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Material de Apoio Termo II (7°Ano)

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Este documento é de Propriedade Intelectual de Camila G. Pereira – RG 33480.6276

Material de Apoio EJA – TERMO II

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SUMÁRIO

1° BimestreExpressividade das cores. Sensações das cores: frias, quentes, neutras, análogas e complementares .................... 1Artes Visuais na História da Arte: Arte Bizantina .................................................................................................... 2 Artes Visuais na História da Arte: Arte Gótica ........................................................................................................ 3Linguagem Visual: Círculo Cromático ..................................................................................................................... 4Linguagem Visual: Desenhos de Observação, Memória e Criativo .......................................................................... 5Arte Renascentista: Mestres e suas técnicas, ponto de fuga e perspectiva ............................................................. 62° BimestreHistória da Arte: Arte Barroca ............................................................................................................................... 7História em Quadrinhos: Linguagens, balões, onomatopeias e metáforas visuais ................................................... 9Música Conceitos: Melodia, Harmonia e Ritmo .................................................................................................... 11Estudo da Dança: Balé .......................................................................................................................................... 12Teatro na História do Renascimento do século XV: Sátira e Ironia ........................................................................ 14Atividades para nota ............................................................................................................................................ 15

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Expressividade das cores. Sensações das cores

Frias: são associadas à água, ao gelo, ao céu, e às arvores: violeta, azul e verde.São aquelas que nos transmitem a sensação de frio.

Quentes: são associadas ao sol e ao fogo: amarelo, laranja e vermelho.São aquelas que nos transmitem a sensação de calor.

Neutras: são muito usadas por quem não quer errar, pois podem ir bem a qualquer ambiente, mas podem transmitir uma ideia de insegurança, de alguém que não quis ousar.

Análogas: São as cores vizinhas na roda de cores. Elas combinam bem e criam designs serenos e confortáveis.

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Complementares: São cores opostas na roda de cores, por exemplo: vermelho e verde.O alto contraste entre elas cria um visual vibrante.

Arte BizantinaA arte bizantina se refere às manifestações

artísticas (pintura, arquitetura, mosaico e escultura) próprias do Império Bizantino (entre os séculos V e XV). A cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, foi o mais importante centro artístico deste período.

Principais características da arte bizantina: Recebeu influências da cultura greco-romana

e oriental (principalmente da Síria e Ásia Menor), realizando uma mistura destes diferentes aspectos culturais;

Estilo artístico teve presença marcante do uso de cores;

Presença marcante de temas religiosos (forte influência do cristianismo).

Pintura bizantina: Destaque para os afrescos (pinturas feitas em paredes, principalmente de igrejas), miniaturas (para ilustrar livros) e ícones (pinturas em painéis). O tema religioso predominou principalmente a pintura de imagens de Cristo e da Virgem Maria.

Arquitetura: Na arquitetura podemos destacar a construção de grandes e imponentes igrejas, cuja

característica principal era a presença de cúpulas

sustentadas por colunas. As decorações e pinturas religiosas, no interior das igrejas, eram muito

utilizadas. O principal exemplo deste tipo de arquitetura é a Basílica de Santa Sofia (localizada na atual Istambul).

Escultura: caracteriza pela influência oriental, sendo uma referência da degeneração do Império Romano do Ocidente. Podemos citar como características principais: uniformidade, rigidez, falta de naturalidade e presença de linhas geométricas e folhagens estilizadas.

Mosaicos: Foi um tipo de arte muito difundido no Império Bizantino, principalmente na Era de Ouro, época de reinado do imperador Justiniano (526 a 565). As imagens em mosaico eram formadas pelos artistas a partir de pequenos e coloridos pedaços de pedra colados em parede. Imagens religiosas e do imperador foram os temas principais.

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ARTE GÓTICA

O estilo Gótico surgiu na França, durante a Idade Média, com a construção da catedral de Saint-Denis, e se espalhou rapidamente pela Europa, é identificado como a Arte das Catedrais, e fortaleceu o movimento cruzadista e o papel da Igreja na sociedade.

O termo Gótico vem da palavra “godos” e foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, no entanto, atualmente, o termo já não expressa mais o sentido depreciativo que lhe fora impresso no passado.

A principal expressão da arte gótica foi à arquitetura, representada pelas construções de imponentes igrejas, que levava em torno de 300 anos para ficarem prontas. Então as cidades começavam a nascer ao redor das catedrais, por conta do elevado número de trabalhadores envolvidos na obra.

A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas, procurando expressar o ideal de beleza da divindade.

Muitos relacionam a idade média apenas ao estilo gótico, ignorando a arte bizantina e a arte românica, que também datam deste período.

Toda a população da cidade participava e financiava a construção das catedrais, e isso estimulou a rivalidade entre elas. Notre-Dame foi construída em Paris com as abóbadas elevadas a mais de 30 metros de altura. Pouco tempo depois, Amiens ergueu uma catedral cuja abóbada atingia quarenta metros; Beauvais ultrapassou-as em seguida, com uma catedral cuja nave central tinha perto de 50 metros de altura. A catedral de Beauvais desabou parcialmente, obrigando sua reconstrução.

Principais Pintores: Van Eyck, Van der Weyden e Memling, nos países baixos e Masaccio, Uccello, Veneziano e Pisanello, na Itália.

As características dessa arquitetura são:

Gótica possui três portais que dão entrada para o interior da igreja;

Todas as igrejas do século XII e XIV têm a rosácea, uma janela redonda encontrada no portal central;

Tudo é voltado para o céu, para Deus, por exemplo, as torres que possuem pontas agulhadas;

Os arcos góticos ou ogivais permitiram a construção da abóbada de nervuras, assim como os pilares, que proporcionaram paredes menos grossas para suportar a estrutura. Com a utilização desses arcos as igrejas puderam ser mais altas;

Uso dos vitrais; Os tímpanos eram trabalhados minuciosamente

com esculturas que narravam histórias e as colunas eram outro fator que atraía a atenção de um visitante;

Uso do arcobotante, arcos que transmitem o peso de uma abóbada para os contrafortes externos.

Obras de destaque: Catedral de Notre Dame de Paris; Catedral de Notre Dame de Chartres.

Na Alemanha, no século XIII, um estilo gótico começou a se desenvolver e um dos exemplos a ser citado é a Elisabethkirche, em Marburgo.

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Círculo Cromático

Sabe-se que a combinação de cores é indispensável em um projeto de design e a partir de boas combinações podemos contrastá-las, harmonizá-las e iluminá-las de forma espetacular. Para simplificar esse processo, utilizamos o círculo cromático, ou seja, um instrumento facilitador para elaborar projetos, uma vez que, nele temos acesso à composição de cores, luminosidade, saturação e sombra que devem ser utilizados.

Entende-se por círculo cromático, como o próprio nome designa uma paleta composta por doze cores, sendo elas:

Três cores primárias: não podem ser obtidas através de outras, como o amarelo, azul e vermelho.

Três cores secundárias: formadas pela mistura das cores primárias, obtemos laranja, violeta e verde.

Seis cores terciárias: compostas pela mistura das cores secundárias.

Além dessas cores classificadas acima, podemos criar milhares de outras adicionando o preto, e resultando em sombras e cores mais escuras ou o branco para representar a luminosidade e cores claras. Como diz na teoria das cores, a partir das cores primárias, também chamadas de cores básicas, pode surgir qualquer outra.

Ainda existem as cores que chamamos de complementares, ou seja, que ocupam posições inversas no círculo e que funcionam extraordinariamente bem juntas. Temos, também, as chamadas harmonias, que funcionam na combinação de cores, criando espaços ou trabalhos bastante chamativos, classificamo-las em quatro tipos:

Harmonia monocromática: utilizamos a mesma cor com diferentes saturações e

luminosidade. Para que não fique sem graça e monótono, pode-se utilizar o preto e branco para destacar os detalhes.

Harmonia análoga: representa-se por uma cor principal e primária e duas outras confinantes a mesma no círculo de cores para atribuir aos detalhes.

Harmonia

complementar: como citamos, é dada pela escolha de uma cor no círculo de cores e a oposta a ela. Geralmente utiliza-se uma cor

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quente e uma fria, atribuindo uma como principal e outra aos detalhes.

Harmonia triádica: escolhe-se três cores que possuem a mesma distância entre si, usando-se uma como dominante e duas para os detalhes.

O estudo das cores envolve muito mais que apenas este conteúdo, porém com essas dicas e combinações, um profissional poderá trabalhar com

elas de forma complexa e fazer um projeto extraordinário, além de ser auxiliado pelo círculo cromático e obter um resultado de forma mais simples e eficaz.

Linguagem VisualDesenhos de Observação, Memória e Criativo

Desenho de Memorização: um desenho realizado de memória, não temos à nossa vista o que pode ser observado enquanto o desenho vai sendo elaborado no papel.

Desenho de observação: Quando algo está presente à nossa vista para ser desenhado; deve ser transportado para o papel atentamente, seguindo todos os detalhes.

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Desenho Criativo: O desenho criativo pode ser dirigido ou livre.a) Desenho Livre: Quando não depende de meios representativos, mas da própria imaginação e criatividade. A

espontaneidade é, talvez, a característica mais importante desse tipo de desenho. b) Desenho dirigido: Quando o tema é dado por outra pessoa; o desenho é de livre criação, mas o tema

específico. É a representação do que ocorre como consequência de algo que ela viu ou vivenciou.

Arte RenascentistaMestres e suas técnicas, ponto de fuga e perspectiva

RenascimentoÉ o nome que se dá ao período da história

européia caracterizada por um renovado interesse pelo passado greco-romano, clássico que significou um retorno às formas e proporções da antiguidade greco-romana.

Este começou a se manifestar na Itália (século XIV), precisamente em Florença, difundindo-se por toda Europa durante os séculos XV e XVI.

Os artistas renascentistas não estavam submetidos ao a Igreja ou a outro poder, eles podiam expressar suas ideias e sentimentos livremente. Eles criaram obras magníficas que enfatizavam a beleza física do homem e da mulher.

ArquiteturaProcurou superar a busca do infinito das

catedrais góticas, fazendo com que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si, baseando-se em relações matemáticas com ideias de harmonia e proporção.

Pintura

As pinturas passam a ser representadas como um ser humano real.

Os pintores começam a dominar o uso da perspectiva linear, criando efeitos de profundidade em uma superfície plana.

O uso da perspectiva levou a outras tendências usadas no período do renascimento, o uso da luz e sombra, dando realismo às pinturas.

No século XVI, os ideais renascentistas conheceram o apogeu nas obras de Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo.

EsculturaOs artistas que se destacam são Michelangelo

e Andrea Del Verrocchio, que buscavam representar o homem real.

PerspectivaÉ a arte que nos ensina a figurar graficamente

os objetos nas formas e disposições vistas a distancia.

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Mona lisa/ Leonardo Da Vinci/

1503–1517/77 cm x 53 cm

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A linha que passa pela vista do observador é chamada de linha do horizonte (LH).

As linhas de fuga (LF) saem da vista do

observador e convergem no ponto principal (PP) ou ponto de fuga (PF).

O ponto principal está sobre a linha do horizonte.

Na pintura, os artistas dão ao seu trabalho uma sensação de profundidade usando a perspectiva, os objetos parecem menores quanto maior a distância que estiverem.

Obras de Arte do Período Renascentista

Arte Barroca

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.

A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Suas características gerais são: Emocional sobre o racional; seu propósito é

impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.

Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;

Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;

Violentos contrastes de luz e sombra; Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às

vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.

PINTURACaracterísticas da pintura barroca:

Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.

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Pietá / Michelangelo/1,74 m x 1,95 m/ Mármore

Saint George and the Dragon/ Rafael Sanzio/

28 cm x 22 cm/ 1506

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Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.

Realista, abrangendo todas as camadas sociais.

Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.

Dentre os pintores barrocos italianos destacam-se:

Caravaggio: o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus. Andrea Pozzo: realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:

Velásquez: além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares. Rubens: (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das

linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor. Rembrandt: (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia.

ESCULTURASuas características são: o predomino das

linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini: arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Barroco no BrasilO estilo barroco desenvolveu-se plenamente no

Brasil durante o século XVIII, perdurando ainda no início do século XIX. O barroco brasileiro é claramente associado à religião católica. Duas linhas diferentes caracterizam o estilo barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração, encontramos igrejas com trabalhos em relevos feitos em madeira - as talhas - recobertas por finas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. Já nas regiões onde não existia nem açúcar nem ouro, as igrejas apresentam talhas modestas e os trabalhos foram realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que viviam nas regiões mais ricas.

O ponto culminante da integração entre arquitetura, escultura, talha e pintura aparece em Minas Gerais, sem dúvida a partir dos trabalhos de:

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: seu projeto para a igreja de São Francisco, em Ouro Preto, por exemplo, bem como a sua realização, expressam uma obra de arte plena e perfeita. Desde a

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portada, com um belíssimo trabalho de medalhões, anjos e fitas esculpidos em pedra-sabão, o visitante já tem certeza de que está diante de um artista completo. Além de extraordinário arquiteto e decorador de igrejas foi também incomparável escultor. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra-sabão de doze profetas, cada um desses personagens numa posição diferente e executa gestos que se coordenam. Com isso, ele conseguiu um resultado muito interessante, pois torna muito forte para o observador a sugestão de que as figuras de pedra estão se movimentando.

Características da escultura de Aleijadinho: Olhos espaçados; Nariz reto e alongado; Lábios entreabertos; Queixo pontiagudo; Pescoço alongado em forma de V;

Manuel da Costa Ataíde: suas pinturas em tetos das igrejas seguiam as características do estilo barroco, e aliavam-se perfeitamente às esculturas e arquitetura de Aleijadinho. Obra Destacada: Pintura do Teto da Igreja de São Francisco de Assis.

Mestre Ataíde pintou várias igrejas de Minas Gerais com um estilo próprio e bem brasileiro. Usava cores vivas e alegres e gostava muito do azul. Ataíde utilizava tanto a tinta a óleo (que era importada da Europa) como a têmpera. Os pintores da época nem sempre podiam importar suas tintas. Faziam então suas próprias cores com pigmentos e solventes naturais aqui da terra. Entre outros, usavam terra queimada, leite e óleo de baleia, clara de ovo, além de extratos de plantas e flores. E é claro criavam suas próprias receitas que eram mantidas em segredo. Talvez por isso é que se diz que não existe, no mundo inteiro, um colorido como o das cidades mineiras da época do barroco.

Obras dos Artistas Barrocos

Linguagem dos quadrinhos, balões, onomatopeia e metáforas visuais.

“História em Quadrinhos é a forma de expressão artística que tenta representar um movimento através do registro de imagens estáticas. Assim, é História em Quadrinhos toda produção

humana, ao longo de toda sua História, que tenha tentado narrar um evento através do registro de imagens, não importando se esta tentativa foi feita numa parede de caverna há milhares de anos, numa tapeçaria, ou mesmo numa única tela pintada. Não se restringe, nesta caracterização, o tipo de superfície empregado, o material usado para o registro, nem o grau de tecnologia disponível. Englobam manifestações na área da Pintura, Fotografia, Desenho de Humor como a charge e o cartum, e até algumas manifestações da Escrita”.

Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco.

Cartoon, cartune ou cartum é um desenho humorístico acompanhado ou não de legenda, de

caráter extremamente crítico retratando de forma bastante sintetizada algo que envolve o dia-a-dia de uma sociedade.

A tirinha, também conhecida como tira diária, é uma sequência de imagens. O termo é atualmente mais usado para definir as tiras curtas publicadas em jornais, mas historicamente o termo foi designado para definir qualquer espécie de tira, não havendo limite máximo de quadros – tendo, claro, o mínimo de

dois.

10O Êxtase de Santa Teresa/ Bernini

Doze profetas de Aleijadinho/ Congonhas - MG

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A revista em quadrinhos, como é chamada no Brasil, ou comic book como é predominantemente conhecida nos Estados Unidos, é o formato comumente usado para a publicação de histórias do gênero, desde séries românticas aos populares super-heróis.

CoresAs cores são elementos importantes na

comunicação visual e, portanto, nas HQs. Nos quadrinhos, grande parte das informações é transmitida pelo uso de cores. A cor é um elemento que compõe a linguagem dos quadrinhos; mesmo nas histórias em preto-e-branco, não se trata apenas de um recurso estilístico. Os desenhistas americanos perceberam isso passaram a não restringir o uso de cores apenas ao cenário. Elas assumiram a capacidade de simbolizar determinados elementos, principalmente nos quadrinhos norte-americanos de massa, passando a simbolizar personagens na mente do leitor. O Incrível Hulk é verde. O Lanterna Verde também. O Capitão América tem o uniforme com as cores da bandeira norte-americana. Os Smurfs são conhecidos por serem todos azuis. Maurício de Souza também utilizou as cores para criar as identidades de seus personagens. Uma menina forte como a Mônica só poderia usar um vestido vermelho; que menino travesso não desejaria dar um nó nas orelhas de um objeto tão particular quanto um coelho de pelúcia azul?

O conhecimento das sensações e reações provocadas pelas cores é um importante instrumento de comunicação que tem sido usado nas HQs. Sabemos que o rosa, por exemplo, é uma cor feminina e juvenil, assim como o violeta. O vermelho evoca força, energia e está associado à vida, por ser a cor do sangue. Também se usa o vermelho para caracterizar situações de perigo, assim como nos sinais de trânsito. Quadrinhos com cores frias seguidos de quadrinhos com cores quentes podem significar a passagem da tristeza para a alegria ou da doença para a saúde, por exemplo. As estações do ano e os fenômenos climáticos também são representados por cores. O fundo preto é muito usado para representar a imaginação das crianças, um espaço onde tudo pode acontecer:

Os quatro quadrinhos iniciais retratam uma situação que só acontece na cabeça da criança. No último quadrinho, voltam à luz, as cores e, com elas, a realidade.

BalõesOs balões são recursos gráficos utilizados para

tornar sons e falas visíveis na literatura. O balão seria o recurso gráfico representativo da fala ou do pensamento, que procura indicar um pensamento, um monólogo ou um diálogo. O quadrinho necessita

do balão para a visualização das palavras ditas pelas personagens. Diferentemente da literatura, mesmo a ilustrada, os quadrinhos não precisam indicar ao leitor a qual personagem corresponde aquela fala ou pensamento, pois os balões indicam por meio do apêndice.

O formato dos balões pode variar de acordo com as intenções do autor. O balão de fala tem um contorno forte, nítido; o balão de pensamento tem outra forma. Ele é irregular, ondulado ou quebrado e o apêndice tem o formato de pequenos círculos. Pensar é algo bem diferente de falar em voz alta, ainda que seja um monólogo, por isso existe essa distinção entre os balões. O contorno do balão pode ser tremido, indicando medo ou emoção forte, pode ser recortado, o que indica explosão verbal ou raiva, ou mesmo pontiagudo, fazendo o leitor perceber que o som está sendo emitido por uma máquina. Também podem ser usados alguns contornos metafóricos, como estalactites (que indicam frieza na resposta) ou pequenas flores (que indicam o oposto). Outra característica dos balões é ajudar a mostrar ao leitor a ordem de leitura e a passagem do tempo. Uma exigência fundamental é que sejam lidos numa sequência determinada, para que se saiba quem fala primeiro.

Lapso de tempoO lapso de tempo é o espaço que liga o

quadro anterior ao posterior. Deve ser completado pela imaginação do leitor, fazendo com que a história tenha sequência. Para entender o quadrinho, é preciso entender o que aconteceu antes e o que acontecerá depois. Isoladamente, um quadrinho que faz parte de uma história é difícil de entender, mas duas imagens constituem uma narrativa, desde que sejam colocadas em sucessão ou que o leitor as entenda assim. Nas histórias em quadrinhos, o leitor constrói e confirma a narrativa que faz sentido na história. O lapso de tempo aceitável está no meio de duas imagens que representam continuidade. As transições são possíveis porque o leitor está

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acostumado a ler o corpo do texto como narrativa. O leitor procura, então, juntar os quadros para formar linearidade. Esta busca para “fechar” a narrativa, ou para “completá-la” estimula a criatividade e faz das HQs importantes instrumentos para a formação de leitores.

Metáforas VisuaisAs metáforas visuais são usadas pelos autores

para transmitir situações da história por meio de imagens, sem utilização do texto verbal. Quando o personagem está nervoso, sai fumaça da cabeça dele. Quando alguém está correndo muito rápido, aparecem vários traços paralelos e uma nuvenzinha para demonstrar seu deslocamento. Cédulas e moedas indicam que a pessoa está pensando em dinheiro, assim como corações indicam amor.

Música Conceitos

Melodia: é o substantivo feminino que significa o encadeamento harmonioso e bonito de sons musicais.

Com origem no grego meloidia, uma melodia é uma sucessão rítmica de tons em diferentes intervalos, e que é regrada pelo ritmo.

Pode ser uma composição musical suave para uma voz ou coro, ou um poema que é cantado. Apesar disso, uma melodia não precisa ter acompanhamento musical, mas costuma ser algo que é agradável ao ouvido.

Em sentido figurado, a palavra melodia pode ser usada para expressar doçura ou suavidade na forma de ser ou de falar. Ex: A sua voz é a melodia mais bonita que alguma vez ouvi.

Muitas vezes a palavra melodia é usada como sinônimo de música, se bem que o conceito de música é muito abrangente, sendo que uma música pode ter melodia, harmonia e ritmo.

Harmonia: é o substantivo feminino com origem do idioma grego e que indica uma concordância ou consonância tanto a nível artístico como a nível social.

Alguns sinônimos de harmonia podem ser equilíbrio, ordem, acordo, concórdia, consonância, entendimento, conciliação, etc.

Estando muitas vezes relacionada com o universo da música, a harmonia musical indica a concordância ou combinação de vários sons simultâneos ou de acordes que são agradáveis ao ouvido.

O estudo da harmonia é essencial para o estudo da composição e por isso, a harmonia também é a arte de compor os sons simultaneamente. Enquanto a harmonia é a combinação de sons

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simultâneos, a melodia é a combinação de sons sucessivos.

No âmbito da estética, a harmonia indica uma característica do que é considerado "bonito", e indica uma concordância entre cores, tamanhos e movimentos.

No contexto mais filosófico, a harmonia faz parte da metafísica de Leibniz, que indica uma concordância que é pré-determinada, ou seja, que foi criada por Deus desde o princípio.

Um elemento que tem harmonia é algo que está disposto de forma equilibrada e justa entre as partes de um todo.

Assim, a harmonia muitas vezes é o resultado de um sentido de paz entre pessoas, ou a concordância de opiniões ou sentimentos entre pessoas.

Muitas pessoas têm dúvidas entre harmonia ou armonia. No entanto, a forma correta de escrita é harmonia, já que harmonia não consta no dicionário da língua portuguesa.

Ritmo: é um substantivo masculino com origem no grego rhythmos e que designa a sucessão regular dos tempos fortes e fracos em uma frase musical.

Indica o valor das notas, de acordo com a intensidade e o tempo.

Pode ser sinônimo de cadência (sons cadenciados) em intervalos de tempo periódicos.

O ritmo está ligado à música, mas também a outras formas de arte, como a poesia, por exemplo. Neste último caso, o ritmo controla a distribuição de sílabas compridas e curtas e a repetição dos tempos fracos e fortes de um verso.

A palavra ritmo também pode ser usada para descrever a velocidade de alguma coisa. Ex: Nos últimos cinco minutos, a atleta aumentou o seu ritmo e ultrapassou todos os seus adversários.

Algumas pessoas têm dúvidas relativamente à grafia desta palavra. Não sabem se a forma correta é ritmo, rítmo ou rítimo. Apesar de ser pronunciada como "rítimo", a forma correta é ritmo, sem acento.

Ritmo musicalA nível musical, o ritmo é - juntamente com

a harmonia e melodia - um dos componentes essenciais de uma música.

Diferentemente de outras artes, como as artes plásticas, a música ocorre dentro de um parâmetro temporal e o ritmo controla a sucessão de sons dentro do tempo.

Estudo da DançaBalé

O balé ou balê (do italiano balletto, pelo francês ballet), é o nome dado a um estilo de dança e a seu desempenho. O termo deriva do italiano ballare que significa bailar. Os princípios básicos do balé são: postura ereta; uso do en dehors (rotação externa dos membros inferiores); verticalidade corporal; disciplina; leveza, harmonia e simetria.

O ballet clássico é o desenvolvimento e a transformação da dança primitiva, que baseava-se no instinto, para uma dança formada de passos diferentes, de ligações, de gestos de figuras previamente elaborados para um ou mais participantes. A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália.

Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci. O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.

Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares

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ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.

Quando a italiana Catarina de Médicis casou com o rei Henrique II e se tornou rainha da França, introduziu esse tipo de espetáculo na corte francesa, com grande sucesso. O mais belo e famoso espetáculo oferecido na corte desses reis foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse ballet durava de 5 a 6 horas e fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais européias, além de ter uma grande influência na formação de outros conjuntos de dança em todo o mundo.

O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tronou-se um grande bailarino e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa.

Seu título “REI DO SOL" vem do triunfante espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia Real de Música e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet. O professor Pierre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico.

A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros. Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos.

Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados. Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança.

Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então. O Romantismo do século XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores.

Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni, portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet "A Sílfide", que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão.

Foi "A Sífilde" - o romantismo - o primeiro grande ballet romântico que iniciou o trabalho nos sapatos de ponta. Outro ballet romântico, "Giselle", que consagrou a bailarina Carlota Grisi, foi a mais pura expressão de período romântico, além de representar o maior de todos os testes para a bailarina até os dias de hoje.

O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado) foram reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles.

O francês, Marius Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo um passeio rápido, mas também se tornou coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Cada ballet continha danças importantes para o Corpo de Baile, variações brilhantes para os

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bailarinos principais e um grande pas-de-deux para primeira bailarina e seu partner.

Petipa sempre trabalhou com os compositores e foi Tchaicowsky que lhe criou três dos mais Importantes ballets do mundo:

A "Bela Adormecida"; O "Quebra-Nozes"; O "Lago dos Cisnes";O sucesso de

Petipa não foi eterno. No final do século ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência. Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de artes que, junto com amigos artistas estava cheio de ideias novas, pronta para colocar em prática. São Petersburgo, porém não estava pronta para mudanças e ele se decidiu por Paris, onde começou por organizar uma exposição de pintores russos, que foi um grande sucesso.

Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa e finalmente em 1909 o ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara Karsaviana e Vaslav Nijinsky e três grandes ballets sob direção de um jovem brilhante coreógrafo Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911 e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet.

Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou plateias na Europa e América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos, fragmentou-se depois por todo o mundo. No momento atual as peças de ballet são cheias de variedades e contrates. Trabalhos antigos como "Giselle" e o mundo inteiro ao lado de outros, como os baseados em romances de Shakespeare e ainda criações recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por bailarinos do nosso tempo.

Teatro na História do Renascimento Século XV

O Renascimento, de fato, foi à idade de ouro do teatro europeu. Apesar das limitações ao profano que o Concílio de Trento logo em 1548 tentou impor, o teatro perdeu a sua quase exclusiva componente sacra da Idade Média. Assumiu-se cada vez mais como "teatro popular", mas já mais "profissionalizado", com a comédia separada da tragédia e com os autores a ganharem importância e independência criativa. O carácter sacro não se perdeu, porém, principalmente em Espanha (com os seus autos sacramentales). A comédia ganhou novo alento na Itália, graças à influência do folclore, assistindo-se ao apogeu da Commedia Dell’arte, com a Pulcinella ou o Pantalone, que influenciaria imenso vários autores, como, por exemplo, Molière. O teatro "nacional" desenvolveu-se, principalmente em Inglaterra e Espanha, evocando as memórias

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antigas e os feitos e grandezas do passado, misturando o mundo da cavalaria com os clássicos redescobertos. Isso mesmo pode ver-se em Shakespeare, um autor do seu tempo e dos tempos antigos, com o seu Falstaff, por exemplo.

Os adros das igrejas eram, entretanto substituídos por novos "palcos", mais profanos, mais concorridos e com públicos mais diversificados: da estalagem às praças, das feiras aos salões reais. Aparecem as companhias, os géneros, os guarda-roupas e cenários, e até lucro com os bilhetes das peças, por via de investimentos importantes, mecenato ou atores particulares (reis, famílias...). Os grandes autores deste teatro renascentista foram, para além de Shakespeare, Lope de Vega e Marlowe, Beaumont, Fletcher ou Ben Jonson, entre outros.

O teatro não mais deixou de ganhar em fulgor e redescoberta, apurando-se géneros como a comédia, principalmente, graças a autores como Marivaux e Beaumarchais, em França, ou Goldoni, em Itália. A ópera, uma das grandes paixões do século XVIII, conferiu ainda mais força ao teatro. A tragédia, que evoluiu mais para o drama e para o melodrama, declinou nos séculos XVII e XVIII, pois mantinha ainda um profundo sentimento social e religioso. A tragédia heroica, de Corneille ou Racine, será uma exceção a esse declínio.

Na segunda metade do século XVIII, com Voltaire, o teatro adapta-se à sua época, simplificando-se cenicamente, em relação à ópera, principalmente. Se o repertório é ainda o do século XVII, de Racine, Shakespeare, Molière, dos espanhóis, os espaços são já diferentes, mais apropriados e dignificados cenicamente, tanto em teatros como em palácios ou abadias imperiais (como Einsiedeln, dos Esterházy). Entretanto, o século XVIII verá nascer dois novos géneros, a comédia sentimental, com o irlandês Steele, e a tragédia doméstica, com o inglês Lillo.

Gêneros RenascentistasSátira: técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados), geralmente como forma de intervenção politica ou outra, com o objetivo de provocar ou evitar uma mudança.

Ironia: é a utilização de palavras que manifestam o sentido oposto do seu significado literal. Desta forma, a ironia afirma o contrário daquilo que se quer dizer ou do que se pensa.

A ironia é a arte de gozar de alguém, de denunciar de criticar ou de censurar algo ou alguma coisa. A ironia procura valorizar algo, mas

quando na realidade quer desvalorizar, incluindo também um timbre de voz para caracterizar melhor o ato. Apesar disso, a ironia não é apenas usada em relação a uma pessoa, mas também para fazer referência a uma situação ou acontecimento engraçado ou curioso.

A ironia pode ser de três tipos: Ironia oral, quando é dita uma coisa e

pretende expressar outra. Ironia dramática, ou a ironia satírica,

quando uma palavra ou uma ação coloca uma situação em jogo, e, por exemplo, no teatro, a plateia entende o significado, mas a personagem não, e a ironia de situação que é a disparidade existente entre a intenção e o resultado da ação.

Ironia cósmica ou infinita é a disparidade entre o desejo humano as realidades do mundo externo. Na ironia antífrase, acontece o engrandecimento de ideias erradas, funestas, e quando se faz uso carinhoso de termos ofensivos.

A expressão "ironia do destino" é usada descrever uma situação em que acontece algo que não era esperado, muitas vezes serve para indicar um tipo de justiça divina.

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