Manual de Resíduos Sólidos - ICLEI

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  • 1. GeResGESTO DE RESDUOS SLIDOS PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOPLANOS DE GESTODE RESDUOS SLIDOS:MANUAL DE ORIENTAOAPOIANDO A IMPLEMENTAO DA POLTICA NACIONALDE RESDUOS SLIDOS: DO NACIONAL AO LOCALApoio Parceiros

2. PLANOS DE GESTODE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOAPOIANDO A IMPLEMENTAO DA POLTICA NACIONALDE RESDUOS SLIDOS: DO NACIONAL AO LOCALICLEI 1 3/21/12 5:03 PM 3. Ministrio do Meio AmbienteICLEI - BrasilPlanos de gesto de resduos slidos: manual de orientaoBraslia, 2012BibliografiaISBN: 978-85-99093-21-4O Ministrio do Meio Ambiente e o ICLEI-Brasil autorizam a reproduo total ou parcial desta obra, por qualquermeio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Nenhum uso destapublicao pode ser feito para revenda ou fins comerciais, sem prvia autorizao por escrito do Ministrio do Meio Ambiente e do ICLEI Brasil.ICLEI 2 3/21/12 5:03 PM 4. GOVERNO FEDERAL MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE ICLEI - GOVERNOS LOCAIS PELA SUSTENTABILIDADE PLANOS DE GESTODE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOAPOIANDO A IMPLEMENTAO DA POLTICA NACIONALDE RESDUOS SLIDOS: DO NACIONAL AO LOCALBraslia - DF 2012ICLEI 33/21/12 5:03 PM 5. REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTRIO DO MEIO AMBIENTEPresidenta Ministra Secretrio de Recursos Hdricos e Ambiente UrbanoDilma Vana Roussef Izabella Mnica Vieira TeixeiraNabil Georges BondukiVice-PresidenteSecretrio Executivo Diretor de Ambiente UrbanoMichel Miguel Elias Temer LuliaFrancisco GaetaniSilvano Silvrio da CostaMembros do Comit InterministerialHbrida Verardo Moreira Fam Titular - Ministrio Paula Ravanelli Losada Suplente - SRIMiguel Crisstomo Brito Leite Suplente - MPOGda Fazenda Hamilton Moss de Souza Titular - MME Silvano Silvrio da Costa Titular - MMAMarcos Vincius Carneiro Tapajs Suplente -Helder Naves Torres Suplente - MME Samyra Brollo de Serpa Crespo Suplente - MMAMinistrio da FazendaRmulo Paes de Sousa Titular - MDS Heloisa Regina Guimares de Menezes Titular -Mrcio Antnio Teixeira Mazzaro Titular - MAPA Jaira Maria Alba Puppim Suplente - MDSMDICJos Simplcio Maranho Suplente - MAPA Daniela Buosi Rohlfs Titular - MSAlexandre Comin Suplente - MDICJohnny Ferreira dos Santos Titular MCidadesCssia de Ftima Rangel - Suplente - MSWellington Kublisckas Titular Casa CivilMarcelo de Paula Neves Lelis Suplente -Guilherme Alexandre Wiedman Titular - MCTWelington Gomes Pimenta Suplente Casa CivilMCidades Vivian Beatriz Lopes Pires Suplente - MCTMartim Vicente Gottschalk Titular - SRIIgor Vincius de Souza Geracy Titular - MPOGMembros do Grupo de Trabalho (GT1), criado no mbito do Comit InterministerialAdriana Sousa SPG/MMEGilberto Werneck de Capistrano Filho IBAMA Odilon Gaspar Amado Jnior ABETREAlexandro Cardoso - MNCR Hideraldo Jos Coelho - CFIC/DEFIA/MAPAOsama Maeyana CPRMAline Machado da Matta - SAE/PRJamyle Calencio Grigoletto DSAST/SVS/MSPatrcia Metzler Saraiva - COAGRE/DEPROS/SDC/Andr Sinoti Anvisa/MS Joanes Silvestre da Cruz DNPMMAPAAntnio Edson Guimares Farias SPG/MME Johnny Ferreira dos Santos DAGES/SNSA/ Rafael Furtado SAE/PRArnaldo Carneiro SAE/PRMCIDADES Rinaldo Mancin IBRAMCarlos Eugnio Farias - SNIC Josiane Aline Silva SGM/MMERogrio Dias - COAGRE/DEPROS/SDC/MAPACssia de Ftima Rangel - CGVAM/DSAST/SVS/MS Jlio Csar Bachega - ABEMA/SEMA-MTRonessa B. de Souza CNPH/EMBRAPADaniela Buosi Rohlfs CGVAM/DSAST/SVS/MSJussara Kalil Pires - ABES Sandro Medeiros - DAGES/SNSA/MCIDADESDigenes Del Bel ABETRELilian Sarrouf - CBICViviane Vilela Marques Anvisa/MSEder de Souza Martins CPAC/EMBRAPA Luiz Henrique da Silva - MNCRWalter Lins Arcoverde DNPMEdson Farias Mello SGM/MME Marcelo Cavalcante de Oliveira - Anvisa/MS Wanderley Baptista - CNIEvandro Soares - MDICMarcelo de Paula Neves Lelis - DARIN/SNSA/ Wilma Santos Cruz SPG/MMEFrancisco Saia Almeida Leite - DDCOT/SNSA/ MCIDADES Wilson Pereira - SGM/MMEMCIDADES Nadja Limeira Arajo - DDCOT/SNSA/MCIDADESICLEI GOVERNOS LOCAIS PELA SUSTENTABILIDADESecretrio Geral ICLEI InternacionalSecretria Executiva Regional Interina paraKonrad Otto ZimmermannAmrica do Sul - ICLEI SAMSPresidente ICLEI Brasil Florence Karine LaloPedro Roberto JacobiICLEI 4 3/21/12 5:03 PM 6. FICHA TCNICASuperviso Geral:Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano do Ministrio do Meio AmbienteICLEI Governos Locais pela SustentabilidadeConcepo, Organizao e Coordenao Geral:Equipe ICLEI Projeto GeResFlorence Karine Lalo, Coordenadora GeralGabriela Alem Appugliese, Coordenadora de ProjetosSophia Picarelli, Assistente de ProjetosElaborao de Texto:Consultoria: I&T Gesto de ResduosTarcsio de Paula Pinto (Coordenao)Luiz Alexandre LaraAugusto Azevedo da SilvaMaria Stella Magalhes GomesMinistrio do Meio AmbienteHidely Grassi RizzoJoo Geraldo Ferreira NetoIvana Marson SanchesEduardo Rocha Dias SantosReviso geral: Regina Bueno de AzevedoProjeto grfico: OZRDiagramao: Cristiane VianaFotos de Capa:Jos Cruz/ABrJanine Moraes/ABrArcadis Logos S.A.Acervo ICLEIColaborao:Equipe SRHU/MMANabil Bonduki, Secretrio de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano Joo Geraldo Ferreira Neto, Analista de InfraestruturaSrgio Antonio Gonalves, Chefe de GabineteJoaquim Antonio de Oliveira, Analista AmbientalSilvano Silvrio da Costa, Diretor de Ambiente UrbanoJosa Maria Barroso Loureiro, Tcnica EspecializadaMoacir Moreira da Assuno, Gerente de Projeto Marcelo Chaves Moreira, Analista de InfraestruturaRonaldo Hiplito Soares, Gerente de ProjetoMaria Luiza Jungles, Tcnica EspecializadaSaburo Takahashi, Gerente de Projeto Mirtes Vieitas Boralli, Tcnica EspecializadaZilda Maria Faria Veloso, Gerente de Projeto Rosngela de Assis Nicolau, Analista AmbientalAna Flvia Rodrigues Freire, Analista de InfraestruturaSabrina Gimenes de Andrade, Analista AmbientalClaudia Monique Frank de Albuquerque, Assessora TcnicaSlvia Cludia Semensato Povinelli, Analista de InfraestruturaEduardo Rocha Dias Santos, Analista de InfraestruturaTania Maria Mascarenhas Pinto, Tcnica EspecializadaEdmilson Rodrigues da Costa, Tcnico Especializado Thas Brito de Oliveira, Analista de InfraestruturaHidely Grassi Rizzo, Analista AmbientalSilvia Regina da Costa Gonalves , Tcnica EspecializadaIngrid Pontes Barata Bohadana, Analista de InfraestruturaVincios Hiczy do Nascimento, Tcnico EspecializadoIvana Marson, Tcnica EspecializadaICLEI 5 3/21/12 5:03 PM 7. SUMRIO ROTEIRO PARA ELABORAO DO PLANO 3PREFCIOAPRESENTAO ESTADUAL DE RESDUOS SLIDOS - PERSAGRADECIMENTOS 1. O processo de elaborao do PERS . . . . . . . . . . . . . . . 64LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 2. Diagnstico da situao dos resduos slidos . . . . . 65INTRODUO 3. Regionalizao e proposio de arranjosintermunicipais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 671ASPECTOS LEGAIS4. Cenrios, diretrizes e estratgias . . . . . . . . . . . . . . . . . 681. Quadro institucional geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 4.1. Cenrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 1.1. A Lei Federal de Saneamento Bsico . . . . . . . . . . . . . . 184.2. Diretrizes e estratgias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 1.2. Poltica Nacional sobre Mudana do Clima . . . . . . . . 204.3. Metas, programas, projetos e aes . . . . . . . . . . . . . . . 69 1.3. Lei Federal de Consrcios Pblicos . . . . . . . . . . . . . . . 214.4. Fontes de recursos financeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 4.5. Sistemtica de acompanhamento, controle, e2. A Lei e a Poltica Nacional de avaliao da implementao do PERS . . . . . . . . . . . . . 70 Resduos Slidos (PNRS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 4.6. Planos de gesto de resduos slidos e3. O Plano Nacional de Resduos Slidos . . . . . . . . . . . . 27as mudanas do clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5. Solicitao de recursos ao MMA Roteiro paraelaborao do plano de trabalho do PERS . . . . . . . . 732 ORIENTAES PARA ELABORAODOS PLANOS1. Metodologia para elaborao dos planos . . . . . . . . . 31 ROTEIRO PARA ELABORAO DO PLANO DE 1.1. Mobilizao e participao social . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 1.2. Organizao do processo participativo . . . . . . . . . . . 322. Elaborao do diagnstico e dos cenrios futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 4 GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS - PGIRS 1. Plano de Gesto Integrada de ResduosSlidos - PGIRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 753. Definio das diretrizes e estratgias . . . . . . . . . . . . . 38 2. Diagnstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 764. Metas, programas e recursos necessrios . . . . . . . . . 42 2.1. Aspectos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 762.2. Aspectos socioeconmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 765. Implementao das aes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442.3. Saneamento bsico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 776. Dos prazos, do horizonte temporal2.4. Resduos slidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 e das revises . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452.5. Legislao local em vigor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 807. Passo a Passo: o processo de2.6. Estrutura operacional, fiscalizatria e gerencial . . . . 80 elaborao do PGIRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 462.7. Educao ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82Apndice: Situao dos Resduos Slidos . . . . . . . . . . . 48 1. Classificao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4862. Gerao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3. Coleta e transporte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57ICLEI 63/21/12 5:03 PM 8. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOROTEIRO PARA ELABORAO DO PLANO DE4 GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS -PGIRS3. A situao dos resduos slidos municipais . . . . . . . 83 3.1. Destinao e disposio final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 856.8. Sistema de clculo dos custos operacionais e investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1136.9. Forma de cobrana dos custos dos3.2. Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 servios pblicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1143.3. Competncias e responsabilidades . . . . . . . . . . . . . . . 886.10. Iniciativas para controle social . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1153.4. Carncias e deficincias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 906.11. Sistemtica de organizao das informaes3.5. Iniciativas relevantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90locais ou regionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1153.6. Legislao e normas brasileiras aplicveis . . . . . . . . . 906.12. Ajustes na legislao geral e especfica. . . . . . . . . . 1164. Plano de Ao: aspectos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 6.13. Programas especiais para as questes4.1. Perspectivas para a gesto associada . . . . . . . . . . . . . 91 e resduos mais relevantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1174.2. Definio das responsabilidades 6.14. Aes para a mitigao das emisses dos pblicas e privadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92gases de efeito estufa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1205. Diretrizes, estratgias, programas, aes e metas6.15. Agendas setoriais de implementaodo PGIRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 para o manejo diferenciado dos resduos. . . . . . . . . 946.16. Monitoramento e verificao de resultados . . . . . 121 5.1. Diretrizes especficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 965.2. Estratgias de implementao e redes7. Itemizao proposta para o Plano de Gesto de reas de manejo local ou regional . . . . . . . . . . . . . 96 Integrada de Resduos Slidos PGIRS . . . . . . . . . 1235.3. Metas quantitativas e prazos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 998. Solicitao de Recursos ao MMA Roteiros para5.4. Programas e aes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100Elaborao do Plano de Trabalho do PGIRS . . . . . . 1256. Diretrizes, estratgias, programas, aes e metas8.1. Roteiro Para Elaborao do Plano de Trabalho do PGIRS Intermunicipal . . . . . . . . . . . . . . . . 125 para outros aspectos do plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1038.2. Roteiro Para Elaborao do Plano de Trabalho6.1. Definio de reas para disposio final . . . . . . . . . . 103 do PGIRS Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 6.2. Planos de gerenciamento obrigatrios . . . . . . . . . . 105 6.3. Aes relativas aos resduos com ANEXOSlogstica reversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 6.4. Indicadores de desempenho para os1. Referncias Bibliogrficas e Documentos deservios pblicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Referncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 6.5. Aes especficas nos rgos da2. Acervo de endereos eletrnicos . . . . . . . . . . . . . . . . 146administrao pblica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 3. Caracterizao de resduos urbanos em diversas 6.6. Iniciativas para a educao localidades brasileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147ambiental e comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1116.7. Definio de nova estrutura gerencial . . . . . . . . . . . . 111 4. Glossrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 7ICLEI 73/21/12 5:03 PM 9. PREFCIO O desafio da sustentabilidade urbana passou ade tramitao no Congresso Nacional, tornou-se umaocupar um papel de destaque dentre os eixos estra-prioridade. Acabar com os lixes at 2014 e implantartgicos do Ministrio do Meio Ambiente (MMA). No a coleta seletiva, a logstica reversa e a compostagemsem tempo: hoje mais de 165 milhes de pessoas, oudos resduos midos, objetivos estabelecidos por essaseja, 85% dos brasileiros, vivem em cidades e sua qua-lei, so desafios para o poder pblico e para o setorlidade de vida depende, em boa medida, de polticas privado no Pas e, em especial, para os municpios, ti-pblicas, de diferentes setores da administrao, que tulares dos servios de limpeza pblica. A mesma leilevem em conta os aspectos ambientais.estabeleceu que, aps agosto de 2012, a Unio ape- Embora temas como o desmatamento e o cdigonas poder firmar convnios e contratos para o re-florestal, as mudanas climticas, a proteo da biodi- passe de recursos federais para estados e municpios,versidade, o patrimnio gentico e a agricultura sus- em aes relacionadas com esse tema, se eles tiveremtentvel continuem a ser prioritrios, no podemosformulado seus planos de gesto de resduos slidos.esquecer da chamada agenda marrom, pois o lixo e Assim, para apoiar as iniciativas dos demais entesesgoto so dois dos principais problemas ambientais federativos, com grande satisfao que o Minist-do Pas. Outras questes urbanas, como a qualidaderio do Meio Ambiente por meio da Secretaria dedo ar, profundamente vinculada aos modais de mo-Recursos Hdricos e Ambiente Urbano (SRHU), rgobilidade e s fontes de energia por eles utilizados; oresponsvel pela agenda de qualidade ambiental ur-manejo das guas pluviais e a drenagem urbana; abana disponibiliza esse manual de orientao paraocupao dos mananciais e das reas de Proteo a elaborao dos Planos de Gesto de Resduos Sli-Permanente, com fortes impactos na ocorrncia dedos, realizado em parceria com o ICLEI Brasil, com odesastres naturais; a preservao dos espaos verdesapoio da Embaixada Britnica. Sua elaborao faz par-e a construo sustentvel so alguns exemplos de te de uma srie de aes que vem sendo realizadasforte relao entre temas ambientais e as polticas ur- pela SRHU/MMA para implementar a Lei n 12.305/10,banas.entre as quais cabe ressaltar o repasse de recursos fe- Nessa agenda emergente do MMA, relacionada derais para estados, municpios e consrcios pblicoscom a sustentabilidade urbana, a implementao da possam formular seus planos de gesto de resduosPoltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), aprova- slidos.da por meio da Lei n 12.305/10 depois de vinte anos8ICLEI 8 3/21/12 5:03 PM 10. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil A publicao ora lanada faz parte desse esforoeles possam participar efetivamente do processo depara apoiar o desenvolvimento institucional, elemen- debate e de consulta pblica que devem ser realiza-to indispensvel para a implementao da PNRS. O dos no mbito da elaborao dos planos.manual traz orientaes para que os planos de res- Com essa iniciativa, o MMA contribui para qualificarduos slidos possam ser elaborados de acordo com aso poder pblico, o setor privado, a sociedade civil or-diretrizes definidas pela Lei n 12.305/10 e pelo Pla- ganizada, as cooperativas de catadores e os cidadosno Nacional de Resduos Slidos, levando ainda emem geral no grande esforo nacional necessrio paraconta as especificidades e a diversidade que caracte-cumprir as ousadas metas estabelecidas na PNRS, derizam a rede urbana brasileira, evitando-se a criaomodo a colocar o Brasil dentre as ainda poucas na-de modelos prontos e repetitivos. Objetiva-se, ainda,es do planeta que conseguiram, de forma ambien-capacitar os diferentes segmentos da sociedade, in-talmente correta e garantindo a incluso social, darteressados na questo dos resduos slidos, para que aproveitamento econmico para os resduos slidos.Izabella Teixeira Ministra de Estado do Meio Ambiente 9ICLEI 93/21/12 5:03 PM 11. APRESENTAO:O empenho em implementar a Poltica Nacional de Resduos Slidos A Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urba-As aes realizadas desde 2011 pela SRHU contri-no do Ministrio do Meio Ambiente (SRHU/MMA) est buem em vrios sentidos na implementao da PNRS,fortemente empenhada em implementar a Polticaenvolvendo, entre outras, a criao de grupos de tra-Nacional de Resduos Slidos (PNRS), instituda pelabalho para desenhar a modelagem da logstica rever-Lei n 12.305/10 e regulamentada pelo Decreto nsa de cinco cadeias produtivas (eletroeletrnicos, em-7.404/10. Trata-se de uma prioridade da nossa agen- balagens de leos lubrificantes, lmpadas de vaporda de sustentabilidade urbana, que ganha, crescen-de sdio e mercrio, descarte de medicamentos e em-temente, maior protagonismo no mbito do Governobalagens em geral); a formulao dos programas deFederal, com o apoio do Comit Interministerial de Re-investimentos do Governo Federal para apoiar a eli-sduos Slidos, formado por 12 ministrios sob a coor-minao dos lixes e a implantao da coleta seletiva,denao do Ministrio do Meio Ambiente e do Frum e a realizao de campanhas de comunicao socialde Cidadania e Direitos, coordenado pela Secretaria e educao ambiental (Separe o lixo e acerte na lata),Geral da Presidncia da Repblica.que visam mudar o comportamento da populao em O esforo que vem sendo realizado busca tirar a Leirelao ao lixo e estimular a coleta seletiva.n 12.305/10 do papel e garantir que ela se torne, efeti-Instrumento fundamental da PNRS, a elaborao dovamente, uma referncia para o enfrentamento de umPlano Nacional foi o primeiro passo do planejamentodos mais importantes problemas ambientais e sociais da gesto de resduos slidos no pas, estabelecendo,do pas. O enorme envolvimento do diferentes seg- com horizonte temporal de vinte anos, diretrizes, cen-mentos da sociedade no debate do tema e, sobretudo, rios, metas e programas de ao, prevendo-se revisesnas audincias regionais e na consulta pblica realiza- a cada quatro anos, compatibilizadas com os Planosdas no segundo semestre de 2011 para debater o PlanoPlurianuais de Investimentos (PPA) do Governo Federal.Nacional de Resduos Slidos, mostra que a lei pegou Como seu desdobramento natural, imprescindvele que mobiliza tanto o setor pblico como o privado,que todos os entes da federao desenvolvam, comalm das cooperativas de catadores, movimentos so-participao da sociedade, planos de gesto capazesciais e ambientalistas. Nota-se uma forte coeso em de equacionar o enfrentamento da questo dos res-torno dos princpios da lei, baseados na responsabili-duos slidos nos seus respectivos territrios, estabele-dade compartilhada, planejamento da gesto, inclusocendo as estratgias gerenciais, tcnicas, financeiras,social dos catadores, produo e consumo sustentveis operacionais, urbanas e socioambientais para que to-e valorizao econmica dos resduos. dos os lixes do pas possam ser eliminados at 2014 10ICLEI 10 3/21/12 5:03 PM 12. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil e melhorar os indicadores de coleta seletiva, logstica dos, dentro do enfoque de uma gesto integrada. Longe reversa, reciclagem e compostagem.de pretender criar um modelo de plano, a publicaoA Lei n 12.305/10 exige que estados e municpiosbusca difundir um mtodo suficientemente flexvel para apresentem esses planos para que possam firmar con- que, a partir do conhecimento de como fazer, seja pos- vnios e contratos com a Unio para repasse de recur- svel atender, da melhor maneira possvel, s necessida- sos nos programas voltados para a implementao dades e realidade de cada municpio, estado ou regio. poltica. Para apoiar os entes subnacionais nesse desa-Nessa perspectiva, o manual trabalha com a con- fio, o Governo Federal, por intermdio da SRHU/MMA, cepo, consagrada pelo Estatuto da Cidade, de que est criando condies, com recursos e suporte tcnico, o planejamento das polticas pblicas deve prever para a realizao de planos estaduais e intermunicipais.mecanismos de participao e controle social. Assim, Nesse contexto se insere a formulao dessa publica-ele um instrumento importante para garantir uma o Planos de Gesto de Resduos Slidos: Manual deinterveno qualificada da sociedade, seja por meio Orientao, realizada atravs de uma parceria entre ados conselhos institucionais relacionados com as re- SRHU/MMA e o ICLEI, com o suporte financeiro da Em- as de saneamento, meio ambiente, sade e desenvol- baixada Britnica, a quem agradecemos.vimento urbano, seja atravs da mobilizao de mo-Realizada por tcnicos especializados, sob a su- vimentos sociais, organizaes locais de catadoras e perviso do Departamento de Ambiente Urbano dacatadores de materiais reciclveis e de fruns, como SRHU, a presente publicao tem como objetivo sub-os de Lixo e Cidadania e de Economia Solidria. sidiar o poder pblico, profissionais e representantes Com mais essa iniciativa, a SRHU/MMA espera contri- da sociedade civil na elaborao dos planos de resdu-buir para a promoo do desenvolvimento institucional os slidos, estabelecendo os procedimentos necess- dos entes federativos no setor de resduos slidos, no rios para o manejo e destinao ambientalmente ade- sentido de criar as condies para que eles possam cum- quados de resduos e rejeitos admitida pelos rgos prir seus papis no desafio de alcanar as ousadas metas competentes do Sistema Nacional de Meio Ambienteestabelecidas na Lei n 12.305/10 e no Plano Nacional de (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilncia Sanit-Resduos Slidos. Sabe-se que essas metas apenas sero ria (SNVS) e do Sistema nico de Ateno Sanidade alcanadas com o envolvimento do poder pblico em Agropecuria (Suasa), entre elas a disposio final, ob-todos os seus nveis, setor privado e sociedade organiza- servando normas operacionais especficas de modo ada. nesse sentido que estamos trabalhando. evitar danos ou riscos sade pblica e segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos.Nabil BondukiEste manual visa ser uma ferramenta til para a orien-Secretrio de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano tao de todos aqueles que lidam com os resduos sli- Ministrio do Meio Ambiente11ICLEI 113/21/12 5:03 PM 13. AGRADECIMENTOS O Ministrio do Meio Ambiente, por meio de sua bilitando a criao deste Manual; I&T Gesto de Re-Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano e sduos e consultores por trazerem suas experinciaso ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade, Secre- e conhecimento na elaborao do relatrio tcnicotariado para Amrica do Sul gostariam de agradecer aque embasou este Manual; aos tcnicos e executivostodos aqueles que colaboraram para a realizao des-do governo federal, particularmente equipe da Se-te Manual de Orientao, no qual buscamos dar sub-cretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano esdios aos estados e municpios na elaborao de seus a todos que se empenharam por viabilizar as aesplanos de gesto de resduos slidos. propostas pelo projeto. Agradecemos em especial ao Ministrio das Re- Por fim, um agradecimento especial aos parceiros,laes Exteriores do Reino Unido, por meio da Em- que em algum momento estiveram envolvidos nasbaixada Britnica em Braslia e do Fundo de Prospe- atividades do projeto, e aos colegas do ICLEI-SAMS eridade Prosperity Fund, que patrocinou e apoiou da equipe internacional do ICLEI, que nos tm apoia-o Projeto GeRes Gesto de Resduos Slidos, possi-do com seu profissionalismo e amizade. 12ICLEI 123/21/12 5:03 PM 14. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS APP rea de Preservao Permanente PNRS Poltica Nacional de Resduos Slidos ABNT Associao Brasileira de Normas TcnicasPPA Plano Plurianual ANA Agncia Nacional de guasPSF Programa Sade da Famlia ASPP Aterro Sanitrio de Pequeno Porte RCC Resduos da Construo e de Demolio ATT rea de Triagem e Transbordo RSS Resduos de Servios de Sade A3P Agenda Ambiental na Administrao PblicaRSU Resduos Slidos Urbanos BDI Benefcios e Despesas IndiretasSNIRH Sistema Nacional de Informao de Recursos CAT Comunicao de Acidente de TrabalhoHdricos CONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteSIAB Sistema de Informao da Ateno Bsica CF Constituio FederalSICONV Sistema de Convnios e Contratos de Re- DAU Departamento de Ambiente Urbanopasse ETE Estao de Tratamento de EsgotoSINIR Sistema Nacional de Informaes sobre a Ges- GT Grupo de Trabalho to dos Resduos Slidos LEV Locais de Entrega Voluntria SNIS Sistema Nacional de Informaes sobre Sane- MCidades Ministrio das Cidadesamento MMA Ministrio do Meio AmbienteSISAGUA Sistema Nacional de Informao de Vigi- MP Ministrio Pblicolncia da Qualidade da gua para Consumo Humano NBR Norma Brasileira RegistradaSISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente ONG Organizao No GovernamentalSINISA Sistema Nacional de Informaes em Sane- PACS Programa de Agentes Comunitrios da Sade amento Bsico PEAMSS Programa de Educao Ambiental e Mobi-SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conserva- lizao Social em Saneamento o PERS Plano Estadual de Resduos SlidosSNVS Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria PEV Ponto de Entrega VoluntriaSRHU Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente PMS Projeto de Mobilizao Social e Divulgao Urbano PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios SUASA Sistema Unificado de Ateno Sanidade PNM Plano Nacional de MineraoAgropecuria PNMC- Plano Nacional sobre Mudana do ClimaTR Termo de Referncia PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento BsicoUF Unidade FederativaZEE Zoneamento Ecolgico-Econmico13ICLEI 133/21/12 5:03 PM 15. INTRODUO:Polticas e Planos Estaduais, Municipais e Intermunicipais em apoio implementao da Poltica e do Plano Nacional de Resduos Slidos Este Manual, escrito em linguagem simples e dire-Embaixada Britnica, que vem contribuindo com go-ta, foi elaborado com a inteno de esclarecer a um vernos locais brasileiros, estados e municpios, na im-pblico especfico tomadores de deciso, gestores plementao da PNRS, promovendo o fortalecimentoe tcnicos dos estados e municpios, alm de todos os institucional - atravs da capacitao tcnica dos to-envolvidos na implementao da Poltica Nacional de madores de deciso e gestores pblicos envolvidos,Resduos Slidos PNRS (Lei n 12.305/2010), sobre a a elaborao dos planos e a gesto local de resduoselaborao dos planos de gesto de resduos slidos,slidos.a partir de passos metodolgicos que garantem a par- O Projeto GeRes soma-se ao movimento nacionalticipao e o controle social e buscam o cumprimentode transformao do cenrio e padres de produo edas metas estabelecidas no PNRS, no Plano Nacionalconsumo, tratamento e destinao dos resduos sli-de Resduos Slidos e demais metas previstas em le- dos no Brasil, a fim de encontrar solues sustentveisgislao correlata. e permanentes, otimizando a gesto e contribuindo Hoje, o Brasil conta com um Plano Nacional so- para uma economia verde, de baixo carbono e inclusi-bre Mudana do Clima PNMC (2008), uma Polticava, s vsperas da Conferncia Rio+20 que ocorrer noNacional de Mudanas Climticas (Lei n 12.187 de Rio de Janeiro em junho deste ano.29/12/2009) que estabelece metas voluntrias deO ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade,reduo de emisses de gases de efeito estufa - GEE fundado originalmente como ICLEI - Internacional(entre 36,1% e 38,9% at 2020), bem como um Fundo Council for Local Environmental Initiatives (ConselhoNacional sobre Mudana do Clima (Lei n 12.014, deInternacional para Iniciativas Ambientais Locais) 09/12/2009), que formam com a PNRS e a Lei Federaluma associao internacional composta por mais dede Saneamento Bsico (Lei n 11.445/2007) um arca-1.200 governos locais no mundo todo que assumirambouo jurdico-institucional decisivo para o desen- um compromisso com o desenvolvimento sustent-volvimento sustentvel do Pas. Diante destes com-vel.promissos, as aes estaduais e municipais tornam-se Tendo como uma de suas principais misses o apoioessenciais para o sucesso das polticas nacionais.aos governos locais atravs do desenvolvimento de A publicao faz parte do programa de capacitaoferramentas e metodologias para uma gesto localdo Projeto GeRes - Gesto de Resduos Slidos, umamais sustentvel e a proteo dos bens comuns glo-iniciativa do MMA em parceria com o ICLEI e apoio dabais (como a qualidade do ar, clima e gua), os ltimos 14ICLEI 143/21/12 5:03 PM 16. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-Brasil 20 anos desde a Rio92 demonstram que aes cumu- borao dos planos de gesto de resduos slidos e, lativas locais, ao contribuir com a agenda nacional, por fim, as duas ltimas partes apresentam um roteiro trazem benefcios globais. Neste sentido, de sumabsico para os planos estaduais e os planos de gesto importncia que os estados e municpios se engajem integrada de resduos slidos. na construo de polticas e aes efetivas que se arti-Esperamos que governos estaduais e municipais culem com as nacionais para uma melhor gesto dosentendam a urgncia das aes em matria de resdu- resduos slidos no Brasil.os slidos e as aes pelo clima e enxerguem oportu-O Manual est dividido em quatro partes: a primei-nidades na gesto de resduos slidos para o desen- ra sobre o quadro institucional e legal; a segunda trazvolvimento sustentvel, a gesto do carbono e uma orientaes comuns a estados e municpios para a ela-economia mais verde e mais inclusiva. Florence Karine Lalo Secretria Executiva Regional InterinaICLEI Secretariado para Amrica do Sul 15ICLEI 15 3/21/12 5:03 PM 17. PARTE 1 ASPECTOS LEGAIS 1. QUADRO INSTITUCIONAL GERAL 2. A LEI E A POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS (PNRS) 3. O PLANO NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS foto: Timo Balk/sxc.huICLEI 163/21/12 5:03 PM 18. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-Brasil 1. QUADRO INSTITUCIONAL GERAL Nos ltimos cinquenta anos o Brasil se transfor- lidos, por meio da Poltica Nacional de Resduos Slidosmou de um pas agrrio em um pas urbano, (Lei n 12.305/2010), e para a prestao dos servios p-concentrando, em 2010, segundo o Institutoblicos de limpeza urbana e manejo de resduos slidos Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), cerca de por meio da Lei Federal de Saneamento Bsico (Lei n 85% de sua populao em reas urbanas (IBGE, 2010a). 11.445/2007). Tambm conta, desde 2005, com a Lei deO crescimento das cidades brasileiras no foi acom- Consrcios Pblicos (Lei n 11.107/2005) que permite panhado pela proviso de infraestrutura e de serviosestabilizar relaes de cooperao federativa para a urbanos, entre eles os servios pblicos de saneamen-prestao desses servios. Diretrizes e metas sobre re- to bsico, que incluem o abastecimento de gua pot- sduos slidos tambm esto presentes no Plano Na- vel; a coleta e tratamento de esgoto sanitrio; a estru- cional sobre Mudana do Clima (PNMC) recentemente tura para a drenagem urbana e o sistema de gesto econcludo. manejo dos resduos slidos.Todo este aparato legal, se empregado correta-A economia do Pas cresceu sem que houvesse, pa-mente, dever permitir o resgate da capacidade de ralelamente, um aumento da capacidade de gestoplanejamento, e de gesto mais eficiente, dos servios dos problemas acarretados pelo aumento acelerado pblicos de saneamento bsico, fundamental para aA Lei npromoo de um ambiente mais saudvel, com me- 10.257/2001, da concentrao da populao nas cidades. chamada deEm 2001, com a aprovao do Estatuto das Cidadesnos riscos populao.Estatuto da foram estabelecidos novos marcos regulatrios de ges- Assim, de suma importncia que os agentes p- Cidade, estabe-blicos tomem conhecimento e se apropriem do con- lece normas de to urbana, como as leis de saneamento bsico e de re- interesse social, sduos slidos. O Estatuto regulamentou os artigos 182 tedo destas leis para elaborarem o Plano de Gesto regula o uso da e 183 da Constituio Federal e estabeleceu as condi-Integrada de Resduos Slidos PGIRS, objeto do pre-propriedade es para uma reforma urbana nas cidades brasileiras.sente Manual.urbana para o bem coletivo, da Obrigou os principais municpios do Pas a formular segurana e do seu Plano Diretor visando promover o direito cidadeLembre-se: bem-estar dos nos aglomerados humanos sob vrios aspectos: socialElaborar planos de gesto de forma participa-cidados e cida- (sade, educao, lazer, transporte, habitao, dentre tiva, como determina o Estatuto das Cidades, ds, bem como possibilita a construo de polticas pblicasdo equilbrio outros), ambiental, econmico, sanitrio, etc.ambiental.Atualmente, o Brasil conta com um arcabouo legal de longa durao, com grande alcance social. que estabelece diretrizes para a gesto dos resduos s-ICLEI 17 3/21/12 5:03 PM 19. ASPECTOS LEGAIS 1.1. A Lei Federal de Saneamento Lei Federal n 11.445, de 05/01/2007, que dispe Bsicosobre as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Bsico considera:A Lei Federal de Saneamento Bsico (Lei nArt. 3o 11.445/2007) aborda o conjunto de servios de abas-I - saneamento bsico: conjunto de servios, in- tecimento pblico de gua potvel; coleta, tratamen-fraestruturas e instalaes operacionais de: to e disposio final adequada dos esgotos sanit- a) abastecimento de gua potvel: constitudo rios; drenagem e manejo das guas pluviais urbanas, pelas atividades, infraestruturas e instalaes ne- alm da limpeza urbana e o manejo dos resduoscessrias ao abastecimento pblico de gua pot- slidos (veja as Diretrizes Nacionais para o Sanea- vel, desde a captao at as ligaes prediais e res- mento Bsico - Art. 3 da Lei - no quadro ao lado). pectivos instrumentos de medio;A Lei institui como diretrizes para a prestao dos b) esgotamento sanitrio: constitudo pelas ati- servios pblicos de limpeza urbana e manejo de vidades, infraestruturas e instalaes operacionais resduos slidos: de coleta, transporte, tratamento e disposio final- o planejamento, a regulao e fiscalizao;adequados dos esgotos sanitrios, desde as liga-- a prestao de servios com regras;es prediais at o seu lanamento final no meio- a exigncia de contratos precedidos de estudo de ambiente; viabilidade tcnica e financeira;c) limpeza urbana e manejo de resduos slidos:- definio de regulamento por lei, definio de en- conjunto de atividades, infraestruturas e instalaes tidade de regulao, e controle social assegurado.operacionais de coleta, transporte, transbordo, tra-Inclui ainda como princpios a universalidade e in-tamento e destino final do lixo domstico e do lixo tegralidade na prestao dos servios, alm da inte-originrio da varrio e limpeza de logradouros e rao com outras reas como recursos hdricos, sade, vias pblicas; meio ambiente e desenvolvimento urbano.d) drenagem e manejo das guas pluviais urba-No seu Art. 11 estabelece um conjunto de condi-nas: conjunto de atividades, infraestruturas e insta- es de validade dos contratos que tenham por ob- laes operacionais de drenagem urbana de guas jeto a prestao de servios pblicos de saneamen-pluviais, de transporte, deteno ou reteno para to bsico quais sejam: plano de saneamento bsico o amortecimento de vazes de cheias, tratamento (so aceitos planos especficos por servio); estudoe disposio final das guas pluviais drenadas nas comprovando viabilidade tcnica e econmico-fi- reas urbanas (BRASIL, 2007a). nanceira da prestao universal e integral dos servi- 18ICLEI 18 3/21/12 5:03 PM 20. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil os; normas de regulao e designao da entidadeos planos das bacias hidrogrficas; revistos ao menos de regulao e de fiscalizao; realizao prvia de a cada quatro anos, anteriormente ao Plano Plurianual audincias e de consulta pblicas; mecanismos de e, se envolverem a prestao regionalizada de servios, controle social nas atividades de planejamento, re-que os planos dos titulares que se associarem sejam gulao e fiscalizao, e as hipteses de interven-compatveis entre si. o e de retomada dos servios (BRASIL, 2007a).Define ainda que a sustentabilidade econmicaLei Federal n 8.666, de 21/061/1993, que institui e financeira dos servios de limpeza urbana e ma- normas para licitaes e contratos da Administra- o Pblica. nejo de resduos slidos urbanos seja assegurada, sempre que possvel, mediante remunerao pelaArt. 24. dispensvel a licitao: cobrana destes servios, por meio de taxas ou tari- XXVII - na contratao da coleta, processamento fas e outros preos pblicos, em conformidade com e comercializao de resduos slidos urbanos re- o regime de prestao do servio ou de suas ativida-ciclveis ou reutilizveis, em reas com sistema de des. Outro ponto importante a incluso de uma al- coleta seletiva de lixo, efetuados por associaes ou terao na Lei n 8.666/1993, permitindo a dispen-cooperativas formadas exclusivamente por pessoas sa de licitao para a contratao e remuneraofsicas de baixa renda reconhecidas pelo poder p- de associaes ou cooperativas de catadores deblico como catadores de materiais reciclveis, com materiais reciclveis (veja no quadro ao lado o Art.o uso de equipamentos compatveis com as normas 24 da Lei Federal n 8.666).tcnicas, ambientais e de sade pblica (BRASIL,O desafio grande! A necessidade do fortalecimen- 1993). to da capacidade de gesto para garantia da sustenta- Lei Federal n 11.445, de 05/01/2007, que dispe bilidade dos servios faz com que poucos municpios sobre as Diretrizes Nacionais para o Saneamento tenham uma gesto adequada dos resduos slidos,Bsico considera: que garanta a sustentabilidade dos servios e a racio- nalidade da aplicao dos recursos tcnicos, humanos Art. 14. A prestao regionalizada de servios p- e financeiros. Em funo disso, buscando melhorias na blicos de saneamento bsico caracterizada por: gesto, foi instituda a prestao regionalizada dos I um nico prestador do servio para vrios servios de saneamento bsico, para possibilitar ga-Municpios, contguos ou no; nhos de escala na gesto dos resduos slidos, e equi- II uniformidade de fiscalizao e regulao dos servios, inclusive de sua remunerao; pes tcnicas permanentes e capacitadas (veja no qua-III compatibilidade de planejamento (BRASIL, dro ao lado, Art. 14 da Lei). 2007a).Quanto elaborao dos planos, exige que estes se- jam editados pelos prprios titulares; compatveis com19ICLEI 193/21/12 5:03 PM 21. ASPECTOS LEGAIS1.2. Poltica Nacional sobre MudanaOs Planos de Saneamento Bsico abrangem, nodo Clima mnimo:I. diagnstico da situao e seus impactos nas Em alguns pases, 20% da gerao antropognica condies de vida, utilizando sistema de indicado-do gs metano (CH4) oriunda dos resduos huma- res sanitrios, epidemiolgicos, ambientais e socio-nos. O metano um gs com Potencial de Aqueci- econmicos e apontando as causas das deficinciasmento Global 21 vezes maior que o do gs carbnico detectadas;(CO2) e emitido em grande escala durante o proces- POLTICA II. construdos a partir da realidade local;so de degradao e aterramento de rejeitos e resdu- NACIONAL SOBRE III. objetivos e metas de curto, mdio e longo pra- MUDANA DO os orgnicos. A alta gerao do biogs - uma mistu- CLIMA zo para a universalizao, admitidas solues gra-ra de gases provenientes de material orgnico, que A Lei n 12.187, de duais e progressivas, observando a compatibilidadetem como principal componente o metano, um dos 29 de dezembrocom os demais planos setoriais; de 2009 institui aGases de Efeito Estufa (GEEs) - ocorre normalmenteIV. programas, projetos e aes necessrias para poltica e definedurante um perodo de 16 anos, podendo durar at seus princpios,atingir os objetivos e as metas, de modo compatvel50 anos. Considerando, dessa forma, medidas poss- objetivos, dire-com os respectivos planos plurianuais e com outrosveis de reduo das emisses dos GEEs e, portanto trizes e instru-planos governamentais correlatos, identificando mentos (BRASIL,de combate ao aquecimento global, que a Polti- possveis fontes de financiamento; 2009b).ca Nacional sobre Mudana do Clima estabelece O Decreto n V. aes para emergncias e contingncias;como um de seus objetivos a reduo das emisses 7.390, de 9 de de- VI. mecanismos e procedimentos para a avaliaode GEEs oriundas das atividades humanas, nas suas zembro de 2010sistemtica da eficincia e eficcia das aes progra- regulamenta adiferentes fontes, inclusive naquelas referentes aos madas. Lei n 12.187, que resduos (Art. 4, II). institui a Poltica Assim, para minimizar os impactos no clima, que Nacional (BRASIL, 2010c).j so bastante perceptveis, a Poltica Nacional so- O Plano Nacional bre Mudana do Clima estabeleceu, em seu Art. 12, o sobre MudanaA Lei Federal de Saneamento Bsico facultacompromisso nacional voluntrio com aes de mi- do Clima (PNMC) a elaborao de planos especficos por servio.tigao das emisses de gases de efeito estufa, para estabelece os pro- gramas e aes Desse modo, o PGIRS pode fazer parte do reduzir entre 36,1% e 38,9% as emisses nacionais necessrios ao Plano de Saneamento Bsico. projetadas at o ano de 2020. O Decreto 7.390/2010, cumprimento da que regulamenta a Poltica, estabelece aes a serem Poltica Nacional.ICLEI 203/21/12 5:03 PM 22. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil implementadas para o atendimento desse compro- misso (BRASIL, 2009b; BRASIL, 2010c).Os consrcios pblicos recebem, no mbitoO Plano Nacional sobre Mudanas do Clima da PNRS, prioridade absoluta no acesso aos (PNMC) definiu metas para a recuperao do metanorecursos da Unio ou por ela controlados. em instalaes de tratamento de resduos urbanos Essa prioridade tambm concedida aos estados e para ampliao da reciclagem de resduos slidosque institurem microrregies para a gesto, para 20% at o ano de 2015.e ao Distrito Federal e municpios que optem porCoerentemente, a Poltica Nacional de Resdu-solues consorciadas intermunicipais para gesto os Slidos (PNRS) definiu entre os seus objetivos a associada. A formao de consrcios pblicos vem adoo, o desenvolvimento e o aprimoramento de sendo estimulada pelo Governo Federal e por tecnologias limpas como forma de minimizar im-muitos dos estados, para que acontea o necessrio pactos ambientais: o incentivo ao desenvolvimen-salto de qualidade na gesto dos servios pblicos. to de sistemas de gesto ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos, Os municpios pequenos, quando associados, de e o incentivo ao reaproveitamento dos resduos s-preferncia com os de maior porte, podem superar as lidos, inclusive a recuperao e o aproveitamento fragilidades da gesto, racionalizar e ampliar a escala energtico (BRASIL, 2010b). no tratamento dos resduos slidos, e ter um rgo preparado para administrar os servios planejados. Assim, consrcios que integrem diversos municpios, 1.3. Lei Federal de Consrcios Pblicos com equipes tcnicas capacitadas e permanentesA Lei n 11.107/2005 regulamenta o Art. 241 da sero os gestores de um conjunto de instalaes tais Constituio Federal e estabelece as normas geraiscomo: pontos de entrega de resduos; instalaes de de contratao de consrcios pblicos. Os consr- triagem; aterros; instalaes para processamento e cios pblicos possibilitam a prestao regionalizadaoutras. dos servios pblicos institudos pela Lei Federal deA Lei 11.107/2005 possibilita a constituio de con- Saneamento Bsico, e incentivada e priorizada pelasrcio pblico como rgo autrquico, integrante da PNRS (BRASIL, 2005).administrao pblica de cada municpio associado, contratado entre os entes federados consorciados. A Lei institui o Contrato de Consrcio celebrado entre os entes consorciados que contm todas as regras da associao; o Contrato de Rateio para transferncia de recursos dos consorciados ao consrcio, e o Con-21ICLEI 213/21/12 5:03 PM 23. ASPECTOS LEGAIS trato de Programa que regula a delegao da pres-os pblicos objeto da gesto associada, e o territrio tao de servios pblicos, de um ente da Federaoem que sero prestados. Cede, ao mesmo tempo, au- para outro ou, entre entes e o consrcio pblico.torizao para licitar ou outorgar concesso, permis-O Contrato de Consrcio, que nasce como um Pro- so ou autorizao da prestao dos servios. Define tocolo de Intenes entre entes federados, autoriza aas condies para o Contrato de Programa, e delimita gesto associada de servios pblicos, explicitando as os critrios tcnicos para clculo do valor das taxas, ta- competncias cujo exerccio ser transferido ao con- rifas e de outros preos pblicos, bem como para seu srcio pblico. Explicita tambm quais sero os servi- reajuste ou reviso (BRASIL, 2005). 22ICLEI 22 3/21/12 5:03 PM 24. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil 2. A LEI E A POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS (PNRS) A PNRS estabelece princpios, objetivos, instru- mentos inclusive instrumentos econmicos aplicveis - e diretrizes para a gesto integrada e gerenciamento dos resduos slidos, indicando as responsabilidades dos geradores, do poder pblico,No GeraoReutilizaoTratamento e dos consumidores. Define ainda, princpios impor- tantes como o da preveno e precauo, do polui- Disposio dor-pagador, da ecoeficincia, da responsabilidadeReduoReciclagem FinalFina compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, do Adequada Ad reconhecimento do resduo como bem econmico e de valor social, do direito informao e ao controle social, entre outros (BRASIL, 2010b).Um dos objetivos fundamentais estabelecidos pela Lei 12.305 a ordem de prioridade para a gesto dos resduos, que deixa de ser voluntria e passa a ser reciclveis, e o Sistema Nacional de Informaes sobre obrigatria: no gerao, reduo, reutilizao, reci-a Gesto dos Resduos Slidos (SINIR). clagem, tratamento dos resduos slidos e disposio A coleta seletiva dever ser implementada me- final ambientalmente adequada dos rejeitos. diante a separao prvia dos resduos slidos (nos locais onde so gerados), conforme sua constituio A Lei estabelece a diferena entre resduoou composio (midos, secos, industriais, da sade,e rejeito: resduos devem ser reaproveitados da construo civil, etc.). A implantao do sistema de e reciclados e apenas os rejeitos devem ter coleta seletiva instrumento essencial para se atingirdisposio final.a meta de disposio final ambientalmente adequada dos diversos tipos de rejeitos.Entre os instrumentos definidos esto: a coleta se-A logstica reversa apresentada como um ins- letiva; os sistemas de logstica reversa; o incentivo trumento de desenvolvimento econmico e social ca- criao e ao desenvolvimento de cooperativas e ou-racterizado pelo conjunto de aes, procedimentos e tras formas de associao dos catadores de materiaismeios para coletar e devolver os resduos slidos ao23ICLEI 233/21/12 5:03 PM 25. ASPECTOS LEGAIS setor empresarial, para reaproveitamento em seu ci-Lei Federal n12.305, de 02/08/2010, que institui clo de vida ou em outros ciclos produtivos. A imple-a Poltica Nacional de Resduos Slidos: mentao da logstica reversa ser realizada de forma prioritria para seis tipos de resduos, apresentadosArt. 33. So obrigados a estruturar e implementar no quadro ao lado.sistemas de logstica reversa, mediante retorno dosOutro aspecto muito relevante da Lei o apoio produtos aps o uso pelo consumidor, de forma in- incluso produtiva dos catadores de materiais reu-dependente do servio pblico de limpeza urbana tilizveis e reciclveis, priorizando a participao de e de manejo dos resduos slidos, os fabricantes, im- cooperativas ou de outras formas de associao des- portadores, distribuidores e comerciantes de: tes trabalhadores.A PNRS definiu, por meio do Decreto 7.404, que osI - agrotxicos, seus resduos e embalagens, assim sistemas de coleta seletiva e de logstica reversa, deve- como outros produtos cuja embalagem, aps o uso, ro priorizar a participao dos catadores de materiais constitua resduo perigoso; reciclveis, e que os planos municipais devero definir II - pilhas e baterias; programas e aes para sua incluso nos processos.III - pneus; Dever ser observada a dispensa de licitao para a IV - leos lubrificantes, seus resduos e embala- contratao de cooperativas ou associaes de cata- gens; dores; o estmulo ao fortalecimento institucional deV - lmpadas fluorescentes, de vapor de sdio e cooperativas e pesquisa voltada para sua integrao mercrio e de luz mista; nas aes que envolvam a responsabilidade compar- VI - produtos eletroeletrnicos e seus compo- tilhada pelo ciclo de vida dos produtos, e a melhoria nentes. das suas condies de trabalho (BRASIL, 2010d). 1 Na forma do disposto em regulamento ouA PNRS incentiva a formao de associaes in- em acordos setoriais e termos de compromisso fir- termunicipais que possibilitem o compartilhamento mados entre o poder pblico e o setor empresarial, das tarefas de planejamento, regulao, fiscalizao eos sistemas previstos no caput sero estendidos a prestao de servios de acordo com tecnologias ade-produtos comercializados em embalagens plsti- quadas realidade regional.cas, metlicas ou de vidro, e aos demais produtosA prioridade no acesso a recursos da Unio e aos e embalagens, considerando, prioritariamente, o incentivos ou financiamentos destinados a empreen-grau e a extenso do impacto sade pblica e dimentos e servios relacionados gesto de resduos ao meio ambiente dos resduos gerados (BRASIL, slidos ou limpeza urbana e manejo de resduos sli-2010b). dos ser dada (BRASIL, 2010b): 24ICLEI 24 3/21/12 5:03 PM 26. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-Brasil aos estados que institurem microrregies, paraao poder pblico, a realizao de qualquer uma das integrar a organizao, o planejamento e a execu-etapas de gesto de resduos de responsabilidade o das aes a cargo de municpios limtrofes nados geradores obrigados a implementar o Plano de gesto dos resduos slidos; Gerenciamento de Resduos Slidos (BRASIL, 2007a; ao Distrito Federal e aos municpios que opta- BRASIL, 2010b). rem por solues consorciadas intermunicipais Os geradores ou operadores de resduos perigo- para a gesto dos resduos slidos, ou que se inse-sos esto obrigados, por Lei, a comprovar capacidade rirem de forma voluntria nos planos microrregio-tcnica e econmica para o exerccio da atividade, ins- nais de resduos slidos estaduais;crevendo-se no Cadastro Nacional de Operadores de aos Consrcios Pblicos, constitudos na forma Resduos Perigosos. Devero elaborar plano de geren- da Lei n 11.107/2005, para realizao de objetivosciamento de resduos perigosos, submetendo-o aos de interesse comum e,rgos competentes. O cadastro tcnico ao qual esta- aos municpios que implantarem a coleta seletiva ro vinculados parte integrante do Cadastro Tcnico com a participao de cooperativas ou associaesFederal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou de catadores formadas por pessoas fsicas de baixa Utilizadoras de Recursos Ambientais. renda.Estes mesmos cadastros tcnicos sero fontes de da-dos para o SINIR, outro aspecto bastante importante naA recorrente discusso sobre a implantao ou Lei 12.305/2010. O SINIR ficar sob a coordenao e ar- no de mecanismos de cobrana nos municpios ticulao do MMA e dever coletar e sistematizar dados foi encerrada pela deciso do Congresso Nacional relativos aos servios pblicos e privados de gesto e aprovando a Lei da Poltica Nacional de Resduos gerenciamento de resduos slidos. O SINIR dever ser Slidos, que revigora neste aspecto, a diretriz da Lei alimentado com informaes oriundas, sobretudo, dos Federal de Saneamento Bsico. Pela Lei 11.445/2007,estados, do Distrito Federal e dos municpios (BRASIL, no tm validade os contratos que no prevejam as2010b). condies de sustentabilidade e equilbrio econ- tambm extremamente importante ressaltar a n- mico-financeiro da prestao de servios pblicos, fase dada ao planejamento em todos os nveis, do na- incluindo o sistema de cobrana, a sistemtica decional ao local, e ao planejamento do gerenciamento reajustes e revises, a poltica de subsdios entrede determinados resduos. exigida a formulao do outros itens. Harmonizada com este preceito, a Lei Plano Nacional de Resduos Slidos, dos Planos Esta- 12.305/2010 exige que os planos explicitem o siste-duais, dos Municipais e dos Planos de Gerenciamento ma de clculo dos custos da prestao dos servios de Resduos Slidos de alguns geradores especficos. pblicos, e a forma de cobrana dos usurios. E, vedaOs Planos Municipais podem ser elaborados como 25ICLEI 25 3/21/12 5:03 PM 27. ASPECTOS LEGAIS Planos Intermunicipais, Microrregionais, de RegiesA responsabilidade compartilhada faz dos fabri- Metropolitanas e de Aglomeraes Urbanas. cantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos servios pblicos dePLANO NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS limpeza urbana, e de manejo de resduos slidos, responsveis pelo ciclo de vida dos produtos. Planos Estaduais de Resduos Slidos Todos tm responsabilidades: o poder pblico deve apresentar planos para o manejo correto dos materiais Planos Planos (com adoo de processos participativos na sua ela-Planos Municipais Microrregionais Intermunicipais borao e de tecnologias apropriadas); s empresase de Regies MetropolitanasPlanos de Gerenciamento de R$ compete o recolhimento dos produtos aps o uso e, sociedade cabe participar dos programas de coleta seletiva (acondicionando os resduos adequadamen- te e de forma diferenciada) e incorporar mudanas de hbitos para reduzir o consumo e a conseqente ge- rao (BRASIL, 2010b). 26ICLEI 26 3/21/12 5:03 PM 28. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil 3. O PLANO NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS A PNRS, regulamentada pelo Decreto n 7.404 deA verso preliminar do Plano Nacional de Res- 2010, criou como um dos seus principais instru-duos Slidos encontra-se disponvel para consul- mentos o Plano Nacional de Resduos Slidos,ta no site do MMA: http://www.mma.gov.br. e instituiu o Comit Interministerial - CI, composto por doze ministrios, coordenado pelo MMA, com a respon- sabilidade de elaborar e implementar este Plano (BRA-Ateno! SIL, 2010b).Foram estabelecidos prazos para algumasO Governoaes tais como a eliminao de lixes e dis- Federal, atravsO Plano Nacional de Resduos Slidos mantm es-posio final ambientalmente adequada dos do MMA, adotou treita relao com os Planos Nacionais de Mudanas o Plano de Ao rejeitos at 2014 (MMA, 2009). do Clima (PNMC), de Recursos Hdricos (PNRH), de Sa- para Produo neamento Bsico (Plansab) e de Produo e Consumoe Consumo Sus- As diretrizes, estratgias e metas indicam quais tentveis PPCS, Sustentvel (PPCS). Explicita conceitos e propostascom o objetivoaes sero necessrias para a implementao dos para diversos setores da economia compatibilizando de direcionar oobjetivos nacionais e as prioridades que devem serBrasil para padres crescimento econmico e preservao ambiental,adotadas. Podem, portanto, exercer forte papel nor- mais sustentveis com desenvolvimento sustentvel. O Plano, conformeteador do desenvolvimento dos outros planos dede consumo e previsto na Lei n 12.305, tem vigncia por prazo in-produo. Em suaresponsabilidade pblica, influenciando, inclusive, os determinado e horizonte de 20 anos, com atualizaoprimeira fase, oPlanos de Gerenciamento de Resduos Slidos, exigi- Plano estabelece a cada quatro anos. Contempla o contedo mnimodos de alguns dos geradores.seis prioridades de contido no Art. 14 da citada Lei o qual, resumidamen-ao: aumento da Informaes quantitativas e qualitativas importan- te, refere-se a: reciclagem, edu-tes tambm so apresentadas no Plano e, igualmente,cao para o con-podem servir de referncia para a elaborao dos ou-sumo sustentvel, diagnstico da situao atual dos diferentes ti-tros planos. So encontrados dados sobre: agenda ambientalpos de resduos (Captulo 1); na administrao cenrios macroeconmicos e institucionais (Ca-pblica A3P, a taxa de cobertura da coleta regular de resduos compras pbli-ptulo 2);nas reas urbanas e rurais; cas sustentveis, diretrizes e metas para o manejo adequado de indicadores econmicos obtidos a partir do Sis- construesresduos slidos no Brasil (Captulos 3 e 4). tema Nacional de Informaes em Saneamentosustentveis, va-rejo e construessustentveis.ICLEI 273/21/12 5:03 PM 29. ASPECTOS LEGAIS (SNIS) como as despesas com a gesto dos resdu- os slidos urbanos;RR AP o percentual de municpios brasileiros que contam com algum tipo de cobrana pelo servio de ges-AMPAMACE to de resduos slidos urbanos; RN PBPI experincias de compostagem no Brasil;PEAL ACTO a logstica reversa com embalagens de agrotxicos ROSEBAMT e a posio do Brasil como referncia mundial neste DF quesito; GO MG informaes sobre os resduos da construo civil MSES que podem representar de 50 a 70% da massa deEstados com regionalizao para SP RJ resduos slidos urbanos;a gesto associada de resduos PR estimativas sobre o nmero de catadores de ma-com convnio com MMA SC sem convnio com MMA RS teriais reciclveis no pas (entre 400 e 600 mil) e dados sobre suas organizaes (cooperativas) e instituies ou programas federais de apoio; Fonte: SRHU/MMA avaliao sucinta das aes de educao ambien- REGIES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DA BAHIA tal no pas em termos gerais e no que se refere aos resduos slidos.Na verso preliminar consta ainda, uma informao muito relevante. Trata-se da necessidade de realizao de estudos de regionalizao do territrio, fomenta- dos pelo MMA desde 2007. Na proposta 1 das Metas est explcito que 100% das UFs devem concluir os estudos de regionalizao em 2012. A regionalizao e os con- sorciamentos intermunicipais consistem na identifica- o de arranjos territoriais entre municpios com o obje- tivo de compartilhar servios ou atividades de interesse comum. Isto importante para viabilizar a implantao dos consrcios ou associaes de municpios at 2013, considerando que a gesto associada dos servios um Fonte: SRHU/MMA dos princpios fundamentais da PNRS (MMA, 2011). 28ICLEI 283/21/12 5:03 PM 30. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-BrasilComo resultado dos convnios entre alguns esta-A elaborao dos Planos Municipais de Gesto In- dos e o MMA, foram concludos os mapas de regio- tegrada de Resduos Slidos condio necessria nalizao de: Alagoas, Bahia, Acre, Sergipe, Minas para o Distrito Federal e os municpios terem acesso Gerais, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, alm aos recursos da Unio, destinados limpeza urbana e de outras unidades que esto neste processo ou que ao manejo de resduos slidos. definiram sua regionalizao por motivao prpria. O contedo mnimo encontra-se no Art. 19 da Lei O Estado da Bahia, por exemplo, poder auxiliar as 12.305. O Decreto 7.404, que a regulamenta, apresenta, solues de seus 417 municpios, com a concentra-no Art. 51, o contedo mnimo, simplificado em 16 itens, o dos esforos em 26 Regies de Desenvolvimentoa ser adotado nos planos de municpios com populao Sustentvel; o Estado de Minas Gerais poder apoiarat 20 mil habitantes (BRASIL, 2010b; BRASIL, 2010d). as 853 unidades, concentrando as aes em 51 reas, O PGIRS pode estar inserido no Plano de Sanea- denominadas Arranjos Territoriais timos, organiza-mento Bsico integrando-se com os planos de gua, das como consrcios pblicos.esgoto, drenagem urbana e resduos slidos, previs-tos na Lei n 11.445, de 2007. Neste caso deve ser res-peitado o contedo mnimo definido em ambos osOs estados tero que elaborar seus Planos Esta- Constituiodocumentos legais (BRASIL, 2007a).Federal de 1988 duais de Resduos Slidos para terem acesso aos Os municpios que optarem por solues consorcia-O Art. 25 anuncia: recursos da Unio ou por ela controlados, destinados das intermunicipais para gesto dos resduos slidos 3 - Os Estados a empreendimentos e servios relacionados gesto podero, median-estaro dispensados da elaborao do Plano Municipalte lei comple- de resduos slidos. de Gesto Integrada de Resduos Slidos. Neste caso, omentar, instituirO contedo mnimo do plano estadual tratado noplano intermunicipal deve observar o contedo mni- regies metropo- Art. 17 da Lei 12.305 e os detalhes das abordagens ne- mo previsto no Art. 19 da Lei n 12.305 (BRASIL, 2010b).litanas, aglome- cessrias esto apresentados e comentados em itemraes urbanas As peculiaridades de cada localidade devero defi- e microrregies, posterior deste Manual (BRASIL, 2010b).nir o formato do plano regional ou municipal, tendo constitudas porPara os territrios em que sero estabelecidos con- como referncia o contedo mnimo estipulado. Asagrupamentos srcios, bem como para as regies metropolitanas e vocaes econmicas, o perfil socioambiental do mu- de municpios aglomerados urbanos, os estados podero elaborar limtrofes,nicpio e da regio, ajudam a compreender os tipos de para integrar a Planos Microrregionais de Gesto, obrigatoriamen-resduos slidos gerados, como so tratados e a ma- organizao, o te com a participao dos municpios envolvidos na neira de dar destino adequado a eles. planejamento e a elaborao e implementao.execuo de fun-es pblicas deinteresse comum.ICLEI 293/21/12 5:03 PM 31. PARTE 2 ORIENTAES PARA ELABORAO DOS PLANOS 1. METODOLOGIA PARA ELABORAO DOS PLANOS 2. ELABORAO DO DIAGNSTICO E DOS CENRIOS FUTUROS 3. DEFINIO DAS DIRETRIZES E ESTRATGIAS 4. METAS, PROGRAMAS E RECURSOS NECESSRIOS 5. IMPLEMENTAO DAS AES 6. DOS PRAZOS, DO HORIZONTE TEMPORAL E DAS REVISES 7. PASSO A PASSO: O PROCESSO DE ELABORAO DO PGIRS APNDICE: SITUAO DOS RESDUOS SLIDOS1. Classificao2. Gerao3. Coleta e transporte Foto: Stefan RedelICLEI 303/21/12 5:03 PM 32. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil 1. METODOLOGIA PARA ELABORAO DOS PLANOS 1.1. Mobilizao e Participao Socialmentos sociais tem desempenhado papel importante para esse processo de avaliao, e para a elaboraoO processo de construo dos Planos de Gesto de de polticas pblicas. Resduos Slidos dever levar a mudanas de hbitosDentre as modalidades de participao e controle e de comportamento da sociedade como um todo. social destacam-se as audincias pblicas, consultas, Nesse sentido, o dilogo ter papel estratgico, e ser participao em conferncias, grupos de trabalho, co- mais eficiente se acontecer com grupos organizadosmits, conselhos, seminrios ou outro meio que pos- e entidades representativas dos setores econmicos esibilite a expresso e debate de opinies individuaisA divulgao sociais de cada comunidade ou regio. ou coletivas.dos dados sobreCom a responsabilidade compartilhada, diretrizO poder pblico deve assumir papel orientador os resduos fundamental da PNRS, todos os cidados e cidads, e provocador desse dilogo com a sociedade, por in-tambm fator termdio das diferentes formas de participao socialde mobilizao assim como as indstrias, o comrcio, o setor de servi-e controle da os e ainda as instncias do poder pblico tero umacitadas. As reunies devero ser preparadas, organiza- sociedade sobre parte da responsabilidade pelos resduos slidos ge-das e convocadas pelos agentes pblicos com a ajudaos servios rados (BRASIL, 2010b).e participao dos representantes da comunidade. pblicos. Quando Tanto para o desenvolvimento dos planos estaduais, todos tm acessoPara que os resultados desta tarefa coletiva sejams informaes positivos, e as responsabilidades de fato compartilha-como dos planos municipais e intermunicipais, o po-sobre o assun- das por todos, o dilogo permanente entre os vrios der pblico deve ser o responsvel por manter vivo o to, sentem-se interesse dos participantes, e por garantir a estruturaestimulados a segmentos sociais ser muito importante.participar, opinar.A participao social representa um grande de- fsica e equipes necessrias para bem atender s ne-Incentivar a cria- safio para a construo de sociedades democrticas. cessidades de todo o processo de mobilizao e par-o de Conse- Isso por que constitui instrumento de avaliao da efi- ticipao social.lhos MunicipaisCriar estmulos participao da sociedade parae fortalecer os ccia da gesto, e da melhoria contnua das polticas eexistentes ajudar servios pblicos por parte da populao; pressupe discutir as polticas pblicas de grande importncia a pautar a ques- a convergncia de propsitos, a resoluo de confli-para o fortalecimento ou construo de organismosto dos resduos tos, o aperfeioamento da convivncia, e a transpa- de representao visando o controle social.slidos e a PolticaO conhecimento pleno das informaes sobre oNacional. rncia dos processos decisrios com foco no interesse da coletividade. No Brasil, a participao dos movi-que ser discutido bsico para que a mobilizaoICLEI 313/21/12 5:03 PM 33. ORIENTAES PARA ELABORAO DOS PLANOSseja eficiente. Produzir um documento didtico e atra- colegiados de carter consultivo, tais como Conselhosente (documento guia), e promover a sua ampla di-de Meio Ambiente, de Sade e outros (BRASIL, 2007a).vulgao (uma edio especial do jornal local ou dodirio oficial, uso intenso da internet, etc.) far com1.2. Organizao do Processoque um maior nmero de interessados tenha acessoao seu contedo. importante garantir que todos osParticipativoparticipantes dos seminrios, conferncias, conselhosou outro meio, tenham o mesmo nvel de informao A garantia de um processo participativo, ordenadosobre o que ser discutido nas reunies. e eficiente na formulao dos Planos de Gesto de Dentre os processos democrticos de participao, Resduos Slidos depende da adequada estruturaoa metodologia de conferncias a mais utilizada parade instncias de coordenao e representao, paradiscusses em torno de polticas pblicas para diver-conduo coletiva e consistente do processo. Estessos temas. A conferncia valoriza a discusso da pau-procedimentos so importantes tambm para a insti-ta e a contribuio das representaes e dos demaistucionalizao dos Planos pelos estados e municpios.participantes das comunidades. Alm disso, permite a Nesse sentido, devero ser constitudos dois frunsutilizao de dinmicas para o debate, e cria oportu-com atribuies distintas:nidades para solues e para a construo de pactos a) Comit Diretor - dever ser formado por repre- Conferncias Ter-como resultado da somatria de interesses e necessi- sentantes (gestores ou tcnicos) dos principais rgos ritoriais - podemdades de todos os participantes. As conferncias pre-envolvidos no tema: municipais, no caso dos planos ser organizadas locais; municipais e estaduais, no caso dos planos re- em uma deter-paratrias devero eleger os conferencistas que iro minada rea ou representar seu segmento no debate do evento final,gionais. O Comit Diretor ter carter tcnico, e ser territrio da cida-que apresentar as propostas e validar o Plano de responsvel pela coordenao da elaborao dos pla- de bairros comGesto de Resduos Slidos.nos. Ter tambm papel executivo quanto s tarefas o mesmo perfilde organizao e viabilizao da infraestrutura (con- de ocupao e A fase final de construo do Plano exige que se estru- seus problemas ture uma agenda de continuidade. o momento ps-vocatria de reunies, locais apropriados, cpias de especficos como -conferncia, da implementao das diretrizes formula- documentos, etc.) e a responsabilidade de garantir, in- densidade popu- clusive com recursos, o bom andamento do processo. lacional, perfil so-das, debatidas e aprovadas no processo participativo.Os meios para controle e fiscalizao devero estar pro- recomendvel que o Comit Diretor, principal- cial e econmico, rea comercial, se postos nos planos, para assegurar o controle social de mente nos casos de planos regionais ou de grandes est no permetrosua implementao e operacionalizao. A Lei Nacionalcidades, seja nomeado por ato oficial, e o nmero de urbano ou reamembros, compatvel com um organismo que tem rural, etc.de Saneamento Bsico estipula como um dos mecanis-mos de controle a possibilidade de atuao de rgos papel executivo.ICLEI 32 3/21/12 5:03 PM 34. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil Fabio Pozzebom/ABr produzir documentos peridicos sobre o anda- mento do processo de construo do Plano, publi- c-los e distribu-los convenientemente; garantir locais e estruturas organizacionais para dar suporte a seminrios, audincias pblicas, con- ferncias e debates visando a participao social no processo de discusso do Plano; promover campanhas informativas e de divulga- o do processo de construo do Plano cons- tituindo parcerias com entidades e os diversos meios de comunicao.Votao durante a 13 Conferncia Nacional de Sade b) Grupo de Sustentao - ser o organismo poltico de participao social. Dever ser formado Em linhas gerais, o Comit Diretor dever:por representantes do setor pblico e da sociedade organizada; instituies de mbito estadual ou re- coordenar o processo de mobilizao e participa-gional, e instituies locais. Devero ser considera- o social; dos todos os que esto envolvidos de alguma forma com o tema (representantes dos Conselhos de MeioConferncias sugerir alternativas, do ponto de vista de viabili- Setoriais - de- dade tcnica, operacional, financeira e ambiental,Ambiente, de Sade, de Saneamento Bsico e de De- vero focar os buscando promover as aes integradas de gesto senvolvimento Urbano; representantes de organiza- diversos setores es da sociedade civil como entidades profissionais, produtivos da de resduos slidos; economia local deliberar sobre estratgias e mecanismos que as-sindicais, empresariais, movimentos sociais e ONGs, como o comrcio segurem a implementao do Plano; comunidade acadmica e convidados de modo ge- e suas entidades analisar e aprovar os produtos da consultoria con-ral). O Grupo de Sustentao ser responsvel por representati- garantir o debate e o engajamento de todos os seg-vas; indstrias; tratada quando houver;profissionais definir e acompanhar agendas das equipes de tra-mentos ao longo do processo participativo, e porliberais, sindica- balho e de pesquisa;ajudar na consolidao das polticas pblicas de re-tos, associaes; sduos slidos. empresas de formular os temas para debate; servios; universi- criar agendas para a apresentao pblica dos re-A partir de pauta bsica definida em reunio con- dades; servios de sultados do trabalho; junta do Comit Diretor e do Grupo de Sustentao,sade pblicos e devero ser elaborados documentos guia para orien-privados, etc.ICLEI 333/21/12 5:03 PM 35. ORIENTAES PARA ELABORAO DOS PLANOS tao da discusso. Estes documentos devero conter As iniciativas de educao ambiental devero ser os principais temas regionais e locais, as diretrizes dapreparadas em conjunto pelo Comit Diretor e Gru- Poltica Nacional, e as contribuies feitas pelos repre- po de Sustentao. importante buscar uma abor- Confernciassentantes dos rgos pblicos e dos diversos setoresdagem transversal nas temticas da no gerao, Temticas - pode- da comunidade. Estes documentos subsidiaro a fasereduo, consumo consciente, produo e consumo ro ser dedicadas a do diagnstico, do planejamento das aes e de suasustentveis, conectando resduos, gua e energia discutir assuntos es- pecficos abordados implementao.sempre que possvel. importante que o planeja- por sua importncia mento das aes respeite a Poltica Nacional de Edu- em termos de gera-cao Ambiental (PNEA) e o Programa Nacional de o ou impacto naO Comit Diretor e o Grupo de Sustentao, comunidade comojuntos, devero elaborar uma agenda de todo o pro- Educao Ambiental (Pronea) que podero fornecer por exemplo, cargascesso de construo dos Planos de Gesto, a ser pac- as diretrizes. perigosas; resduostuada com a comunidade local ou regional, por meio de construo e de-wagg66/sxc.hu molio deposita-de suas representaes. Esta agenda dever conter: dos irregularmente. Conferncias Municipais e a frequncia de reunies com suas datas, hor- Regionais umarios, locais; vez realizadas as datas para a divulgao da pauta de discusso, conferncias prepa-com a antecedncia necessria, para que todos ratrias (territoriais, setoriais ou temti-possam preparar-se para os eventos. funda- cas) e sistematiza-mental que todos os setores sociais e econmi- das as contribuies cos envolvidos tenham tempo para o debate para cada itementre seus pares, e a construo de posies em de um documen- to guia, novarelao s temticas em discusso; Acesso informao plena e espaos participativos so fundamentais para a publicao deve o anncio dos debates pblicos (seminrios e/mobilizao social. ser produzida, com ou conferncias) previstos para momentos cha- ampla distribuio, feita com antece-ve do processo. Estes debates visam apresentarA elaborao de um programa mnimo de educa- dncia ao evento o contedo do Plano para o estabelecimento o ambiental, no mbito das aes para a elaborao final, que dever serdo compromisso coletivo da construo da a Conferncia Mu- participativa dos Planos, dever contemplar iniciativas nicipal ou Regionalpoltica. So momentos de validao dos docu-visando pautar o assunto resduos slidos no dia a dia de Resduos Slidosmentos.das comunidades, com campanhas, seminrios, entre- (Conferncia Mu- nicipal / Regionalvistas em rdio e mdias impressas e outros meios.ICLEI 34 3/21/12 5:03 PM 36. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-BrasilA educao ambiental dever acompanhar o desen- As possibilidades so inmeras e devero ser explo- volvimento da agenda de comunicao especfica doradas pelos responsveis pela elaborao do programa. Plano, e o processo participativo de sua construo ten- do a mdia local como parceira. Ser importante a rea-Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999 lizao de campanhas de divulgao da temtica dosDispe sobre a educao ambiental e institui a resduos slidos, de forma criativa e inclusiva tais como: Poltica Nacional de Educao Ambiental. de Saneamento Art. 1o Entendem-se por educao ambiental os Bsico). promoo de concursos de redao com a temti- processos por meio dos quais o indivduo e a cole- ca resduos slidos;Possveistividade constroem valores sociais, conhecimentos, representantes promoo de concurso de fotos de flagrantes so-habilidades, atitudes e competncias voltadas para para o Grupo de bre o tema, com exposio de todos os trabalhosa conservao do meio ambiente, bem de uso co- Sustentao: inscritos;Associaesmum do povo, essencial sadia qualidade de vida e comunitrias e de programas de entrevistas no rdio com crianas,sua sustentabilidade (BRASIL, 1999). bairros; associao empresrios, coletores de resduos, aposentados,comercial; sindica- mdicos, comercirios, etc. tos empresariais e de trabalhadores urbanos e rurais; associao de in- dustriais; associa- es de produtores agrcolas; coope- rativas; empresas de construo civil; empresas estaduais de saneamento; empresas presta- doras de servios pblicos em geral; associaes profis- sionais, servidores pblicos municipais, estaduais e federais; entidades religiosas; clubes de servio; poderes executivo, legislativo e judici- rio; organizaes no governamen- tais, etc.ICLEI 35 3/21/12 5:03 PM 37. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO 2. ELABORAO DO DIAGNSTICO E DOS CENRIOS FUTUROS importante enfatizar e valorizar sempre dois as- UDettmar/AgBr pectos indissociveis do processo de construo dos Planos de Gesto de Resduos Slidos: o co- nhecimento tcnico e o envolvimento participativo da coletividade que ser alvo do plano.O diagnstico, no enfoque tcnico, dever ser estruturado com dados e informaes sobre o perfil das localidades. fundamental entender a situao dos resduos slidos gerados no respectivo territrio quanto origem, volume, caractersticas, formas de destinao e disposio final adotadas. Informaes sobre a economia, demografia, emprego e renda, educao, sade, caractersticas territoriais e outros, Marcelo Pinheiro auxiliam na compreenso das peculiaridades locais e regionais e tipo e quantidade de resduos gerados. O acervo de informaes sobre as condies do sa- neamento bsico, bem como sobre a gesto dos re- sduos slidos, muito importante para se construir um diagnstico amplo, pois permite compreender os nveis de desenvolvimento social e ambiental da cida- de, e as implicaes na rea da sade. Construir infor- maes e dados numa perspectiva histrica poder auxiliar no enfrentamento de determinados gargalos ou dificuldades futuras. importante pesquisar o histrico de gastos com a limpeza urbana, gesto e manejo dos resduos s-O diagnstico dos resduos deve considerar as caractersticas locais: acima, lidos, mesmo que dois ou mais rgos sejam os res-ruas da pequena cidade do semi-rido cearense, Irauuba e abaixo, a vista da ponsveis pela gesto, na administrao pblica. Dife-grande cidade de Belo Horizonte (MG). 36ICLEI 363/21/12 5:03 PM 38. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-Brasil rentes estudos mostram que no Brasil, com pequenassobre as alternativas de futuro. Estes cenrios serviro variaes, cerca de 5% do oramento municipal con-de referencial para o planejamento no horizonte tem- sumido em limpeza urbana, gesto, manejo e disposi- poral adotado, refletindo as expectativas favorveis e o final de resduos slidos. Exige, portanto, esforo desfavorveis para aspectos como: crescimento po- de racionalizao para a sustentabilidade econmica pulacional; intensidade de gerao de resduos; mu- do servio pblico, como definida na nova legislao. dana no perfil dos resduos; incorporao de novos importante que os dados reflitam a diversidadeprocedimentos; novas capacidades gerenciais, etc. e a especificidade local ou regional e as suas identi- As informaes obtidas devem ser colocadas num dades econmicas, sociais e ambientais em relao a grande quadro de referncia inicial. O lanamento das outras regies do Estado. informaes neste quadro de referncia deve ser fei- J o enfoque participativo tem a finalidade de as-to pelo Comit Diretor, e o trabalho distribudo entre segurar o envolvimento, no processo de construo os tcnicos envolvidos. Este procedimento favorece a dos Planos de Gesto, dos diversos setores da comu- qualificao e a consolidao da equipe gerencial lo- nidade organizada, e populao em geral, e o acesso cal ou regional. aos dados da realidade local ou regional. importante Enquanto rgo colegiado de representao im- tornar pblico os dados de todos os setores produti-portante que o Grupo de Sustentao faa o acompa- vos, identificando o volume de resduos gerados emnhamento sistemtico do processo. cada poro do territrio; difundir as informaes sobre novas tecnologias de tratamento e reduoValorizar a participao da sociedade, e suas dos volumes; e divulgar exemplos de condutas para instituies representativas, desde o incio do incentivar novos hbitos para a no gerao, reapro- processo de elaborao do plano, favorece a veitamento e reciclagem de resduos slidos. construo dos mecanismos de controle social Complementarmente ao diagnstico, a equipe tc- dos servios pblicos de limpeza urbana e nica dever construir cenrios futuros que descre- manejo dos resduos slidos, e dos sistemas de vam hipteses de situaes possveis, imaginveis ou coleta seletiva e logstica reversa que devero desejveis. Estes cenrios, tal como tratados no Planoser implantados. Nacional de Resduos Slidos, permitem uma reflexoICLEI 37 3/21/12 5:03 PM 39. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO3. DEFINIO DAS DIRETRIZES E ESTRATGIAS A s diretrizes e estratgias dos Planos de Gesto responsabilidades do consumidor/gerador domi- As diretrizes e devero traduzir com clareza a hierarquia que ciliar. estratgias deve- ro respeitar asdeve ser observada para a gesto de resduos exigncias da Leiestabelecida na PNRS: no gerao, reduo, reutiliza-Embora com um papel mais central no Plano Es- 12.305/2010 e da o, reciclagem, tratamento dos resduos e disposiotadual de Resduos Slidos, devero ser traadas Lei 11.445/2007, enfatizandofinal dos rejeitos. Os planos devero contemplar a recu- diretrizes relativas aos agentes responsveis pela a questo da perao e valorizao mxima dos diversos materiais, implementao dos processos de logstica reversa, sustentabilidade incorporando solues para reduo da disposio dos refletindo no mbito do PGIRS os acordos setoriais econmica erejeitos ricos em matria orgnica nos aterros, de forma que j tenham sido decididos a nvel nacional, ou ambiental, com ateno no en- a reduzir a gerao de gases malficos atmosfera propondo acordos de alcance local, regional ou es- cerramento dos (BRASIL, 2010b). tadual. lixes existentes.O Plano de Gesto deve levar em conta priori- Como no Plano Nacional de Resduos Slidos, as di- A ateno deverretrizes precisam ser entendidas como as linhas norte- tariamente o planejamento das iniciativas para os ser central para a questo da in- adoras, e as estratgias como a forma ou meio para sua resduos que tm presena mais significativa nas cluso social dosimplementao, atravs das aes e programas defini- cidades. De uma forma geral, estes resduos so o catadores de ma-da construo civil, o resduo domiciliar seco, e o teriais reciclveis.dos. As diretrizes, estratgias, metas e aes devero As aes progra- ser traadas considerando-se os diversos tipos de res- resduo domiciliar mido. Este planejamento es- madas deveroponsabilidades da gesto compartilhada dos resduos: pecfico deve ser seguido pelo planejamento das estar harmnicasaes para todo o conjunto de resduos ocorrentes com as aes(resduos de servios de sade, resduos de logstica para a reduo de responsabilidades pelos servios pblicos de lim- emisses de gasespeza urbana e manejo, e pelos resduos gerados reversa, resduos industriais, minerrios, agrosilvo- oriundos dos re- em instalaes pblicas; pastoris, etc.). sduos, compati- No mbito local (municpio) ou regional (intermuni- bilizando-se com responsabilidades dos entes privados pelos resdu-os gerados em ambientes sob sua gesto;cipal), o PGIRS precisa ser traduzido em um conjunto os objetivos da Poltica Nacional responsabilidades decorrentes da logstica reversa de instalaes que contemple a totalidade do territ- sobre Mudanas e da implementao de Plano de Gerenciamento rio urbano. Estas instalaes constituem a oferta de do Clima (BRASIL, endereos fsicos para a atrao e concentrao de 2010b; BRASIL,obrigatrio; 2007a). diversos tipos de resduos. Sem estes endereos, oICLEI 383/21/12 5:03 PM 40. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil processo indisciplinado de descarte de resduos per-Esse quadro de referncia dever conter informa- manecer. O MMA vem incentivando um Modelo Tec-es sobre a situao atual do conjunto de resduos nolgico que define uma rede de instalaes. gerados, indicao de sistemas de controle existentes,agentes responsveis, dificuldades e solues pro-Veja o folder do modelo tecnolgico do MMA em:postas buscando compatibilizar com as diretrizes dahttp://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/ PNRS. Devero constar neste quadro, alm dos resdu-_publicacao/125_publicacao17012012091004.pdf. os que tm presena mais significativa nas localidadesou na regio, os que participam do sistema de logs-tica reversa (eltricos e eletrnicos; pneus, pilhas eLei n 12.305/2010: o Art. 35 afirma que, semprebaterias, lmpadas fluorescentes; leos combustveis;que estabelecido sistema de coleta seletiva ou deagrotxicos e suas embalagens); os resduos agrosil-logstica reversa, o consumidor deve:vopastoris; resduos perigosos; resduos oriundos deI - acondicionar adequadamente e de forma dife-varrio e drenagem; volumosos; resduos verdes derenciada os resduos slidos gerados;poda e da manuteno de praas, parques e jardins;II disponibilizar adequadamente os resduosresduos de cemitrios alm daqueles prprios de ins-slidos reutilizveis e reciclveis para coleta ou de-talaes porturias, aeroporturias e de rodoviriasvoluo.(municipais e intermunicipais).Decreto 7.404/ 2010: o Art. 84 prev que os con-sumidores que descumpram suas obrigaes esta-ro sujeitos advertncia e, em reincidncia, multasde R$ 50 a R$ 500, que poder ser convertida emprestao de servios.O processo coletivo de definio das diretrizes e es- tratgias parte importante do processo de formao da equipe tcnica gerencial. Para isso cumprir um papel estratgico a consolidao do quadro de refe- rncia proposto no incio dos trabalhos, com todos os aspectos de todos os resduos, que precisam ser abor- dados nos planos.39ICLEI 393/21/12 5:03 PM 41. ORIENTAES PARA ELABORAO DOS PLANOS Empa - ewasteguide.info Renato Arajo/AgBrPosto de entrega de embalagens de agrotxicos.Depsito de lixo eletrnico. Marina Zablithjdu-rham/Morguefile.com Resduos domiciliares midos.Resduos industriais. 40ICLEI 403/21/12 5:03 PM 42. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO SRHU/MMA e ICLEI-Brasil Lars Sundstrm/sxc.hu Timo Balk/sxc.hu Resduos agrosilvopastoris madeireiros.Resduos da construo civil. 41ICLEI 413/21/12 5:03 PM 43. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAO 4. METAS, PROGRAMAS E RECURSOS NECESSRIOSUma vez estabelecidas as diretrizes e estrat- a formalizao da presena dos catadores no pro-gias, os Planos de Gesto devero definir ascesso de gesto;metas quantitativas para as quais sero desen- a implementao de mecanismos de controle e fis- volvidos programas e aes. As diretrizes e prazos calizao; determinados pela Lei 12.305/2010 e as peculiari- a implementao de iniciativas de gesto de res- dades sociais, econmicas, culturais, territoriais, etc. duos e compras sustentveis nos rgos da admi- do Estado e dos Municpios nortearo a definio nistrao pblica; das metas. Ser certamente importante considerar, a estruturao de aes de educao ambiental; de incio, duas definies da Poltica Nacional de Re- o incentivo implantao de atividades processa- sduos Slidos vedado o acesso aos recursos da doras de resduos. Unio sem elaborao do PGIRS a partir de agosto de 2012, e a diretriz de que em agosto de 2014 es-O Comit Diretor e o Grupo de Sustentao deve- tejam encerrados os lixes (MMA, 2011).ro enfatizar a necessidade de planejamento para asAs metas quantitativas devero ser fixadas por per-questes mais relevantes. odo, considerando-se como melhor hiptese o lana-O desenvolvimento de Programas Prioritrios mento por quadrinios, vinculados aos anos de pre- para os resduos que tm presena mais significativa paro dos planos plurianuais, e portanto momentos denas cidades importante, por tratarem-se dos que reviso dos Planos de Gesto. Devero ser compatibi- empregam mais recursos humanos, fsicos e financei- lizadas, principalmente a exigncia legal, a capa- ros para sua gesto. cidade de investimento e a capacidade gerencial,Os Planos de Gesto devero apontar as fontes de entre outros fatores.recursos para a implementao das aes e progra-Alguns programas e aes so primordiais, por seu mas, o que deve condicionar o estabelecimento das carter estruturante, imprescindveis para o sucesso metas. O Manual recentemente publicado pelo Banco de todo o conjunto de aes. Destacam-se:do Brasil, em parceria com o MMA e o MCidades apon-ta as diversas fontes de recursos disponveis, reembol- a constituio de equipes tcnicas capacitadas;sveis e no reembolsveis. o disciplinamento das atividades de geradores, transportadores e receptores de resduos; 42ICLEI 423/21/12 5:03 PM 44. PLANOS DE GESTO DE RESDUOS SLIDOS: MANUAL DE ORIENTAOSRHU/MMA e ICLEI-BrasilInformaes sobre fontes de recursos:Agenda Ambiental na Administrao Pblica - A3P Manual Gesto Integrada de Resduos Sli-A A3P pode ser vista como estratgia de cons- dos truo de uma nova cultura institucional que visa Parceria: Banco do Brasil MMA - MCidadesincorporao de critrios socioambientais na admi- http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/ nistrao pblica. estruturada nas seguintes prin-dwn/3FontesFinan.pdf cipais razes:- o poder pblico grande consumidor de recur-Conforme a Lei 12.305/2010 o poder pblico pode- sos naturais; r instituir medidas indutoras e linhas de financiamen-- tem papel importante na promoo de padres de to voltadas melhoria da gesto dos resduos. Esta produo e consumo ambientalmente sustentveis e, disposio tem especial importncia no caso dos Pla- - deve servir de exemplo na reduo de impactos nos Estaduais pelas possibilidades que se abrem parasocioambientais negativos com origem na ativida- a definio de programas especiais de agncias de de pblica. fomento, instituies financeiras e outras, existentes So objetivos da A3P: no mbito estadual com repercusso nos municpios- combate a todas as formas de desperdcio de e regies do Estado (BRASIL, 2010b).recursos naturais e bens pblicos;- incluso de critrios socioambientais nos inves- timentos, compras e contrataes de servios dos rgos governamentais;- gesto adequada de todos os resduos gerados e,- sensibilizao dos servidores pblicos quanto aos aspectos ambientais e de melhoria da qualida- de do ambiente de trabalho.Para saber mais, acesse a publicao Agenda Am- biental na Adminis