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carlos-cavallini
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Pablo Neruda
Me encante da maneira que você quiser, como
você souber. Me encante, para que eu possa me dar.
Me encante nos mínimos detalhes.Saiba me sorrir, aquele sorriso malicioso e gostoso, inocente e
carente.
Me encante com suas mãos, gesticule quando for preciso, me toque, quero correr esse risco.
Me acarinhe se quiser, vou fingir que não entendo, que nem queria esse momento.
Me encante com seus olhos, me olhe profundo, mas só por um segundo, depois desvie o seu
olhar, como se o meu olhar não tivesse conseguido te encantar...
e então, volte a me fitar, tão profundamente, que eu fique perdida, sem saber o que falar... Me encante com
suas palavras, me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres, me conte segredos, sem medos...
e depois me diga o quanto te encantei. Me encante com serenidade, mas não se esqueça,
também tem que ser com simplicidade, não pode haver maldade.
Me encante com uma certa calma, não tem pressa, tente
entender a minha alma.
Me encante como você fez com a primeira namorada, sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com
certeza.
Me encante na calada da madrugada, na luz do sol ou embaixo da chuva. Me encante sem dizer nada ou até dizendo tudo, sorrindo ou chorando, triste ou alegre...
e prometo te encantar todos os dias do resto das
nossas vidas!!!
mas me encante de verdade, com vontade... que depois,
eu te confesso que me apaixonei
Texto: Pablo Neruda
Ilustração e Formatação:
Música: Arranjuez
Vera Lúcia de Siqueira