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Metáfora e Linguística Cognitiva

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observações da Linguística Cognitiva sobre a Metáfora

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Page 1: Metáfora e Linguística Cognitiva

Um novo olhar sobre a metáfora: a abordagem cognitivista

Teorias LinguísticasPrograma de Pós-Graduação em Linguística AplicadaUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

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Estudo realizado por:

PINHEIRO, Diego; ALONSO, Karen Sampaio Braga. Um novo olhar sobre a metáfora: a abordagem cognitivista. Revista Intersignos, v. 3, n.1, p. 105-114, 2010.

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A metáfora como tradição

Figura de linguagem mais abordada em qualquer manual didático

Citada com abundância na teoria literária e presente em diversas obras

Como definir a metáfora?Por que voltar a um tema já tão repetido?

Page 4: Metáfora e Linguística Cognitiva

“A segunda resposta é simples. Resgatamos aqui esses assuntos porque, desde o início da década de 1980, um novo paradigma em linguística, surgido como alternativa à teoria gerativista, vem propondo uma maneira nova e estimulante de se pensar a metáfora (principalmente) e a metonímia: trata-se do arcabouço conhecido hoje como linguística cognitiva (LC). A segunda resposta, por seu turno, depende diretamente da primeira: em outras palavras, a definição de metáfora dependerá da perspectiva que se adote.”

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A linguística cognitiva

Desenvolvida pelo linguista George Lakoff e pelo filósofo Mark Johnson

Perspectiva que deu origem ao que hoje chamamos de Teoria da Metáfora Conceptual (TMC)

Teoria da metáfora tradicional

Teoria da Metáfora ConceptualX

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Metáfora: do tradicional ao cognitivista

Conhecida desde Aristóteles, é a figura de linguagem mais celebrada

Vista como a essência da linguagem poética por afastá-la da natureza denotativa da linguagem cotidiana

Diz o que as coisas de fato “não são”

Conquista da imaginação, resultante de insights criativos, é vista como a “marca do gênio”, segundo Aristóteles, visto que dominá-la “não é para todos”

Atributo exclusivo de textos expressivos especiais, sobretudo os literários:

Page 7: Metáfora e Linguística Cognitiva

“Salvo a grandiloquência de uma cheialhe impondo interina outra linguagem,um rio precisa de muita água em fios

para que todos os poços se enfrasem”

(João Cabral de Melo Neto)

Metáfora literária: discurso fluente é caracterizado como um rio, ao mesmo tempo em que a fala fragmentada é caracterizada como poços de “água paralítica”.

Page 8: Metáfora e Linguística Cognitiva

“João entrou em / está em/ saiu da depressão”

Não há aqui um uso linguístico especialmente expressivo, mas um uso banal, corriqueiro. Apesar disso, a mesma relação analógica pode ser verificada:

Se no primeiro exemplo o discurso é comparado a um rio, no segundo um estado (a depressão) é entendido como um lugar físico.

A metáfora está fortemente presente na linguagem ordinária.

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A LC não enxerga a metáfora como “índice de genialidade”, pois é produzida corriqueiramente por qualquer falante que não apresente déficits de linguagem

Do ponto de vista da LC, a metáfora não pertence apenas aos textos literários, estando presente abundantemente na linguagem ordinária

A perspectiva tradicional diz que a metáfora é uma figura de linguagem, um recurso opcional que pode ser empregado estilisticamente para enriquecer um texto; é um adorno ou ornamento linguístico (portanto, dispensável)

A LC vê a metáfora não como ornamento nem como figura, mas como processo mental, que reside primariamente no pensamento e, secundariamente, na linguagem. Muitas vezes, não é opcional, mas necessária para organizar o próprio sistema conceptual humano.

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Lakoff (1993):

Metáfora X expressões metafóricas

a primeira é a relação analógica inscrita na mente, a segunda é a manifestação ou concretização linguística particular

“João entrou em / está em/ saiu da depressão”

Relação analógica: ESTADOS SÃO LUGARES

(verbos locativos denunciam a relação analógica)

“Ele está num estado de nervos que só vendo”

“Ele continua/permanece em coma”

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Metáfora: visões

VISÃO TRADICIONAL VISÃO COGNITIVISTA

É a “marca do gênio” É produzida por todos os indivíduos

Específicas de textos expressivos especiais, sobretudo os literários

Fortemente presente na linguagem ordinária

Fenômeno da linguagem Fenônemo primariamente do pensamento

Adornos, ornamentos linguísticos Processos centrais da cognição humana

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Referência:

PINHEIRO, Diego; ALONSO, Karen Sampaio Braga. Um novo olhar sobre a metáfora: a abordagem cognitivista. Revista Intersignos, v. 3, n.1, p. 105-114, 2010.