Mediação prática e resultados - Dra. rita andréa guimarães

IX Congresso Brasileiro de Direito de FamíliaFamílias: Pluralidade e Felicidade [email protected]

MEDIAÇÃO:PRÁTICA E RESULTADOS

RITA ANDRÉA GUIMARÃES DE CARVALHO PEREIRANOVEMBRO - 2013

IX Congresso Brasileiro de Direito de FamíliaFamílias: Pluralidade e Felicidade

Rita Andréa Guimarães de Carvalho [email protected]

Mediação e Psicanálise

MEDIAÇÃO - PRÁTICA E RESULTADOS

“Chega mais perto e contempla as palavras.Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave?”.

(Carlos Drummond)




Mediação é o meio pelo qual as relações interpessoais possam redefinir seus sentidos,projetar suas estruturas e reorganizar laços que tecem entre seus atores com ajuda de um terceiro.Dá as partes a palavra e muda o conceito de que um Outro decide.





Província de Buenos Aires - período 1997 a 2006 - tempo de vigência da lei demediação . (Lei Argentina n.º 24.573, de 04 de outubro de 1995)

Houve um decréscimo de 34% de ingresso de causas na justiça. Paralelamente àdiminuição das ações nos casos que chegaram ao Judiciário, houve um acréscimode 50% no cumprimento dos acordos obtidos em Mediação no mesmo período.

(Abrevaya)





“A mediação modificou a cultura contenciosa dos advogados, humanizou oconceito de justiça e colocou o futuro como norteador para a resolução deconflitos”.

(Abrevaya)





Pesquisa de casos acompanhados pelo Núcleo de Assistência Jurídica (NAJOP)do Centro de Mediação e Cidadania da Universidade Federal de Ouro Preto-MG-p/ Maria Tereza Dias e Rubia Mara Pereira, no período de 2010 a 2011.

35% dos casos em que foi feito um acordo através do procedimento de mediação nonúcleo, a satisfação das partes ficou em 100%.


Com Acordo

36%Sem

Acordo64%

Com Acordo Sem Acordo

Satisfeitos

100%

0%

Satisfeitos




Pesquisa de casos acompanhados pelo Núcleo de Assistência Jurídica (NAJOP)do Centro de Mediação e Cidadania da Universidade Federal de Ouro Preto-MG-2010/2011

Considerando os casos em que já tiveram experiências na justiça, 47,1% não cumprirama sentença e os 52,9% que o fizeram, metade ficou insatisfeita com o resultado daprestação jurisdicional.


Satisfeitos

44%Insatisfeitos

56%

Satisfeitos Insatisfeitos

Sem Cumprime

nto 47%

Com Cumprime

nto 53%

Sem Cumprimento Com Cumprimento




Experiência dos Litigantes em processos judiciais.


SIM24%

NÃO76%





Pesquisa de casos acompanhados pelo Núcleo de Assistência Jurídica (NAJOP)do Centro de Mediação e Cidadania da Universidade Federal de Ouro Preto-MG-2010/2011

A pesquisa do chega à conclusão de que a Mediação promove maior identidade entre a justiça que se espera pelo cidadão e aquela que se presta .




Pesquisa Econômica (IPEA) realizada no ano de 2011, teve por objetivo analisar aCrise do Poder Judiciário.Quesitos: morosidade, acesso a justiça, honestidade.

A avaliação da Justiça Brasileira na visão dos cidadãos, em uma escalada de 0 a 10, anota atribuída é 4.55.

Por sua vez, considerando o senso de justiça avaliada no quesito “decisões que a Justiçabrasileira seja capaz da resolução dos casos de forma justa”, a nota atribuída peloscidadãos em uma escala de 0 a 4 é 1,6.





Em um Congresso em que considerar-se feliz, é tomado como um objetivo humanofundamental e um direito social – principalmente em se tratando dos direitosrelacionados às famílias – a questão da efetividade e da satisfação do cidadão frenteprestação jurisdicional, torna-se assunto de primeira ordem.





A pluralidade interfaceia a mediação e é premissa da mesma.

A mediação faz migrar a ideia de uma razão para razões, de um conceito de homemuniversal para sujeito e a definição de um tipo de família para famílias.Reconhece a diversidade com a igualdade.










As famílias na contemporaneidade lembram uma colcha de retalhos, que é feita depedaços de tecidos diferentes, pois a família atual pode ser composta de pessoas quevieram da sua família original e de outras famílias.




A mediação acolhe este tempo em que o homem escuta a palavra como forma de acessoao desconhecido em si mesmo. Escuta esta que ressalta a singularidade de sentidos dapalavra enunciada.


Sigmund Freud Jaques Lacan





Jaques Lacan

Lacan recorre ao triângulo como um sistema de relações. A psicanálise, assim como a mediação, é ternária.A presença de um terceiro, nunca é inócua.





Revisitando o Desejo

Ao reconhecer sua própria narrativa, o envolvido conecta-se com o que lhe é próprio e, dessa forma, as partes se inserem na história. Desvelando o desejo.





Revisitando o Desejo

Ao reconhecer sua própria narrativa, o envolvido conecta-se com o que lhe é próprio e, dessa forma, as partes se inserem na história. Desvelando o desejo.




Mediação traz ao direito este novo lugar: o de abarcar a diversidade, de ser linguagemda sociedade, em que, a palavra devoluta, restaura a sintonia da efetividade da justiça.

A mediação vem se fazendo ouvir e dizer. Dá lugar à diferença.

A mediação surge como um espaço de análise que preserva a necessária natureza deintimidade das relações, o reconhecimento das diferenças e o empoderamento dosindivíduos.






A mediação constrói uma nova concepção de direito que ultrapassa a ideia de mera regulação social.O Direito torna-se a linguagem da sociedade, o seu meio de reclamar justiça, pois ao devolver a palavra ao sujeito, ele se faz pertencer a todos.




“Há uma construção de um mundo por uma pluralidade infinita de espaçospolíticos que caracterizam a mediação por uma nova relação entre o real e oconcreto “.

(Garapon)





A prática e o tempo: Em qualquer tempo.A prática e o espaço: No judiciário, nos escritórios de advocacia, nas empresas, nas escolas, nas comunidades.A pratica e o objeto: Desconstruindo o conflito.A prática e seus agentes : Com demandantes dispostos e mediadores capacitados .A prática e o sujeito: Em especial nas relações continuadas.






“A descontruc o do conflito é condic o para a autocomposic o e o restauro da relac o social” .

( n Calcaterra )





O mediador precisa despojar-se de toda e qualquer função paternalista, no lugar de suposto saber, sabe que os protagonistas de um conflito tem em si as respostas.




“A abordagem construcionista para a resolução de conflitos entende quenenhuma das partes é dona da verdade e que há várias aspectos de umdeterminado problema. O diálogo conjunto pode construir novas soluções deforma criativa”.

(Gergen)






Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ):30 % do volume de casos que aportam aos tribunais brasileiros atualmente são tratados por meios não adversariais. A pretensão do CNJ para os próximos anos é que esta porcentagem se eleve a 60%.





A mediação é a conjugalidade do sujeito e suas pluralidades.




" A mediação ultrapassa a dimensão de resolução não adversária de disputasjurídicas. Ela possui incidências que são ecologicamente exitosas, como aestratégia educativa, como a realização política da cidadania, dos direitoshumanos e da democracia”

(Luis Alberto Warat)





A mediação é construção de um saber que reforça o conceito do conhecimentopara o qual as teorias da atualidade convergem: que o mesmo se dá na formaçãode significados, construção enfatizada nas relações interpessoais.





O ESSENCIAL :Diz -se da mudança do paradigma, do conceito da verdade, da deposição de um lugar preestabelecido na convocação dos atores á protagonistas de suas histórias.






A mediação sub título deste congresso

“En clave de invención porque a pesar de los desconciertos y de lospadecimientos, tenemos en manos la oportunidad de crear nuevos sentidos y la de abrir caminos para experimentar que hay otras alternativas posibles para configurar las relaciones interpersonales. Se puedem inventar nuevos modos de 'ser y hacer'.“

( Gabriela JABLKOWSKI, )





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RITA ANDRÉA GUIMARÃES DE CARVALHO PEREIRANOVEMBRO - 2013

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