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POETA MIGUEL TORGA Biografia Miguel Torga nasceu em 1907 em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa Trás os Montes. De nome Adolfo Correia da Rocha, adotou o pseudónimo de Miguel Torga. Depois de uma breve estadia no Porto, frequentou apenas por um ano, o seminário em Lamego. Em 1920 partiu para o Brasil para a fazenda de um tio. Regressou depois a Portugal acompanhado do tio, que se prontificou a custear lhe os estudos em Coimbra. Em apenas três anos fez o curso do liceu, matriculando-se a seguir na Faculdade de Medicina, onde terminou o curso em 1933. Após ter entrado para a universidade, deu início à sua obra literária, com os livros "Ansiedade" e "Rampa". Só em 1936 passou a usar o pseudónimo que o havia de imortalizar. Desde a década de trinta até 1944, escreveu uma obra vasta e marcante, em poesia, prosa e teatro. Não oferecia livros a ninguém, não dava autógrafos ou dedicatórias, para que o leitor fosse livre ao julgar o texto. Foi várias vezes candidato ao Prémio Nobel da Literatura. Ganhou vários prémios entre eles o Grande Prémio Internacional de Poesia e em 1985 o Prémio Camões. Faleceu em 1995. Em 1996 foi fundado o Círculo Cultural Miguel Torga. Contexto político-social A sua poesia reflecte as apreensões, esperanças e angústias do seu tempo. Nos volumes do seu Diário, em prosa e em verso, encontramos crítica social, apontamentos de paisagem, esboço de contos, apreciações culturais e também magníficos textos da mais alta poesia. Toda a sua obra é a expressão de um indivíduo vibrante e enternecido inteiramente ligado à sua terra natal. Com ideias contra o Salazarismo, foi preso e pensou em sair do país mas a sua forte ligação com o país não o permitiu. Bibliografia Poesia "Ansiedade" (1928) "Rampa" (1930) "Tributo" (1931) "Abismo" (1932) "O outro Livro de Job" (1936) "Lamentação" (1943) "Libertação" (1944) "Odes" (1946) "Nihil Sibi" (1948)

Miguel torga

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Page 1: Miguel torga

POETA – MIGUEL TORGA

Biografia

Miguel Torga nasceu em 1907 em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa Trás os Montes. De nome Adolfo Correia da Rocha, adotou o pseudónimo de Miguel Torga. Depois de uma breve estadia no Porto, frequentou apenas por um ano, o seminário em Lamego. Em 1920 partiu para o Brasil para a fazenda de um tio. Regressou depois a Portugal acompanhado do tio, que se prontificou a custear lhe os estudos em Coimbra. Em apenas três anos fez o curso do liceu, matriculando-se a seguir na Faculdade de Medicina, onde terminou o curso em 1933.

Após ter entrado para a universidade, deu início à sua obra literária, com os livros "Ansiedade" e "Rampa". Só em 1936 passou a usar o pseudónimo que o havia de imortalizar. Desde a década de trinta até 1944, escreveu uma obra vasta e marcante, em poesia, prosa e teatro. Não oferecia livros a ninguém, não dava autógrafos ou dedicatórias, para que o leitor fosse livre ao julgar o texto.

Foi várias vezes candidato ao Prémio Nobel da Literatura. Ganhou vários prémios entre eles o Grande Prémio Internacional de Poesia e em 1985 o Prémio Camões. Faleceu em 1995. Em 1996 foi fundado o Círculo Cultural Miguel Torga.

Contexto político-social

A sua poesia reflecte as apreensões, esperanças e angústias do seu tempo. Nos volumes do seu Diário, em prosa e em verso, encontramos crítica social, apontamentos de paisagem, esboço de contos, apreciações culturais e também magníficos textos da mais alta poesia. Toda a sua obra é a expressão de um indivíduo vibrante e enternecido inteiramente ligado à sua terra natal. Com ideias contra o Salazarismo, foi preso e pensou em sair do país mas a sua forte ligação com o país não o permitiu.

Bibliografia

Poesia

"Ansiedade" (1928) "Rampa" (1930)

"Tributo" (1931) "Abismo" (1932) "O outro Livro de Job" (1936) "Lamentação" (1943)

"Libertação" (1944) "Odes" (1946) "Nihil Sibi" (1948)

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"Cântico do Homem" (1950)

"Alguns Poemas Ibéricos" (1952) "Penas do Purgatório" (1954)

"Orfeu Rebelde" (1958) "Câmara Ardente" (1962)

"Poemas Ibéricos" (1965)

Ficção

"Pão Ázimo" (1931) "A Terceira Voz" (1934)

"A Criação do Mundo" (5 volumes, 1937 1938 1939 1974 1981) "Bichos" (contos, 1940)

"Contos da Montanha" (1941) "Rua" (1942) "O Senhor Ventura" (1943) "Novos Contos da Montanha" (1944)

"Vindima" (romance, 1945) "Pedras Lavradas" (1951) "Traço de União" (1955) "Fogo Preso" (1976)

Teatro

"Terra Firme, Mar" (1941)

"O Paraíso" (1949) "Sinfonia" (poema dramático) (1947)

Literatura Autobiográfica

"Diário" (16 volumes, 1941 1993) "Portugal" (1950)

Temáticas Dominantes

Nas obras de Miguel Torga as temáticas que este utiliza são:

A problemática Religiosa (uma vez que o poeta traduz nas suas obras o dilema das crenças em Deus);

O sentimento Telúrico (O poeta faz referência nas suas obras á sua Terra natal e ao seu país, Portugal);

O desespero Humanista (Enquanto médico, sentia-se muitas vezes impotente por não poder salvar os seus pacientes);

O Drama da Criação poética (Dificuldade do poeta na criação de um poema).

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Poema do Autor

A Um Negrilho

Na terra onde nasci há um só poeta. Os meus versos são folhas dos seus ramos. Quando chego de longe e conversamos, É ele que me revela o mundo visitado. Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada, E a luz do sol aceso ou apagado

É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação

Serena! Tu, imortal avena

Que harmonizas o vento e adormeces o imenso

Redil de estrelas ao luar maninho. Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso

Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

Miguel Torga, in 'Diário VII' (1956)

Análise do Poema:

Tema: O sentimento Telúrico.

Assunto: O poeta faz referência a uma árvore presente na sua terra natal que considera ”o único poeta”. Com ela aprendeu a ser poeta e todos os seus versos são derivados dos ramos da mesma;

Nível estético: Com fim a embelezar e tornar mais rico o poema, o poeta utiliza nomeadamente a Personificação, entre outras, como a Apóstrofe, para recursos estilísticos;

Nível formal: O poema é composto por 2 estrofes, cada uma constituída por 7 versos (Septilha). Os versos são irregulares e no que toca ao esquema rimático os versos são considerados brancos ou soltos;

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Poema do Autor

Mãe

Mãe: Que desgraça na vida aconteceu, Que ficaste insensível e gelada? Que todo o teu perfil se endureceu Numa linha severa e desenhada? Como as estátuas, que são gente nossa Cansada de palavras e ternura, Assim tu me pareces no teu leito. Presença cinzelada em pedra dura, Que não tem coração dentro do peito. Chamo aos gritos por ti — não me respondes. Beijo-te as mãos e o rosto — sinto frio. Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes Por detrás do terror deste vazio. Mãe: Abre os olhos ao menos, diz que sim! Diz que me vês ainda, que me queres. Que és a eterna mulher entre as mulheres. Que nem a morte te afastou de mim! Miguel Torga, in 'Diário IV'

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POETA – JOSÉ RÉGIO

Biografia

José Maria dos Reis Pereira Régio, de pseudónimo José Régio nasceu em Vila do Conde, em 1901. Publicou os seus primeiros versos nos jornais "O Democrático" e "A República". Licenciou-se em Filologia Romântica com uma tese sobre "As Correntes e as Individualidades da Moderna Poesia Portuguesa". Com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões fundou, em 1927, a revista Presença, que se publicou durante 13 anos e que iniciou o segundo Modernismo português de que José Régio foi o principal impulsionador e ideólogo.

José Régio foi o professor, o poeta, o romancista, o dramaturgo, o ensaísta, o crítico, o memorialista, o diarista, o polemista, o desenhista, o coleccionador de antiguidades, o cidadão atento e empenhado. Componentes que, reunidas, dão o retrato de corpo inteiro do indivíduo e a verdadeira dimensão do Homem-Artista, "diverso e uno". Para além da sua colaboração assídua nesta revista, deixou também textos dispersos por publicações como a Seara Nova, Ler, o Comércio do Porto e o Diário de Notícias.

Como escritor, José Régio dedicou se ao romance, ao teatro, à poesia e ao ensaio. Como ensaísta, dedicou-se ao estudo de autores como Camões, Raul Brandão e Florbela Espanca. Recebeu em 1961, o prémio Diário de Notícias e, postumamente, em 1970, o Prémio Nacional de Poesia, pelo conjunto da sua obra poética. Faleceu em 1969.

Bibliografia

Poesia

"Jogo da Cabra Cega" (1934) "As Encruzilhadas de Deus" (1936) "Jacob e o Anjo e Três Máscaras" (1940) "Fado" (1941) "O Príncipe com Orelhas de Burro" (1942) "Mas Deus é Grande" (1945) "Benilde e a Virgem Mãe" (1947) "A Chaga do Lado" (1954) "Há Mais Mundos" (1962) "Cântico Suspenso", (1968)

"Música Ligeira e "Colheita da Tarde"

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Temáticas Dominantes

Nas obras de José Régio as temáticas que este utiliza são:

Conflitos entre Deus e o Homem; O espírito e a carne; O indivíduo e a sociedade; A consciência da frustração de todo o amor humano; O orgulhoso recurso à solidão; A problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a

si mesmos.

Poema do autor

Sabedoria Desde que tudo me cansa, Comecei eu a viver. Comecei a viver sem esperança... E venha a morte quando Deus quiser. Dantes, ou muito ou pouco, Sempre esperara: Às vezes, tanto, que o meu sonho louco Voava das estrelas à mais rara; Outras, tão pouco, Que ninguém mais com tal se conformara. Hoje, é que nada espero. Para quê, esperar? Sei que já nada é meu senão se o não tiver; Se quero, é só enquanto apenas quero; Só de longe, e secreto, é que inda posso amar… E venha a morte quando Deus quiser. Mas, com isto, que têm as estrelas? Continuam brilhando, altas e belas. José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'

Análise do Poema:

Tema: Sabedoria

Assunto: O poeta reflecte os seus sonhos durante a sua vida e o que consegue ainda tirar proveito deles.

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POETA – MIA COUTO

Biografia

Mia Couto nasceu na Cidade da Beira (Moçambique) em 1955, filho de uma família de emigrantes portugueses.

Publicou os primeiros poemas no "Notícias da Beira", com 14 anos. Em 1972, deixou a Beira e partiu para Lourenço Marques para estudar Medicina. A partir de 1974, começou a fazer jornalismo, tal como o pai. Com a independência de Moçambique, tornou-se director da Agência de Informação de Moçambique (AIM). Dirigiu também a revista semanal "Tempo" e o jornal "Notícias de Maputo".

Em 1985 formou-se em Biologia pela Universidade Eduardo Mondlane. Foi também durante os anos 80 que publicou os primeiros livros de contos.

Bibliografia

Poesia

"Raiz de Orvalho" (1983)

"Idades Cidades Divindades" (2007)

"Tradutor de Chuvas" (2011)

Poema do autor

Horário do Fim

morre-se nada quando chega a vez é só um solavanco na estrada por onde já não vamos morre-se tudo quando não é o justo momento e não é nunca esse momento

Análise do poema:

Tema: Morte

Assunto: O poeta dá a sua opinião sobre a morte, dizendo que nunca uma morte é justa.

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Trabalho realizado por:

Diogo Lucas, nº10 Diogo Pragosa, nº11 Tiago Bagagem, nº26 Tiago Vieira, nº27