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Variações Linguísticas E.E.E.M.F Geraldo Costa Alves 3ºM1

LINGUAGEM CULTA X COLOQUIAL

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Variações Linguísticas E.E.E.M.F Geraldo Costa Alves 3ºM1

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Comunicação

A comunicação é inerente ao convívio social. No trabalho e na sociedade, você convive com pessoas e grupos diferentes que exercem papeis e funções distintas e, para cada situação de fala, você precisa se comunicar de forma adequada para se fazer entendido.

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Ao conquistar novas regiões, o Latim era a língua imposta aos povos conquistados - que acabaram por modificar bastante a pronuncia e incorporavam ao vocabulário latino palavras de sua língua materna, transformando assim, ao longo de anos de ocupação, a língua imposta. Deram então origem ás línguas neolatinas.

latim

Português Espanhol Catalão Francês Italiano Romero

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Linguagem

A linguagem é a capacidade que o homem possui de interagir com o seu semelhante por meio da palavra, oral ou escrita, gestos, expressões fisionômicas, imagens, notas musicais etc. O uso da linguagem sempre objetivará a produção de sentido, ou seja, o entendimento entre os interlocutores (parceiros no processo comunicativo). Para isso, o processo de adequação linguística é fundamental.

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A linguagem não pode ser utilizada sempre da mesma forma, já que o contexto, os interlocutores e o objetivo da mensagem são alguns dos fatores que influenciam a forma como ela deverá ser usada. Ela também não deve ser classificada como certa ou errada, mas como adequada ou inadequada.

No processo de adequação da linguagem, além dos fatores já mencionados, diferenciar e caracterizar a língua culta e coloquial é imprescindível, pois a confusão entre elas causa prejuízos tanto para a produção textual quanto para a comunicação de forma geral.

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Linguagem Culta

A linguagem culta ou norma culta é um conjunto de padrões linguísticos que definem o uso correto de uma língua. É também a variedade linguística de maior prestigio social, pois segue rigorosamente as normas gramaticais. Geralmente esse padrão é usado por pessoas com elevado nível de escolaridade.

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Características:

• Segue as normas gramaticais;• É usada em situações formais;• Há uma seleção cuidadosa das palavras;• Variante prestigiada;• Ensinado nas escolas.

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Exemplos

1º exemplo:Trecho da carta de amor escrita por Olavo Bilac, poeta brasileiro.

“Excelentíssima senhora. Creio que, esta carta não poderá absolutamente surpreendê-la. Deve ser esperada. Porque V.Excia. compreendeu com certeza que, depois de tanta súplica desprezada sem piedade, eu não podia continuar a sofrer o seu desprezo. Dizem que V.Excia. me ama. Dizem, porque da boca de V. Excia. nunca me foi dado ouvir essa declaração. Como, porém, se compreende que, amando-me V.Excia., nuca tivesse para mim a menor palavra afetuosa, o mais insignificante carinho, o mais simples olhar comovido? Inúmeras vezes lhe pedi humildemente uma palavra de consolo. Nunca a obtive, porque V.Excia. ou ficava calada ou me respondia com uma ironia cruel. Não posso compreendê-la: perdi toda a esperança de ser amado. Separemo-nos[...]

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2º exemplo:

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3º exemplo:

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4º exemplo:Via láctea“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” Eu vos direi, no entanto,Que para ouvi-las, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto…E conversamos toda a noite, enquantoA via láctea, como um pálio aberto,Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,Inda as procuro pelo céu deserto.Direis agora: “Tresloucado amigo!Que conversas com elas? Que sentidoTem o que dizem, quando estão contigo?”E eu vos direi: “Amai para entendê-las!Pois só quem ama pode ter ouvidoCapaz de ouvir e de entender estrelas.”

Olavo Bilac

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Linguagem Coloquial

A linguagem coloquial, informal ou popular é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não exige a atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. Na linguagem informal usam-se muitas gírias e palavras que na linguagem formal não estão registradas ou tem outro significado.

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Características da Linguagem Coloquial: Variante espontânea; Utilizada em relações informais; Sem preocupações com as regras da gramática

normativa; Presença de coloquialismos (expressões próprias da

fala), tais como: pega leve, se toca, tá rolando etc. Uso de gírias; Uso de formas reduzidas ou contraídas (pra, cê, peraí,

etc.) Uso de “a gente” no lugar de nós; Uso frequente de palavras para articular ideias (tipo

assim, ai, então, etc.);

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Exemplos

Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei aler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

1º exemplo: O Cabeludinho – BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

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2º exemplo:

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3º exemplo

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4º exemplo: ASA BRANCA - Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando oiei a terra ardendo

Quá foguêra de São João

Eu perguntei-ei a Deus do céu, ai

Pru que tamanha judiação?

Qui brasero, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por farta d’água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa-branca

Bateu asas do sertão

Entonce eu disse: adeus, Rosinha

Guarda contigo meu coração.

Hoje longe muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva caí de novo

Pra mim vortá pro meu sertão (...)

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Exemplos:

A linguagem do Rei Luiz

O falar do nordestino sempre foi exaltado nas letras de músicas de Luiz Gonzaga. Através delas, ele ressaltou o caráter oral e popular da língua, valendo-se de alterações na pronúncia, no léxico e na morfossintaxe

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Diferença entre Linguagem Culta e Coloquial

A LINGUAGEM CULTA É AQUELA QUE RESPEITA TOTALMENTE AS REGRAS GRAMATICAIS E A COLOQUIAL É A LINGUAGEM POPULAR, USADA NO DIA A DIA PELAS PESSOAS. NÃO SÃO CLASSIFICADAS COMO CERTA OU ERRADA, MAS COMO ADEQUADA E INADEQUADA. VOCÊ TERÁ QUE FAZER O USO CORRETO CONFORME A SITUAÇÃO QUE VENHA SER FORMAL OU NÃO.

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ATÉ QUANDO ? (Gabriel O Pensador )

Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta

aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você

pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão, Virar a

cara pra não verSe liga aí que te botaram numa cruz E só porque Jesus sofreu

não quer dizer que você tenha que sofrer.

Exemplo:

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Exemplo:

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Variação linguística(VARIAÇÃO HISTÓRICA, GEOGRÁFICA E SOCIOCULTURAL)

É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma língua.

Surge de acordo com influencias históricas, geográficas e culturais. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros.A língua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística.

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Variação Geográfica“(….)

Que importa que uns falem mole descansadoQue os cariocas arranhem os erres na gargantaQue os capixabas e paroaras escancarem as vogais?Que tem se os quinhentos réis meridionalVira cinco tostões do Rio pro Norte?Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,Brasil, nome de vegetal! (….)”

Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.

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Variação geográfica ( regional)

(Os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta".

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Exemplo:

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Variação Sociocultural Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma

maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.

As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.

Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.

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Exemplo: Jargão Médico

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Variação Histórica

Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.

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• Exemplo:

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Exemplo: Antigamente

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.

Carlos Drummond de Andrade

Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões que já se encontram em desuso, tais como:

Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.

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Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria?

Restringindo-se a uma linguagem mais coloquial, os termos em destaqueseriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “maravilhosas”, “saradas”, “da hora”, “Os manos”, “A galera,” “Davam uma cantada”, e assim por diante.

- Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.

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Fim.Nomes: Ana Karoline, Thainá Assunção, Caliandra Santos, Erika Vieira, Jéssica Ferreira, Thais Andrade, Geovanna Borges e Karoline Barnabé.