que
acabou se tornando Isabel Scotto depois de casar com Carlos Scotto foi a quinta, esta
nascida em dezoito de abril de 1861; depois, Caetano (Figura 12) em sete de agosto
de 1862, foco desta pesquisa; dois anos aps veio Carlos em treze de julho de 1864; e
por fim, Paulino em treze de maio de 1867 (CASARETTO, 2010).
Figuras 8, 9 e 10: Aurlia e Caetano Casaretto; Jernimo Casaretto (filho); Joo Casaretto.
Fontes: Acervo Giane Casaretto
Figura 11: Jos Casaretto e Figura 12: Caetano e Isabel Casaretto.
Fontes: Acervo Giane Casaretto
A imigrao italiana, financiada pelo governo para povoar o norte do estado, somente
iniciou em 1875. Jernimo, ento com 61, j estava h 22 anos no Brasil.
Segundo o pesquisador em geografia humana Paulo Roberto Rodrigues SOARES
(2001) em seu artigo intitulado Burgueses Inmigrantes y desarrollo urbano em el
extremo sur de Brasil afirma ter ocorrido pelo menos quatro tipos diferentes de
imigrao para a cidade de Pelotas. A primeira forma de imigrao se deu atravs da
iniciativa privada, autorizada pelo governo municipal para projetos de colonizao de
suas terras ou de lotes particulares vendidos aos estrangeiros na zona rural. Entre
1850 e 1858 foram realizadas 14 promoes privadas de colonizao. A partir da
metade do sculo XIX comea a segunda forma de imigrao, foram portugueses,
espanhis e italianos encaminhados para o ncleo urbano, com a finalidade de
servirem de intermedirios no comrcio de importao e exportao com a Europa.
Outra corrente migratria (terceiro tipo) importante para a cidade no sculo XIX foi
aquela formada por trabalhadores e artesos de diversas origens, mas principalmente
italianos, que integraram o tecido social e econmico da cidade. A maioria chegou a
Pelotas partindo de Montevidu, destino comum para os europeus da poca. Por
ltimo, a quarta maneira de imigrao se deu quando os comerciantes e industriais
comearam a trazer tcnicos estrangeiros (engenheiros, arquitetos, tipgrafos,
qumicos, agrnomos) para trabalhar na cidade. Por outro lado, outros profissionais
mais relacionados com a elite e seus desejos de luxo e opulncia tambm chegaram a
cidade (foi o caso dos professores, artistas, pintores, msicos) para ensinar os filhos
da elite local. (SOARES, 2001, pp.7-9)
Em 1885 Jernimo, sua esposa Beneditta e dois de seus filhos, Jernimo e Jos,
viajaram para Itlia. Os pais no mais voltaram ao Brasil, morreram ambos em
Chiavare no ano de 1885. Ele faleceu em 18 de julho e ela em 12 de agosto.
(APERGS, n 167, M9, E28) O que comprova que estes dois filhos estiveram na Itlia
foi a assinatura por parte de Jos na mesma carta na qual afirma estar sua me
preparando casamento para o Jernimo.
[...] eu quero comunicar-lhes um casrio que a mama est
preparando para o Jernimo, se um todo caso ele quiser [...] (Jos
CASARETTO, 1885).
Os dados referentes s mortes dos genitores que so comprovados pelo inventrio
no corresponde ao que foi informado para a famlia na poca. Em uma das cartas de
posse de Giane enviada de Chiavare por Giuseppe Casaretto (Jos), escrita 15 dias
antes da morte do patriarca, est descrito a situao de sade de seu pai.
Recebi antes de ontem a tua prezada carta de 25 de maio, onde ns
ficamos muito satisfeitos em saber que todos vocs gozam de boa
sade. Enquanto a nossa vamos sempre a mesma coisa, mudana
no tivemos nenhuma e agora o papa tem uma pequena chaga nas
costas proveniente da funda e no quer de maneira nenhuma que
lhe toque para curar-la [...]. (Jos CASARETTO, 1885, p.1)
Este primeiro registro est de acordo com as demais informaes que se tem.
Entretanto, uma segunda carta subsequente a anterior e tambm enviada de
Chiavare, com data do dia 11 de julho de 1885, mas escrita comprovadamente (pelo
prprio texto) nos dias seguintes, deixa algumas dvidas. A carta sem assinatura,
provavelmente teria sido escrita por Jernimo, o filho, pela forma que se referia aos
outros integrantes da famlia e por ter caligrafia bastante diferente da carta escrita dias
antes por seu irmo Jos. Na presente carta, o autor afirma que a me teria falecido
em dia diferente do registrado no inventrio.
Estimamos muito que estas poucas palavras vos vo encontrar em
na mais perfeita sade, enquanto a ns vamos dar-vos a relao de
tudo quanto temos passado desde o dia 11 at esta parte. Uma triste
notcia [...]. Por isso, asseguramos caros amigos, famlia e
conhecidos que perdemos nossa mama no dia 18 de julho de 1885
s 8 horas e 18 minutos. [...] (Jernimo CASARETTO, 1885, pp.1-4).
possvel que a data mais correta seja a mais prxima do ocorrido, ou seja, a que foi
escrita na carta, e no aquela ditada meses depois para o escrivo do cartrio no
momento em que foi feito o inventrio.
Outra curiosidade percebida em uma das correspondncias a adorao que tinham
pela causa religiosa. Giane confirma que a famlia era esprita, inclusive teria Caetano
coordenado a campanha para a construo do Centro Esprita Jesus, cujo projeto
arquivado na prefeitura foi elaborado por Carlos Casaretto Scotto (filho de Isabel
Casaretto e Carlos Scotto). A mesma carta escrita por Jos demonstra que o fato de
serem adeptos de uma doutrina espiritual, no exclui a possibilidade de tambm
seguirem outra religio, como a catlica.
[...] Agora eu vos recomendo, para salvar a vossas almas e fazer
bons cristos, devem fazer o seguinte, assim como eu j comecei,
no devem passar boa vida neste mundo, nem devem desprezar o
trabalho, e nem devem tratar de fazer grande fortuna, se querem
salvar a vossas almas, eu tenho estado em diversas Predicas, as
servas de Deus no pregam outra coisa, que meus irmos no
procurem de passar boa vida neste mundo, nem de fazer fortuna,
que todos quantos aqui neste mundo passar boa vida, e tiver fortuna,
noutro mundo iro passar uma vida desgraada, e sem dinheiro, e
todos quantos aqui neste mundo passar mal, passar fome e passar
uma vida trabalhosa, quando iro noutro mundo, ento vo passar
uma vida das melhores, assim como o maior ricao deste mundo.
Estas palavras que eu te escrevo eu as vi sair da boca do bispo de
Genova [...] (Jos CASARETTO, 1885, pp.1-4).
Relata a familiar entrevistada que os estudos acadmicos de Caetano foram
impulsionados pela vontade de se relacionar com Emlia Natusch. Os pais da moa
proibiram seu relacionamento porque Caetano no possua qualificao suficiente
para sua filha. Por isso, o construtor foi para Europa estudar. Voltou em 1927 trazendo
seu diploma do Instituto Tcnico Industrial, alcanado na Itlia. Esta foi a comprovao
que poderia proporcionar satisfatrias condies de vida para Emlia. Seus pais ento
permitiram o casamento. Caetano casou-se com Emlia em 1935, j com 71 anos e
morreu oito anos depois, em 1942 aos 79 anos.
Na gerao seguinte da famlia, a construo em Pelotas representada por Carlos
Casaretto Scotto, sobre o qual se pode afirmar ser sobrinho de Caetano. No prprio
inventrio da morte de Jernimo e Benedita, foi possvel obter a informao de que
Isabel Casaretto foi casada com Carlos Scotto, origem esta do construtor pelotense.
Sua chegada do exterior com o diploma de arquiteto foi noticiado pela imprensa que
fez questo de expor sua volta da Filadlfia em 1918. (Dirio Popular, junho de 1918)
A rvore genealgica (Figura 13) a seguir, com incio referente ao casamento de
Jernimo e Benedita, facilita o entendimento das relaes familiares e graus de
parentesco:
Figura 13: rvore genealgica da famlia Casaretto, 2010.
Fonte: Desenvolvido pelo autor com base nas informaes obtidas em entrevista com Giane
Casaretto e no Inventrio de morte de Jernimo Casaretto, o pai.
O esquema da Figura 23, alm de representar a estrutura genealgica da famlia do
profissional, identifica tambm o grau de parentesco e nmero de geraes que
distanciam os familiares citados da entrevistada Giane Casaretto.
O manuscrito intitulado O casaro, escrito por Wilma Paiva Casaretto, uma obra que
mescla fico com a histria verdica, conta sobre a unio entre Caetano Casaretto e
Emlia Natusch. A autora relata que o construtor (ento bem sucedido) teria comprado
a casa de campo de propriedade do Sr. Nausch, pai de Emlia e futuro sogro de
Caetano. E que, inclusive, o novo proprietrio teria feito questo de coloc-la um
nome, Vila Casaretto, como ainda ostenta a escritura no fronto. (Wilma
CASARETTO, s/d, p.8) Giane (2010) concorda quando conta que a moradia passou
por uma reforma e ampliao antes que o casal assumisse definitivamente a
propriedade.
Caetano aumentou a parte inferior da casa de dois pavimentos (Figura 14). Sobre os
novos compartimentos construdos fez terraos cercados com grades de ferro e
bronze, sobre as quais colocou duas esttuas que mandou vir da Europa, uma de
Apolo e outra de Jpiter. Na grade de ferro que protege a porta de acesso conservou
as iniciais do primeiro dono da casa e o ano de construo. Na saleta que antecede a
escada, mandou colocar vidros coloridos.
Figura 14: Casaro da Cascata, Pelotas, s/d.
Fonte: Acervo Giane Casaretto.
Caetano Casaretto que podemos considerar o primeiro
arquiteto pelotense, morreu no dia 14 de julho de 1942, aos
oitenta anos, na sua cidade natal. (CHEVALLIER, 2002,
p.73)
As vsperas de completar 80 anos, o construtor Caetano Casaretto (Figura 15) vem a
falecer (dois anos antes de sua esposa Emlia), em Pelotas, local onde nasceu e onde
deixou um legado de quase uma centena de construes e dentre as quais vrios
monumentos como veremos a seguir.
Figura 15: Caetano Casaretto, capa do jornal Dirio Popular do dia 28 jun. 1831. Quando da
inaugurao do novo prdio do Asilo de Mendigos. Fonte: Acervo Giane Casaretto.
PARTE 3. INVENTRIO DAS OBRAS ENCONTRADAS
Este inventrio trs um levantamento de dados referentes as obras de
arquitetura cujo construtor foi comprovadamente o arquiteto Caetano
Casaretto, na cidade de Pelotas/RS, entre 1862 e 1942. Sua atuao
profissional foi confirmada pela assinatura nos projetos de construo civil da
Secretaria Municipal de Urbanismo (SEURB).
General Teles - do ano de 1893 Galpo ...................................................................................................................... 037 Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895 Sede Congresso Portugus ...................................................................................... 044 Gonalves Chaves, 222 e 224 - do ano de 1895 Casaretto e Irmos .................................................................................................... 053 Andrade Neves - do ano de 1896 Francisco de Brito Gouva ........................................................................................ 062 Andrade Neves, 76 - do ano de 1896 Jlio Goofiz ................................................................................................................ 071 Sete de Setembro - do ano de 1896 Echenique e Irmos ................................................................................................... 079 Voluntrios da Ptria esq. Santos Dumond, 17 - do ano de 1896 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 089 Xv de Novembro - do ano de 1896 Eduardo da Silva Carvalho ........................................................................................ 097 Xv de Novembro - do ano de 1897 Levy & Irmos ............................................................................................................ 107 Xv de Novembro, 87 - do ano de 1897 Joaquim Moreira dos Santos ..................................................................................... 116 Xv de Novembro, 210 - do ano de 1897 Bernardina Pinto ........................................................................................................ 124 Xv de Novembro, 816 - do ano de 1897 Eduardo Gastal .......................................................................................................... 133 Praa Jos Bonifcio, 7 - do ano de 1898 Ataliba Borges ........................................................................................................... 142 Praa Rio Branco, 1158 - do ano de 1898 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 151
Tiradentes, 39 - do ano de 1898 Luiz Schrder ............................................................................................................ 160 Xv de Novembro, 151 ou 153 - do ano de 1898 Luiza Bidan ................................................................................................................ 169 Tiradentes - do ano de 1899 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 178 Voluntrios esq. Anchieta, 2197 - do ano de 1899 Hyppolito Gonalves Detroit ...................................................................................... 186 Xv de Novembro esq. Voluntrios - do ano de 1899 Jos Vieira de Souza ................................................................................................. 195 Gonalves Chaves esq. Cassiano - do ano de 1900 Jos Delfino da Costa ............................................................................................... 204 Marclio Dias - do ano de 1900 Baro de Aredes Coelho ........................................................................................... 213 Tiradentes entre Manduca e Marclio - do ano de 1900 Theodosio F. da Rocha ............................................................................................. 222 Doutor Cassiano alm da Marclio - do ano de 1901 Jos Incio do Amaral ............................................................................................... 233 General Osrio entre 3 Maio e Gomes Carneiro - do ano de 1901 Sociedade Portuguesa de Beneficncia .................................................................... 239 Gonalves Chaves, 213 - do ano de 1901 Jos Delfino da Costa ............................................................................................... 248 Voluntrios da Ptria, 1558 - do ano de 1901 Francisco Nunes de Bastos ....................................................................................... 257 Benjamin entre Alberto Rosa e lvaro Chaves - do ano de 1902 Dr. Antnio Augusto Assumpo ............................................................................... 266 Flix da Cunha, 120 - do ano de 1902 Romo Trpaga ......................................................................................................... 275 Marechal Deodoro, 233 - do ano de 1902 Guilherme Marcucci ................................................................................................... 284 Voluntrios, 921 e 927 - do ano de 1902 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 292 Xv de Novembro, 505 - do ano de 1902 Ismael da S. Maia ...................................................................................................... 301 Conde de Piratini, esq. Praa Cel. Pedro Osrio, 201 - do ano de 1903 Irmandade So Francisco de Paula .......................................................................... 300
Flix da Cunha, 156 - do ano de 1903 Eduardo Enedino Gomes .......................................................................................... 309 Flix da Cunha, 518 - do ano de 1903 Joo de M. Moreira .................................................................................................... 328 Prof. Arajo, 54 - do ano de 1903 Jos Casaretto .......................................................................................................... 338 Xv de Novembro, 107 - do ano de 1903 Maria da Glria Pojo .................................................................................................. 346 Padre Anchieta esq. Uruguai, 1512 - do ano de 1904 Estephania Rodrigues ............................................................................................... 354 Sete de Setembro - do ano de 1904 Edmundo Gastal ........................................................................................................ 363 Santos Dumont - Vila da Graa - do ano de 1904 Adeodato Rossi ......................................................................................................... 371 Tiradentes entre Saldanha Marinho ou Marclio Dias - do ano de 1904 Antnio P. Rego Magalhes ...................................................................................... 379 Praa Jos Bonifcio, 166 - do ano de 1905 Colgio Gonzaga ....................................................................................................... 387 Conde de Porto Alegre, 1 - do ano de 1906 Joanna Carolina da Rocha ........................................................................................ 397 Benjamin Constant esq. Gonalves Chaves - do ano de 1907 Antnio R. Assumpo .............................................................................................. 406 Flix da Cunha, 165 - do ano de 1907 Luzia Marino Mariano ................................................................................................ 414 Flix da Cunha, 15 - do ano de 1908 Caetano Casaretto .................................................................................................... 422 Marechal Floriano, 8 e 10 - do ano de 1908 Antnio A. Assumpo .............................................................................................. 430 Praa Jos Bonifcio - do ano de 1908 Irmandade So Francisco de Paula .......................................................................... 439 Xv de Novembro, 162 - do ano de 1909 Baptista Lullier Filho .................................................................................................. 447 Baro de Butu - do ano de 1911 Antnio A. Assumpo .............................................................................................. 456 Andrade Neves, 664 - do ano de 1914 Vellocino Torres ......................................................................................................... 464
General Osrio, 620 - do ano de 1915 Marina Eston de Eston .............................................................................................. 473 Xv de Novembro, 568, 570, 572 - do ano de 1915 Paulina A. de Faria Rosa ........................................................................................... 484 Xv de Novembro, 653 esq. General Neto - do ano de 1915 Deolinda Aguiar Leite ................................................................................................ 492 Xv de Novembro, 817 e 819 - do ano de 1915 Jos do Carmo Alves de Carvalho ............................................................................ 502 Andrade Neves, 516 entre Telles e Largo do Mercado - do ano de 1916 Celso Eston ............................................................................................................... 512 Flix da Cunha, 560 - do ano de 1916 Maria Luiza Martins Soares ....................................................................................... 522 Flix da Cunha, 724 e 726 - do ano de 1916 Bruno Chaves ............................................................................................................ 532 Praa Vinte de Setembro, 105 - do ano de 1916 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 541 Marechal Deodoro, 806 - do ano de 1917 Carlota Behrensdorf .................................................................................................. 549 Praa Cel. Pedro Osrio, 61 - do ano de 1918 Olympio Farias .......................................................................................................... 559 Praa Vinte de Setembro - do ano de 1918 Fbrica de Chapus Pelotense ................................................................................. 568 Santa Cruz, 811 - do ano de 1918 F. Ritter ...................................................................................................................... 577 Benjamin Constant, 204 - do ano de 1919 Antnio Augusto Assumpo .................................................................................... 582 Flix da Cunha, 476 - do ano de 1919 Urbano Garcia ........................................................................................................... 593 Gonalves Chaves, 552 - do ano de 1919 Maria Mendona de Assumpo ............................................................................... 601 Gonalves Chaves, 762 - do ano de 1919 Edmundo Berchon ..................................................................................................... 609 Marclio Dias, 991 - do ano de 1919 Posto de Assistncia Pblica .................................................................................... 617 Xv de Novembro, 216 e 218 - do ano de 1919 Dona Manoela Galibem Bidart .................................................................................. 627
Andrade Neves, 657 - do ano de 1920 Emlio Leo ................................................................................................................ 636 Flix da Cunha, 518 - do ano de 1920 Joo Mendona Moreira ............................................................................................ 644 Gonalves Chaves, 911 - do ano de 1920 Paulino Duarte de Lemos .......................................................................................... 652 Lobo da Costa esq. Santa Cruz - do ano de 1920 Maria F. Mendona de Assumpo ........................................................................... 662 Lobo da Costa, 10 - do ano de 1920 Francisco Nunes de Souza ....................................................................................... 670 Praa Cipriano Barcelos, 184 e 190 - do ano de 1920 Joo Jorge Hosni ....................................................................................................... 680
PARTE 4. INVENTRIO DAS OBRAS ATRIBUDAS
Este inventrio trs informaes sobre imponentes obras de arquitetura na
cidade de Pelotas/RS, entre 1862 e 1942, cuja responsabilidade pela
construo atribuda ao arquiteto Caetano Casaretto. Entretanto, sua atuao
profissional no pode ser confirmada pela Secretaria Municipal de Urbanismo
(SEURB) devido falta dos projetos originais que se perderam com o tempo.
Rua Andrade Neves, 915 - do ano de 1892
Sociedade Portuguesa de Beneficncia .................................................................... 691
Rua Padre Anchieta, 3560 - do ano de 1899
Capela da Luz ........................................................................................................... 702
Praa Coronel Pedro Osrio, 106 - do ano de 1902
Clube Caixeiral .......................................................................................................... 710
Praa Coronel Pedro Osrio, 5 - do ano de 1904
Francisco de S Rheingantz ..................................................................................... 722
Praa Coronel Pedro Osrio, 7 - do ano de 1906
Pedro Lus Osrio ...................................................................................................... 732
Praa Cel. Pedro Osrio, 1 e 3 - do ano de 1911
Arthur Augusto de Assumpo .................................................................................. 742
Praa Cel. Pedro Osrio, 103 - do ano de 1912
Biblioteca Pblica Pelotense ..................................................................................... 752
Rua Jos do Patrocnio, 1 - do ano de 1917
Leopoldo Haertel ....................................................................................................... 763
Praa Vinte de Setembro - do ano de 1917
Escola de Artes e Ofcios .......................................................................................... 772
Parque Dom Antnio Zaterra, 338 - do ano de 1928
Asilo de Mendigos ..................................................................................................... 781
VOLUME I OBRAS ASSINADAS
INVENTRIO DE PROJETOS CAETANO CASARETTO
PATRIMNIO URBANO EM PELOTAS / RS (1862-1942)
LISTA DE OBRAS DO VOLUME I DO INVENTRIO
1. General Teles - do ano de 1893 - Galpo
2. Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895 - Sede Congresso Portugus
3. Gonalves Chaves, 222 e 224 - do ano de 1895 - Casaretto e Irmos
4. Andrade Neves - do ano de 1896 - Francisco de Brito Gouva
5. Andrade Neves, 76 - do ano de 1896 - Jlio Goofiz
6. Sete de Setembro - do ano de 1896 - Echenique e Irmos
7. Voluntrios da Ptria esq. Santos Dumond, 17 - do ano de 1896 - Theodosio F. da Rocha
8. Xv de Novembro - do ano de 1896 - Eduardo da Silva Carvalho
9. Xv de Novembro - do ano de 1897 - Levy & Irmos
10. Xv de Novembro, 87 - do ano de 1897 - Joaquim Moreira dos Santos
11. Xv de Novembro, 210 - do ano de 1897 - Bernardina Pinto
12. Xv de Novembro, 816 - do ano de 1897 - Eduardo Gastal
13. Praa Jos Bonifcio, 7 - do ano de 1898 - Ataliba Borges
14. Praa Rio Branco, 1158 - do ano de 1898 - Theodosio F. da Rocha
15. Tiradentes, 39 - do ano de 1898 - Luiz Schrder
16. Xv de Novembro, 151 ou 153 - do ano de 1898 - Luiza Bidan
17. Tiradentes - do ano de 1899 - Theodosio F. da Rocha
18. Voluntrios esq. Anchieta, 2197 - do ano de 1899 - Hyppolito Gonalves Detroit
19. Xv de Novembro esq. Voluntrios - do ano de 1899 - Jos Vieira de Souza
20. Gonalves Chaves esq. Cassiano - do ano de 1900 - Jos Delfino da Costa
21. Marclio Dias - do ano de 1900 - Baro de Aredes Coelho
22. Tiradentes entre Manduca e Marclio - do ano de 1900 - Theodosio F. da Rocha
23. Doutor Cassiano alm da Marclio - do ano de 1901 - Jos Incio do Amaral
24. General Osrio entre 3 Maio e Gomes Carneiro - do ano de 1901 - Sociedade Portuguesa de Beneficncia
25. Gonalves Chaves, 213 - do ano de 1901 - Jos Delfino da Costa
26. Voluntrios da Ptria, 1558 - do ano de 1901 - Francisco Nunes de Bastos
27. Benjamin entre Alberto Rosa e lvaro Chaves - do ano de 1902 - Dr. Antnio Augusto Assumpo
28. Flix da Cunha, 120 - do ano de 1902 - Romo Trpaga
29. Marechal Deodoro, 233 - do ano de 1902 - Guilherme Marcucci
30. Voluntrios, 921 e 927 - do ano de 1902 - Carlota Behrensdorf
31. Xv de Novembro, 505 - do ano de 1902 - Ismael da S. Maia
32. Conde de Piratini, esq. Praa Cel. Pedro Osrio, 201 - do ano de 1903 - Irmandade So Francisco
de Paula
33. Flix da Cunha, 156 - do ano de 1903 - Eduardo Enedino Gomes
34. Flix da Cunha, 518 - do ano de 1903 - Joo de M. Moreira
35. Prof. Arajo, 54 - do ano de 1903 - Jos Casaretto
36. Xv de Novembro, 107 - do ano de 1903 - Maria da Glria Pojo
37. Padre Anchieta esq. Uruguai, 1512 - do ano de 1904 - Estephania Rodrigues
38. Sete de Setembro - do ano de 1904 - Edmundo Gastal
39. Santos Dumont - Vila da Graa - do ano de 1904 - Adeodato Rossi
40. Tiradentes entre Saldanha Marinho ou Marclio Dias - do ano de 1904 - Antnio P. Rego Magalhes
41. Praa Jos Bonifcio, 166 - do ano de 1905 - Colgio Gonzaga
42. Conde de Porto Alegre, 1 - do ano de 1906 - Joanna Carolina da Rocha
43. Benjamin Constant esq. Gonalves Chaves - do ano de 1907 - Antnio R. Assumpo
44. Flix da Cunha, 165 - do ano de 1907 - Luzia Marino Mariano
45. Flix da Cunha, 15 - do ano de 1908 - Caetano Casaretto
46. Marechal Floriano, 8 e 10 - do ano de 1908 - Antnio A. Assumpo
47. Praa Jos Bonifcio - do ano de 1908 - Irmandade So Francisco de Paula
48. Xv de Novembro, 162 - do ano de 1909 - Baptista Lullier Filho
49. Baro de Butu - do ano de 1911 - Antnio A. Assumpo
50. Andrade Neves, 664 - do ano de 1914 - Vellocino Torres
51. General Osrio, 620 - do ano de 1915 - Marina Eston de Eston
52. Xv de Novembro, 568, 570, 572 - do ano de 1915 - Paulina A. de Faria Rosa
53. Xv de Novembro, 653 esq. General Neto - do ano de 1915 - Deolinda Aguiar Leite
54. Xv de Novembro, 817 e 819 - do ano de 1915 - Jos do Carmo Alves de Carvalho
55. Andrade Neves, 516 entre Telles e Largo do Mercado - do ano de 1916 - Celso Eston
56. Flix da Cunha, 560 - do ano de 1916 - Maria Luiza Martins Soares
57. Flix da Cunha, 724 e 726 - do ano de 1916 - Bruno Chaves
58. Praa Vinte de Setembro, 105 - do ano de 1916 - Carlota Behrensdorf
59. Marechal Deodoro, 806 - do ano de 1917 - Carlota Behrensdorf
60. Praa Cel. Pedro Osrio, 61 - do ano de 1918 - Olympio Farias
61. Praa Vinte de Setembro - do ano de 1918 - Fbrica de Chapus Pelotense
62. Santa Cruz, 811 - do ano de 1918 - F. Ritter
63. Benjamin Constant, 204 - do ano de 1919 - Antnio Augusto Assumpo
64. Flix da Cunha, 476 - do ano de 1919 - Urbano Garcia
65. Gonalves Chaves, 552 - do ano de 1919 - Maria Mendona de Assumpo
66. Gonalves Chaves, 762 - do ano de 1919 - Edmundo Berchon
67. Marclio Dias, 991 - do ano de 1919 - Posto de Assistncia Pblica
68. Xv de Novembro, 216 e 218 - do ano de 1919 - Dona Manoela Galibem Bidart
69. Andrade Neves, 657 - do ano de 1920 - Emlio Leo
70. Flix da Cunha, 518 - do ano de 1920 - Joo Mendona Moreira
71. Gonalves Chaves, 911 - do ano de 1920 - Paulino Duarte de Lemos
72. Lobo da Costa esq. Santa Cruz - do ano de 1920 - Maria F. Mendona de Assumpo
73. Lobo da Costa, 10 - do ano de 1920 - Francisco Nunes de Souza
74. Praa Cipriano Barcelos, 184 e 190 - do ano de 1920 - Joo Jorge Hosni
Rua General Teles - do ano de 1893
Galpo
1
Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua General Teles
2. LOCALIZAO DO UNIVERSO/ OBJETO DE ANLISE
2.1.UF 2.2.Municpio 2.3.Localidade
RS Pelotas ZPPC Zona de Preservao do Patrimnio Cultural
2.4.Endereo Completo (logradouro, n, complemento) 2.5.Cdigo Postal
Rua General Teles 96010-310
2.6.Coordenadas Geogrficas 3.PROPRIEDADE
Latitude Pblica 3.1. Identificao do Proprietrio
Longitude X Privada
Altitude [m] Mista 3.2. Contatos
Erro Horiz. [m] Outra -----------------------
4. NATUREZA DO BEM 5.CONTEXTO 6.PROTEO EXISTENTE 7. PROTEO PROPOSTA
Bem arqueolgico Rural Patrimnio mundial Patrimnio mundial
Bem paleontolgico X Urbano Federal/ individual Federal/ individual
Patrimnio natural Entorno preservado Federal/ conjunto Federal/ conjunto
X Bem imvel Entorno alterado Estadual/ individual Estadual/ individual
Bem mvel Forma conjunto Estadual/ conjunto Estadual/ conjunto
Bem integrado Bem isolado Municipal/ individual Municipal/ individual
4.1 Classificao Municipal/ conjunto Municipal/ conjunto
BEM IMVEL: ARQUITETURA Entorno de bem protegido Entorno de bem protegido
8.ESTADO DE PRESERVAO 9.ESTADO DE CONSERVAO X Nenhuma Nenhuma
ntegro Bom 6.1. Tipo/ legislao incidente 7.1 Tipo/ legislao incidente
Pouco alterado Precrio
Muito alterado Em arruinamento
Descaracterizado Arruinado
10. IMAGENS (copiar quantas linhas forem necessrias)
11.DADOS COMPLEMENTARES
11.1.Informaes Histricas (sntese)
11.2.Outras informaes (especializadas, temticas...)
Construo de galpo retangular aberto e cobertura composta por apenas uma gua.
12. PREENCHIMENTO
12.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 12.2. Data
12.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011
1
Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua General Teles
2. PLANTA/ CROQUI IMPLANTAO NO TERRENO 3. IMAGENS/ CROQUIS DAS FACHADAS
Lote no identificado
Galpo, fachada/muro voltado para o passeio, Pelotas, 1893.
Fonte: Arquivo SeUrb.
4. TIPOLOGIA 5.POCA/ DATA DA CONSTRUO 6.TOPOGRAFIA DO TERRENO 7. PAVIMENTOS
Religiosa 1893 X Plano Acima da rua (no) 1
X Civil 8.USO ORIGINAL Em aclive Abaixo da rua (no) 0
Oficial GALPO
Em declive Sto sim X no
Militar Inclinado Poro sim X no
Industrial 9.USO ATUAL Acidentado Outros -----------------------
Ferroviria NO LOCALIZADO
10. MEDIDAS GERAIS DA EDIFICAO [m]
Outra Altura fachada frontal Altura da cumeeira
11. OBSERVAES Altura fachada posterior Altura total
Largura 6.80 P direito trreo
Profundidade 16.70 P direito tipo
12. FOTOS E ILUSTRAES DE DETALHES IMPORTANTES
13. BREVE DESCRIO ARQUITETNICA
Construo de um galpo retangular, onde uma lateral aberta, duas fechadas por alvenaria e uma lateral parcialmente fechada por parede leve (provavelmente madeira). A cobertura possui apenas uma gua com caimento para os fundos. A estrutura que sustenta a cumeeira apia-se sobre a parede da fachada principal.
13.1.Paredes externas (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
2
Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua General Teles
13.2.Cobertura (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
13.3.Aberturas e elementos integrados (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
13.4.Palavras-chave
Arquitetura Urbana, Ecletismo, Pelotas.
14. INFORMAES COMPLEMENTARES QUANTO DIVISO DA FACHADA
14.1. Diviso vertical da fachada
14.1.1. Base, corpo e coroamento 14.1.2. Corpo e coroamento 14.1.3. Corpo 14.1.4. Outra
X
14.2. Diviso horizontal da fachada
14.2.1. Tripartida - simtrica 14.2.2. Tripartida - assimtrica 14.2.3. Simtrica 14.2.4. Assimtrica
15. LEVANTAMENTO ARQUITETNICO EXISTENTE (copiar quantas linhas forem necessrias)
15.1. Planta (relacionar nomes) 15.2. Escala 15.3. Localizao e base disponvel 15.4. Data
Planta Baixa 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893
Corte Transversal 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893
Fachada 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1893
16. OUTROS LEVANTAMENTOS/ BASES DE DADOS (copiar quantas linhas forem necessrias)
16.1. Tipo 16.2. Quant. 16.3. Autoria, localizao e base disponvel 16.4. Data
Fotografias
Desenhos
17. FONTES BIBLIOGRFICAS E DOCUMENTAIS
BIBLIOGRAFIA:
BARCELLOS, Dbora; LEITE, Cristiano; Vianna, Tas Feij. Caetano Casaretto. In GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Marcucci, Zanota e Casaretto
constroem o sul do Novo Mundo. Pelotas: 2008.
PERES, Rosilena Martins, Legado da Tecnologia Construtiva de Imigrantes Italianos ao Patrimnio Arquitetnico de Pelotas. Tese (Doutorado em
Engenharia). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.
FONTES ICONOGRFICAS:
Prefeitura Municipal de Pelotas. Pelotas
Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
PROJETO de galpo, construtor Caetano Casaretto, Pelotas, 1893.
18. PREENCHIMENTO
18.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 18.2. Data
18.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011
1
Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua General Teles
2. PLANTA/ CROQUI DE PLANTA BAIXA
Galpo, planta baixa do projeto original, Pelotas, 1893.
Fonte: Reproduo do autor, 2010.
3. MODIFICAO / INTERVENO
3.1. Projeto completo 3.2. Acrscimo de pavimento 3.3. Acrscimo de planta 3.4. Fachadismo 3.5. Reforma interna 3.6 Outros
X
4. TIPOLOGIA RESIDENCIAL ESPECFICA
4.1. Quanto forma
4.1.1. Trreo 4.1.2. Sobrado 4.1.3. Poro-alto 4.1.4. Outra
X
4.2. Quanto planta
4.2.1. Corredor Lateral 4.2.2. Corredor Central 4.2.3. Compartimentos Corridos 4.2.4. Com Sala de Distribuio
5. LINGUAGEM DA FACHADA
5.1. Ecltica 5.2. Protomoderna 5.3. Sem linguagem definida
X
6. IMPLANTAO
6.1. No Alinhamento 6.2. Recuo Frontal 6.3. Recuos Laterais 6.4. Recuo Frontal - Lateral 6.5. Isolada 6.6. Outros
X
2
Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua General Teles
7. SELEO DE IMAGENS DO PROJETO ORIGINAL
Galpo, corte transversal, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.
Galpo, planta baixa, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.
Galpo, fachada principal sobre a Rua General Teles, Pelotas, 1893. Fonte: Arquivo SeUrb.
8. PREENCHIMENTO
8.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 8.2. Data
8.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 05 fevereiro 2011
FICHA DE CLASSIFICAO DA LINGUAGEM DA FACHADA
IDENTIFICAO IMAGEM
01-1893
ANO DE APROVAO
1893
ENDEREO
Rua General Teles
PROPRIETRIO
?
Galpo, fachada/muro voltado para o passeio, Pelotas, 1893.
Fonte: Arquivo SeUrb.
TIPO DE COROAMENTO
PLATIBANDA
cega simples vazada c/ balaustres mista c/ balaustres
cega trabalhada vazada c/ rendilhados mista c/ rendilhados
FRONTO
fronto triangular fronto cimbrado / curvo fronto retangular
fronto aberto fronto pescoo de ganso
ESTRUTURA COMPOSITIVA
MARCAO HORIZONTAL MARCAO VERTICAL
sem marcao sem marcao base e corpo
corpo e coroamento X base base e coroamento
base, corpo e coroamento corpo corpo e coroamento
coroamento base, corpo e coroamento
TRATAMENTO DE ESQUINA
sem tratamento arredondado c/ chanfro
PORTA JANELA
simples dupla fixa c/ postigo
c/ bandeira c/ vidro de abrir c/ veneziana
c/ almofada c/ postigo guilhotina outra
recuada basculante
VOS ELEMENTOS
ARQUITETNICOS
FORMA MOLDURA ORNAMENTOS adornos em massa
circular sem moldura sem rusticao
quadrtica simples banda compoteiras
verticalizada trabalhada cornija pilastra simples
horizontalizada cimalha pilastra trabalhada
VERGA
VO
reta pilar seo quadrada
arco pleno pilar seo circular
arco abatido balco / sacada
mista gateiras
ESQUADRIA
reta respiro
arco pleno poro
arco abatido alpendre
mista garagem
Rua Andrade Neves, 2081 e 2077 - do ano de 1895
Propriedade de Congresso Portugus
1
Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077
2. LOCALIZAO DO UNIVERSO/ OBJETO DE ANLISE
2.1.UF 2.2.Municpio 2.3.Localidade
RS Pelotas ZPPC Zona de Preservao do Patrimnio Cultural
2.4.Endereo Completo (logradouro, n, complemento) 2.5.Cdigo Postal
DEMOLIDO Rua Andrade Neves 96020-080
2.6.Coordenadas Geogrficas 3.PROPRIEDADE
Latitude Pblica 3.1. Identificao do Proprietrio
Longitude X Privada Congresso Portugus 1 de Dezembro
Altitude [m] Mista 3.2. Contatos
Erro Horiz. [m] Outra --------------------
4. NATUREZA DO BEM 5.CONTEXTO 6.PROTEO EXISTENTE 7. PROTEO PROPOSTA
Bem arqueolgico Rural Patrimnio mundial Patrimnio mundial
Bem paleontolgico X Urbano Federal/ individual Federal/ individual
Patrimnio natural Entorno preservado Federal/ conjunto Federal/ conjunto
X Bem imvel Entorno alterado Estadual/ individual Estadual/ individual
Bem mvel Forma conjunto Estadual/ conjunto Estadual/ conjunto
Bem integrado Bem isolado Municipal/ individual Municipal/ individual
4.1 Classificao Municipal/ conjunto Municipal/ conjunto
BEM IMVEL: ARQUITETURA Entorno de bem protegido Entorno de bem protegido
8.ESTADO DE PRESERVAO 9.ESTADO DE CONSERVAO X Nenhuma Nenhuma
ntegro Bom 6.1. Tipo/ legislao incidente 7.1 Tipo/ legislao incidente
Pouco alterado Precrio
Muito alterado Em arruinamento
Descaracterizado Arruinado
10. IMAGENS (copiar quantas linhas forem necessrias)
Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro,
fotografia da fachada principal, Pelotas, s/d.
Fonte: Acervo SeCult.
Edifcio de cinco pavimentos que atualmente
ocupa o lote em questo, Pelotas, 2010.
Fonte: Foto do autor.
2
Ficha M301 Cadastro de bens MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077
Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, Pelotas, s/d.
Fonte: MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.
11.DADOS COMPLEMENTARES
11.1.Informaes Histricas (sntese)
1895 aprovao da Prefeitura Municipal de Pelotas para construo do projeto de Caetano Casaretto para o Congresso Portugus 1 de
Dezembro, assinatura do Eng. Emlio Leo.
11.2.Outras informaes (especializadas, temticas...)
12. PREENCHIMENTO
12.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 12.2. Data
12.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011
1
Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077
2. PLANTA/ CROQUI IMPLANTAO NO TERRENO 3. IMAGENS/ CROQUIS DAS FACHADAS
Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, fachada principal, Pelotas, 1895.
Fonte: Arquivo SeUrb.
4. TIPOLOGIA 5.POCA/ DATA DA CONSTRUO 6.TOPOGRAFIA DO TERRENO 7. PAVIMENTOS
Religiosa 1895 X Plano Acima da rua (no) 1
X Civil 8.USO ORIGINAL Em aclive Abaixo da rua (no) 0
Oficial SEDE DE CLUBE
Em declive Sto sim X no
Militar Inclinado Poro sim X no
Industrial 9.USO ATUAL Acidentado Outros -----------------------
Ferroviria DEMOLIDO
10. MEDIDAS GERAIS DA EDIFICAO [m]
Outra Altura fachada frontal Altura da cumeeira
11. OBSERVAES Altura fachada posterior Altura total
Largura 10.20 P direito trreo
Profundidade 45.40 P direito tipo
12. FOTOS E ILUSTRAES DE DETALHES IMPORTANTES
13. BREVE DESCRIO ARQUITETNICA
2
Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077
A construo para sede do Clube Social Centro Portugus encontrava-se sobre o alinhamento predial, era composta por uma porta central com uma janela de cada lado, todos com arcos ogivais, no topo um fronto triangular no centro da platibanda vazada por balaustras, h tambm um pequeno fronto de cada lado do principal.
__________________________________
O perodo compreendido entre 1900 e 1930 , tanto quantitativamente quanto qualitativamente, bastante significativo para a arquitetura da cidade. Se, no perodo anterior (1850-1900), existiu um predomnio do que foi chamado de ECLETISMO HISTORICISTA, a partir do incio do sculo XX ocorreu uma tendncia a favor do ECLETISMO TIPOLGICO, que implica em escolhas prvias de cunho analgico ou de referncia, que orientam o estilo quanto finalidade a que se destina o edifcio a ser construdo (carter relativo). Essa tendncia manifestou-se pela primeira v quando da construo de um prdio para o Congresso Portugus Primeiro de Dezembro (1895). O projeto de autoria de Caetano CASARETTO, arquiteto que se notabilizou pela construo de uma arquitetura ecltica toda ela baseada em modelos do renascimento italiano mas que, para o Congresso Portugus, escolheu fazer referncia arquitetura da chamada idade de ouro portuguesa (Era dos descobrimentos), quando o pas foi dirigido por D. Manuel I e atingiu grande desenvolvimento econmico e cultural. Neste sentido, na fachada, surgiram arcos ogivais, molduras com reprodues de elementos do mar (algas e conchas), o braso de Portugal, uma alegoria s descobertas, dois globos, dois bustos de portugueses ilustres e as datas de 1640 (ano em que Portugal reconquistou sua independncia da Espanha) e 1895 (data da construo do prdio). A partir do Congresso Portugus, as demais construes pblicas do perodo caracterizaram-se pela busca de uma ntida identificao visual com a funo do edifcio, atravs das formas, dos recursos e dos atributos decorativos. Em decorrncia disso, e devido existncia de uma nova ordem social, a cidade assumiu um carter mais cosmopolita e no tanto provinciano e aristocrtico. So construdos oito cinemas (Edem, Coliseu, Parisiense, Politeama, Popular, Recreio, Ideal, Ponto Chic e Capitlio), trs teatros (Guarany, Appolo e Avenida), um Cassino, quatro bancos (Pelotense, da Provncia, do Brasil e o Nacional do Comrcio), um hotel de luxo (Grande Hotel) entre outros.
SCHLEE, Andrey Rosenthal. O ecletismo na arquitetura pelotense at as dcadas de 1930 e 1940. Dissertao (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
1994.
13.1.Paredes externas (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
13.2.Cobertura (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
13.3.Aberturas e elementos integrados (Tcnicas construtivas, Estruturas, Materiais e Acabamentos)
13.4.Palavras-chave
Arquitetura Urbana, Ecletismo, Pelotas.
14. INFORMAES COMPLEMENTARES QUANTO DIVISO DA FACHADA
14.1. Diviso vertical da fachada
14.1.1. Base, corpo e coroamento 14.1.2. Corpo e coroamento 14.1.3. Corpo 14.1.4. Outra
X
3
Ficha M302 Bem imvel Arquitetura Caracterizao externa MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa Gacho
1.2. Recorte Temtico (Identificao do tema do estudo)
Arquitetura Urbana em Pelotas / RS 1893 - 1920
1.3. Identificao do Bem (denominao oficial, denominao popular, outras denominaes) 1.4. Cdigo Identificador Iphan
Pelota Pelotas Rua Andrade Neves, 2081 e 2077
14.2. Diviso horizontal da fachada
14.2.1. Tripartida - simtrica 14.2.2. Tripartida - assimtrica 14.2.3. Simtrica 14.2.4. Assimtrica
X
15. LEVANTAMENTO ARQUITETNICO EXISTENTE (copiar quantas linhas forem necessrias)
15.1. Planta (relacionar nomes) 15.2. Escala 15.3. Localizao e base disponvel 15.4. Data
Planta Baixa 1/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895
Corte Transversal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895
Corte Longitudinal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895
Fachada Principal 2/100 Prefeitura Municipal de Pelotas 1895
16. OUTROS LEVANTAMENTOS/ BASES DE DADOS (copiar quantas linhas forem necessrias)
16.1. Tipo 16.2. Quant. 16.3. Autoria, localizao e base disponvel 16.4. Data
Fotografias 1 Acervo SeCult s/d
Fotografias 1 MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.
Desenhos
17. FONTES BIBLIOGRFICAS E DOCUMENTAIS
BIBLIOGRAFIA:
BARCELLOS, Dbora; LEITE, Cristiano; Vianna, Tas Feij. Caetano Casaretto. In GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Marcucci, Zanota e Casaretto
constroem o sul do Novo Mundo. Pelotas: 2008.
MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.
MOURA, Rosa Maria Rolim de; SCHLEE, Andrey Rosenthal. 100 imagens da arquitetura pelotense. 2 ed. Pelotas: Pallotti, 2002.
PERES, Rosilena Martins, Legado da Tecnologia Construtiva de Imigrantes Italianos ao Patrimnio Arquitetnico de Pelotas. Tese (Doutorado em
Engenharia). Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.
SCHLEE, Andrey Rosenthal. O ecletismo na arquitetura pelotense at as dcadas de 1930 e 1940. Dissertao (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de
Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1994.
WEIMER, Gnter. Arquitetos e construtores no Rio Grande do Sul 1892/1945. Santa Maria: Ed. UFSM, 2004.
FONTES ICONOGRFICAS:
Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, fotografia da fachada principal, Pelotas, s/d. Acervo Secretaria de Cultura (SeCult).
Sede do Centro Portugus 1 de Dezembro, Pelotas, s/d. In: MAGALHES, Nelson Nobre. Pelotas memria. Fascculo IX. Pelotas: s/ed. 1991.
Edifcio de cinco pavimentos que atualmente ocupa o lote em questo, Pelotas, 2010. Acervo Guilherme Dalto.
Prefeitura Municipal de Pelotas. Pelotas
Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
PROJETO de sede do clube social Centro Portugus 1 de Dezembro, construtor Caetano Casaretto, Pelotas, 1895.
18. PREENCHIMENTO
18.1. Entidade Universidade Federal de Pelotas 18.2. Data
18.3. Responsvel Arq. e Urb. Guilherme Dalto 10 janeiro 2011
1
Ficha M303 Bem imvel Arquitetura Caracterizao interna MDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAO
1.1. Recorte Territorial (Identificao da regio estudada)
Pampa